domingo, 25 de novembro de 2012

33º CAPITULO “O que está acontecendo aqui?” - Recomeçar


A noite se repetia. Assim que Dallas subiu uma nova briga recomeçou, agora o motivo era o porre que ele tinha tomado e o dinheiro pego de Dallas. Mais uma noite fizemos nossa “festinha” para afastar, disfarçar o clima ruim. Mais uma noite, a história se repete.
Os dias foram se passando, e ficando cada dia pior, eu já não comia nada e vomitava todos os dias. O Joe percebia que eu estava mal e ao não obter respostas acabávamos nos desentendendo, ainda estávamos juntos, mas nos afastamos muito um do outro, ele não tinha mais aquele carinho e cuidado que sempre teve comigo, era evidente que se eu não o esclarecesse tudo ou não resolvesse nosso relacionamento terminaria em pouco tempo, Travis ao ver-me desmoronando me atormentava cada dia mais, ele tinha gosto em me ver mal, era todo santo dia, sempre que o professor não estava em classe, ele ficava me lembrando de fatos do passado, me chamava apenas pelos velhos apelidos, e começou a parar-me no corredor para me atormentar, o pior é que enquanto ele me humilhava eu tinha que ficar lá, fingindo que nada de mal acontecia, eu até poderia arrumar um escândalo, brigar, xingar de volta, reclamar, fazer alguma coisa para minha defesa, mas eu nunca fui assim, eu sempre fui aquela que leva desaforo para casa, nunca soube me defender na frente de quem me agride, Travis sabia disso, e se esbaldava. Todos os dias tinham brigas entre nossos pais, e cada dia ficava mais violentas, após as nossas “festinhas noturnas” ainda se podiam escutar os gritos, os objetos sendo arremessados de um lado a outro... Maddie começava a sentir que algo não estava bem e isso a afetava, se via que a sua alegria natural estava apagando, Dallas e minha mãe estavam cansadas de trabalhar e chegar em casa e ainda terem problemas com Patrick que raramente não estava bêbado em casa, não se sabe de onde ele arranjava dinheiro, já que depositamos tudo o tínhamos em casa para não ter como ele pegar, mas ainda sim não teve jeito ele continuava conseguindo de alguma forma as bebidas; as agressões psicológicas que ele fazia em mim estavam cada vez piores e constantes, ele ainda não tinha chegado a me agredir fisicamente, pelo menos não como antes. Nossa família mais uma vez desmoronava, mas diante de todos que passavam, éramos felizes, sem problemas, apenas mais um família.
É estranho quando se percebe que tudo isso já tinha acontecido e não fazia muito mais que duas semanas que ele voltou para nossas vidas, tudo o que demoramos meses para reconstruir estava sendo demolido pela mesma pessoa pelo mesmo motivo em poucos dias.

Hoje já era sábado, teve um atraso na assinatura do contrato e o jantar comemorativo de Paul atrasou por uma semana, mas em pouco tempo começaria o tão esperado jantar. Era claro que não queríamos ir, por Patrick tanto faz tanto fez, mas não sabíamos se o iriamos controla-lo, se tivesse alguma bebida estragaria a festa, porem Paul passou toda a semana falando e nos lembrando do jantar, ele havia convidado os amigos mais próximos e os funcionários da empresa, seria um total desprezo por tudo que já fez por nos não ir a esse jantar. Todos já estávamos terminando de nos aprontar. Coloquei um vestido.

_ Vê se comporta como um homem menos desprezível hoje. – falou minha mãe dirigindo-se a Patrick
_ Me comportarei bem, fique tranquila. – falou se aproximando da minha mãe. _ Se quiser podemos falar que voltamos. – falou quase a abraçando, ela se afastou antes que ele chagasse a toca-la.
_ Nem morta. – respondeu grossamente.
É, a noite seria longa.
                               (...)
Quando chegamos à casa de Paul ela estava moderadamente cheia. Maddie foi logo brincar com Frankie, Dallas foi conversar com os colegas de trabalho, minha mãe ficou conversando com Denise já que Paul tinha que dar atenção para o monte de gente, Patrick sumiu entre as pessoas, provavelmente já caçava por bebida, Joe? Nem sei onde Joe estava, cheguei o procurando, mas ao não acha-lo comecei a conversar com a Dani e com Kevin, na verdade mais com Dani do que com Kevin, pois ele mais escutava do que falava. Ele tinha uma paciência incrível, grande parte dos homens fogem de conversas de mulher e ele ficou ali sem reclamar, ao contrario de Paul e Joe ele era bem tranquilo, homem de poucas palavras, ele e Nick se pareciam bastante nisso.

Já era sete da noite quando a mesa foi posta, tinha comida a perder de vista. Só aí vi Joe, ele estava do outro lado da sala em que eu estava, conversava com alguém que eu não conhecia. Ele me olhou, dei um sorriso e ele respondeu com o sorriso fraco, ele ainda estava mal comigo, ontem mesmo tínhamos brigado, Joe me viu “conversando” com Travis e quis saber sobre o que era como eu não o disse, pois Travis apenas estava me atormentando mais com historias que ele havia descoberto do meu passado, não consegui inventar uma historia na hora para dá-lo como desculpa e ele ficou irritado, duvidando da minha fidelidade.

Assim que terminei de por a comida no prato fui para perto dele, já que a pessoa com que ele conversava o havia deixado sozinho.  Agora ele estava no quintal sentado em uma das cadeiras que colocaram para que as pessoas pudessem sentar-se.
_ Oi Joe. – cumprimentei-o e sentei-me ao seu lado.
_ Oi. – respondeu seco.
_ Desculpa. – pedi. Ele comia sem se dar muita atenção para mim, eu apesar de ter posto comida no prato, não toquei na comida. _ Por favor. – insistir ao ver que ela não respondeu nada.
_ Tá tudo bem Demi. – falou. Eu não acreditei.
_ Não está tudo bem, não tem nada bem entre nós agora. – falei. _ Você nunca me tratou deste jeito.
_ Me desculpe se estou te tratando mal, só estou precisando de um tempo agora... As coisas não estão dando certo. – admitiu, tirando um pouco a atenção do prato e se concentrando em mim. Fiquei em silencio. Era o meu estupido medo de falar tudo o que aconteceu e acontecia comigo que estava acabando com o nosso relacionamento. _ É um saco não saber o que está acontecendo com você – falou. _ Eu te amo Demi, eu me sinto um inútil, um incapaz ao te ver mal e não conseguir fazer nada é um saco te ver pra cima e pra baixo com o Travis, você se arriscou tanto para se livrar dele e agora quase todos os dias os vejo conversando... – falou.
_ Não é assim Joe. – falei o interrompendo, ele estava entendendo tudo errado. _ Você não sabe o que esta acontecendo...
_ E você não me explica, eu queria entender, eu queria saber, mas você é... – ele parou, parecia se esforçar para conseguir achar as palavras certas. _ É como se você tivesse criado um muro em torno de você, e você se esconde, não deixa que ninguém a explore, eu me abro todos os dias com você Demi. Você sabe tudo sobre mim, você sabe de coisas que eu me envergonho, e eu não sei praticamente nada sobre você... É como se só eu me esforçasse para manter nosso relacionamento, eu confio em você, eu me entrego a você, mas eu não vejo você fazer o mesmo... O quê que te prende tanto Demi?
_ Me desculpe Joe. – pedi novamente. _ Eu sei que a culpa para estarmos assim é minha, eu sinto muito...  Eu não quero te perder, você não sabe mais me ajuda muito. – falei, fez-se um novo silencio.  _Eu vou contar. – falei, ou era isso ou nossa relação acabaria aqui mesmo. _ Podemos conversar em particular depois? – perguntei.
_ Podemos, vamos esperar as pessoas irem saindo, vai ser melhor. – sugeriu. Eu concordei, usaria esse tempo para tomar coragem e preparar a melhor maneira para lhe contar toda historia. Ele voltou a se concentrar na comida. _ Não vai comer? – perguntou ao perceber que não toquei na comida, alias já a tinha esquecido.
_ Vou. – respondi sem vontade. Obriguei-me a começar a comer, apesar de já estar sem comer a mais ou menos quatro dias completos, eu não queria comer, a cada garfada que eu punha na boca eu me lembrava de um dos xingamentos que meu pai ou que as outras crianças da minha antiga escola me chamavam, eu me lembrava de cada apelido...

No resto da festa me mantive perto de Joe, trocamos algumas falas, nada de real importância, ele me apresentou a alguns amigos da família que lá estavam. Mais a tarde foi à hora de Denise distribuir os doces da festa, alguns bombons e pedaços de torta, para não ficar feio na frente dela e de todos comi um bombom, minha consciência me castigava por isso.

