sexta-feira, 22 de novembro de 2013

4º Capítulo “Paradise” – Entre o Céu e o Inferno




Música Paradise do Coldplay, sugestão da leitora Beatriz Carolina.

Ela não pareceu me perceber, não até eu estar perto o suficiente para toca-la no braço. Ela me olhou assustada.
_ Ei, eu preciso conversar com você. – falei, tentando acalma-la.
_ Me solte. – disse séria.
_ Prometa que não irá fugir. – pedi. Ela não respondeu. Receoso eu soltei-a. Ela não fugiu, apenas cruzou os braços acima do peio.
_ Você é o doido que me atacou ontem, não é? – perguntou.
_ Não sou doido e nem lhe ataquei! – defendi-me.
_ Ah não?
_ Não, eu queria apenas lhe tocar.
_ Ah! Agora é assim que se chama?
_ Eu... Eu...
_ O que foi? O gato quis tocar sua língua? – ironizou.
_ Dá pra parar? Eu só quero conversar com você.
_ Você não sabe o quanto eu odeio quando vocês chegam e acham que pode me ter na mão. Olha aqui. – disse, descruzando os braços e apontando o dedo em minha cara – o que era bem engraçado, já que ela era, pelo menos, vinte centímetros mais baixa que eu –._ Eu não vou pra cama com você. – disse e se virou pronta para entrar na casa de strippers.
_ Eu não quero te levar pra cama! – falei, apesar de que não ter tanta certeza da minha sinceridade naquele momento. _ Eu quero conversar. – novamente a peguei pelo braço. Ela olhou-me nervosa. 
_ Vá a um asilo, velhos amam conversar e estão sempre solitários. – disse fazendo força para se soltar.
_ Eu quero conversar com você! Será tão difícil assim? – perguntei.
_ Se você achou que eu seria fácil só porque sou uma stripper se enganou feio. Prostitutas são um pouco mais fáceis que strippers. – disse.
_ Você está me entendendo errado. – disse. _ Eu juro que não irei lhe agarrar ou tentar transar com você, eu só queria falar com você, nós podemos ser amigos. – falei, ela me olhou estranho e logo começou a rir.
_ Oh você é gay?
_ Não!
_ Sem problemas, eu posso falar para seus amigos que você é um garanhão, não é a primeira vez que me pedem isso. – falou. _ Mas eu realmente acho que se abrir honestamente com eles seria o melhor a se fazer.
_ Não! Não! Não! – falei soltando-a sem muita delicadeza.
_ Calme-se rapaz, também não é pra tanto, se quer continuar nessa farsa, tudo bem. – falou.
_ Eu não sou gay! – gritei. Um casal de idosos que passavam na calçada do nosso lado olhou-nos assustados. Respirei fundo. _ Olha, vamos recomeçar. – falei calmo. _ Prazer, meu nome é Joseph. – falei estendendo-lhe a mão, ela ficou olhando-me sem reação, parecia desconfiada, ao perceber que ela não me cumprimentaria abaixei a mão.
_ Hoje eu estou de folga, só vim pegar o minhas coisas e meu dinheiro de ontem, me espere aqui e vamos ver o que acontece. – falou nem um pouco animada e entrou sem dar-me a chance de agradecê-la.



Assim que ela entrou eu parei para pensar no que eu estava fazendo, o que eu realmente queria com ela?
A aliança em meu dedo começou a ferver como brasa, eu pensava em Rachel ansiosa para o casamento, em meus pais orgulhosos da minha escolha, e onde eu estava? Eu estava em Las Vegas de joelhos por outra qualquer que eu nem mesmo conhecia.
Eu tinha penas duas opções. Ficava ou ia embora, minha parte consciente dizia para eu ir, mas a outra parte dizia para eu ficar, como se fosse um anjinho e um diabinho um em cada ouvido, eu sabia muito bem que o anjinho estava me mandando ir embora e que o diabinho era quem me pedia para ficar, e eu também sabia que eu deveria escutar apenas ao anjinho, mas ao invés disso ou tirei minha aliança do dedo e coloquei no bolso da minha calça. Não pense. Haja.  Escute ao diabinho.

Por alguns minutos pensei que ela tinha me enganado, esperei quase meia hora do lado de fora, até que ela enfim saiu.
Ela olhou-me séria, como se não estivesse nada feliz com minha insistência.

