domingo, 29 de novembro de 2015

11. Uma noite, duas versões – Não Existem Poesias


Joe novamente desceu ao pescoço de Demi, e lá depositou alguns beijos e deu pequenas mordidas, Demi não sabia se Joe tinha consciência do que estava fazendo, como aquele moço todo tímido poderia fazê-la se arrepiar assim? Talvez fosse a bebida. Quem sabe o álcool liberta um Joe que nem mesmo Joseph sabe que há dentro de si?
Aos poucos Joe para com as caricias e Demi já se prepara para o que pode vir, mas tudo o que ela sente é o corpo de Joe ficando cada vez mais pesado encima de si.
Demi demorou um tempo para aceitar o que tinha acabado de acontecer. Joe, após deixa-la excitada, havia dormido, encima dela.
Demi custou para conseguir tira-lo de cima e levantar-se, mesmo não tendo sido muito delicada ao movê-lo, Joe não havia dado nenhum sinal de que iria acordar, Demi até desconfiava que ele estava começando a roncar.
Ótimo.
Bom, nesta noite não teria mais Joe, disso Demi já tinha certeza, frustrante, extremamente frustrante, tudo bem que não era algo que ela esperava, principalmente sendo uma iniciativa de Joe, mas ela queria, ela queria e muito, ela nem mesmo sabia disso, mas queria, ela precisou que a chama fosse acendida para perceber que ela o desejava e muito. Poderia até ser carência, como Camila havia dito, mas se fosse o caso, Demi então seria egoísta e continuaria a usa-lo, não seria para sempre, não é? Ela, se tudo sair como planejado, logo voltaria para sua cidade e assim, ela não mais o usaria, ela o deixaria livre para viver, longe de seu egoísmo.

Pela primeira vez, desde que chegara a Califórnia, Demi agradecia por seu apartamento ser pequeno, Joe poderia ser magro, mas era pesado, e ainda que não fosse, Demi não é uma pessoa muito forte fisicamente, qualquer coisa que ultrapasse oito quilos, para ela já não é carregável.
Ainda assim, com muito esforço, Demi, arrastou, literalmente, Joe até seu quarto. Ela poderia tê-lo deixado na sala, arrasta-lo para o sofá e deixá-lo por lá, porém além do sofá ser minúsculo para Joe, não parecia justo deixá-lo lá. A cama de Demi era grande o suficiente para os dois.
Para deixa-lo mais confortável, Demi tirou seu sapato e meias, com muita dificuldade tirou sua blusa, também visando o conforto dele, quando chegou à calça, Demi entrou num dilema consigo mesmo, graças a “reforma” no armário dele, feito por ela e Camila, as calças que Joe vinha usando estavam mais justas, mas será que ela deveria tira-la?


Durante a noite Demi não sabia como agir.
Bom, Joe havia se declarado a ela e ela também havia se declarado a ele. Então, pelos menos teoricamente, eles estavam namorando, não é? Concluindo, qual seria o problema de chegar mais perto dele, dormir em seus braços?
Porém, quando Joe se declarou ele estava bêbado, e provavelmente, quando acordar, ele não terá a mínima ideia do que aconteceu. Se ele acordasse com Demi dormindo de maneira tão intima com ele, ele poderia achar estranho, se assustar, tornar a se afastar...
Bom, talvez fosse melhor apenas ficar no seu canto. Pelo menos até saber o que ele realmente queria.

Joe acordou com uma baita dor de cabeça, ele não sabia quanto tempo tinha dormido, mas ainda se sentia cansado. Assim que abriu os olhos se assustou.
Ele conhecia aquele quarto, mas não era o dele, e assim que olhou para o lado, Joe se assustou mais ainda, ele conhecia aquela pessoa. É Demi, dormindo profundamente.
Não foi necessário muito esforço para que os flashes de memória começassem a aparecer. Eram pequenas lembranças, que não diziam muito para ele, mas duas em questão chamou sua atenção: eles haviam se beijado. Se beijado de verdade, com vontade e bom, um beijo tão beijo não poderia ter acabado em outra coisa...
Não é possível - pensou Joe.
Ele queria ter este momento com Demi, e ele estava parte feliz, porque eles tiveram, mas ele queria lembrar-se do que aconteceu, ele não queria que sua primeira vez tivesse sido completamente apagada de sua mente.
Ah Joe, porque você bebeu tanto?