Aos poucos a festa foi se esvaziando até que só ficássemos os Jonas mais Danielle, minha família e umas duas pessoas que são da família de Denise. Estávamos todos no jardim, tinha um clima agradável, o céu estava limpo as estrelas brilhavam como nunca.
Todos estavam conversando e tudo ia muito bem, até mesmo Patrick se comportava não que já não tivesse bebido tudo o que conseguiu, mas conseguia manter certa classe.
Eu esperava um sinal de Joe que já poderíamos conversar, mas ele parecia já se esquecido do combinado, fiquei na duvida se o recordava ou não, pois eu não queria falar, mas deveria, pois só ele sabendo toda historia poderíamos manter, ou não, a nossa relação.
_ Tia Denise. – chamou Maddie, Denise estava sentada logo ao meu lado. _ Posso pegar mais um pedaço de torta? – pediu.
_ Claro, eu já as guardei na geladeira, você acha que consegue pegar? – perguntou.
_ Eu posso pegar se preferir. – falei.
_ Se não se importar.
_ Eu também vou querer um pedaço. – gritou Frankie.
_ Pode deixar, eu pego para você também. – disse. Levantei-me e fui para cozinha. Abri a geladeira, tirei a torta, peguei dois pratinhos de sobremesa.
_ Virou empregadinha foi? – assustei-me com a aproximação de Patrick.
_ O que você quer? Um pedaço da torta? – perguntei irônica enquanto cortava os pedaços da torta.
_ Sabe, quando eu cheguei percebi que você não ficou com o Joe, você não o achou né? – perguntou, não o respondi. _ Não sei se você percebeu, mas tinha meninas muito bonitas nesse jantar, não me surpreenderia se o Joe estive com uma delas durante o começo da festa. – falou, ele queria que eu desconfiasse de Joe, mas isso não iria acontecer, eu sei que Joe é uma pessoa confiável. _ Quando o homem se afasta assim da mulher, pode saber que tem outra no meio. – falou. _ Se eu fosse você tomava mais cuidado. Cuidava-se mais... Você vai perdê-lo.  
_ É só isso? – queria que ele percebesse que estava me incomodando para ver se ele parava, não estávamos em casa, ele não poderia me atormentar como se estivéssemos. Ele se calou por um momento. Terminei de por os pedaços da torta no prato e fui guarda o resto da torta na geladeira.
_ Você até que estava indo bem, voltando a se cuidar, voltando a ter aquela sua neurose ridícula. – falou se referindo ao fato de eu não comer. _ Mas hoje afundou o pé na jaca e comeu feito uma porca né?! – continuou a falar.
_ Dá pra você me deixar em paz? Não estamos em casa. – falei, já me bastava a minha consciência me atormentando, não precisava dele falando assim comigo.
_ Você tinha tudo para ser bonita, normal, tipo a Dallas, ela até que é bonitinha, mas você conseguiria ser mais, mas preferiu ir se estragando aos poucos. – começou a dizer, eu nem sei o porquê eu continuava ali o escutando, eu já estava com tudo pronto só para sair e servir os meninos, mas eu continuava ali, parada escutando tudo o que ele queria dizer, era como seu eu quisesse que ele continuasse a me atormentar. _ Outra que vai para o mesmo caminho é a Madison.
_ Deixa a Maddie em paz. – pedi.
_ Fala serio Demetria, se eu fosse aquela menina parava de comer que nem você, mas não, todo mundo já parou de comer e aquela gordinha continua comendo.
_ Você é um monstro. Ela é sua filha e te ama como você tem coragem de falar isso dela?
_ Eu só estou falando a verdade, ela fica comendo que nem uma vaca e depois dá uma de problemática que nem você só pra desgraçar com a família. – falou. _ É isso que acaba com a família, ter uma filha doente. – falou, só aí percebi, eu o culpava por tudo, eu ficava dizendo que o motivo da nossa infelicidade era ele, mas se o problema fosse eu? _ Se uma já é ruim imagina duas problemáticas? – continuava a falar. Depois de escutar aquilo tudo, comecei a sair da cozinha, apressada, para ir entregar-lhes o pedaço de torta que eles haviam pedido.
Tornei a sentar-me no lugar de antes, mas agora minha cabeça estava a mil, eu queria explodir sumir, ele tinha razão, eu comi muito, com certeza eu tinha engordado tudo o que poderia ter perdido nesses dias em que não comi, eu me sentia mal por isso, eu era o problema da minha família. Eu queria me livrar de tudo isso, da comida dos pensamentos, mas eu não estava na minha casa. Não teria jeito, eu não conseguiria ficar bem. Levantei-me sem dar explicações a ninguém que lá estavam, subi para o segundo andar, entrei no quarto de Joe, nem sei se podia, mas não me importei na hora, e fui para a suíte que lá tem, comecei a forçar o vomito, seria difícil, já havia comido a um tempo considerável, e quanto mais tempo se passava mais difícil fica para conseguir vomitar, ainda sim me forcei, não parei até conseguir o que eu queria, vomitei, mas ainda sim continuei a me forçar a vomitar, eu queria ter certeza que não tinha nada mais dentro de mim, eu queria ter certeza de que tinha eliminado tudo. Eu ainda estava me forçando a vomitar quando escuto:
_ Demi? O que está acontecendo aqui?
                CONTINUA...

Capitulo postado, espero que tenham gostado, já adianto que no próximo tudo será esclarecido, provavelmente não será um capítulo muito grande, não sei ainda, mas pela ideia que tenho na minha cabeça, não será maior que esse.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssssss. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

32ª CAPITULO “Mais uma noite, a historia se repete” - Recomeçar


Eu realmente tinha achado que isso não aconteceria novamente, não tão cedo pelo menos, mas lá estava eu voltando para antigos hábitos.
Fui dormir já era 3 da manhã, a briga já tinha acabado, mas eu ainda estava meio “mexida” com tudo, eu estava feliz por Maddie, mas sabia que a volta dele poderia a fazer descobrir o verdadeiro pai que ela tem, agora que Dallas trabalhava grande parte do dia seria minha total e exclusiva responsabilidade cuidar dela bem o suficiente para que, em um dos seus momentos de bruto, Patrick não a atacasse.

Como era de se esperar, pela hora que fui dormir, fui a última a acordar. Desci e todos já estavam na mesa tomando café, todos incluindo Patrick. Ele tinha convencido, obrigado, sei lá o que ele fez, o fato é que, minha mãe o deixou ficar, estava feito, agora que ele tinha onde ficar, não sairia daqui tão cedo.

_ Já que minha loira está trabalhando... – Patrick começou a fala, ao escutar “minha loira” minha mãe revirou os olhos. _ acho que eu deveria ficar em casa, cuidado das meninas. – falou, dando desculpa esfarrapada para não ter que arranjar emprego.
_ Elas se cuidam muito bem sozinhas. – falou minha mãe.
_ Da segurança delas. – insistia ele.
_ A casa é segura. – falou ela.
_ Não parece pelo que eu sei foi invadida não tem muito tempo. – falou ele. Travis deveria ter o contado tudo.
_ Pois agora têm câmeras, ela está bem segura.
_ O que você acha do papai ficar cuidado de vocês em Maddie? – perguntou a Maddie, aquilo era jogo sujo. Maddie, apesar de criança, já estava sentindo que a presença do nosso pai não fazia bem a nossa mãe.
_ Eu acho que ia ser legal. – falou feliz. _ mas a mamãe que deve decidir. – completou.
_ Que foi Maddie? Não gosta mais do papai? – perguntou a abraçando de lado.
_ É claro que eu gosto do senhor, mas a casa é da mamãe, não minha. – falou. Patrick ficou injuriado com isso, esperava que Maddie o defendesse, essa era a cartada que ele tinha usado desde o começo, Maddie era a sua garantia de estadia aqui conosco, se ela deixasse por conta de nossa mãe, os dias dele aqui estariam contados.
                               (...)
Fomos à escola.
_ Seu pai voltou para ficar? – perguntou Joe.
_ Acho que sim. – respondi sem animação.
_ Seus pais voltaram?
_ Não.
_ Você nunca foi de falar muito dele. – observou. _ Por quê?
_ Sei lá. – menti. _ Nunca tive muita vontade de falar sobre ele. – essa parte era verdade.
_ Você não se dá muito bem com ele né?
_ Não muita. – respondi. Ficamos em silencio por um tempo. _ Vamos mudar de assunto? – pedi.
_ Vamos. Sobre o que você quer falar? – perguntou.
_ Eu não sei. – rimos.
_ Meu pai vai assinar com os empresários internacionais hoje. – comentou.
_ Jura? Como ele não falou nada no carro? – perguntei, Paul ficava falando sobre esse negocio todos os dias, no dia em que enfim iria se cumprir ele não diz nada?
_ Eu não sei. – riu. _ Também estranhei. – confessou. _ Mas acho que é porque ele deve estar nervoso com tudo isso, é o primeiro grande negocio que ele fecha isso fará muito bem para empresa dele.
_ Fico feliz por ele.
_ Jantar comemorativo no sábado. Lembra? – perguntou.
_ Claro. Pode deixar é claro que eu vou. – falei.
_ Bom mesmo, não seria comemorativo se você não fosse. – falou, demos um selinho. O sinal para o começo das aulas tocou. Fomos para nossas respectivas salas.

