domingo, 26 de outubro de 2014

17. Correspondendo – The Big Apple


Quando Donna abriu a porta para Joe, percebi que ele parecia bem estressado, mas sem duvidas, não mais que eu. Ele a cumprimentou sem muita paciência e assim que me viu, veio rapidamente a minha direção, a poucos centímetros de mim, dei um passo atrás pra que eu pudesse vê-lo direito, já que nossa proximidade não me dava chance de ver muito mais que seus ombros.
_ Onde está minha irmã? – perguntou, sem muita gentileza.
_ Bom dia. – tentei enrola-lo, com o pretexto de não só arrumar uma mentira para dizê-lo, mas também de fazer a mentira parecer boa o suficiente para que ele possa crer. Vi que ele cerrou o maxilar, nada satisfeito com minha ideia.
_ O que é isso em? – perguntou, mas não me deu tempo para responder. _ É uma brincadeira? Um tipo de vingança? Qual é a outra parte do plano?
_ Não sei do que você está falando. – respondi. Pelo jeito ele tinha entrado no joguinho de vamos evitar o assunto principal: minha irmã.
_ A não? – disse, alcançando altos níveis de sarcasmo. _ Você olhou seu celular? Você leu minhas mensagens? Você viu quantas ligações eu fiz a você? – agora o sarcasmo tinha retornado a raiva.
_ Os últimos dias têm sido agitados ok? Eu não estou com muito tempo para você hoje, tem como você ir embora e voltar o outro dia, por favor? – fingi irritabilidade, sendo que por dentro eu estava mesmo era assustada com a possibilidade de ele querer sair buscando Selena pelo apartamento, apesar de que ele não iria desconfiar, iria? Pedi a Nick que ficasse com ela no quarto de visitas, Nicholas a manteria longe de se meter em mais confusão, se ela inventasse de vir aqui seria uma péssima ideia. Não sei se eles se dariam muito bem, nem se Nicholas teria muita paciência, dado que da última vez eles se bateram de frente em algumas questões, mas agora era tudo ou nada, não só por ela, que não quer voltar pra casa agora, mas também para mim, que precisarei de Joseph depois que ela volte e se ele pensar que fui cumplice dela, minhas chances de ele voltar a ser meu detetive é bem baixa.
_ Você que ache que eu vou sair daqui sem uma resposta Demetria. – exasperou-se aumentando o volume de sua voz. Será que ele desconfia que Selena está aqui? Afinal de contas ele é um detetive, talvez ele tenha descoberto tudo. Talvez seja tudo um plano para ver o quão fiel eu posso ser.
_ Isso é uma armação não é? – perguntei, era um pergunta ariscada, pois se tudo aquilo não fosse um plano entre os dois irmãos, eu poderia acabar entregando Selena sem querer.
_ Isso é o que eu lhe pergunto.
_ Você que é o detetive, não jogue a responsabilidade de saber onde a sua irmã está.
_ Então porque aquela mensagem? Qual é a boa notícia? – pude sentir um desespero em sua voz que me fez perceber que ele realmente não sabia onde estava Selena, ele só queria uma resposta, uma resposta que eu não poderia dar, por mais que eu quisesse, eu havia feito um trato com Selena, e trai-la não seria justo.
_ Eu me precipitei tá? Eu pensei que tinha encontrado ela, mas no final das contas não era.
_ Que? – o desespero ficou mais agoniante, eu odiava fazer isso.
_ É. Me desculpe, eu fiquei tão empolgada achando que eu a tinha encontrado, que eu mandei a mensagem, mas aí depois eu fui falar com a pessoa, e não era ela, eu fiquei tão mal por ter me enganado e ter te dado falsas esperanças, que não quis te responder mais. – Joe olhou para o lado, como se tentasse assimilar minha historia.
_ Eu entendo que você ficou mal por me dar falsa esperanças, mas você realmente achou que seria melhor desaparecer? Deixar-me sem resposta?
_ Olha, eu já te pedi desculpa tá?
_ Eu sei, eu só não te entendo.
_ Isso quer dizer o que? Você me odeia agora. – agora minha irritabilidade não era tão falsa assim, só também não era tão grande como eu demonstrava. Tudo bem, eu errei, tanto na historia real, quanto na farsa que disse a ele, mas pô, eu pedi desculpa, não custa nada ser um pouco mais gentil e falar, ok, tchau, era só isso, você está perdoada, Demi.
_ Não, eu não conseguiria te odiar. – disse. E sim, ele derreteu meu coração. Joe suspirou e se sentou (lê-se se jogou) no canto do sofá, que estava bem ao seu lado. Dei a volta e sentei-me ao seu lado. _ Isso tudo só está me deixando muito estressado. Desculpa, eu não deveria ter agido dessa maneira.