  Bom dia. - Joe escutou uma voz sussurrar. Era Demi.
– Bom dia. - respondeu ele, sem muita coragem de olha-la nos olhos.
– Ei.  - ela tocou o queixo dele e fez uma leve pressão para que ele se virasse para ela. Demi sorria, ela não é estava mais brava nem mesmo chateada, talvez tenha sido melhor assim, primeiro os dois deveriam esclarecer tudo, e se possível, com ambas as partes sóbrias. – Está tudo bem? - perguntou, Demi falava bem baixo, já tinha passado por ressacas e sabe que a cabeça de Joe poderia estar a ponto de "explodir".
– Sim. - Respondeu, mesmo não sendo total verdade.
– Alguma dor? - perguntou, se especificando.
Dor no coração por ser incapaz de lembrar a noite linda que tivemos.
– Minha cabeça. - fez careta. Demi riu.
– Vou te dar um remédio que vai te ajudar. Se você quiser tomar banho... É bom para dar uma acordada. - sorriu e se levantou.
– Demi. - Joe se levantou, mas apenas para se sentar na cama. – que horas são? - perguntou. Demi pega seu celular na cadeira bamba de madeira, que fazia o papel de seu criado mudo.
– Onze e quarenta.
– O que? - Joe se levanta em um pulo, no final não precisaria de um banho para acordar, mas logo foi obrigado a sentar-se novamente, fazendo uma careta, no final, o remédio ainda seria bem vindo.
– Você... Tinha que ir trabalhar, não é?  - perguntou sem jeito, só se lembrando agora de que ainda era sexta-feira.
– Sim. - Joe nem sabia como assimilar seu erro. Logo ele que já tinha quase dispensado o despertador, pois sempre acordava antes dele tocar, e hoje, pela primeira vez em sua carreira profissional, ele não só havia acordado tarde, ele simplesmente tinha perdido todo o turno da manhã de aulas e pior, não tinha avisado ao diretor.
Joe estava ferrado.
– Vai ser muito ruim para você?
– Eu tinha varias aulas hoje. Perdi todas do turno da manhã.
– Será que você não pode falar com o diretor? – sugeriu, mesmo sabendo que no mundo real isso não funciona.
– Agora? Acho que não vai adiantar muito... Afinal, o que eu vou dizer? Que fiquei bêbado? Que tipo de desculpa é essa?
– Você não precisa dizer a verdade. - Joe suspirou frustrado.
– Ainda não entendo como fui perder a hora assim. - disse com a mão na testa.
– Bom, foi uma longa noite. - disse Demi.
Claro, pensou Joe, uma longa noite da qual ele não se lembrava de nada.
– Pois é, foi uma noite... Longa. - não sabia o que dizer. Será que já tinha passado muito tempo para ele perguntar a ela se ela havia gostado? Será que ele já havia perguntado isso para ela? Será que ele fez algo errado? Afinal de contas ele nunca tinha transado antes, a probabilidade de algo ter dado errado, era bem grande.
– Eu posso te ajudar a arrumar uma desculpa para seu chefe. – sugeriu Demi.
– Não sei... Talvez eu deva encarar seja lá o que vira para mim hoje à tarde. – respondeu.
– Você sabe o que faz. – concluiu Demi.
O clima estava estranho, ambos não sabiam como entrar no assunto, e isso parecia um absurdo, afinal, na noite anterior eles não foram nem um pouco tímidos.
– Joe. – começou Demi. – Sobre ontem...
– Demi. – interrompeu. – Eu... – travou. Como falar que ele não se lembrava do que havia acontecido?
– Você se arrependeu? – perguntou Demi, já com medo da resposta.
– Não é que eu me arrependi... – Joe tentou se explicar. De certa maneira ele havia se arrependido, ele não queria que acontecesse assim, com ele bêbado... Mas... Bom, não tinha um mas, Joe estava arrependido.
     – Isso quer dizer que... – Demi estava triste, porque ele tinha falado tudo aquilo se ele não queria? Porque ele tinha se entregado tanto a ela, se não tinha intenções de ficar? – Que vai ficar por isso mesmo? – Joe mirou a ela, sem saber o que falar. Que tipo de homem ele seria se falasse que “sim, isto é tudo”?
– Acho que... – suspirou. – Não sei...


Continua


Ei, não me matem, daqui a pouco posto o próximo capítulo.
Sei que muitos aí não vão gostar do capítulo como ficou, mas garanto que tenho minhas razões.

No próximo capítulo eu respondo aos comentários ;) 

sábado, 28 de novembro de 2015

Nota de Esclarecimento

Por motivos pessoais, não consegui postar o capítulo prometido para ontem (27/11), tendo em vista que o último capítulo deste mês seria postado no dia 30, resolvi então postar ambos os capítulos amanhã, dia 29 de novembro, sendo o capítulo 11 postado até as 14 hrs (horário de Brasilia), e o capítulo 12 será postado até 20 hrs (também horário de Brasilia).
Agradeço a compreensão.
Até amanhã ;)

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

10. Linda Catástrofe – Não Existem Poesias


A quinta-feira de Demi tinha sido estranha. Assim que acordou percebeu que hoje seria o primeiro dia, desde que chegara a Califórnia, que ela não tinha exatamente nada para fazer.
Camila hoje trabalharia até tarde, após seu turno na cafeteria, ela iria para uma seção de fotos para uma revista juvenil, isso significava que nada de amiga por hoje. Ela não tinha nada marcado com Sam, nem mesmo com nenhuma editora, e como Demi queria “dar um tempo” em seu convívio com Joe, ela não poderia procura-lo. Solução? Ficar o dia inteiro em seu pijama, comendo o que ainda restava das comidas congeladas que a mãe mandara, tentando achar algum filme legal para ver na TV, assim que eu ganhar algum dinheiro, vou assinar Netflix, pensou consigo mesmo.
Mas tarde ela recebeu um telefonema de seu pai, ele a dissera que sua mãe mandou-lhe um abraço, Demi não acreditava, mas fingiu que sim, ela sabia que a mãe ainda estava chateada, e isso machucava o coração de Demi, e foi exatamente neste momento em que ela parou para se perguntar se tudo aquilo valia a pena, ficar longe de sua família, brigada com sua mãe...
Nem tudo pode ser perfeito, afinal.