_ Você ainda esta aqui? – perguntou, confirmando o que eu pensava.
_ Você me pediu para esperar.
_ Você poderia ter cansado de esperar e ter ido embora. – falou desanimada.
_ Eu não tinha nada para fazer mesmo. – dei de ombros.
_ Percebe-se.
_ Você parecia mais simpática enquanto dançava. – reclamei.
_ Você me pareceu chato desde o primeiro segundo. – contra-atacou. Suspirei rendendo-me. Comecei a me arrepender de ter insistido tanto nela. Mas o que eu podia fazer? Minha cabeça tinha se fixado nela como se fosse um carrapato. _ Porque você quer tanto conversar comigo? – perguntou. Eu hesitei.
_ Porque eu gostei de você. – falei baixo, mas alto o suficiente para que ela pudesse me escutar. Ela sorriu fraco e relaxou-se.
_ Olha, eu não sei qual é a sua idade, mas eu acho que você já esta grande o suficiente para perceber que as coisas não funcionam assim.
_ Como assim?
_ Você me conheceu ontem, eu apenas dancei para você, não tem como você já gostar de mim. – disse compreensiva. _ Você sentiu uma atração por mim... Quer dizer... Você sentiu uma atração pela mulher que dançou com você, eu nem mesmo sou aquela...
_ Então me deixe conhecer a verdadeira. – pedi, interrompendo-a. Ela olhou-me hesitante, mas calma.
_ Eu tenho outro trabalho em uma lanchonete, como garçonete. – deixou claro. _ Meu turno vai começar daqui à uma hora e meia, são apenas duas quadras de distancia, podemos conversar pelo caminho. – disse gentil.
_ Pra mim parece ótimo. – respondi.

(...)

_ Então, você vai me dizer seu nome? – perguntei após termos andado alguns metros em completo silêncio. Agora estávamos parados no sinal, esperando que ele ficasse verde para os pedestres.
_ Demetria. – respondeu.
_ Demetria. – repeti. Aquele nome me parecia familiar, mas eu não me lembrava de onde. _ Você nasceu aqui? – perguntei, tentando fazer com que a conversa não morresse.
_ Sim. – respondeu sorrindo, como se estivesse lembrando-se de uma boa memoria. _ As pessoas sempre veem Las Vegas como o lugar de casinos, prédios luminosos e altos, casas de strippers... – disse olhando para mim, como se estivesse julgando-me, eu ri tímido. _ E casamentos que podem ser celebrados por Elvis Presley. – eu ri concordando, esse último é o que faz Las Vegas ser Las Vegas. _ Mas existem muitas casas de família por aqui. E eu nasci em uma dessas. – concluiu. O sinal abriu para os pedestres, começamos a andar.
_ E o que aconteceu? – perguntei, não acredito que ela tenha sonhado em virar stripper, se ela era uma, tinha acontecido alguma coisa.
_ Você é de onde? – perguntou, claramente na defensiva.
_ De Utah. – respondi. _ Lewis. Conhece? – perguntei. Ela hesitou.
_ Eu era aquela garota na sala de aula que confundia Washington estado, em que a capital é Seattle, com Washington D.C., capital do país, eu nunca acertava qual era qual.
_ Não lhe culpo esses lugares com nomes iguais dão um nó na minha cabeça. – falei, ela riu tímida. _ Eu, por exemplo, nunca entendi porque o Alasca é um estado americano e não canadense.
_ Eu acho que ninguém nunca entendeu. – riu. Atravessamos correndo outra esquina, antes que o sinal ficasse verde para os carros. _ E o que você está fazendo por aqui? – perguntou.
_ Despedida de solteiro. – respondi.
_ Sua? – levantou uma das sobrancelhas. O anel pesou em meu bolso.
_ Não. – menti.
Por quê?
_ Típico. – disse ela. Ela devia saber que eu estava mentindo. _ Homem vem aqui para fazer uma despedida de solteiros e logo procuram strippers e prostituas, parece que acham que tem que trair antes de começar um relacionamento. A mulher já casa tenho dois chifres enormes na cabeça. – falou. A carapuça serviu mais que bem em minha cabeça.
_ Nem todos são assim, alguns veem obrigados. – tentei defender-me.
_ Não se obriga a quem não quer, se alguém faz algo é porque no fundo quer, a não ser que coloquem uma arma em sua cabeça ou na cabeça de alguém que você ame. – contrapôs. _ Se não tem arma, não tem obrigação. – ela tinha razão. Se eu vim foi porque quis e se eu estava mentindo para ela agora, era porque eu queria.
_ Você faz com que os homens pareçam monstros.
_ O único homem que prestou em minha vida foi meu pai.
_ Talvez você só não tenha achado o cara certo. – ela gargalhou.
_ Talvez eu não tenha o homem certo.
_ Todo mundo tem.
_ Tudo tem sua exceção. – falou. _ Aqui é o meu outro trabalho. – disse parando na frente de uma lanchonete. O lugar tinha uma área externa com algumas mesas de madeira com guarda chuva (no caso de Las Vegas tampa sol) no meio e era cercado com tuia. A porta era de vidro e logo que se entrava podia sentir o refresco do ar condicionado, e o cheiro forte de café e coisas assadas. As paredes eram de um tom vermelho vinho e o piso era de madeira, as cadeiras do lado de dentro era como a de qualquer fast food, o que fazia que contrastasse com o clima do lado de fora, que parecia bem mais natural e sofisticado. Um grande balcão ocupava toda a parte direita da lanchonete, se podia ver a fumaça das maquinas que guardavam o café, e as estufas cheias de pasteis assados e outros salgados na mesma linha, na parede também tinham algumas prateleiras que carregavam vários tipos de garrafas cheias de bebidas alcoólicas.
_ Olá Demi. – cumprimentou uma garota que estava no balcão. _ Chegou cedo hoje, vai pegar o turno mais cedo? – perguntou.
_ Olá Marissa, não, irei pegar no meu horário habitual, eu só vou conversar com esse cara aqui. – falou. A Marissa olhou-me e pareceu não gostar muitos de mim, deu-me um sorriso falso, não sabia o porquê, eu nem tinha feito nada – ainda – não precisava me odiar tão prematuramente. _ Ah é, traz uma garrafa d’agua para o Lopes não reclamar que estamos sentados aqui sem consumir nada. – disse Demetria feliz.
_ Bom mesmo, Lopes hoje acordou de mal humor. A mulher estourou o limite do cartão de crédito novamente. – disse, indo até o freezer e pegando a garrafa d’agua.
_ Pensei que ele já tinha acostumado, ela estoura o limite todo o mês. – falou Demetria, pegando a garrafa.
_ Pois eu sonho com um Lopes em minha vida, gastar o dinheiro dele todo, viver como uma madame. – disse Marissa, sonhando enquanto passava pano no balcão.
_ Com aquela careca e aquele cheiro de cigarro saindo dos seus poros? Não. Passo. – Demetria riu. Marissa fez careta e depois a acompanhou na risada.