_ Não tem problema. Eu também não estou lá tão bem, as coisas estão melhorando, mas ainda me sinto meio que perdida.
_ Para você está bem mais difícil, eu que sou egoísta demais achando que só eu tenho problemas. – deu um sorrido sofrido.
_ Nos dois estamos sofrendo Joe, o seu sofrimento não é menos valido só porque o meu é maior, você está sentindo algo, e isso é o que importa.
_ Posso? – perguntou, tocando em minha mãe. Apenas fiz que sim com a cabeça. Ele segurou minha mão e ficamos calados por um tempo, olhando para nossas mãos entrelaçadas. _ Sabe, eu quase encontrei ela, até agora eu não sei o que deu errado. – suspirou novamente, claramente frustrado. _ Em um momento ela estava em minhas mãos e de repente nada, tenho que recomeçar do zero.
_ E como está indo?
_ Sei que ela tirou fotos para uma revista em particular. – meu coração acelerou, agora ele me descobriria. _ Tentei entrar em contrato com a revista e eles me confirmaram, mas se recusaram a passar mais informações sem algum mandato ou autorização da própria Selena. Sei que a revista publicará as fotos dela na primavera.
_ Mais algo? – perguntei ao ver que ele parou.
_ Ela ficou um dia em um hotel aqui perto, mas ela saiu no mesmo dia e agora não tenho muitas novidades, um policial disse ter visto alguém parecido com Jacob, o namorado dela, perto de Brooklyn, mas ele não estava informado sobre ele ser um suspeito de um sequestro, então o deixou escapar. Pretendo ir amanhã pelo comercio, perto de onde o policial informou ver se acho algo. – ele estava chegando muito perto, na verdade ele estava perto demais de acha-la, e nem mesmo sabia disso.
_ Você vai acha-la, disso eu não tenho duvida.
_ Você deve estar torcendo bastante para isso não é? Afinal de contas, voltarei a cuidar da investigação de seu pai.
_ É. Mas não é só por mim, é pelos seus pais, por você e por ela, da pra ver o quão mal você está e... Mal posso imaginar o estado dos seus pais.
_ Ah. – a tristeza em seu olhar se aprofundou e ele apertou mais minha mão. _ Vê-los do jeito que estão é insuportável. Na verdade sair de casa, procurar por Selena é um alivio, voltar para casa sem Selena e ver a tristeza e desapontamento no olhar dele é como facadas.
_ Eles não te culpam por isso, você sabe disso não sabe?
_ Mas eles esperam que eu a encontre, afinal de contas eu fui treinado para isso, eu nunca fiz esse tipo de busca, mas eu estudei para que se fosse preciso, eu o fizesse.
_ E mais ninguém melhor do que você para saber que isso não é feito de um dia para outro, é uma busca por um estado inteiro, mais do que isso até. Não vai ser num piscar de olhos, e eles sabem disso.
_ Mas ainda sim, eu sempre tratei tudo com certa frieza, porque o resultado não interferia na minha vida, só na vida dos meus clientes, mas agora não, agora é com minha irmã, me afeta diretamente. Não dá para ser frio, ou pensar de maneira fria, eu não estaria aqui se estivesse agindo como eu agiria para um cliente.
_ Eu deveria achar isso bom ou ruim? – perguntei, era impressão minha ou ele acabara de confessar que estava pouco se lixando para a investigação do meu pai?
_ Você levou para o lado pessoal não levou? – perguntou, soltando minha mão e sorrindo de canto.
_ Sinceramente? Sim.
_ Pois fique sabendo, que ao ser frio é que eu faço meu trabalho corretamente, eu não conseguiria fazer nada se me ligasse aos sentimentos, isso me impediria de achar culpados. O meu erro talvez seja achar que estou bem o suficiente para procurar minha irmã, quando claramente não tenho cabeça para tal.
_ Você esta fazendo o melhor que pode. – falei e ele sorriu.
_ Bom, acho que já ocupei bastante do seu tempo hoje, não é? – perguntou e fez menção de levantar, mas não levantou.
_ Se você acha que está atrapalhando, sinto te dizer, você não está. – falei. Tudo bem que não era 100% verdade, enquanto ele e Selena estivessem no mesmo espaço, sendo que não deveriam estar, a sua presença seria um incomodo. Esperei que ele sorrisse, mas ele ficou com o olhar fixo na escada, bem ao lado direito, Nicholas estava no topo, parecia meio nervoso, mas claro que deveria estar. ONDE ESTÁ SELENA? Percebi que Joe o cumprimentou com o olhar e retornou o olhar para mim, o que foi ótimo, pois logo atrás de Nick, Selena surgiu com o olhar arregalado. Talvez não tão arregalado quanto o meu agora.
_ Tá tudo bem? – perguntou Joe, que começou a seguir o meu olhar de volta para a escada.