O dia dela pode até ter começado estranho, mas nada se compararia com sua noite.
Já era tarde, no relógio marcava quase meia noite e meia, porque alguém bateria em sua porta numa hora desta?
Seu coração disparou assim que percebeu que se tratava de Joe, o que ele estava fazendo ali? Quer dizer, o que ela deveria fazer? Deixa-lo lá poderia deixa-lo preocupado, assim como ela ficou quando ele demorou a atendê-la na noite anterior, mas ela tinha que evita-lo, não é? O que fazer? Pense rápido Demetria!
Assim que abriu a porta, Demi logo percebeu que ele estava estranho, o seu olhar meio perdido, o seu cheiro estava forte, com roupa toda desgrenhada, ele estava... Bêbado? Não, isso não é possível.
Mas era...
– Eu sempre gostei de ser sozinho... – começou Joseph, assim que percebeu que a porta estava aberta.
– Joe. – Demi tentou interrompe-lo.
– Shhhhhhhi, não me interrompa. Estou falando. – disse enrolando um pouco a língua. – Eu me acostumei com a solidão, triste não é? - perguntou olhando diretamente para Demi. Demi não disse nada, já tinha sido interrompida uma vez,  ela não arriscar de novo, ele estava bêbado, bastava dá-lo atenção, até que desmaiasse de bêbado. – Em? Não é triste? - insistiu.
– Joe, você quer entrar? - ele estava falando um pouco alto, logo os vizinhos sairiam para ver o que estava acontecendo, e Demi não tinha duvidas que Joe odiaria saber que a vizinhança inteira o viu bêbado.
– Não foi isso que eu te perguntei... Não é triste? – perguntou novamente.
– É Joe. - respondeu, por fim. – Solidão é triste.
– Não era para mim. - falou, esta frase saiu quase limpa, como se ele estivesse sóbrio. – a solidão me bastava. Eu era feliz Demi!
– Joe. Entre. Por favor. - Demi não podia negar, ela estava um pouco brava, melhor, decepcionada. O pai de Demi sempre foi um bom pai e marido, porém, seu lugar preferido sempre foi o bar. Demi ainda lembra-se da primeira vez que o viu chegar bêbado em casa, sua mãe, que estava preocupada, com o desaparecimento do marido, assim que o viu naquele estado, brigou com ele, a discussão foi quente, o pai bêbado gritava feito um louco, e a mãe não deixava por menos. Demi nunca os tinha visto brigar antes, aquela ainda seria a primeira briga de muitas presenciadas por ela, porém, sem duvidas, tinha sido a mais marcante.
Ver Joe assim foi como tiro para Demi. Quando ela o conheceu, ela viu que ele era um homem diferente, e isso fez com que aproximação dos dois fosse tão fácil, eles até podiam não fazer o casal ideal, mas ela sabia que se eles ficassem juntos, ele a faria feliz. Mas vê-lo assim, bêbado, fazendo escândalo na sua porta, fez com que ela começasse a acreditar no que dizem: todos os homens são iguais.
– Você Demetria. Você é uma catástrofe. - disse, Demi se segurou para não fechar a porta na cara dele, agora Joe já estava saindo do controle, ela não era obrigada a escutar ofensas. – Você é aquela catástrofe que te machuca, mas é uma catástrofe linda, uma catástrofe que eu não ligo de me atingir, é uma catástrofe que eu gosto... - Demi estava boquiaberta, mas o que ele estava falando? Não era possível que ele estava falando sério, nada daquilo fazia sentindo mais. Ela estava sonhando, é isso, ela estava sonhando... – Eu gosto de você Demi...
– Joe...
– Isto não é loucura? Eu mal te conheço e eu já gosto de você. O que você fez comigo Demi? Que feitiço você jogou em mim. - agora Joe não mais gritava. Isso teria deixado Demetria mais tranquila, se ela não estivesse tão surpresa com o que escutara.
Por que ele estava fazendo isto com ela? Ele estava alucinado? Ele estava falando a verdade? Por que Joe?
– Talvez seja o mesmo que você jogou em mim. - confessou. Provavelmente ele estava tão bêbado que não se lembraria dela falando isso. Que mal faria?

Bom, Joe está totalmente bêbado, ele já havia feito algo em que, sóbrio, jamais faria, confessar-se apaixonado por Demi, e agora que ele, pelo menos em sua mente de bêbado, entendeu em sua resposta que ela também gostava dele, porque não se arriscar mais um pouquinho?
Demi não esperava por isso, mas não recusou. Joe não tinha muita noção do que estava fazendo e se estava fazendo certo, mas o fez, o fez com vontade.
Os lábios de Demi e Joe se movimentavam em sincronia, ambos faziam isso quase que automaticamente, como se já tivessem se beijado várias e várias vezes, eles se curtiam entre o beijo, tocavam-se, e se apaixonavam ainda mais um pelo outro.
Demi, em um momento de consciência com uma pitada de rebeldia, agarrou Joe e o trouxe para dentro de seu apartamento, Joe, instintivamente chutou a porta por trás, a porta se fechou e ele e Demi continuaram a caminhar pelo apartamento, sem rumo e sem se desgrudar um do outro.
Sem olharem para onde iriam, Demi tropeçou na leve elevação de piso, que tem entre a sala e o pequeno corredor que leva para o quarto e o banheiro.
Demi caiu e levou Joe junto. Ambos se separaram um pouco neste momento de queda, e Joe começou a rir, Demi não sabia o porquê ele estava rindo, eles poderiam ter se machucado, mas acabou rindo junto.
Assim que pararam de rir, eles voltaram a se beijar, e Demi, aproveitando-se da posição em que se encontravam (Demi por baixo e Joe por cima), colocou sua mão por baixo da camisa de Joe, acariciando-o. Joe não se afastou, nem a impediu de nenhuma maneira, ele ainda a beijava sem medo.
Assim que, finalmente, pararam de se beijar, Joe olhou nos olhos de Demi, viu que ela sorria, ela estava feliz, e ele também.
Joe acarinhou a bochecha de Demi, e desceu seu carinho até seu ombro, lá afastou a alça da camisa do pijama de Demi, e beijou seu ombro. Era um gestou pequeno e até bobo, mas que deixou Demi toda arrepiada.
– Você tem certeza? – perguntou Demi, assim que Joe voltou a fita-la.
– Não. – respondeu. – Mas eu quero. Eu quero muito.