Demetria começou a andar até o fundo da lanchonete, a acompanhei. Sentamos bem no fundo, um de frente para o outro, ela abriu a garrafa d’agua e tomou um gole.
_ Quer? – ofereceu.
_ Não, obrigada. – respondi.
_ O que você quer de mim?
_ Eu já disse, te conhecer.
_ Se eu fosse você não faria isso. – falou.
_ Porque não? – perguntei.
_ Pra quê me conhecer?
_ Você me instiga uma curiosidade, um...
_ Não termine. – interrompeu-me._ Olha, minha vida é um desastre, eu sou um desastre, essa sou eu, não há nada a se conhecer. – disse.
_ Não fale assim, talvez alguma coisa tenha dado errado, mas...
_ Como era seu pai? – perguntou.
_ Meu pai é... Bom... É meio sério, mas é o meu ídolo. – falei o que veio em minha cabeça, a repentina mudança de assunto tinha me pegado desprevenido.
_ Meu pai era um bom homem, mas vivia vendendo tudo o que a família tinha só para poder jogar, ele me fez muito feliz, ele sempre me lavava para lugares legais, mas ele era um viciado em jogos.
_ Você tinha dito que ele foi o único homem que prestou em sua vida.
_ Se o único homem que prestou em minha vida era um viciado em jogatina, você pode imaginar como eram os outros? – perguntou. É não deveriam ter sido o príncipe encantado que toda garota espera. _ Sua mãe? – perguntou.
_ Ela é uma dona de casa, doce, cozinheira de mão cheia, super dedicada à família...
_ A minha mãe sofreu na mão do meu pai, por causa do vicio dele, mas sempre foi forte, ela sempre o amou, até que um dia ele morreu. – disse.  Eu podia sentir a tristeza através de seu olhar. _ Minha mãe tentou de todo jeito continuar vivendo bem... Faz um ano que descobrimos que ela tem câncer de mama, ela esta fazendo todos os tratamentos, e esta bem agora, ainda tem que tomar vários medicamentos e fazer quimioterapia, mas se olharmos para trás... Ela esta bem. – disse, um meio sorriso tentou surgir em seus lábios, mas logo desapareceu.
_ Porque você é uma stripper? O que aconteceu? – perguntei. Ela hesitou. Pegou a garrafa e tomou mais um gole de água.
_ Minha vida não é um mar de flores. – disse.
_ Você não vai dizer, não é?
_ Deveria? – perguntou.
_ Talvez.
_ Por quê?
_ Se eu te sigo por que quero saber mais de você, se você me falasse tudo talvez eu parasse de te seguir.
_ E se eu não quiser que você pare. – meu coração se acelerou só com a possibilidade.
_ Por algum motivo o fato de eu ser homem me faz pensar que você quer que eu pare. – falei. Ela suspirou.
_ Quando eu tinha nove anos meu pai me levou em uma apresentação de balé, foi a coisa mais lindo que já vi em toda minha vida, eu me apaixonei com a dança e desde daquele dia eu falava que eu iria ser uma dançarina. – fez uma pausa. _ Meus pais eram bons, mesmo tendo crises graças ao vício do meu pai. Eles me colocaram em todos os cursos de dança que eles conseguiam pagar por. Minha paixão pela dança foi crescendo, crescendo, mas quando eu fiz 17 anos eu conheci alguém. – disse ela, o sorriso do seu rosto ao lembrar-se dos bons momentos desapareceu. _ Você já se apaixonou? – perguntou.
_ Sim. – respondi, lembrando-me de Rachel, a culpa subiu em meus ombros e por algum motivo eu sabia que não sairia de lá tão cedo.
_ Essa pessoa te decepcionou? – perguntou.
_ Não... Eu a decepcionei. – falei baixo, eu ainda não tinha decepcionado Rachel, mas o que eu estava fazendo agora claramente a faria sentir-se mal, caso ela venha descobrir no futuro. Demetria não disse nada, parecia perdida em pensamentos. _ Esse alguém lhe decepcionou? – perguntei ‘despertando-a’ dos seus pensamentos.