Os próximos acontecimentos, na realidade, não demoraram mais de 15 segundos, mas para mim, que estava presente na cena e em plena adrenalina, tudo pareceu passar em câmera lenta.

Demorou um pouco para que Nicholas tentasse reagir, mas Selena parecia tão paralisada quanto eu. Enquanto isso a cabeça de Joe cada vez mais se virava a direita, eu sem saber o que fazer, pensava a mil por hora, o que poderia impedi-lo de virar-se completamente?
Não me pergunte o por quê.
Provavelmente eu teria melhores opções.
Talvez alguns segundos a mais poderiam ter-me feito pensar em algo melhor.
Mas lá estava eu, jogando-me ao colo de Joe, agarrando sua face e tacando-lhe um beijo na boca.
Dado o primeiro susto, em que pude perceber o espanto em seu olhar, vi-o fechar o olho e segurar minha cintura. Sim, isso está acontecendo. Eu estou beijando um homem, que não é meu noivo. Eu estou beijando Joe. E o mais assustador: Ele está me correspondendo.



Continua


E então? O que acharam desse capítulo? Será que esse beijo mudará as coisas para Demi e Joe? Mudará para pior ou para melhor? Façam suas apostas e veremos o que dará no próximo domingo ;)



Faanyh: Ei, quanto tempo em? Que bom que você está gostando, espero que tenha gostado deste capítulo. Bjsss

Carine: Não tem problemas não, eu também fiquei um bom tempo sem postar, mas agora eu voltei mesmo e todo domingo estarei aqui J Espero que você tenha gostado. Bjsss 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

16. Longe de acabar. – The Big Apple




Pouco a pouco minha vida parecia voltar ao normal. Após uma longa conversa com Logan, nos resolvemos, que no final das contas o nosso amor era maior que todos os problemas que estamos enfrentando.  E hoje o dia seria mais que especial. Lara e meus irmãos voltariam para casa, bem a tempo de passarmos o Ano Novo todos juntos.

_ Senhorita Demetria. – disse Donna, uma das empregadas, que veio especialmente para arrumar o apartamento para a “festa” de fim de ano – que não iria ser exatamente uma festa, apenas amigos reunidos, comendo, bebendo e vendo os fogos de artifícios. – ela é uma das que trabalha por aqui há mais tempo, e mesmo vindo apenas uma vez na semana, se tornou quase que um membro da família. A morte do meu pai afetou-a tanto quando a mim ou a meus irmãos, voltar havia sido uma difícil decisão para ela, e só hoje, já a encontrei choramingando pelos cantos no mínimo umas duas vezes. _ Há visita para você na sala.
_ Visita?
_ É.
_ E quem é?
_ Não conheço. Disse que é uma das suas amigas da faculdade, mas não me lembro de tê-la visto por aqui antes.
_ Tudo bem, diga-lhe que já vou.
_ Tudo bem. – e saiu. Lancei meu ultimo olhar à janela, percebendo que hoje, ao contrario de ontem, não haveria trégua de neve, meu coração apertou só de pensar que nesse exato momento, Lara e meus irmãos estão de carro, vindo da casa da praia, e, apesar de nesses últimos dois dias, as coisas terem melhorado um pouco, a minha sorte não está colaborando muito comigo, arriscar não é bom quando tudo parece dar errado.
Dirigi-me a sala sem saber quem era. Talvez fosse Camilla, Donna a conhecia, mas já havia tempo desde a última vez que Camilla veio quando ela estava aqui, provavelmente se esqueceu, principalmente depois de Camilla cortou o cabelo e transformou seu guarda-roupa, se livrando de roupas infantis e colocando roupas que mostravam o seu lado mulher elegante e linda – só quero destacar que fui uma grande aliada nessa mudança de visual, tendo o árduo (na verdade eu adorei) trabalho que sair com ela por várias lojas a busca de roupas que ela gostasse e que lhe desse esse novo ar de maturidade.
Bom, pra falar a verdade eu poderia esperar qualquer pessoa, até mesmo minha avó materna – que me odeia, e que provavelmente deve estar rindo atoa com a morte do meu pai – menos quem era de verdade.