Continua

E aí galera, apostas para o que vai acontecer no próximo capítulo?



Caah: kkkkkkk será mesmo? Espero que tenha gostado do capítulo. Bjssss
Fabiola: bom, acabou que não durou muito kkkkkkk. Espero que tenha gostado do capítulo. bjssss

sábado, 7 de novembro de 2015

9. Coragem alcoólica – Não Existem Poesias

Agora havia uma pulga atrás da orelha de Demi, será que ela realmente estava usando Joe. 
Seria ela tão egoísta? Ela não queria usa-lo, Joe é uma boa pessoa, não merecia ser usado por ela. Talvez o melhor fosse realmente se afastar dele, assim ela poderia distinguir melhor se ele é apenas um substituto ou não.
Isso partia o coração de Demi, ela não queria se afastar mais dele, mas sim se aproximar.
Não seria fácil para ela, mas era necessário, ela precisava fazer o teste.

 Porém, se agora Demi queria se afastar, Joe já quer se reaproximar, após uma longa noite de insônia, ele percebeu o quão ridículo havia sido, e daí se ela gostava de outro? Ela não tinha como saber que Joe gostava dela, ele não poderia ficar decepcionado assim com Demi.
O único problema agora era que ele não sabia como se redimir, não parecia justo aparecer na porta dela, sorrindo, como se nada tivesse acontecido. Bom, seja lá o que ele fosse fazer, teria que ficar para depois, agora o dever o chamava, hora de ir trabalhar.

O maior movimento na cafeteria ainda não tinha começado, os clientes do shopping chegavam timidamente e poucos se interessavam em ir até a praça de alimentação. Camila e os outros funcionários se amontoavam atrás da bancada, conversando ou, aproveitando a ausência do gerente, para mexer no celular. Os poucos clientes que estavam ali, já haviam sido atendidos.
 Olá. - Camilla se assusta com a voz de um homem, mas assim que olhou para o dono da voz, relaxou.
– Olá. - disse simpática. – Em que posso lhe ajudar? - sorri. 
Sam ri ao reconhecê-la
– Um Cappuccino, no copo, de preferencia. – diz e Camilla cora instantaneamente, não é fácil deixar Camilla tímida, Demi já havia tentado várias vezes, e foram poucas as vezes que saiu vitoriosa, porém havia algo em Sam.
 Camilla realmente queria conhecê-lo, ela podia brincar com muitas coisas, mas desta vez ela não estava brincando.
– Farei o possível para deixar tudo no copo. – brincou. – Já voltou com o seu pedido. – disse e saiu, controlando-se para não saltitar de alegria, aquilo poderia não ser nada, ela tinha consciência de que ele não estava lá por ela, talvez ele estivesse ali para algum encontro com Demi; Camilla teria que agradecê-la depois por isso. Porém ele tinha se lembrado dela, mesmo que por uma razão quase que trágica, ele havia se lembrado, e isso era tudo que importava para ela.
Camilla não demorou a voltar com o pedido do ilustrador, e desta vez, tomou todo o cuidado para que nada caísse, esta era a chance dela consertar a primeira impressão que ele teve sobre ela.
– Aqui está. – disse sorridente ao colocar o copo na mesa, sem nenhum incidente.
– Muito obrigado. – falou educadamente.
– Você veio conversar com a Demi novamente? – arriscou-se a se intrometer. Sam a olhou com um olhar desconfiado. – Ela é minha amiga. – esclareceu. Sam riu, Camilla não entendeu o porquê, ela iria perguntar, mas Sam falou primeiro.
– Não, desta vez vim sem compromissos. – Camilla continuou com sua expressão tranquila e simpática, obrigatória para qualquer atendente da cafeteria, mas por dentro ela estava explodindo, aquela era uma boa noticia isso significa que ela não tinha estragado tudo, ela poderia não ter dado uma boa primeira impressão, mas tampouco foi tão ruim.
– Fico feliz que você tenha voltado mesmo após minha... Trapalhada.
– É necessário mais que uma blusa manchada para me perder como cliente.
– Manchou muito?
– Bom, um pouco. – riu.
– Eu posso tentar limpar para você.
– Por acaso você faz mágica?
– Se for para te compensar, posso aprender. – falou, deixando um pouco do tom sugestivo, aparecer.
– Direta. Gosto disso. – falou. Camilla sorriu.
– Então você vai gostar muito de mim. – diz.
– Não tenho duvidas disso. – concorda Sam.
Simples e fácil, nem mesmo parecia real, ela havia não só se redimido, mas avançado um passo a mais para conhecê-lo e, quem sabe, conquista-lo.