Sentei-me no lugar de sempre a espera da aula começar. Travis chegou e logo foi me irritar.
_ Como foi seu primeiro dia com o papai em Los Angeles? Apresentou a cidade a ele? – perguntou.
_ Você poderia ser menos chato, por favor. – disse sem pudor, a essa altura já não estava nem aí para Travis.
_ Awn acordou estressadinha hoje?
_ Travis você já fez o que tinha que fazer, dá para me deixar quieta um pouco?
_ Não, eu disse que iria fazer da sua vida um inferno, como fazer isso te deixando em paz?
_ Um dia você vai se arrepender de fazer isso. – falei.
_ Vai fazer algo contra mim? – perguntou ele. _ Se fizer eu volto a me vingar, não duvide eu posso fazer isso pelo resto da minha vida. –falou.
_ Eu não vou fazer nada. Eu vou deixar você cair pelas suas próprias pernas. – falei. Ele riu.
_ Pare de ser idiota garota. Isso nunca vai acontecer. – falou convencido.
_ Isso só o tempo dirá Travis. – disse.
_ Pois eu já disse por ele. – falou um pouco irritado com a conversa. O professor chegou.

O primeiro horário era de Filosofia, tinha um trabalho para apresentar, tínhamos que escolher um filosofo ou pensador, na qual nos identificássemos mais com suas ideologias ou pensamentos, e falar um pouco sobre ele e o porque da nossa escolha.
O meu pensador escolhido foi Charlie Charplin, não sei se sabem, mas além de ator, ele foi um grande pensador, ao ler suas frases consigo ver um humano com uma alma pura e de bondade exalante.
Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.
Charles Chaplin
Nesse momento atual da minha vida, me identifiquei com esse pensamento.
                                               (...)
Quando chegamos em casa não vi nosso pai, estranhei, mas deixei pra lá, talvez tivesse apenas saído e mais tarde voltaria ou, apesar de dificilmente isso ter acontecido, ele tenha tomado vergonha na cara e tivesse ido embora de uma vez por todas. Preparei o almoço só para Maddie, não estava querendo comer, não conseguia sentir fome.

Já fazia umas duas horas após nossa chegada, a campainha toca. Fui abrir e era Patrick, pelo que percebi já havia se dado bem aqui também, chegou com cheiro forte de bebida e tinha em mãos um garrafa de whisky quase vazia. Ele cambaleou para dentro, para minha sorte Maddie estava tomando banho e não veria o pai chegar naquele estado.
_ Eu preciso da chave desta porcaria de casa. – falou se jogando no sofá.
_ Não esperou nenhum dia para voltar a beber né? – ele se silenciou por um tempo, pensei talvez que ele tivesse pensando no que eu disse, mas ele estava bêbado demais para isso.
_ Cala boca. – falou grossamente.
_ Como conseguiu comprar bebida? – perguntei. Sei que não era trabalhando, pois há tempos ele não fazia nada.
_ Tinha um dinheiro na cabeceira da cama de Dallas. – respondeu sem se envergonhar.
_ Aquele foi o último salario dela! – falei indignada. Ele mal tinha chegado e já estava nos dando prejuízo, o dinheiro que Dallas não depositava no banco ficava em sua cabeceira para ajudar a pagar as contas da casa. _ Quando você gastou? – perguntei chegando perto dele e tentando ajeita-lo no sofá, já que de tão bêbado mal conseguia se equilibrar no sofá, quase caia toda hora.
_ Não te interessa gorda inútil. – respondeu. Ele sabia como me afetar, me segurei para não chorar na sua frente.
_ Tem como você ir para o quarto da mamãe? A Maddie também esta em casa. Não a deixe ver nesse estado, por favor. – pedi.
_ Cala boca. – disse, ele não deveria estar entendendo o meu raciocínio. _ Me deixa! – gritou, dando um tapa em minha mão que o segurava, soltei-o. _ Eu vou para onde eu quiser. – falou depois.
_ Pela Maddie, por favor. – tornei insistir.
_ Deixa ver – falou entre soluços. Aos custos conseguiu se equilibrar sozinho no sofá. _ Aquela criança inútil que nem para me ajudar a ficar aqui esta me servindo. – falou. Era incrível como ele conseguia me dar nojo.
_ Ela é sua filha e te ama.
_ Foi um acidente. – falou. _ Todas vocês foram os piores acidentes da minha vida. – gritava.
_ Da pra pelo menos falar mais baixo? – pedi.
_ Cala a boca, ladrazinha gorda! – gritou mais alto ainda. Desisti, fui em direção das escadas, me concentraria em deixar a Maddie longe de nosso pai. _ A onde vai? – perguntou ao ver-me afastar dele. _ Vai chorar? Vai vomitar? Tá precisando! – tentei ignorar e continuei subindo as escadas sem lhe responder. Mesmo não chorando, as suas palavras me doíam como tiros no coração, eu sentia como se estivesse prestes a desabar no chão utilizando as minhas ultimas energias.
Nesses últimos dias eu estava melhorando, e ele tinha que voltar para me atormentar a vida?

Quando cheguei a seu quarto, Maddie ainda tomava banho. As palavras ecoavam em minha mente, meus olhos ardiam, eu sentia um dor forte em mim, e eu não tinha como tira-la, eu não sabia como tirar, eu sentia como se fosse explodir por dentro.
_ Demi? – chamou-me Maddie, de toalha, ao sair do banho. _ Você está bem? – perguntou.
_ Claro. – respondi forçando um sorriso.
_ O que você está fazendo aqui? – perguntou.
_ Eu pensei que depois que você tomasse banho poderíamos fazer alguma coisa juntas. – respondi. _ Aqui no seu quarto. – deixei claro.
_ A gente podia pegar a TV do quarto da mamãe e assistirmos um filme né? – sugeriu animada.
_ Claro. Se vista enquanto pego a TV... Melhor, se vista e vamos para o quarto da mamãe, vai se mais fácil. – sugeri, ela assentiu com a cabeça.
_ Faz pipoca? – pediu.
_ Faço.
_ Poço escolher o filme?
_Pode.
Novamente desci, fui direto para cozinha na tentativa de evitar Patrick, que continuava jogado no sofá.
Peguei o milho e comecei a fazer a pipoca.
_ Vai comer é? – tomei um susto ao ver Patrick logo atrás, encostado na pia. Não respondi nada. Ele não disse mais nada, mas também não me deixou sozinha. Meu celular tocou, era Joe, atendi.
_ Oi amor. – falei.
_ Oi minha linda, como você tá? – perguntou.
_ Bem.
_ Tem certeza, não parecia muito hoje na aula. – falou.
_ Eu sei, mas eu estou melhor agora. – menti.
_ Vai fazer alguma coisa agora? – perguntou.
_ Eu estou fazendo pipoca para assistir um filme com Maddie. – respondi.
_ Nem para me chamar.
_ Se você quiser vir, será muito bem vindo. – falei.
_ Não quero atrapalhar o momento irmãs. – falou.
_ Não estaria atrapalhando. – disse, mas logo depois me lembrei de que não seria uma boa ideia, Joe veria meu pai nesse estado.
_ Mesmo assim, prefiro não me intrometer, eu quero um momento nosso. – falou. _ O que você acha de amanhã reservar a tarde para nós dois? – perguntou.
_ Combinado.
_ Beijos minha linda.
_ Beijos meu amor. – silencio.
_ Vai começar de novo né? – perguntou se referindo ao fato de que sempre que nós falando enrolamos para desligar, nenhum de nós quer dizer tchau.
_ Acho que sim. – respondi. Rimos.
_ No três? – perguntou.
_ No três.
_ Um... Dois... Três. Tchau meu amor. – falamos juntos, e desliguei. Tomei um susto ao perceber que a pipoca já estava começando a queimar, desliguei a fogão, virei-me para a pia para pegar uma bacia para por a pipoca e lá estava Patrick, ainda recostado no mesmo lugar, ele tinha um sorriso de canto, como se desconfiasse ou pensasse algo ruim, não sei exatamente como explicar o significado desse sorriso, apenas lá ele estava.
_ Que foi? – perguntei, sem paciência, pegando a bacia e me virando para colocar a pipoca, não dei muita confiança, ele por varias vezes me deixava sem respostas, não esperei que ele me respondesse essa.
_ Como você tá conseguindo segurar esse garoto? – perguntou malicioso. Olhei-o com cara de nojo. _ Do jeito que você é problemática qualquer um te largava em uma semana... Alguma coisa você esta fazendo.
_ Me deixe em paz. – falei saindo da cozinha com a pipoca na mão. Mas voltei, pois me lembrei de que estava esquecendo as bebidas.
Peguei os primeiros dois copos de vi, abri e geladeira, peguei a garrafa toda de coca, antes que eu pudesse sair Patrick me agarrou pelo braço fortemente, sem medo de machucar.
_ Me solta. – pedi. Era incrível, ele poderia estar muito bêbado, mal se aguentando em pé, mas tinha muita força e, mesmo que muitas vezes oscilando na fala, parecia dizer as coisas, com lucidez, mesmo sendo besteiras.
_ Se eu descobri que você tá fazendo alguma coisa errada com aquele rapaz você vai se arrepender de ter nascido Demetria. – ameaçou, e me soltou. Eu não o respondi, não valeria apena, ele não acreditaria em mim. Sai da cozinha e subi. Maddie já punha o disco no DVD.
_ O que você escolheu? – perguntei.
_ Todo mundo em pânico, para te animar um pouco. – respondeu. Eu já tinha assistido todos os filmes do Todo mundo em pânico, mas eu sempre ria das mesmas besteiras.
_ Legal. Mas você pode assistir? – perguntei. Colocando a bacia de pipoca encima da cama e os copos no criado mudo.
_ Claro que sim. – respondeu. _ Eu já assisti antes, não tem nada de mal.
_ Você está muito precoce pro meu gosto. – falei. Rimos.
                                               (...)
Mesmo depois do filme ter acabado ainda fiquei no quarto junto a Maddie, só desci quando Dallas chegou. Nosso pai agora dormia esparramado no sofá, a garrafa de whisky já tinha acabado e estava jogada no chão.
_ O papai tá bem? – perguntou Maddie.
_ Tá, ele só esta dormindo um pouco, deve estar cansado. – menti, não sei se ela acreditou. _ Você tem dever? – perguntei.
_ Só um.
_ Vai lá fazer, vou conversar um pouco com a Dallas e logo vou lhe ajudar. – falei.