_ Selena? – perguntei assustada. Ela estava bem estranha, toda coberta, mesmo no frio de agora o excesso de roupas parecia exagerado, parecia que queria se esconder de um frio monumental, se bem que, ela está se escondendo, não é do frio, mas ela está se escondendo.
_ Olá, Demetria. – cumprimentou-me timidamente. Fiquei sem saber o que dizer. Ser grossa não seria adequado, mesmo levando em conta nossa discussão no nosso último encontro. Ser gentil seria o melhor, mas seria muita falsidade.
_ Eu não contei nada a seu irmão. Juro. – falei. Talvez ela tenha me procurado para mais briga, coisa que não estava nem um pouco interessada hoje, hoje era para ser um dia feliz, notícias tristes e discussões não faziam parte do roteiro.
_ Eu sei. – falou ela instantaneamente. _ No final das contas não foi necessário, ele me achou de qualquer jeito.
_ Então é isso? Ele te achou.
_ É. Ele achou onde eu estava morando, mas me avisaram antes que eu pudesse chegar. Então ele não me achou, ele me achou.
_ Então... – Eu realmente não fazia ideia do que ela estava fazendo aqui.
_ Tive que deixar tudo para trás, não tenho mais nada...
_ Você quer dinheiro? – perguntei ao ver que ela fez uma pausa.
_ Não, eu ainda não recebi de revista, mas logo receberei, ainda assim eu estava analisando tudo, e percebi que fiz uma bela burrada. Eu quero que você me ajude. Quero voltar para casa, mas não quero parar de ser modelo.
_ Tudo bem, eu te ajudo, só que não pode ser hoje, mas eu adoraria fazer isso depois.
_ Depois quando?
_ No próximo ano talvez? São apenas três dias, não será tão mal assim.
_ Eu não tenho mais pra onde ir, esses três dias serão bem decisivos pra mim. Eu não posso ficar na rua, ainda mais nesse frio.
_ Mas você pode voltar, eu vou à sua casa dia primeiro e converso com todos.
_ Não. – arregalou os olhos. _ Eu quero que você vá e fale com eles e só depois deles prometerem que não irão mais me impedir de ser modelo, eu voltarei.
_ Você não esta exagerando.
_ Eu não teria largado tudo para trás se eles fossem passivos. – disse. _ Eu só quero uma garantia de que vou poder seguir meu sonho. – sua voz falhou.
_ Onde você esta morando? Onde está seu namorado? – ela hesitou a responder.
_ Eu estava em um hotel no Brooklyn, mas eu não tenho mais como arcar com as despesas e nem o Jacob, ainda mais agora, que ele está sendo procurado. Provavelmente o dono do hotel vai me expulsar de lá hoje. E sim. – começou a responder a pergunta que eu não fiz, mas que ela sabia que eu queria. _ Eu vim te procurar porque estou sem saída, nada está dando certo e tenho que me render se não quiser morrer de hipotermia na rua.
_ Não deveríamos ser inimigas. – falei. _ Vamos recomeçar ok? Esquecer as nossas diferenças e seguir, não pense que você esta se rendendo, pense que você esta aqui para pedir ajuda de uma amiga. – sorri.
_ Me parece uma excelente ideia. – sorriu em resposta. _ Mas isso quer dizer que você irá lá hoje? – suspirei. O pedido era valido e a necessidade era obvia, mas hoje? Logo hoje?
_ Não pode ser amanhã? – perguntei meio tímida, ela fez uma careta rápida, como se estivesse decepcionada. _ Você pode passar a noite aqui hoje, não vai precisar ficar na rua. Temos quartos sobrando.
_ Sem chances hoje? – timidamente fiz que não com a cabeça. _ Então tudo bem. – disse após suspirar e sorrir meio que forçadamente. _ Se não for incomodar muito, eu adoraria passar a noite aqui.
_ Claro que você não vai incomodar. – falei, aproximando-me mais dela, e pegando suas mãos. _ Sabe, o Nick me mostrou algumas fotos suas. – falei. _Você tem um belo futuro garota. – Ela abriu um sorriso enorme.
 _ Você acha mesmo? – quase deu pulinhos de tão alegre.
_ E porque eu mentiria?
_ Para não se sentir tão mal por não poder me ajudar hoje. – falou.
_ Eu não seria tão falsa.
_ Me desculpe, eu não queria dizer dessa maneira. Eu sei que você não é falsa, eu só...
_ Tá tudo bem ok? Fica tranquila. – dei de ombros.
_ Posso te pedir mais uma coisa? – perguntou.
_ Claro.
_ Meu namorado, ele pode vir também?
_ Sim, é só você me falar que eu autorizo a entrada dele. – sorri, sem saber se aquela seria realmente uma boa ideia.