– Grande Joseph. – gritou Natan assim que Joe entrou na sala dos professores. Joseph agora se acostumara com os exageros do colega de trabalho, isso não significa que ele gostasse; Natan até que era divertido, mas um pouco de discrição não o faria mal.
– Olá Natan. – cumprimentou Joe.
– Tenho uma proposta imperdível para você. – abraçou-o de lado, forçando-o a andar com ele. – Hoje, após as aulas, você, eu e os outros professores, todos naquele Pub que tem na esquina, para comemorar meu aniversario.
– Hoje? – perguntou assustado.
– É, eu sei, meio encima da hora, mas ninguém tem muito o que fazer quinta-feira a noite, porque não comemorar meu aniversário?
–  Eu... Eu não sei se isso é uma boa ideia. – Joe recuou, livrando-se do abraço do colega.
– Ah, qual é Joseph? Você por acaso tem algo para fazer?
– Algumas provas para fazer. – mentiu.
– Isso é coisa rápida de se fazer, fora que as provas só começam semana que vem.
– Eu gosto de deixar tudo adiantado. – desta vez ele não mente.
– Ah vamos lá cara, nunca te vi curtindo com a galera. – nisso Natan estava correto, Joe nunca fora chamado para nenhum evento, por mais bobo que fosse, pelos outros professores, e no fundo Joe não fazia muita questão. – Você vai divertir, te prometo, e se por acaso você não gostar, pode sair quando bem entender. – Joe não sabia dizer se foi vencido pelo cansaço ou pela curiosidade, Natan estava insistindo muito e Joe não é exatamente o tipo de pessoa decidida, ele se deixa levar pelos outros com muita facilidade, mas, desde que teve seu visual repaginado, estava tentando agir como uma pessoa normal, ele não vem tento muito sucesso, mas estava tentando, e as pessoas normalmente vão comemorar aniversário dos amigos, então, porque não tentar? Ele tinha aval para sair quando bem entendesse, não poderia ser pior do que ele imaginava.

Se para alguns, como Demi, o dia passara vagarosamente, para Joe, as horas voaram, quando ele deu por si, o sinal do ultimo horário batera.
Joe até considerou escapar, saindo o mais rápido que pode de sua sala e despistando os outros colegas, o que ele não esperava é que todos estariam na porta da escola, juntando-se, esperando todos os funcionários convidados chegar, para irem juntos ao Pub.
Não tinha escapatória.

No começo até que tudo estava bem, Joe até se permitiu rir de algumas piadas, até mesmo as mais sem graças, trocou assunto com os colegas, percebeu que assim como ele, muitos professores já tinham uma “lista” dos alunos que teriam o prazer de reprovar, caso fosse lhes dado à oportunidade.
– No fundo quero que ela passe. – disse Mary, a professora de Artes do sexto ano. – Assim não corro o risco de vê-la na minha turma, mas merecer ela não merece.
– Pois saiba que na minha matéria ela já está de recuperação final, nem mesmo um total nesta prova final a salvaria. – disse Alex, professor de geografia, do mesmo ano.
– Pois eu proponho um brinde aos alunos que vamos ferrar neste ano. – falou Natan entusiasmado, levantando seu copo transbordando de cerveja, assim que todos levantaram seu copo Joe percebeu que era o único tomando refrigerante, todos ali tomavam cerveja ou algum brinque a base de álcool. Joe não deveria se sentir mal por isso, não ingerir bebida alcoólica era algo bom, saudável, mas ele não poderia deixar de se sentir envergonhado. Mateo, que estava sentado ao lado direito de Joe, parece ter percebido seu desconforto, e pegou um copo vazio na mesa e dividiu sua cerveja com ele, a principio Joe usou aquele copo apenas para participar do brinde.
– Não cuspi, pode beber. – disse Mateo, ao ver que Joe não tomara nenhum gole da cerveja.
– Não sou muito de bebida. – confessou.
– Para aguentar essa festa até o fim, uma bebida não faria nada mal. – falou, virando um copo de tequila.
– Não está tão ruim assim. – disse Joe, e realmente não estava, todos estavam conversando e rindo, nada demais.
– Isso até toda essa bebida fazer efeito. Nenhum sóbrio tem paciência para aguentar um monte de mulheres frustradas bêbadas e um bando de homem velho se achando os maiorais só porque beberam.
– É sempre assim? – perguntou Joe, preocupado com o que viria.
– Sempre. – confirmou Mateo. – Se junte a turma Joe, fique idiota também.


Joe não sabia muito bem como havia parado ali, ele nem mesmo tinha dormido e já estava de ressaca, ele não é forte para bebida, mas isso não pareceu impedi-lo de entornar tudo o que viu pela frente, parecia que cada copo o levava a outro, seria ele um futuro alcoólatra? Bom, isso seria um problema para depois.
Joseph sai do elevador, guiando-se pelas paredes para chegar a algum lugar, sua visão estava extremamente embaçada, mas agora ele tinha algo que estava bem apurado, sua coragem, coisa que ele nem mesmo sabia que tinha.
Aos custos Joe chegou a sua porta, ele, claramente, não seria capaz de abrir a porta, pelo menos não sozinho, ele nem mesmo conseguia encontrar a chave no bolso de sua calça. Joe ria consigo mesmo, a que ponto ele se permitiu chegar?
Aceitando seu destino de dormir do lado de fora da casa, Joe voltou-se para o lado, e lá estava a porta de Demetria. Ah Demetria, como eu gosto de você – pensou ele. – porque você não pode gostar de mim também? – perguntava-se.