Maddie foi para mesa começar a fazer sua lição, eu e Dallas conversávamos baixo, na cozinha.
_ Onde ele arranjou dinheiro para pagar a bebida? – perguntou Dallas.
_ Ele pegou seu dinheiro. – respondi.
_ O que? – perguntou sem acreditar. _ Ele me roubou?
_ Ele foi enquanto estávamos na escola, se não eu juro que teria tentado impedir...
_ Demi você não tem culpa nenhuma... Alguma conta não vai ser pagar nesse mês – lamentou-se.
_ Eu ainda tenho de reserva o que ganhei cantando no bar, deve dar pagar. – falei.
_ Você vai voltar a cantar? – perguntou.
_ Eu até estava pensando nisso, mas agora não mais. – respondi. Iria ser um inferno se Patrick descobrisse que eu estava cantando, ele iria gostar do dinheiro entrando, mas faria um inferno psicológico em mim e isso definitivamente me atrapalharia em minhas apresentações.
Ficamos em silencio por um tempo.
_ Ele tentou fazer alguma coisa contra vocês? – perguntou.
_ Não. Quando ele chegou Maddie estava lá em cima, a mantive lá até agora. – respondi.
_ E contra você?
_ O mesmo de sempre. – respondi.
_ Você acha que consegue aguentar tudo sozinha? Se você quiser eu peço demissão.
_ E deixar tudo nas costas da mamãe de novo? Não... Eu consigo sozinha.
_ Você pode até tomar conta da Maddie bem, mas e você?
_ Eu estou bem Dallas.
_ Você estava melhorando nestes últimos dias... Hoje já não tomou café da manhã, você almoçou? – perguntou.
_ Eu estou bem Dallas. – tornei a falar irritada. Sai da cozinha logo depois, claro que isso mostraria a Dallas que no fundo eu não estava tão bem como eu queria passar, mas eu odiava quando me lembravam do quão mal eu poderia estar, eu tenho consciência de que tenho um problema, mas eu estava bem assim.
Fui para mesa sentar-me com Maddie. Ela já quase havia terminado sua lição, não precisou de minha ajuda.
Dallas se juntou a nós. Nossa mãe chegou logo depois.
_ Boa noite meninas. – cumprimentou-nos sem animo.
_ Boa noite mãe. – a cumprimentamos juntas.
_ Demorou mãe. – comentou Maddie.
_ É. – Se via no olhar dela que o cansaço já a estava dominando. _ Está tudo bem com vocês?
_ Está. – respondeu Dallas. _ Depois tenho que falar com você mãe. Em particular.
_ Isso é um indireta para que nós saíamos? – perguntou Maddie.
_ Basicamente. – respondeu Dallas. Rimos.
_ Ok, vamos subir Maddie? – perguntei.
_ Vamos... Boa noite mãe.
_ Boa noite minha pequena.
_ Boa noite mãe. – falei.
_ Boa noite minha filha.
_ Assim que eu terminar a conversa com a mãe eu subo lá. – falou Dallas.
_ Ok, te esperamos. – respondi.  
                               (...)
A noite se repetia. Assim que Dallas subiu uma nova briga recomeçou, agora o motivo era o porre que ele tinha tomado e o dinheiro pego de Dallas. Mais uma noite fizemos nossa “festinha” para afastar, disfarçar o clima ruim. Mais uma noite, a história se repete.

Oi gente, desculpas pelo tempo sem postar, mas agora com o teclado consertado tudo vai voltar ao normal.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssssss.

Diana (DSP): Fico lisonjeada com seu elogio, eu até iria escrever dessa maneira, mas não achei muito legal e comecei a escrever assim, que bom que gosta. Obrigada por comentar.
NINA: haha ele é bem chato mesmo, e ainda vai dar um pouco mais de trabalho nessa historia. Obrigada por comentar.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Pedido de desculpas

Oi leitoras (es), vim aqui para informar que vou demorar para postar novamente. Por acidente derramei água no meu notebook e algumas teclas pararam de funcionar e isso está dificultando eu escrever e até mesmo de concertar o que já foi escrito, pois tenho que ficar usando o teclado virtual, coisa que eu não me agrada, porque demoro muito para conseguir escrever. Com esse feriado só vou poder mandar para o conserto na segunda-feira. Peço-lhes desculpas e tentarei assim que o notebook for consertado postar mais vezes.

sábado, 10 de novembro de 2012

31º CAPITULO “Voltando para antigos hábitos” - Recomeçar


_ Você deveria ser mais educada no telefone...
-Alguém falou logo atrás de mim, eu conhecia muito bem de quem era aquela voz e não queria escuta-la tão cedo novamente, mas era fato que nosso reencontro era inevitável.
_ Papai. – cumprimentou Maddie toda alegre, correndo para ele. Olhei para trás e lá estava ele, com Maddie em seus braços, quem via jurava que Patrick era o melhor pai do mundo. Sorri, não por vê-lo, claro, mas ao ver o sorriso na cara de Maddie, mas logo esse sorriso se desfez, ele estava lá, novamente.

Paul saiu do carro e gentilmente foi cumprimentar Patrick, os meninos educadamente fizeram o mesmo.
_ Não vai me dar um abraço filha? – perguntou, vindo em minha direção e antes mesmo que eu pudesse responder já foi me dando um abraço forçado. _ Senti sua falta minha menina. – falou. Eu sabia que era mentira.

Paul o deu carona, não era de se surpreender que o, me perdoe pela palavra, o traste do meu pai ficaria em nossa casa, isso sem pedir.
Paul sabia da separação dos meus pais, mas não sabia o porquê, por isso agia normalmente.
_ Fico muito feliz em saber que você as ajudou tanto. – falou Patrick se dirigindo a Paul.
_ Dianna é minha prima querida, não a desemparia jamais. – respondeu Paul. _ Liberarei Dallas mais cedo para que ela possa lhe ver.
_ Dallas está trabalhando? – perguntou surpreso.
_ Está trabalhando em minha empresa. Ela é muito dedicada.
_ Ela nunca teve muito interesse em trabalhar. – falou ele. Mentira.
_ Pois então parece que agora tem. – falou Paul bem humorado.
                               (...)
Ao chegar em casa já ia subir para o meu quarto.
_ Aonde a senhorita pensa que vai? – perguntou Patrick.
_ Vou para meu quarto. – respondi. _ Preciso trocar de roupa. – complementei e logo voltei a subir as escadas. Não fiz questão de me apressar para me arrumar. Depois de trocar de roupa desci.

_ Pensei que tinha morrido, demorou. – falou Patrick assim que cheguei à sala. Não respondi nada. Ele percebeu que eu não ia falar nada e começou a dar atenção a Maddie, que estava sentada no sofá ao seu lado. _ E aí minha pequena, o que você vai querer comer? – perguntou atencioso.
_ Uhm. – pensava.
_ Que tal uma torta? – perguntou.
_ A Demi fez a torta de legumes ontem. – falou ela.
_ Aposto que não ficou tão boa como a minha. – falou.
_ Ficou muito boa. – disse ela.
_ Pois então hoje farei torta, mas não de legumes.
_ Torta de que? – perguntou ela.
_ Surpresa. – falou se levantando logo após e indo em direção da cozinha, Maddie foi com ele. Fiquei na sala sentada, esperando a chagada de Dallas, sem saber se avisava minha mãe ou a deixava ter uma surpresa.