Levei Selena até o quarto em que ela e o namorado ficariam. O quarto era bem ao lado do meu, o que a deixou mais a vontade.
Conversar com ela e conhece-la melhor me acalmou, mas quando escutei o barulho do interfone, meu coração disparou. Corri a sala, mas Nick atendeu o porteiro antes de mim.
_ Eles chegaram? – da maneira que eu falei não saiu muito como uma pergunta, mas sim como uma afirmação. Minha felicidade era tão grande, sentia tanta falta deles que mal percebi que Nicholas não acompanhava o meu ritmo de animação.
_Demi, Demi. – disse e me segurou pelos ombros, fazendo-me parar um instante. _ É melhor você esconder a Selena. – eu fiquei olhando-o sem reação, mas o que ele queria dizer com isso? _ Não é sua família, é o Joe. – falou, jogando um balde de agua fria em mim. É, esse dia estava longe de acabar.

Continua....

Peço perdão por não ter postado no domingo, fui a um show nesse final de semana e só agora que superei a perfeição do show e recomecei minha vida kkkkkkk
Se vocês puderem ver esse vídeo e tiverem twitter para compartilhar, vocês fariam esse favor? https://www.youtube.com/watch?v=kwR6B5MgaNk
Espero que gostem.
Bjsss

Nessa: Somos duas, moro em minas, não seria tão longe assim se for parar para olhar, mas sairia bem caro se contar ingresso, hotel e passagem, ainda mais que seria em dobro pq em São Paulo (que seria o show mais viável para mim) minha mãe não me deixaria ir sozinha. Espero que tenha gostado. Bjsss
Lili: Postado. Bjssss 

domingo, 12 de outubro de 2014

15. “Se é guerra que ela quer, guerra ela terá” – The big Apple




Quando a sessão de foto finalmente acabou, já era noite, as ultimas tomadas haviam sido feitas em uma ponte abandonada, não havia nada de bonito naquele lugar em particular, mas combinava com o toque rebelde das últimas roupas de Diego.
Acompanhei tudo de longe, tomando cuidado para que Selena não me visse em nenhum momento, pois, de acordo com o pensamento de Nicholas, se ela me visse ali, poderia tentar fugir, o que seria estupido, mas o mais provável, tendo em vista, que pelo jeito, não havia sido um sequestro ou um desaparecimento, ela havia fugido.

Aproveitei o tempo em que as fotos eram tiradas para pesquisar um pouco mais sobre o assunto, e foi só colocar o nome dela no internet, que apareceu umas duas reportagens, de sites pequenos, que vivem de noticiar acontecimentos que não chegam a grande mídia. Ali eles deram vários detalhes sobre seu desaparecimento, que de acordo com a polícia havia sido um sequestro, e não uma fuga como pude constatar por aqui. Eles não falavam como estava indo a investigação, apenas que tinham um suspeito, que era o ex-namorado dela, e que o estavam dando como foragido, já que não o encontraram para fazer um depoimento, também não se falava muito sobre ele, nem mesmo foto tinha, apenas dizia seu nome e idade. Lá tinha uma foto dela, um telefone de contato, caso alguém tivesse alguma informação que os ajudasse a encontra-la, e fim.

Seja lá qual o plano inicial dela, sem duvidas ele não estava funcionando.


Enquanto Nick guardava suas maquinas e Diego conversava com o responsável por esse editorial da revista, que, até então, havia acompanhado todo o processo em um silêncio e distancia incomoda; eu tomava coragem de ir falar com Selena, ela não havia entrado na tenda para se trocar ainda, e conversava com um cara, ele é bem forte, talvez fosse aficionado com exercícios físicos, ou trabalhasse com algo relacionado a isso. Não sei quem ele era, nunca o vi, talvez fosse seu empresário (apesar de não parecer entender muito sobre o assunto), ou fosse um amigo que a acompanhou nessa loucura, ou quem sabe o ex-namorado dela, já que não havia nenhuma foto dele no site, não posso garantir nada . Bom, fosse ele quem fosse, ela o conhecia bem e pareciam íntimos.
Esperei até que ela se separasse dele para ir se trocar, todo esse processo que fui acompanhada pelo apito de mensagens do meu celular, pois precipitadamente falei com Joe, não o disse onde ela estava, mas o que mandei deixou a entender que eu a encontrei, o que não é mentira, e agora o homem está completamente louco atrás de mais informações.