Agora ele já estava diante da porta dela, ele ainda não tinha batido, mas sabia que faria isso em breve, encostado na porta, Joseph não estava realmente pensando, mas queria pensar, Joe poderia fazer uma grande besteira ali, mas tampouco parecia se importar.
Tentando se equilibrar, Joe desencostou da porta e bateu duas vezes.
Agora não tinha mais jeito.
Era só esperar Demi abrir.

Continua
Oi gente, desculpe por não ter postado na data certa, mas sai mais tarde que o previsto do trabalho e acabei me enrolando toda aqui, mas, como prometido, postei. Espero que gostem.
p.s.: Próximo capítulo finalmente acontecerá algo que muitos aqui esperam e quem sabe até um pouco mais?

Estela: Não lhe julgo, também tive que ler tudo para saber onde parei e relembrar qual era o rumo da história. Bom, obrigada por comentar. bjssss
Anônimo:  Muito obrigada pelo carinho, voltei e agora pra valer, espero que você tenha gostado do capítulo, obrigada por comentar. Bjsss

Caah: Awn, muito obrigada mesmo, fico muito feliz em saber que ainda posso agradar a vocês, bom, não precisa ficar com saudades, porque eles voltarem e com muitas surpresas a caminho. Obrigada por comentar. bjssss

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

8. Família – Não Existem poesias


           Aquela havia sido uma noite de quinta, mesmo que ainda fosse quarta-feira. Joe havia sido idiota, disso não havia duvidas, nem mesmo Joseph poderia discordar desta vez, apesar dos seus motivos para achar isso, fossem completamente distintos do que deveria ser.
Joe voltou para seu apartamento, cheio de compras e arrependimento. Ele planejara tudo de maneira bem diferente, era frustrante perceber o quão errado ele estava a respeito de tudo, Demi não o amava, Demi já tinha alguém, ela não o via da maneira que ele a via. Simples e claro.

Enquanto Joe se “crucificava” pelo seu equivoco. Demi retornava a seu apartamento, feliz e radiante. Ela tinha conseguido conquistar um grande aliado na sua empreitada para publicar seu livro. Ela queria comemorar. E porque não comemorar com seu vizinho?
Com uma torta de maçã, que ela comprara no caminho de casa, na mão, ela parou frente à porta de Joe e bateu. Joe demorou. Demorou e muito. Demi sabia que ele já estava em casa, não era necessário muito esforço para aprender a rotina do professor, que era seguida religiosamente, portanto, para ela, sua demora a atender a porta era preocupante, será que ele tinha passado mal? Será que ele desmaiara? Ou pior, será que aconteceu algo com ele e ele não conseguiu voltar para casa?

Após certificar-se que não mais dava para perceber que ele estava mal, Joe foi atender a porta. Assim que abriu colocou seu melhor sorriso no rosto. Demi primeiramente ficou desconfiada, afinal ele estava ali e aparentemente bem, então qual foi o motivo da demora a atendê-la?  
– Oi, está tudo bem? – perguntou a ela.
– Claro. – reforçou o sorriso. Joe não é bom em mentir, o que faz com que seja fácil o descobrir, mas Demi tampouco espera que ele minta; o que não a faz desconfiar da mentira dele, talvez fosse apenas um surto de esquisitice, todo mundo tem, pensou ela.
 – Tem certeza? – insistiu Demi.
 – Estou bem. -disse Joe.  – Quer dizer... Na verdade não. 
  Joe, o que aconteceu? Você pode falar comigo. - disse Demi, claramente preocupada e dando claros sinais de que queria adentrar no apartamento de Joseph, porém ele não dava sinais de que a queria por lá. 
   Foi apenas um dia ruim... Na escola. - falou. –  E eu gostaria de ficar um pouco só.
  Conversar com alguém sempre ajuda. - insinuou-se. 
  Talvez depois. Por agora eu realmente prefiro ficar sozinho. - falou mostrando maior confiança ao falar. 
Agora Demi já não mostrava nenhum sorriso e nem mesmo algum tipo de animação, ela estava realmente preocupada com Joe. 
  Bom... Você que sabe não é? - sorriu fraco e Joe retornou com um sorriso tão fraco quanto o dela.  –  Se você precisar de algo, você sabe que pode contar comigo, é só bater na minha porta. - deu um sorriso um pouco maior desta vez, porém Joe não retribui. 
  Qualquer coisa eu te procuro. - disse Joe, sem se esforçar muito para parecer real. 
  Tudo bem. - disse Demi por fim.  – Amanhã a gente se fala? - tentou animar-se novamente. 
  Talvez. - respondeu Joe. 
  Tudo bem. – disse novamente. Ambos ficaram em silêncio, sem trocar olhares, Joe queria que Demi fosse embora, porém ela ainda tinha uma esperança dele mudar de ideia. Joe suspirou.
  Eu vou entrar. – disse.
 – Tudo bem. – repetiu Demi, mas nada estava bem, porém poderia ficar pior, e ficou. Joe não queria fechar a porta com Demi ainda lá, mas ela não parecia querer sair e alguém teria que por um fim nesse momento tenso.
Agora lá estavam eles, cada um do seu lado da porta, ambos tinham expectativas para a noite de hoje, mas no fim, nada sairia como o eles haviam pensado.
Demi voltou a seu apartamento, largou a torta de maçã que comprara de lado e após alguns minutos de reflexão, que não a levou a lugar nenhum, decidiu que não iria passar uma noite de fossa sozinha. 