_ Não no começo. – disse ela.
_ Você não pretende falar mais nada, não é? – perguntei.
_ Quando você irá embora? – perguntou.
_ Daqui a dois dias. – respondi.
_ Começar uma amizade sendo que ela irá terminar em dois dias não é muito legal da sua parte. – disse ela.
_ Não precisa acabar em dois dias. – ela hesitou um pouco.
_ Nossos dois primeiros anos de namoro foi um mar de flores, ele fazia eu me sentir uma princesa... Meu pai não gostava dele, nem minha mãe... Eu nunca entendi o porquê... Eles nunca tinham me dito o motivo para tanto ódio... Quando eu fiz 19 anos eu entendi... – ela parou de falar um pouco, eu queria saber o que aconteceu, mas entendi a sua necessidade de ter um momento. _ Eu descobri que ele estava envolvido com drogas e que tinha entrado no mundo do crime, ele ficou preso por cinco meses, por pequenos furtos... Foi um susto... Eu tentei afasta-lo, mas eu o amava muito... Eu acabei dando-o outra chance e ele prometeu que iria mudar e ele realmente pareceu mudar no inicio... Até que um dia eu descobri que estava gravida, ele me abandonou durante toda a gravidez, se não fossem meus pais, eu nem sei o que teria acontecido comigo... – ela parecia segurar o choro, até eu estava com o coração rompido. _ Assim que eu ganhei minha filha, ele voltou, cheio de amores, querendo o perdão... Eu tinha acabado de ganhar minha filha, eu tinha esperanças que minha filha tivesse um pai, um pai que a levasse para algum lugar e graças a esse passeio ela descobrisse algo que gostasse tanto... Assim como eu descobri a dança... Eu perdoei novamente – suspirou. _ Dois meses depois eu descobri que ele estava devendo um traficante perigoso aqui de Las Vegas. – eu podia ver a mistura de raiva e tristeza em sua feição. _ Eu só fui descobrir que ele fez isso quando dois capangas vieram a minha casa, eu entrei em desespero, eu prometi a eles que pagaria a divida dele se eles deixassem a mim e a meu filho fora daquilo, eles me deram dois meses. – disse. _ Eu tinha que pagar oito mil dólares, em dois meses, eu não tinha condições financeiras para isso. Graças a Marissa eu consegui esse emprego aqui, mas o meu salario não foi o suficiente, quando chegou o dia do pagamento eu tinha apenas dois mil, então o traficante me deu uma opção, ou eu trabalhava para ele, pelo preço mínimo ou eu e meu filho morreríamos, foi assim que virei um stripper, até hoje eu não consegui parar de ser. Minha divida é infinita. – concluiu.
_ Aquele lugar é de um traficante?
_ Ele precisa justificar o tanto de dinheiro que consegue, que melhor lugar do que uma casa de strippers? – disse.
_ Esse cara é um lixo. – falei nervoso, eu queria mata-lo, como ele era capaz de fazer aquilo?
_ Eu disse, minha vida não é um mar de flores.
_ Era a filha dele, a mulher que deu luz a filha dele! – esbravejei. Ela estava calma, ela sabia que ficar com raiva não ajudava em nada.
_ Ficou satisfeito? – perguntou.
_ Satisfeito?
_ Agora você sabe tudo sobre mim. Como eu fui parar naquele lugar. – era tanta coisa que eu tinha que assimilar...
Ela tem uma filha, o pai da criança é um vagabundo, a mãe estava doente e pai morto, ela trabalhava naquele lugar obrigada... No fim das contas era só uma garota que sonhou e se apaixonou, mas que foi brutalmente arrancada da sua felicidade. Eu queria ajuda-la, queria faze-la feliz. Eu sabia o que ela queria e eu a ajudaria a encontrar seu paraíso.
CONTINUA