_ Selena. – chamei-a ao me aproximar. Ela se virou, para mim, surpresa, tentou disfarçar com um sorriso, mas seu olhar entregava o nervosismo. Eu esperava que ela falasse algo como “oi”, mas talvez o susto a tivesse paralisado. _ Podemos conversar? – perguntei. Ela demorou a me responder, talvez estivesse analisando suas opções ou ainda estivesse paralisada.
_ Eu preciso me trocar. – disse apressada.
_ Eu espero. – respondi. Ela engoliu o seco.
_ Eu vou demorar.
_ Eu não vou sair daqui sem falar com você. – disse.
_ Que seja rápido então. – cruzou os braços.
_ Você por acaso já pensou em sua família? – perguntei, indo direto ao assunto.
_ Não está sendo fácil pra ninguém ok? – defendeu-se.
_ Volte. Eles precisam de você, se é ser modelo que você quer ser, eu te ajudo, mas não faça isso com seus pais.
_ É só por eles mesmo que você quer que eu volte? – perguntou.
_ Não, sem você Joe não investigará a morte do meu pai.
_ E o seu pai, que está morto e nada pode mudar esse fato, está acima do meu sonho?
_ E o seu sonho é maior que toda a sua família?
_ Eu passei minha vida aceitando e sendo jugada por querer seguir meu sonho, está na hora de pensar um pouco mais em mim!
_ Um pouco mais ou só em você?
_ Não me venha com uma de santinha pra cima de mim, você fala assim porque sempre teve o que queria.
_ Eu quero meu pai agora, e eu não o tenho.
_ E nem nunca vai ter. – falou. Senti meu coração se encher de ódio e tristeza ao mesmo tempo. Ela sabia jogar pesado, e o fato dela nunca ter gostado muito de mim, parecia fazer isso bem mais fácil para ela.
_ E é por isso que hoje eu sei o valor que um tem. Você o está jogando fora...
_ Eu não estou jogando ninguém fora. – interrompeu-me. _ assim que eu ficar uma modelo famosa eu pretendo ajuda-los financeiramente.
_ E como você pretende virar uma modelo famosa tendo que fugir de todo mundo? Você sabe que seu caso foi parar na policia, não sabe? Que foi classificado como sequestro.
_ Como assim? Eu fugi, não fui sequestrada. – indagou.
_ Você é menor de idade, e aquele cara que estava te acompanhando me parece ser bem de maior. A polícia o qualificou como seu sequestrador, ele pode ser preso se for encontrado.
_ Isso é mentira.
_ Procure na internet então, vê se eu estou mesmo mentindo.
_ Isso é um absurdo, eles não podiam ter feito isso com ele, Jacob não tem culpa de nada. – então sim, era o ex-namorado dela, ou o atual, vai saber. Ela me pareceu transtornada ao perceber que todo o seu plano estava falhando.
_ Você poderia ter pelo menos ligado para eles, eles não estariam o acusando se você os tivesse dado alguma informação, pelo menos pra dizer que está bem, que esta viva.
_ Eu não posso voltar, eles vão me proibir de tentar de novo.
_ Eu juro que te ajudarei.
_ Não! Eu não vou voltar. E você não vai contar sobre mim a ninguém. – apontou-me o dedo na cara.
_ Sinto muito, mas eu já falei. – respondi.
_ Você não podia ter feito isso.
_ Você ainda pode mudar essa história Selena.
_ Você acabou de criar uma grande inimiga. – virou-se e seguiu até a tenda.

_ Pelo jeito a conversa não foi nada agradável. – disse Nicholas, chegando a meu lado, após alguns segundos.
_ Nem me fale.
_ Eu posso falar com diretora da revista, ela cancela o contrato em dois tempos.
_ Não acho que seja necessário.  A Selena é fugitiva e essa revista circula pelo país todo, no momento em que ela sair na capa saberão onde ela está.
_ Mas isso prejudicará a revista também.
_ Uma pergunta, se isso acontecer, você sairá prejudicado?
_ Não, eu trabalho para outras revistas também, essa é apenas uma.
_ Pois bem, a Selena disse que eu criei uma grande inimiga, mal sabe ela que eu também posso ser perigosa quando quero.
_ Demi, você não está pensando em deixar que isso aconteça não é? Você não precisa fazer isso. – Nick tentou ponderar.
_ Se é guerra que ela quer, guerra ela terá.

Continua

Como prometido, capítulo postado, foi meio pequeno e fraquinho, mas eu estou tentando ir melhorando aos poucos, logo voltarei a postar capítulos maiores e de melhor qualidade.
Quem vai no show das meninas hoje em? E quem já foi? Bom, como estou sem dinheiro não pude ir a nenhum, mas espero que elas voltem algum dia e que eu possa ir.