Demetria correu até seu telefone e discou um dos poucos números que ela chegou a decorar na vida.
Não demorou muito para que ela fosse atendida.
   Fala Tampinha. –atendeu Camila calorosa.
   Eu tenho uma torta de maçã, que não parece exatamente nova, porém era a mais bonita da padaria, algumas lágrimas querendo rolar, uma noticia bem empolgante, um acontecimento triste e uma necessidade imensa de um ombro amigo neste instante. – foi direto ao ponto.
   Vai ser uma noite astral ou depressiva? – perguntou.
  Um pouco das duas coisas.
  Posso levar um pote de sorvete pra acompanhar?
   Aproveita e trás a insulina. – brincou Demi.
 Vou considerar isso como um “sim”. – disse Camila.  em vinte minutos eu estarei aí.
Não foram exatamente vinte minutos, mas o transito da cidade grande pode ser bem imprevisível.
Assim que chegou Camila foi recebida por um apertado abraço da amiga, e ela não hesitou em retribuir da mesma maneira. Demi não chorava, não por falta de vontade, mas sim por tudo ainda parecer estranho para ela, havia um conflito dentro dela, ela não havia mudado de cidade em busca de um amor, mas sim para publicar seu livro e, bom, teoricamente ela estava prestes a conquistar seu objetivo, porque então ficar triste? Porque chorar?

Agora as duas estavam jogadas na cama de Demi, a TV estava ligada em algum programa que nenhuma das duas estava interessada em assistir, mas havia uma necessidade de algum barulho ser emitido, já que Demi não abrira a boca, a não ser para comer mais um pedaço da torta (que para sua surpresa estava boa), junto a uma bola de sorvete de creme que Camila trouxera. Caso a mãe de Demi a visse assim, comendo encima da cama, ela com certeza ficaria louca, esse era o lado bom de ter sua própria casa, você que faz as regras.
  Ok. – Camila resolveu incentivar a amiga, já que aparentemente respeitar o espaço dela não as levaria a lugar nenhum.   comece pela boa noticia.
  Geralmente as pessoas escolhem a ruim primeiro. – disse Demi sem muita empolgação.
 Gosto de ir contra a corrente.
 Eu sei. – suspirou.
 Então...?
 Encontrei o Sam hoje. – disse, se obrigando a sorrir.
 E ele disse que me ama? – brincou Camila, que fez com que Demi sorrisse de maneira mais verdadeira.
 Não, mas disse que amou meu livro. – falou contente, desta vez realmente contente.
– É claro que ele iria gostar. Ninguém pode se atrever a dizer que você não escreve bem. 
– Eu agradeço, mas sua opinião não conta muito. - riu. 
– Eu posso não ser amante dos livros, mas já li coisas que você escreveu e eram ótimas. 
– Não é por isso. - se explicou. – Você é amiga. Vai tentar me deixar feliz. 
– Demi. - Camila tocou no ombro da amiga. – Você por acaso esta me estranhando? Eu mentindo para te agradar? - riu e Demi acabou rindo junto. 
– Ah, você também não é tão cruel. 
– Porque nunca precisei ser cruel com você, mas eu acho que nossos anos de amizade já mostraram que não sou do tipo que mente pra agradar, na verdade desagradar é quase um prazer. -Demi riu. 
– Bom, ainda assim, sua opinião não é 100% valida nesse quesito. 
– Eu não gastei meu dinheiro comprando sorvete para você, para chegar aqui e escutar que minha opinião não importa. – brincou.
– Nem vem, você esta comendo a maior parte do pote. 
– Eu que comprei, eu tenho direitos. 
– Eu estou mais na fossa que você, eu também deveria ter direitos. 
– E eu sou sua amiga e vou te prevenir do diabetes. 
– Para de ser boba. - riu Demi. 
–  Você que disse. - deu de ombros. – mas e então, isso significa que ele vai te ajudar, não é? 
– Sim. - sorriu. – eu sinto que posso realizar meu sonho mais rápido do que eu imaginava. Ele tem influência nesse meio, ele pode me abrir portas que não se abririam tão cedo para mim. 
– Demi, isso é realmente ótimo, sério, eu fico tão feliz por você. - disse abraçando-a. – Eu realmente não entendo como você não esta explodindo por dentro. 
– Eu até estava a... Sei lá... Uma hora atrás. - seu sorriso desabou. 
– Hora de começar a parte ruim? 
–  É. - respondeu sem nenhuma empolgação. 
– Então...? 
– Assim que eu cheguei eu fui contar a notícia para o Joe. - começou. 
– E? 
–  Ele não estava com uma cara boa, ele parecia triste, mas sabe quando você sente que o problema é você?... Eu não consigo entender o que pode ter acontecido, eu juro que eu não fiz nada. 
– Demi, talvez não tenha sido por sua culpa, você não pode negar, Joe é estranho, não é tão fácil assim entender o que acontece na cabeça dele. 
– Não Camila, eu posso ainda não conhece-lo tão bem, mas eu sei o suficiente para perceber que ali tinha algo. 
– O que ele te fez? 
– Não quis me escutar, disse que queria ficar sozinho e fechou a porta. 
– Na sua cara? 
– Foi, mas sei que não foi por maldade, eu que não saia de lá mesmo. - sorriu fraco. – Eu ainda esperava que fosse algum tipo de brincadeira, sei lá. 
– O fato de você achar que ele ia fazer uma brincadeira mostra muito bem que você não o conhece tanto assim. 
– No fundo eu sei que não era, mas eu gostaria tanto que fosse que acabei me iludindo. 
– Entendo. Mas agora me diga, o que realmente está te deixando triste? O fato dele não ter te escutado ou fato de você gostar dele? 
              Gostar. Gostar parecia uma palavra arriscada, mas Demi tampouco sabia de outra palavra que se encaixasse melhor. 
–  Eu só não queria decepciona-lo. - sua voz ficou engasgada. 
– Você mal o conhece, Demi. 
 Eu sei, mas, ele já é importante para mim. - confessou.  Nós dois juntos é uma coisa quase que improvável, mas que está, ou estava, dando certo. 
– Talvez ele tenha percebido isso. - concluiu Camila. 
– Como assim? 
– Demi, ele não parece ser o tipo de cara que tenha tido muita experiência no amor, talvez ele tenha percebido que você não esta mais feliz só com a amizade dele e isso o assustou. 
– Mas... - Demi parou para assimilar melhor a ideia. – O olhar dele era de tristeza, não era como se ele tivesse se assustado comigo, mas sim que ele estivesse decepcionado.
– Tem certeza? 
– Tenho. 
– Demi, desculpe, mas eu não sei se isso vai dar certo. 
– Isso? 
– Vocês dois. - disse cuidadosa. – Vocês são de mundos diferentes, Demi, você mal o conhece. Talvez, esse seu "amor", na verdade só seja carência por estar longe de casa. - Demi não gostou do que havia escutado, mas poderia até ter sentido. 
– Eu gosto de estar junto a ele. Ele me faz bem. 
 Demi. - Camila olhava diretamente para seus olhos, que estavam começando a ficarem úmidos. – com ele você se sente protegida, como um pai lhe faria sentir, com ele você pode aprender, como uma mãe ensinaria, ele te faz companhia, como um irmão faria. -falou. – Nele você encontrou o que você não tem aqui. Família. 