Já havia uma hora desde nossa chegada, só aí Dallas chegou.
_ Demi o que o Paul me disse é verdade? – perguntou assim que entrou, ela estava preocupada.
_ Depende do que ele disse. – respondeu Patrick, saindo da cozinha com a travessa da torta, pronta, na mão. Ela se calou. _ Venha comer. – disse pondo a travessa na mesa, Maddie foi logo se sentando. _ Que foi? Vão ficar só me olhando? – perguntou ao ver que nem Dallas nem eu saímos do lugar. Dallas começou a andar até a mesa, mas antes de dar chegar olhou para mim, incentivando-me a ir também. Levantei-me e fui para a mesa. _ Você vai comer? – perguntou ele se dirigindo a mim.
_ Vou. – respondi. _ Tem problema? – perguntei.
_ Pensei que você ainda estava se cuidando. – respondeu.
É claro que depois desse comentário meu apetite foi embora, me obriguei comer um pouco.
_ Dianna voltou a trabalhar né? – perguntou.
_ Voltou. – respondi.
_ Como treinadora?
_ Sim. – respondi, ele voltou a comer, mas logo depois retomou a falação.
_ Por isso que a casa tá assim... – falou. Não entendi o que ele quis dizer. _ Abandonada. – concluiu.
_ Ela não está abandonada, está muito bem cuidada por sinal. – respondeu Dallas sem hesitar.
_ É... A casa até que tá limpinha, mas aposto que se eu olhar melhor vou encontrar um monte de sujeita, trabalho mal feito... Dianna trabalhando, você trabalhando, só Demetria e Madison dentro de casa... – ele sempre fazia questão de nos chamar pelo nome, raramente trocava por algum outro adjetivo, como pequena, filha, etc., mas jamais pelo apelido. _ Aposto que não fazem nada o dia inteiro, Madison ainda é novinha e Demetria... – falou debochado.
_ Ela cuida muito bem da casa. – defendeu-me Dallas. Ele olhou-me com cara de quem não acreditava. Eu realmente não era de ficar limpando a casa toda, mas mantinha certo controle para não bagunçar muito, fazendo assim com que a casa não necessitasse de ser constantemente arrumada.
_ Pois ontem ela não foi muito educada comigo no telefone. – comentou.
_ Você ficou ligando toda hora e não falava nada, isso irrita. – falei.
_ A geladeira não está tão abastecida como era quando vocês moravam comigo. – comentou, mudando de assunto. _ Estão passando necessidade por acaso? – perguntou, ele com certeza queria que disséssemos que sim para que ele pudesse jogar na nossa cara que não conseguimos viver sem ele.
_ Não, estamos muito bem economicamente. – respondi.
_ É você que está fazendo as compra da comida Demetria? – perguntou. _ Só aviso, não é porque você não come que tem que faltar comida em casa. – debochou. Como era de costume em sua frente, calei-me.
_ Nenhuma de nós está sentindo falta de comida, quando for necessário faremos compras. – respondeu Dallas.
Terminei o almoço sem nenhuma pressa, não estava com animação para nada. Comi menos do que estava comendo nesses últimos dias, mas comi.

Enquanto Maddie apresentava a casa a Patrick, eu conversava com Dallas.
_ Você acha que devemos ligar pra mamãe e avisa-la? – perguntei.
_ Ela esta concentrada com as lideres de torcida, em pouco tempo vai ter competições, isso vai ser um choque para ela. – lamentou Dallas. _ Vamos esperar ela chegar, vamos deixa-la dar este treinamento tranquila.

Assim fizemos. Maddie curtia o pai, vendo-o com ela realmente parecia ser um homem bom, não parecia ser aquele mesmo que nos fez sofrer. Vinha-me na cabeça a ideia de que talvez ele pudesse ter mudado. Quem sabe ele não se arrependeu? Essa ideia logo se dissipou ao lembrar o comentário na hora do almoço, ele não tinha mudado. Ele sempre foi legal com a Maddie, raramente tinha seus excessos de fúria com ela, e se por acaso tivesse era claro que Dallas e eu logo a defendia.
Confesso que sentia saudades do tempo que eu o via com a mesma pureza de Maddie, eu sentia falta do amor de pai. Apesar de não estar feliz com a presença dele aqui, era inevitável não dar um sorriso, mesmo que fraco, com a felicidade dela.
                               (...)
Já estava se aproximando do horário em que nossa mãe chegava em casa. Maddie estava na mesa fazendo suas tarefas, Dallas e eu estávamos junto a ela, Patrick estava jogado no sofá, assistindo TV, um programa de esportes.
Escutou-se o barulho da chave destrancando a porta, nossa mãe estava chegando, agora seria a hora da verdade.
Dallas e eu levantamos da mesa e nos aproximamos mais da sala, não por curiosidade do que poderia acontecer, mas sim, se possível, evitar que algo de ruim acontecesse.
Ela entrou em casa como sempre, não notou de primeira que havia uma pessoa, não desejável, a mais presente.
_ Boa noite meninas. – cumprimentou-nos.
_ Boa noite mamãe. – cumprimentou de volta Maddie que depois de sua entrada se juntou a nos na sala.
_ O que fazem aí paradas. – perguntou. Ao não respondermos nada ela virou-se atenção para a sala, Patrick estava olhando para nós como se fosse uma cena divertida. Nossa mãe ficou paralisada por alguns minutos. _ O que você está fazendo aqui? – perguntou após passar o primeiro choque.
_ Boa noite minha loira. – cumprimentou Patrick, se levantando e vindo como se fosse abraça-la. Loira era o apelido que ele usava para chamar nossa mãe, ela era a única pessoa que Patrick, normalmente, se dirigia pelo apelido. Nossa mãe deu um passo atrás para se afastar da aproximação dele.
_ Meninas, vão dormir. – ordenou ela seria.
_ Mais nem é sete da noite. – contestou Maddie.
_ Vão dormir! – gritou. Era claro que ela não estava calma.
_ Sobe Madison, depois eu passo lá e te dou um beijo de boa noite. – falou ele.
_ Tá bom. – conformou-se Maddie.
Subimos. Tanto Dallas quanto eu fomos para o quarto de Maddie e nos apertamos para deitarmos na cama dela todas juntas.
_ Eles vão brigar? – perguntou Maddie triste.
_ Eles só vão conversar um pouco. – respondeu Dallas, mentindo, era obvio que eles iriam brigar.
_ Eu não queria que eles brigassem... Iria ser tão legal se eles ficassem juntos que nem era antes. – falou a pequena. Era claro que ela sentia mais do que imaginávamos a separação dos nossos pais.
_ Você lembra o que fazíamos antes de dormir? – perguntou Dallas, tentando anima-la.
_ Lembro! – falou já mais animada.
_ Que tal voltarmos a fazer? – perguntou.
_ Vamos. – respondeu, a tristeza dela já havia se transformado em sorriso novamente.

Nos últimos dias que estávamos morando na nossa antiga cidade todas as noites os nossos pais brigavam e para tentar abafar o barulho dos gritos deles Dallas teve a ideia de pegar um dos quartos, fechar tudo e colocar músicas animadas, não em um volume ensurdecedora, porque se não acabaria sobrando para nós, mas que fosse alto o suficiente para criar uma animação, e assim dançávamos, pulávamos, riamos, tiramos todo aquele baixo-astral que estava na casa por causa da briga, nos esquecíamos de tudo, apenas nos divertíamos juntas até que a primeira, que geralmente era a própria Dallas, cansava.
E assim fizemos, tudo como era antes, o som, pulamos, rimos, cantamos, dançamos, fizemos nossa própria festa, até que, pela primeira vez, Maddie foi a primeira a se cansar.
_ Wow desta vez não fui eu a primeira. – comemorou Dallas. Rimos.
_ Não vale hoje eu fiz varias coisas. – embirrou Maddie.
_ Nós sabemos, amanhã fique mais quietinha que você ganhará. – falei, se por acaso Patrick fosse continuar morando conosco era obvio que haveria mais briga. Pusemos Maddie para dormir. Dallas foi para seu quarto. As brigas costumavam durar por horas, e hoje não seria exceção, mesmo depois da “festinha” ter acabado eles ainda discutiam. Do meu quarto se podia escutar os gritos.
_ Então foi você? – perguntou minha mãe.
_ Não importa quem foi.
_ Você veio para cá para fugir da policia não foi? Foi você matou aquelas pessoas no shopping não é? – perguntava ela. Fiquei assustada com ela falando assim.
_ Você tem provas? Não! – gritava ele, será que meu pai teria sido o culpado? Por mais que ele não tenha sido uma boa pessoa nos últimos tempos eu não queria aceitar que ele era culpado por isso, assassino não!
_ Você é um monstro saía daqui!
_ Você está expulsando seu marido de casa?
_ Ex-marido!
_ O que você irá dizer a Maddie? – perguntou, Maddie era só uma cartada do meu pai para ter garantia de abrigo aqui.
_ Não use a Maddie em seu jogo Patrick, tenha decência.
_ Ela gostou de me ver, vai falar o que para ela? Que expulsou o papai querido dela? Que tipo de mãe você é? – provocava.

Preferi nem escutar o resto da briga, isso ainda iria durar, peguei meu celular para escutar musica, foi graças as essa brigas noturnas que eu fui obrigada a ter esse vicio em escutar musica antes de dormir, pois com o fone não conseguia escutar os gritos, ofensas, nada que me fizesse sentir mal, brigas dos pais afeta muito, pois costumam ser os seres que mais amamos, vê-los discutindo por qualquer coisa machuca.
Eu realmente tinha achado que isso não aconteceria novamente, não tão cedo pelo menos, mas lá estava eu voltando para antigos hábitos.
                CONTINUA...