Olá galera, eu estou desde quarta-feira para postar este capitulo, mas na quarta-feira eu fiquei quase o dia inteiro na fila pra comprar o ingresso por show da Demi, e ontem eu tive que fazer todos os cursos que eu cancelei na quarta-feira, eu cheguei a minha casa esgotada. Mas estou postando hoje, espero que tenham gostado.
Mas e então, vocês conseguiram comprar o seus ingressos? Para onde? Espero que sim. Para as leitoras brasileiras que conseguiram vocês ainda terão mais chances e para as leitoras portuguesas, estou na torcida para que ela marque um show aí também.
Eu provavelmente não postarei no domingo (porém tentarei), mas vou tentar postar segunda-feira.
Não se esqueçam de comentar/avaliar
Bjssss

Thay: haha eu seu, eu demorei, mas não foi de proposito. Demorei um pouquinho, mas foi menos foi mais rápido que o último ;) Muito obrigada por comentar. Bjsss
Carine Santana: HAHAHA Pois é, a Demi tem o poder sobre Joe nessa fic haha. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Thau Ane: De nada linda. Bom, aí vamos ver, pode ser que tenham algo, ou não... Mas posso te garantir que os dois terão bons momentos juntos nesses dois dias restantes. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Shirley Barros: haha Você me deixa muito feliz ao falar assim, eu demorei mais postei :D. Espero que tenha gostado deste também. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Kika: Aw linda, agradeço muito pelo seu carinho, você está sempre aqui comentando. Espero que tenha gostado deste capítulo. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Estela: Espero ter ajudado em algo, e como eu disse, sempre que eu puder eu irei comentar J Bom, eu também nunca li uma fic em que a principal fosse uma stripper, mas acho que no fundo essa é a ideia, sempre inovar ;) Muito obrigada por comentar. Bjsss

Silvia: HAHA pois é, Joe já está caidinho por ela. Muito obrigada por comentar. Bjsss 

domingo, 17 de novembro de 2013

3º Capítulo “Walks like Rihanna” – Entre o Céu e o Inferno

DIVULGAÇÃO:




                 Música Walks like Rihanna do grupo The Wanted, sugerido por um leitor Anônimo.

Incrível. Essa é a única palavra que tenho para descrever aquela mulher.
Ela dançava no pole dance com a maior naturalidade, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Descia e subia, agarravam-se somente pelas pernas, seus braços, que parecia ser tão normais para uma mulher comum, a segurava fortemente. A música combinava com o clima de sedução.

A música mudou e a mulher parou de dançar no pole dance, ela começou a se exibir. Não precisava ser mestre em apresentações de strippers para saber o que iria acontecer agora, meu coração gelou só de pensar, aquele era o ‘grande’ momento, como reagir? Normal? O que seria normal? Como conseguir ficar normal perto daquela mulher?

Ela sentou-se no palco e tirou seus saltos.
Se eu dissesse que até tirando os sapatos ela conseguia ser sexy, eu pareceria louco?
Louco ou não, esse era o fato. O jeito que ela me olhava enquanto tirava aos saltos, mesmo por trás daquela mascara se podia sentir o fogo do seu olhar, a sedução...
Tornou-se a ficar de pé, e voltou a se exibir, rebolando, movendo-se maneira quente, agora, mesmo com ar condicionado ligado, o clima estava quente, eu podia sentir meu corpo querendo começar a suar.
Colocou-se de lado e começou a descer a sua sinta liga, eu não sabia para onde olhava mais, para suas pernas que ficavam mais descobertas do que estavam, para sua bunda empinada, ou para sua face, já que ela me olhava intensamente e mordia seu lábio inferior. Eu podia sentir meu membro tomando vida.

Um sinta de cada vez, assim que ela tirou a segunda ela jogou-a em mim, peguei e cheirei, o perfume era forte, mas não enjoativo, eu não sabia qual marca, muito menos o nome, mas aquele perfume já era como uma droga para mim, eu queria senti-lo com mais intensidade...
Lentamente levantei-me na intensão de aproximar-me dela, porém, assim que ela percebeu o que eu queria fazer, parou de dançar e tocando-me em meu peitoral, apenas com o dedo indicador, ‘empurrou-me’ novamente para meu lugar, involuntariamente acabei tornando-me a sentar, ela deu um sorrisinho safado, o que me lembrou de Rachel e me perturbou. O que eu estava fazendo? Aquela mulher na minha frente, dançando e tirando toda a roupa (que já não era muita) para mim, era uma tentação e eu queria poder toca-la de todas as maneiras possíveis, mas estava noivo, com a aliança no dedo.