Bjsss

domingo, 5 de outubro de 2014

14. “Ótimas notícias” – The Big Apple


Os dias, ao mesmo tempo em que pareciam passar rápido demais, para que eu conseguisse descobrir algo sobre o paradeiro da minha irmã, parecia lento demais, um sofrimento sem fim.
Eu tinha descoberto pouco até agora. Sei que nunca existiu nenhum curso de moda, e isso significa que ela provavelmente fugiu, pior, com o namorado, já que ele também anda desaparecido. Uma grande mentira no final das contas, ela nunca se separou, era apenas um plano. O que fazia tudo parecer mais doloroso. Não há duvidas sobre seus motivos, mas nos custa a aceitar que ela tenha tido coragem de fazer algo tão ariscado.
_ E aí, alguma coisa? – perguntei assim que cheguei a minha casa, ao sair da delegacia distrital. Esse “E aí, alguma coisa?” Havia se tornado nosso “Bom dia” “Oi”Como vai?”. Sempre esperávamos por algo, uma pista, um sinal de vida, o que fosse para confortarmo-nos ao menos um pouco.
_ Nada, nem mesmo uma mensagem. – disse minha mãe com olhos de choro. Seus olhos estavam sempre inchados e vermelhos, evidenciando que chorou há pouco, olheiras crescia abaixo de seus olhos, ela não dorme bem desde o dia após o natal. Minha mãe sem duvidas é uma guerreira, esta a todo o momento tentando manter-se no mesmo ritmo, fazer as mesmas coisas, tudo para que não caia em uma depressão. Não posso dizer que esteja conseguindo. Mas ela estava dando o melhor de si. _ Mas e como foi na policia? Eles têm alguma informação? – perguntou aflita.
_ Onde está meu pai?
_ Lá fora. – suspirou. _ Cortando grama.
_ Sem barulho de cortador. – observei.
_ É – olhou para o chão. Nós dois sabíamos que ele estava era chorando, cortar grama era só sua desculpa para ficar sozinho e chorar sem que ninguém o veja.
_ Vou chama-lo, é melhor contar com todos presentes. – enquanto minha mãe se sentava no sofá eu fui até o nosso pequeno jardim, encontrei meu pai escorado no cortador de gramas, era obvio que ele chorava, mas assim que me viu se recompôs, enxugou as lagrimas na manga da camisa e sorriu.
_ Parei um pouco, parece que não tenho mais tanta energia para cortar a grama.
_ Pois é pai. A idade chega pra todos. – sorri de volta. Não comentei sobre o fato de nem um centímetro de grama ter sido cortada, não seria bom piorar as coisas. _ Vem, pai, tenho algumas noticias. – falei. Juro ter visto um brilho em seu olhar. Não sei dizer se era humidade, pois a pouco chorava, ou se foi de esperança. Por mais cruel que seja, talvez fosse melhor a primeira opção.
 A passos lentos nós chegamos a sala.
_ Mas e então? Acharam ela? – perguntou meu pai, assim que se sentou no sofá ao lado de minha mãe.
_ Não. – respondi com pesar. _ Mas acharam o Jacob.
_ Eles estão juntos, tenho certeza, vamos atrás deles. – disse meu pai ansioso.
_ Eles o identificaram em uma câmera de rua, no sul de Boston, ele estava sozinho, por isso a policia não pode fazer nada por enquanto. Eles vão mandar um mandato amanhã, para que ele compareça a policia, no intuito que perguntar sobre a Selena.
_ Só? – perguntou meu pai frustrado.
_ É.
_ E se ele negar que a viu?
_ Se a policia achar que o testemunho dele foi falso, investigarão, mas se não acharem nada de errado...
_ Eu não acredito. É claro que ele sabe, é claro que eles estão juntos nisso! – levantou-se nervoso. _ Eu sei que foi ela que quis isso, mas eu a quero de volta, ela ainda é jovem, não tem responsabilidade, não sabe na confusão que está se metendo.
_ Nós vamos tê-la de volta pai.
_ Será mesmo? Eu nem sei porque ainda me preocupo. – disse e saiu para seu quarto. Mamãe continuou sentada no sofá, seu olhar estava perdido.
_ Pai. – tentei ir atrás dele, mas logo minha mãe chamou-me.
_ Às vezes eu acho que teria sido melhor que ela tivesse desaparecido ao invés de ter fugido. Saber que ela escolheu nos abandonar dói muito. Falhamos como pais Joe. Entenda seu pai.
_ Vocês não falharam como pais, vocês sempre foram os melhores pais do mundo.
_ Se fossemos mesmo, não estaríamos passando por isso agora.
_ Se Selena fez uma besteira, não significa que vocês falharam...
_ Mas nós falhamos Joe. – interrompeu-me. _ Todos nos preferimos priva-la de realizar o sonho dela do que apoia-la e ajuda-la a não cometer o mesmo erro de quando ela era mais nova.
_ Mãe, nós só estávamos protegendo-a.
_ Nós tentamos, mas no fundo só estávamos perdendo-a.
_ Mãe.
_ Não Joe - interrompeu-me. _ Se ela voltar, eu vou apoia-la em tudo, não me importarei se seu pai e você vão apoiar-me também. Eu não irei perdê-la novamente.  
_ Eu prometo traze-la de volta mãe. – falei.
_ E como você vai fazer isso Joe? Você não está pensando no que eu acho que você está pensando, não é?
_ Estou sim mãe. – pude ver seu olhar de preocupação. _ Eu vou à Boston.