Capítulo postado, espero que tenham gostado, esse ficou um pouco menor do que o comum, mas prometo tentar compensar com o próximo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar
Bjsss.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

30º CAPITULO “Você deveria ser mais educada no telefone...” - Recomeçar


_ É que... – começou a falar indecisa. _ Hoje eu vi o papai.
Todas nós ficamos paralisadas.
_ Você o que? – perguntou Dallas, na esperança de que ela tivesse escutado errado.
_Eu vi o papai. – tornou a dizer Maddie, desta vez mais segura.
_Onde? – perguntou mãe, seu olhar ainda era de choque.
_ Na escola. – respondeu à pequena.
_ Como ele te achou lá? – perguntei.
_ Não sei, ele disse que uns conhecidos o levaram lá. – respondeu.
_ Você disse a onde estamos morando? – perguntou Dallas.
_ Não. – respondeu.
_ Ele só poderia entrar lá junto com algum aluno ou com os pais de algum aluno. – falei. _ Como ele conseguiu?!
_ Tem alguma coisa errada aí. – disse Dallas.
_ O que ele te disse? O que ele queria? – perguntava nossa mãe.
_ Ele disse que estava com saudades e que logo iria nos ver... Não deu para conversar muito, pois já tinha dado o sinal de ir embora. – falou. Por isso ela tinha demorado um pouco mais para sair.
_ Porque você não falou isso antes? Quando eu te perguntei o porquê de você ter demorado a sair? – perguntei.
_ Porque ele disse que queria fazer surpresa e não era para contar que eu tinha visto ele ainda. – falou triste. Fez-se um silencio. Ainda assimilávamos o que ela disse. _ Eu achei legal... Eu sentia falta dele. – disse.
                                               (...)
Já era noite, Maddie foi a primeira a ir dormir. Dallas, mãe e eu ainda continuávamos na sala.
_ Porque será que ele veio para cá? – perguntou Dallas.
_ Eu não sei. – falou minha mãe, logo depois respirou fundo. _ Quando conversei com Dona Lucia ela disse que muitos suspeitavam que o ataque no shopping tivesse sido causado por ele.  – falou com pesar.
_ Olha, eu sei que o papai não presta, mas ele não mataria alguém, eu não acredito que tenha sido ele. – falou Dallas.
_ Eu concordo. – falei. _ Ele não é uma boa pessoa, mas não mataria ninguém.
_ Eu não me casei com um assassino, eu sei disso, mas depois de tudo que ele fez, não duvido que ele possa ter feito algo... – disse minha mãe. _ Quem me garante que ele não veio para cá fugindo da policia de lá? – finalizou, ela tinha razão, nenhuma de nós queria acreditar que o homem que um dia já amamos poderia ter se tornado um monstro, mas os fatos batiam, foi a tragédia acontecer que ele veio para cá, seria coincidência?
_ O que me preocupa é que ele foi se encontrar com Maddie, o que ele estava querendo com isso? O que ele queria? – perguntava Dallas
_ Ele sabe que a Maddie ficaria feliz ao vê-lo, ele sabe que ela é o único meio de chegar a nós sem ser rechaçado. – respondeu minha mãe.
_ Se ele conseguiu entrar lá uma vez, ele pode conseguir novamente, não vai ter como impedi-lo. – falei.
_ Se lá só pode entrar pais e alunos como ele conseguiu entrar lá? Não deixei especificada a entrada dele lá.
_ Ele pode entrar com algum pai ou com algum aluno? – perguntou Dallas.
_ Pode. – respondi.
_ Mas os únicos que conhecem Patrick, além de nós, é o Paul e a Denise, se eles o levassem lá nos contaria com toda certeza. – falou minha mãe.
_ Você acha que ele pode ter algo haver com a invasão da casa? – perguntei.
_ Se ele invadisse ele iria ficar não faz sentido. – respondeu minha mãe. _ Conheço o pai de vocês. A invasão foi outro caso.  – Criou-se um silencio, todas pensávamos em como ele poderia ter nos achado.
_ Você falou com o Joe sobre nosso pai? Ele pode ter o chamado para tentar fazer você assinar o contrato. – opinou Dallas.
_ Não, eu não falei nada relacionado a nosso pai com ele. – respondi.
_ Você acha que ele pode ter descoberto por si só? – perguntou minha mãe.
_ Não. Ele não faria isso. – respondi.
_ Você acha ou tem certeza? – perguntou Dallas.
_ Certeza, o Joe se conformou. Ele não tem nada a ver com o aparecimento do nosso pai! – falei.
_ Tudo bem... Não temos ideia do que e de quem o trouxe a nós, mas podemos ter uma certeza, ele vai nos procurar. – falou minha mãe.
                                               (...)
Fui para o quarto, ainda pensativa, me intrigava a vinda de meu pai para cá, tinha certeza que Joe não estava envolvido nisso, mas também tenho certeza que para nos achar ele necessitou de ajuda. A única, da antiga cidade, que sabia onde estávamos era Dona Lucia, mas ela mais que ninguém sabe da nossa luta e foi ela quem nos ajudou a sair daquela cidade, não faria sentido dela querer nos prejudicar. “Prejudicar” pensei. A única pessoa que queria me prejudicar era Travis, mas como ele tinha conseguido descobrir sobre meu pai? Tornei-me aprofundar meu pensamento, não sei como, mas Travis tinha ligação entre a vinda de meu pai, esta era a minha única certeza diante de todos esses fatos.
                                               (...)
Demorei a dormir, mas acordei apressada, queria chegar logo a escola, queria tirar esclarecimentos com Travis.

_ O que está acontecendo com você? Está com formiga na cama? – perguntou minha mãe, ao ver que novamente fui a primeira a levantar-me.
_ Do jeito que você fala parece até que eu sou difícil de acordar.
_ Costumava ser. – falou.
_ É o amor, amor dá insônia. – falou Dallas se aproximando de nós. _Bom dia mãe, bom dia maninha.
_ Bom dia – respondemos juntas.
Maddie desceu logo depois.
_ Então Maddie... – começou a dizer Dallas. _ O papai disse se vai passar na escola hoje novamente? – perguntou.
_ Não. – respondeu.
_ Não disse ou você não quer falar? – perguntei.
_ Ele não disse. – respondeu.
                                               (...)
Entrei na sala de aula e logo vi Travis, ele estava encostado na mesa. Dirigi-me até ele e antes mesmo de cumprimenta-lo fui falando.
_ Como você descobriu sobre ele?
_ Bom dia para você também Demi, como vai?
_ Estaria melhor se você apena respondesse a minha pergunta.
_ Toma cuidado do jeito que você fala comigo. – alertou irritado. _ Descobriu sobre quem? – perguntou logo depois mais calmo.
_ Você sabe muito bem sobre quem eu estou falando. – respondi, tentando ser um pouco mais educada, mas não teve muito efeito. Ele deu uma risadinha que não entendi no primeiro momento.
_ Seu querido papai. – falou. Agora era certo, ele realmente tinha ligação com o surgimento do meu pai.
_ Como você descobriu sobre ele? – tornei a perguntar.
_ Você deveria estar feliz, vai ter seu papaizinho de volta. – falou irônico desviando o assunto, durante toda essa conversação ele mantinha um sorriso, que me irritava, no rosto, ele estava contente ao perceber que tinha me atingido.
_ Você pretende responder minha pergunta algum dia?
_ Bom... Há muitas maneiras de descobrir. – limitou-se em dizer. Parei um pouco e pensei em sua resposta. Para ele descobrir algo do meu passado ele teria que ou ser da família ou investigar em minhas coisas, ou nas coisas que estão na minha casa, logo me lembrei do dia da invasão.
_ Foi você que invadiu a minha casa. – acusei-o com o tom de voz alterado, foi alto o suficiente para que todos da sala escutassem.
_ Você tem provas? – perguntou.
_ Só assim para você conseguir informações minhas. – falei, ele se silenciou por um tempo.
_ Digamos que sua casa não era muito protegida, foi fácil. – confessou por fim.
_ Para que ir tão longe? Para que envolver toda minha família nisso? – perguntei injuriada
_ Eu vi uma oportunidade de fazer algo mais avançado – falou convencido. _ Eu não iria te bater, porque apesar de para você eu ser um monstro, eu não bato em mulheres, bater no Joe iria te atingir, mas eu já fiz isso, não quero ser repetitivo, separar vocês dois não era meu objetivo, pelo menos não agora, fazer algo contra sua mãe ou irmãs... Elas também são mulheres e não ia dar muito certo. – dizia sem ter nenhuma vergonha. _ Eu tinha que saber o poderia realmente te afetar, descobri de onde você veio, descobri antigos conhecidos... – falou e parou para reparar-me, eu estava paralisada. _ Quando eu percebi que não achava coisas do seu pai eu fiquei intrigado, porque será que ele não vive com elas? Porque não tem nada referente a ele aqui? – Ele confessava tudo satisfeito e orgulhoso pela vingança. _ Quando eu descobri que as três saíram daquele fim de mundo, de onde você veio, fugindo do papai de vocês, foi fantástico, o troco perfeito!
_ Você não devia ter feito isso. – falei segurando o choro.
_ Por quê? – falou grossamente se desencostando da mesa e levantando-se, como se quisesse mostrar superior. _ Vai fazer alguma coisa? Eu posso piorar sua situação se você quiser... – falou, calei-me. Ele voltou a se acalmar e tornou a se encostar-se à mesa. _ Sabe Demi... Eu descobri muitas coisas sobre você. – falou. _ ladrazinha.
                               (...)
Eu fiquei o resto da aula com o pior astral que eu poderia ter, meu pai estava de volta, e Travis sabia todo o meu passado, e ao invés de deixar tudo quieto, ele estava disposto a usar o seu conhecimento sobre o meu passado contra mim.