Calmamente ela retornou para o palco e tornou a dançar, ela rebolava, se exibia, intercalava entre fazer algumas manobras de pole dance e de apenas dançar no chão.

Quando ela virou-se de costas e colocou suas mãos no fecho do sutiã eu vi minha oportunidade chegar. Eu ainda queria toca-la, eu era como um imã e ela o metal, meu corpo se atraia pelo dela de maneira inexplicável, de maneira que nunca senti nem mesmo em meus momentos mais quentes com Rachel.
Levantei-me rápido, temendo que ela virasse a qualquer momento e me impedisse de toca-la novamente.
Assim que abracei por trás pude sentir seu susto. Meu coração estava a mil por hora e eu podia sentir o seu pulsando forte também, não sei se pelo cansaço da dança ou se pelo susto ou se pelo mesmo motivo que eu.
Ela forçou tentando se soltar, mas eu a agarrei mais firme.
_ Me solte. – pude escutar ela dizendo, a música ainda soava normalmente.
_ Não. – respondi.
_ Me solte. – pediu novamente, o tom de sedução tinha desaparecido de sua voz, mas a excitação que eu tinha não. _ Eu vou chamar os seguranças. – ameaçou.  Virei-a para mim, ela tinha que levantar a cabeça para olhar-me nos olhos, sem os saltos elas era bem baixinha, mas ainda sim continuava tão mulherão como antes. _ Eu estou te avisando. – eu ignorei-a com fervor.
Ela parou de se debater e continuamos a nos fitar, soltei-a de um braço, mas ela nem pareceu perceber. Com minha mão livre peguei em sua mascara e comecei a retira-la. Eu pude sentir a temperatura dela abaixar e ela parecia ter... Medo? Assim que consegui tirar a mascara ela me pegou de surpresa e conseguiu se soltar de mim, correndo para trás das cortinas, no mesmo instante a porta atrás de mim se abriu e dois seguranças me agarraram e me carregaram para fora da sala. Com a mesma brutalidade eles foram me retirando até mesmo da boate. No meio do caminho Nicholas me viu ser retirado daquela maneira e foi tentar defender-me.
_ Ei, espere aí, você não pode retira-lo assim não! – gritava e tentava atingir os seguranças. Edgar veio correndo, ou melhor, esbarrando tentando me defender também, se ele estivesse sóbrio seria uma boa, mas agora eu não via nenhuma vantagem em seu tamanho nem mesmo em seus dois braços musculosos. _ Ele pagou para entrar, e ele é um besta que não faz nada de mal, como você podem fazer isso com ele? – continuou a gritar Nicholas, assim que chegamos perto da porta os seguranças me largaram. _ Dá para explicar o que está acontecendo?
_ Seu amiguinho besta tentou agarrar uma das nossas moças. – disse o segurança, um homem negro, tão alto e musculoso quando Edgar, com sua voz estridente.
_ Ah foi só calor do momento, ele não vai fazer mais besteira não, ele só vai sentar lá e beber um pouco, pode deixa-lo aqui, ele não causará nenhum problema. – tentou defender-me Nicholas. Os seguranças se entreolharam e me encararam, eu me senti uma criança perto daqueles homens gigantes, Las Vegas é outro mundo para mim, vai saber como os seguranças daqui são? E se eles não forem tão calmos como o Victor (único segurança, do único supermercado de Lewis) Victor era um grilo perto daqueles dois brutamontes, se eles quisessem atacar Nicholas e a mim eles conseguiram fazer um belo estrago, Edgar provavelmente cairia sozinho caso soprasse um vento mais forte para seu lado, Kevin eu nem mesmo sabia onde estava, apesar de que ele não faria tanta diferença assim.
_ Olha aqui rapaz. – disse o outro segurança, se aproximando a mim e colocando o dedo em minha cara. O segurança era um pouco menor do que o outro, mas ainda sim era monstruoso, ele era moreno e seu sotaque evidenciava a sua naturalidade latina. _ Vamos ficar noite inteira de olho em você, apronte uma e nós quebramos todos os seus dentes, ficou entendido?
Ele ainda duvidava.
Fiquei mudo, apenas confirmei com a cabeça. Os seguranças riram enquanto se afastavam. Eles tinham conseguido fazer o que queriam, causar-me um tremendo medo.

(...)