Continua
Bom, como prometido, regressei hoje, ainda estou desenferrujando, então peço perdão caso tenha algum erro que acabei deixando passar ou que tenha alguma incoerência que eu não tenha percebido.
Espero que gostem.


Anônimo: Muito obrigada pelo carinho, mesmo após meu sumiço. Prometo fazer de tudo para não decepcionar. Obrigada por comentar. Espero que goste do capítulo. Bjsss 

domingo, 1 de novembro de 2015

Antes de mais nada, venho pedir perdão a todos os leitores que me acompanham, sei que não há desculpas para o meu desaparecimento, mas tentarei, pelo menos, explicar meus motivos.
Bom, todo mundo sabe que o país não anda nada bem, e isso não é diferente para mim, neste ano, fui obrigada a tirar a bunda do sofá e ir trabalhar, não reclamo do meu trabalho, pois gosto de lá, tive sorte de consegui-lo e pretendo preserva-lo por muito tempo, porém, quando se junta trabalho, estudo para o ENEM (que sim, eu fiz novamente) e fim de semana fazendo eventos (me apresentando ou dando uma de garçonete), toda vez que surge aquele tempo de descanso, tudo o que mais quero é cama e somente isso. Eu até tentei escrever algo, mesmo estando atarefada, porém não saia nada de bom, e sinceramente? Se for para postar merda (perdão pelo palavreado), prefiro não postar.
Sei que isso não justifica a minha falta de explicação, eu poderia muito bem ter tirando um tempinho que fosse do meu dia, para vir aqui e falar "Ei, não vou conseguir postar", mas eu confesso que todo fim de semana eu acreditava que iria conseguir escrever um capitulo prestável e postar aqui, mas isso não foi acontecendo e quando vi, já tinha passado mais de um mês sem postagens.
Após todo esse tempo parada, acabei me convencendo de que era melhor eu parar de escrever, que eu não faria falta por aqui, porém, vocês, comprovaram que eu estava muito, mas muito errada mesmo. Não sei como, mas até mensagem no e-mail eu recebi, pedindo para eu voltar. Não nego que foi uma surpresa para mim, sempre adorei ler os comentários, vocês sempre foram muito gentis comigo, mas nunca pensei que o fato de eu ter parado iria causar tanta falta.
O Enem passou e agora meu tempo livre deu uma aumentada, minha criatividade ainda não está a 1000 por hora, mas aos poucos estou conseguindo voltar a escrever, não espero que vocês voltem de braços abertos e comentem em todos capítulos, tenho consciência de que muitos que me seguiam nem mesmo entram mais aqui para ver se tem alguma atualização, mas ainda assim voltarei, nem que seja só para dar um fim a esta fic, confesso que não sei se haverá outra, fiz burrada e agora terei que ressurgir das cinzas, o que não é fácil.
Espero ainda ter o apoio de alguns de vocês.
E boas noticias: Amanhã postarei capítulo novo.