No intervalo Joe percebeu que eu não estava bem.
_ Demi, você tá tão baixo-astral, o que foi que aconteceu? – perguntou me abraçando forte.
_ Nada. – respondei. Eu e minha mania de não contar nada a Joe, eu me sentia mal por isso, pois sei que ele só quer o meu bem e que ao me abrir com ele eu poderia me sentir melhor, mas eu não estava preparando ainda para me abrir, eu precisava de mais tempo para falar tudo o que eu tinha para dizer.
_ Demi, eu sei que tem alguma coisa acontecendo... Foi o Travis? – perguntou.
_ Eu só estou um pouco desanimada, acho que estou cansada, só isso. – menti. _ Amanhã eu já vou estar melhor. – menti novamente, mas dei sorriso para disfarçar a tristeza.
                                               (...)
Na sala era impossível ficar bem, Travis fazia questão de me olhar com olhar de vitória, ele realmente tinha ganhado. Nunca quis que a aula terminasse tão rápido como eu queria que acontecesse hoje, mas é como dizem, tudo que é bom, dura pouco, se hoje não tinha nada bom, os minutos pareciam se tornar cada vez mais longos para mim.

Quando o sinal tocou me senti como se tivessem acabado de assinar a Lei Áurea e eu era uma das escravas que estavam libertando, parece dramático, pode até ser, mas eu realmente não estava mais aguentando ficar na presença de Travis, eu teria que mudar de sala ou escola, com ele sabendo tudo sobre mim e me importunando por isso, eu não conseguiria me manter bem ao seu lado.
Na saída Paul já estava lá, todos estavam entrando no carro. Maddie estava perto do carro, mas não havia entrado.
_ Maddie, não vai entrar? – perguntei ao me aproximar, ela não me respondeu de primeira.
_ Você deveria ser mais educada no telefone...
                CONTINUA...

Mais um capítulo, espero que tenham gostado. Queria informar que a partir desse capítulo a fic começa a entrar na sua reta final, ainda terão mais capítulos, mas já aviso que não serão muitos. Pretendo continuar com o blog e até tenho ideias para POSSIVEIS futuras fic, depois lhes darei mais informações.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

29º CAPITULO “Hoje eu vi o papai” - Recomeçar


_ Parece que invadiram nossa casa...
_ Como assim invadiram a casa? – perguntou Denise assustada
_ Tentaram fazer algo contra você? – perguntou Joe.
_ Você viu quem foi? – perguntou Paul
_ Levaram muita coisa? – perguntou Kevin.
_ Ei gente calma! – falou Nick. _ Deixem-na falar, deve estar assustada ainda, não a apavorem mais.
_ Desculpe-nos Demi, não a queremos apavorar. – falou Denise, se aproximando e me direcionando para sentar-me no sofá.
_ Vou ligar para policia – anunciou Paul, já discando o numero no telefone.
Todos, excerto Paul, que chamava policia, sentaram-se ao meu lado, junto a Maddie, vi em seus olhares que queriam as respostas para suas perguntas.
_ Eu cheguei hoje em casa e a porta estava aberta, quando entrei vi muitos papeis espalhados, muitas coisas fora do lugar, reviradas...
_ Você viu quem foi? Viu alguém? – tornou a perguntar Paul, me interrompendo, após desligar o telefone, já havia acionado a policia.
_ Não, eu apenas escutei um barulho na andar de cima, mas não me atrevi a procurar.
_ Fez bem. – falou Paul.
_ Levaram muita coisa? – reperguntou Kevin.
_ Não dei falta de nada. – falei.
_ Deve ter sido um susto muito grande, com certeza não conseguiu parar para observar direito, por isso não deu falta. – falou Denise.
_ Já ligou para Dianna? – perguntou Paul
_ Sim, ela disse que virá para cá. – respondi.
_ Eu irei para frente de sua casa, pois a policia irá para lá, assim que Dianna chegar, a leve para lá, tudo bem?
_ Eu vou contigo pai. – falou Kevin.
_ Eu também – disse Nick.
_ Eu vou ficar com a Demi, desculpa. – falou Joe.
_ Não há problema – falou Paul.
_ Por favor, tomem cuidado, o invasor pode ainda estar lá e pode querer fazer algo de mal a vocês. – alertou Denise preocupada, abraçando cada um.
_ Fique tranquilo, a policia já esta a caminho. – a tranquilizou Paul. Logo depois saíram.

_ Você quer uma agua com açúcar? – perguntou Denise.
_ Não eu estou bem. – respondi. A maior parte do nervosismo já tinha ido embora, não por completo, mas, tanto eu, quanto Maddie estávamos seguras na casa de Paul. Joe se sentou mais perto de mim e me abraçou de lado.
_ Que susto minha linda, não quero nem imaginar se tivesse acontecido algo de grave com você. – falou me dando um beijo na testa logo depois.
_ Esta tudo bem, não aconteceu nada. – tranquilizei-o
_ Maddie você quer brincar lá em cima com Frankie? – perguntou Denise, se dirigindo a Maddie.
_ Sim. – respondeu animada.
_ Ele está lá no quarto dele, pode ir. – falou Denise. Maddie foi saltitante, ela realmente gostava de ficar com Frankie.
Criou-se na sala por alguns minutos um silencio agradável, pois eu estava nos braços de Joe, e assim pude escutar seu coração bater com mais facilidade, era incrível como eu gosto até de seus batimentos cardíacos.
O silencio só chegou ao fim com o barulho da campainha tocando. Era minha mãe. Ela chegou preocupada e assustada, o que era de se esperar. Joe e eu a levamos para casa, onde a policia já estava, junto a Kevin, Nick e Paul, Denise ficou em sua casa para cuidar de Frankie e Maddie.
Quando chegamos a policia fazia uma vistoria na casa, a procura de alguém ou alguma pista que mostrasse quem foi e onde a pessoa estava. Interrogaram-me, faziam perguntas atrás de perguntas, das quais grande parte eu não tinha respostas, eu dizia e repetia o que eu sabia, eu não tinha nada de muito detalhado, nada que realmente pudesse ajudar na investigação. Ainda bem que Maddie estava na casa de Paul, porque se não acabaria sobrando para ela também, e ela sabia tão pouco quanto eu.

O dia foi longo, depois que a policia foi embora, ainda tivemos que reorganizar a casa. Fomos dormir tarde da noite.
                                               (...)
Uma semana já havia se passado desde aquele dia, não fizemos nenhuma denuncia, pois no final das contas não tinham roubado nada, mas a proteção para casa foi reforçada, Paul fez questão de pagar um circuito de câmeras.

Joe já havia conversado com Eddie sobre a minha desistência em assinar contrato, Eddie ainda insistiu, tentou conversar com minha mãe, mas acabou percebendo não adiantava. Era uma oportunidade única que eu estava perdendo, mas a essa altura eu já estava conformada.

Meu namoro com Joe estava muito mais forte, ainda mais agora que tínhamos apoio de todos. Ele realmente estava me fazendo muito bem, com Joe eu estava ganhando uma confiança que a muito tempo eu não sabia que existia, meu humor e meus hábitos estavam melhorando, eu não estava curada ou em perfeitas condições, eu ainda não me sentia bem comigo mesmo e por varias vezes ainda me pegava a observar no espelho e me perguntar o que o Joe havia visto em mim que o fizera se apaixonar, não havia nada de atraente em mim e isso era um fato, mas essas observações estavam cada vezes mais incomuns, eu ainda não comia todos os dias mas estava aumentando minhas refeições gradativamente. Minha mãe observava essa minha melhora e não escondia o quão feliz estava.

Essa semana tinha sido uma ótima semana na escola, pois Travis, Taylor, Drew e Ashley levaram suspenção de uma semana, por, de acordo com o diretor, terem achado conteúdo suspeito em seus pertences, não havia duvidas que fosse droga, e todos sabiam que o diretor também tinha esta certeza, mas eles eram filhos de grandes empresários e representantes da comunidade, se fossem expulsos a escola sofreria represaria.
 Mas hoje, segunda, tudo voltaria ao normal, eles voltariam a frequentar as aulas normalmente.

_ Bom dia mãe. – falei descendo as escadas.
_ Bom dia filha. – respondeu prontamente. Ela estava terminando de por a mesa do café da manhã, sentei-me _ Primeira a descer. – comentou.
_ Pois é. As meninas ainda não acordaram? Quer que eu vá as acordar? – perguntei.
_ Da ultima vez que você as acordou quase teve briga, portanto, melhor não, se elas demorarem eu acordo. – falou ela, destacando a palavra “eu”.
_ Ah mãe deixa. – insisti.
_ Você vai querer arranjar confusão com a Dallas, esqueceu-se da promessa de se comportar? – lembrou-me. Fiz cara feia. Ela riu.
_ Bom dia mamãe! – escutaram-se os gritos de Maddie, vindo toda feliz cumprimentar-nos. _ Bom dia Demi!
_ Bom dia minha pequena. – cumprimentou mãe.
_ Bom dia princesa. – cumprimentei-a. Ela sentou-se do meu lado na mesa, e foi logo partindo um pedaço de um bolo que mamãe tinha feito.
_ Onde está Dallas? – perguntou Maddie, colocando um pedaço do bolo na boca logo depois.
_ Aqui! – respondeu Dallas, descendo as escadas. _ Sentindo minha falta pequena? – perguntou ela se aproximando e dando um abraço nela.
_ Claro.
_ Bom dia mãe.
_ Bom dia filha.
_ Bom dia tampinha. – falou me provocando.
_ Viu mãe, é ela. – falei.
_ Dallas. – repreendeu.
_ É um apelido carinhoso.
_ Mas eu não gosto desse apelido. – falou minha mãe em minha defesa.
_ Tudo bem, desculpa-me. – disse Dallas.