Quando saímos da casa de strippers o local já estava prestes a fechar, já era mais de cinco da manhã, eu estava com os olhos vermelhos de sono, mas eu tinha ficado o tempo todo atento, apenas na esperança de ver a minha stripper novamente. Pode parecer estranho eu falar ‘minha stripper’ eu sei que ela não é minha, provavelmente não é de ninguém, mas como eu não sabia seu nome eu acabei a apelidando desta maneira. Kevin, Nicholas e Edgar agora pareciam mais sóbrios, ao contrario do que eu previa, porém o último da noite foi uma apresentação com várias strippers no palco, e eles tinham ficado menos bêbados para poder apreciar a apresentação melhor. Eu não pude me aproximar muito do palco, pois os dois seguranças ainda estavam de olho em mim, mas mesmo de longe pude ver que a minha stripper não estava naquele meio, nenhuma ali tinha seu corpo nem mesmo sua sensualidade, apesar de muitas serem tão gostosas quanto...

_ Não vai entrar não Joseph? – perguntou Kevin, ao chegarmos à porta do hotel. Eu havia parado no meio do caminho.
_ Eu vou ficar aqui mais um pouco. – respondi.
_ Só não arranje mais confusão. – disse Nicholas dando de ombros.
_ Ah agora ele já sabe a diferença entre strippers e prostitutas. – riu Kevin, os outros o acompanhou na risada, ignorei-os. Se eles tivessem visto a mulher que eu vi teriam feito o mesmo ou até pior.
Eles entraram e eu fiquei olhando para a porta daquela casa de pecados, se via o resto dos clientes saindo e no meio deles alguns garçons, já desarrumados, com a gravata borboleta não mão ou totalmente afrouxada, com camisas com botões abertos... Alguns seguranças seguiam o mesmo modelo, inclusive o de origem latina que me ameaçou. Aos poucos algumas mulheres começaram a sair também, claramente eram as strippers, mas agora elas estavam irreconhecíveis, o único vestígio de que eram elas é o brilho de suas maquiagens, que elas não tinham conseguido tirar totalmente; elas estavam vestidas, comportadamente, pareciam totalmente normais, bom, talvez elas realmente sejam normais, não para mim, que não cresci em um lugar em que mulheres nunca poderiam se exibir daquela maneira que elas faziam para trabalhar, mas talvez por Las Vegas e outras grandes cidades elas fossem apenas mais umas...
Deve ter demorado uns dez minutos para a que eu esperava enfim sair, lá estava a minha stripper, eu podia reconhecer a cor do seu cabelo, e mesmo agora com jeans e uma blusa de manga preta com um desenho de alguma logo de banda de rock, eu podia reconhecê-la, seu corpo ainda era bonito e sexy, seu jeito de andar ainda era sensual. Só que agora ela não parecia mais aquele mulherão sexy, mas sim uma garota bonita, o que me fez cair mais ainda a seus pés, era a mistura mais perfeita que poderia ter. Eu queria ir até a ela, mas logo que saiu, um carro, um Chevy 62, já velho, sem uma cor realmente definida e com algumas ferrugens, parou a seu lado, ela não pareceu muito feliz, mas entrou naquele carro lata velha e partiu sabe-se lá pra onde.

Entrei ao hotel e fui ao saguão.
_ Ei, aqui, você sabe a que horas aquela... Casa de... – eu não sabia como perguntar ao recepcionista, mas ele pareceu me entender.
_ Às cinco da tarde, senhor. – respondeu educadamente.
_ Mas você sabe que horas que as pessoas que trabalham lá chegam? – perguntei.
_ Não sei, a partir da três da tarde, acredito. – respondeu.
_ Tudo bem, muito obrigada.
_ Sem problemas. – Subi para meu quarto.
Apenas tirei meu sapato, minha calça e minha blusa, eu estava cansado demais para colocar alguma coisa para dormir e mais ainda para tomar um banho, acabei apenas me jogando naquela cama confortável do hotel e dormi instantaneamente.

(...)