(...)

Eu não havia contado tudo a meus pais, além de terem capturado Jacob em uma câmera de vídeo, também consegui um comprovante no nome dele em uma loja de aluguel de carros e alguns gastos no cartão de credito dele, com isso, eu juntaria informações o suficiente para descobrir onde ele estava morando, ou melhor, se escondendo junto com minha irmã.
A viagem foi longa, cinco horas, com apenas uma parada, dirigi no limite máximo, quanto mais cedo eu chegasse melhor seria, maiores seriam as minhas chances de encontra-los.
Fui até ao lugar em que Jacob alugou o carro, eles já estavam quase fechando, o que me deu pouco tempo para arrancar-lhes alguma informação.
E novamente tive que enfrentar o mal de parecer novo demais para ser detetive. Tive que fazer o homem ligar para o departamento de policia de Nova Iorque para que ele acreditasse em mim. A investigação não era oficial, mas o policial que atendeu fez a bondade de confirmar que Jacob estava sobre a suspeita de um sequestro.
A policia também sabia que Selena na verdade havia fugido, mas por ser menor de 21 anos, e Jacob ser maior, pela lei, podemos denuncia-lo por iludir minha irmã e induzi-la a uma ação irresponsável, no caso, sequestro.

Com o endereço em mãos fui até o lugar registrado, percebi que a informação estava certa quando passei por um supermercado que era o mesmo em que Jacob havia feito compras com o seu cartão. O endereço dava a um apartamento em uma parte nada bonita no centro da cidade.
 Sem nenhum tipo de segurança, consegui entrar no prédio. De acordo com a informação que consegui o apartamento era no segundo andar, subindo as escadas, esbarrei com um cara novo, não deveria ser mais velho que eu, mesmo no frio ele usava roupas frescas, nada de camadas de casacos como a maioria estaria, tudo bem que o hoje o clima frio estava um pouco mais ameno, mas agora que a noite chegara, sem o sol para aquecer, o tempo havia voltado a ficar gelado, tudo bem que, levando em consideração o seu cheiro, ele não deveria estar muito sóbrio para saber qual a temperatura de hoje.
Ele olhou-me de maneira estranha.
_ Você não é daqui, é? – perguntou, cambaleou um pouco, mas ficou de pé, apesar de claramente bêbado, sua fala não foi muito embolada.
_ Não. – respondi. _ Estou procurando por Jacob, conhece?
_ O lutador? – sorriu, seus dentes eram separados na frente e ao sorrir pude ver que talvez ele não fosse tão novo assim, pois enrugou-se todo, no fim das contas ele só era pequeno mesmo.
_ Isso mesmo.
_ Saiu. – respondeu. _ Com a namoradinha dele, só voltam amanhã. – informou-me.
_ Mas eles vão voltar mesmo, não vão? – perguntei.
_ Claro que vão, pode ir lá, se você é amigo, pode passar a noite aí.
_ Eu não tenho a chave. – ele gargalhou.
_ Chave? Não precisa de chave não, tá aberto.
_ Aberto?
_ Aqui ninguém rouba ninguém não amigo, ninguém nem tem nada pra ser roubado. – riu.


No primeiro momento eu pensei que ele estava bêbado demais e não estava falando nada com nada, mas no fim, ele não estava brincando.
A porta agarrou um pouco, mas só empurrei com um pouco de força e ela se abriu com um rangido. O lugar era minúsculo, provavelmente era um quitinete e realmente não haveria nada a roubar, tinham apenas uma cama de casal, um micro-ondas, que não parecia ser muito novo, e um mini freezer que, pelo barulho que faz, não iria durar muito tempo.  Sério que Selena preferiu isso a sua própria família?
Senti meu celular vibrar no bolso.
Pensei ser meu pai ou minha mãe, mas para minha surpresa era Demi.
                     “Se você encontrar sua irmã, você voltaria a investigar sobre a morte do meu pai?”
                     “Sim” – respondi, sem pensar muito. Primeiro porque a pergunta me pareceu bem inusitada e totalmente inconveniente, e outro porque provavelmente eu voltaria mesmo.
                     “Então eu tenho ótimas noticias.”

Continua

Demorei mais postei, tentarei postar sempre no domingo e nesse horário mesmo.
Mas e então, já votaram hoje? Desta vez fui obrigada a ir, mas tudo bem, espero que o melhor vença e que o Brasil comece a realmente andar pra frende.
 Bom, não vou falar muito porque eu realmente não tenho muito tempo, mas espero que gostem.