Comi um pedaço do bolo, que estava muito bom por sinal, e tomei um copo com achocolatado, isso era prova de que eu estava melhor, jamais faria isso em um estado normal, não há duvida que isso me pese na consciência, e na balança, mais tarde, porem eu comi, e no fim isso é o que importa.

Paul estava feliz hoje, o que não era de se estranhar, primeiro porque feliz ele sempre foi e outra porque a empresa dele fecharia um valioso contrato nessa semana com empresários internacionais, se tudo ocorresse como o previsto por ele, nesse fim de semana ele daria um grande jantar em sua casa para comemorar. Foi-se o caminho inteiro escutando ele contar historia engraçadas, besteiras, coisas de sua adolescência, algumas eu já havia escutado, mas ainda sim me fizeram rir. A animação que ele tinha acabou contagiando a todos que estavam no carro.

Assim que bateu o sinal, fui para sala e sentei-me no lugar de sempre, a sala de aula aos poucos foi se enchendo.
_ Bom dia Demi. – cumprimentou-me, olhei para ver quem era, e era Travis.
_ Bom dia. – cumprimentei receosa. O que ele queria ao me tratar educadamente? Ele riu do meu receio
_ Não mordo não. – falou se sentando na minha frente, no seu lugar por direito, que por durante uma semana estava desocupada e que, para minha não alegria, voltaria ser ocupada por ele.
_ Porque você esta falando comigo? Faz parte da sua vingança? – perguntei.
_ Não, mas se fosse não diria. – respondeu. Criou-se um silencio. _ Você ainda esta com essa ideia da vingança na cabeça? Pensei que já havia esquecido. – perguntou.
_ Não, eu não esqueci, eu sei que você irá cumpri-la... Não sei quando, mas sei que vai. – respondi.
_ Eu vou, mas relaxa, fica estressada não, vai acontecer de qualquer jeito mesmo. – falou debochado.
_Porque você está falando comigo? – tornei a perguntar.
_ Por quê? Não posso? Está em alguma lei que é proibido falar com você?
_ Não, mas há pouco tempo você não falava comigo a não ser para me ameaçar. – respondi.
_ Pois é, mas agora estou falando, e não é para te ameaçar. – falou. _ Só me deu vontade. – silencio. _ De vez em quando eu gosto de ser legal com as pessoas. – disse e se virou para frente. O professor chegou.
Nesse ponto ele tinha razão, quando andava com Travis ele era uma pessoa realmente legal, quando conheci o seu lado ruim fiquei presa a ele e me esqueci do seu lado bom, mas ainda sim, mesmo sabendo que há uma parte boa no Travis e que essa sua repentina gentileza poderia ser real, me intrigava e muito essa mudança de comportamento para comigo. Não tem como relaxar quando estas sobre ameaçada, mesmo que aconteça de qualquer maneira, eu estava alerta.

A aula passava, sem nenhuma nova tentativa de interação por parte do Travis.
Dos que foram suspensos, apenas Travis e Ashley voltaram, Drew e Taylor não compareceram na aula.
                                               (...)
Já era hora da saída, todos já estavam no carro, menos Maddie.
_ A Maddie ainda não veio? – perguntei ao me aproximar carro.
_ Não. – respondeu Paul, estranhando tanto quanto eu.
_ Espere um pouco, eu vou busca-la – anunciei.
_ Tudo bem. – respondeu.
Quando me aproximava da recepção, vi a pequena, com um sorriso gigantesco na cara, vindo toda feliz em direção à saída.
_ Porque demorou Maddie? – perguntei, quando ela se aproximou.
_ Nada não. – respondeu ela. Eu sabia que tinha acontecido algo, ela não é de enrolar para sair da sala e apesar de ter um humor constantemente agitado e alegre, não era esse exagero todo, mas deixei, se ela estava feliz é sinal que não deveria ser nada de mau.

Paul como sempre nos deixou em casa, e desde aquele dia da invasão, esperava que nos entrássemos e que lhe desse sinal positivo para partir. Eu confesso que achava exagero de sua parte, afinal de contas nada de mal aconteceu com ninguém, nem em termos físicos nem em termos materiais, mas sei que só assim para ele se acalmar, ele se importa muito com o nosso bem estar.

Entrei na casa e tirei o uniforme. Como hoje estava fazendo muito calor, coloquei um vestido de alcinha que há tempos não usava. Nunca gostei muito de usar roupas sem manga porque não gostava de mostrar o braço gordo que eu tinha, mas hoje foi questão de necessidade.

_ E então Maddie o que você vai querer para comer? – perguntei, assim que desci. Ela já estava a andar pela cozinha.
_ Sabe hoje me deu muita vontade de comer aquela torta de legumes que o pai fazia. – respondeu. O que deu nela hoje? Ela não era de comer legumes, comia apenas quando era nessa torta, mas nunca foi o seu prato preferido.
_ Tem certeza? – perguntei.
_ Aham. – falou, fazendo sinal positivo também com a cabeça.
_ Você nunca gostou de legumes e esse nunca foi seu prato predileto.
_ Eu sei... Mas me deu vontade hoje. – falou. _ Tem problema? – perguntou.
_ Não. Já que está com vontade, farei. – respondi.
No fundo a agradeci por pedir essa torta, pois não é uma receita difícil de ser feita e nem gordurosa, em no máximo de 30 minutos a refeição já estaria pronta.
Enquanto fazia a torta, Maddie me observava e conversávamos. Ela fazia varias perguntas, de fatos desde o seu nascimento, ela estava curiosa para saber mais sobre si mesmo. Eu não reclamava, pois por varias vezes me peguei irritando Dallas com perguntas sobre minha infância da qual eu não me lembrava por ser muito pequena, agora era a vez de Maddie perguntar. Respondia na medida do possível.

Modéstia parte, desta vez eu tinha me superado, a torta de legumes tinha ficado realmente boa. Tanto Maddie quanto eu comemos. Assim que terminamos a refeição, lavei os pratos e guarde o pouco que sobrou para que minha mãe e Dallas comecem na hora que chegassem. Depois junto a Maddie fui fazer as lições de casa, eu havia enrolado para fazê-las e agora tinha um monte de trabalhos e deveres para apresentar para os próximos dias. O telefone tocou, atendi:
_ Alo? – perguntei, não obtive nenhuma resposta, apenas escutava a respiração da pessoa que estava do outro lado da linha. _ Alo?... Não estou escutando nada. – falei. – continuei sem respostas. _ Alo? – perguntei agora irritada. A pessoa desligou na minha cara.
_ Mas que saco! – deixei escapar. _ Desculpa-me Maddie. – pedi pela minha falta de educação na sua presença.
_ Tudo bem. – respondeu. _ Era quem? – perguntou.
_ Não sei, não falou nada. – respondi. Voltamos a fazer os nossos deveres.
Durante o dia essas ligações se repetiram por umas quatro vezes, e só parou porque eu, já irritada, comecei a xingar a pessoa pelo telefone, pois aquelas constantes chamadas já estavam a deixar-me brava, fora que dava um pouco de medo, poderia até ser brincadeira de um desocupado da vida, mas, apesar de ainda ser dia, me remetia a lembranças de filmes de terror em que a vitima recebe telefonemas misteriosos.

Mais tarde mãe e Dallas chegaram. Hoje o treinamento das lideres de torcida tinha sido exaustivo, pois em pouco tempo começariam o campeonato escolares, por isso minha mãe chegou mais cansada do que o normal, foi da porta direto se jogar no sofá, não se deu ao trabalho nem de trocar a roupa para colocar algo mais confortável. Maddie se sentou ao seu lado e eu sentei no outro sofá.

_ O que você fez para o almoço? – perguntou a esfomeada da Dallas.
_ Torta de legumes... Pedido de Maddie. – respondi.
_ Pedido da Maddie? – perguntou minha mãe prontamente, se ela não tivesse perguntado Dallas teria feito a mesmo pergunta.
_ Dela mesmo. – respondi.
_ O que deu em você em minha pequena? – perguntou minha mãe a abraçando de lado.
_ Nada... É que me deu saudades de comer a torta de legumes, ainda mais que... – calou-se
_ Ainda mais que...? – perguntou minha mãe a espera da continuação da frase.
_ Nada. – falou. Estava na cara que era mentira, tinha alguma coisa.
_ Maddie. – repreendeu minha mãe.
_ É que... – começou a falar indecisa. _ Hoje eu vi o papai.

                CONTINUA...

Capítulo postado, muitas coisas aconteceram nos próximos capítulos, as situações dos próximos capítulos irão esclarecer muitas coisas da historia. Estou conseguindo escrever um pouco mais então acho que conseguirei postar mais frequentemente como havia prometido. Espero que estejam gostando. Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssss J

Yasmine Maciel: haha, pois é deixei um final com um suspense J. Que bom que gostou, bjs.
NINA: Fico feliz que tenha gostado. Sei muito bem como é isso, leio muitas fic e acabo sempre atrasando em algum e custo para comentar, mas que bom que voltou a poder ler a fic. Bjs.