Acordei com o toque do meu celular. Eu sabia que ele estava no bolso da minha calça e sabia que minha calça estava no chão em algum canto daquele quarto.
Pulei da cama a procura da calça, meu olho ainda não tinha se acostumado com a claridade e por isso atendi sem olhar quem era.
_ Alo?
_ Alo? Meu filho? – perguntou a familiar voz de minha mãe.
_ Oi mãe. – respondi mais calmo.
_ Joseph você estava dormindo? – perguntou assustada, minha mãe mais que ninguém sabia que eu acordava sempre às sete da manhã, só se eu estivesse muito cansado que eu dormia até umas oito, nunca, desde que completei dez anos, acordei mais tarde que nove horas. Agora com a visão mais adaptada ao ambiente olhei para o relógio digital que fica no criado mudo e marcava onze da manhã, seu duvidas meu recorde, mas considerando a hora que fui dormir talvez não fosse um horário tão absurdo.
_ Não. – respondi._ Eu só tirei um cochilo. – falei, outra mentira, minha mãe sabia que eu nunca tirava um cochilo, pois se eu fizesse não conseguia dormir a noite e vivendo na minha família, não dormir cedo significava ficar rolando de uma lado para o outro na cama, não tem TV no quarto e não se pode ver TV depois das dez da noite, pois corríamos risco de sermos exposto a conteúdo inapropriado, nada de jogos ou brinquedos e nem mesmo a luz se podia ligar, com isso criei um trauma de cochilar, preferia passar o dia inteiro quase que me arrastando de cansaço do que passar a noite naquele tedio. _ O congresso é muito cansativo, são muitos carros para olhar, muitas palestras, você anda o tempo todo. – tentei parecer convincente. Como se isso pudesse ser desculpa para mim, fui por quatro anos consecutivos, eleito o melhor atleta da escola, eu sempre tive uma ótima resistência a atividades físicas, mesmo já estando mais velho, a minha resistência era algo que eu não tinha perdido.
_ Ah sim meu filho. – disse minha mãe, não parecia totalmente convencida. _ Eu sabia que você não deveria ter ido, você podia estar descansado aqui em casa agora. – falou.
_ Não, que isso mãe, aqui, apesar do cansaço, está ótimo, eu não podia perder essa experiência, vai ser ótimo para meu crescimento na empresa. – justifiquei-me.
_ Ainda sim, queria poder estar cuidando de você. – insistiu.
Nessa conversa fomos por uns vinte minutos, até meu pai conversou um pouco.
Assim que desliguei o telefonema fui para o banheiro, fiz minhas necessidades e tomei um banho.

Eu estava passando meu segundo dia em Las Vegas, me faltavam apenas dois dias antes de ir embora e míseros quatro para eu me casar. A rapidez que o tempo estava passando me assustava, mas nada me assustava mais que meus pensamentos a minha stripper, eu não consegui parar de pensar nela em nenhum minuto, não conseguia prestar atenção na conversa com meus amigos, o que até era bom, já que eles a todo momento faziam piadinhas sobre o meu ataque a stripper de ontem, perdi todos os jogos que joguei no casino, minha mente não estava nem aí para os números ou combinações de cartas, eu só pensava naquela mulher de lábios carnudos e de um rebolado capaz de levar qualquer homem a loucura.

Eu precisava conversar com ela, só isso me acalmaria (ou não), eu precisava falar com aquela mulher.
Kevin e Edgar saíram para outro casino, em um que se podia apostar dinheiro e não fichas. Nicholas foi para um lugar em que se podia se jogar de parapente não sei onde que era apesar dele ter me convidado, mas eu neguei, eu tinha que ficar ali, eu tinha que encontra-la.
Aprontei-me e fui para frente da casa de strippers, já era quase três horas, e como previsto pelo recepcionista, começaram a chegar pessoas para começar a abrir o local, no começo foram apenas os garçons e seguranças, assim que vi os que me ameaçaram na noite passados virei-me para tentar esconder minha cara, não queria que eles me reconhecessem.


No começo da esquina, ainda meio distante, eu vi quem eu esperava se aproximar. Calça jeans e blusa preta de banda de rock, desta vez a banda era AC DC, nunca escutei, na minha casa só era permitido musica gospel, mas quando andava por Salt Lake City já vi muitos jovens e alguns adultos com blusa deles, o que me faz pensar que é uma banda boa e famosa.
Ela continuava do mesmo jeito, seu longo cabelo castanho claro, seu corpo cheio de curvas ainda se sobressaia, mesmo estando devidamente vestida, e seu andar era confiante. O andar de uma mulher bonita e que sabe o poder que tem. Ela anda como a Rihanna.

CONTINUA

Oi gente, perdão pela demora, aparentemente conciliar seis cursos extracurriculares e escola não é tão fácil quanto os japoneses faz parecer que é.
O próximo capítulo já está quase pronto, o que me faz pensar que talvez eu não demore mais tanto, porém não colocarei um dia, pois, como podem ver, meu tempo está meio corrido.
Espero que tenham gostado. Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss

Kika: hahahaha calma, calma, você é importante demais, não posso arriscar te perder. Ah, eu sempre gosto de lhe agradecer por tirar um tempo do seu dia para comentar aqui, me deixa muito feliz. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Carine Santana: Não é? Fico muito feliz com isso, postado. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Thau ane: Ela mesma hahaha. Fico feliz que tenha gostado. Divulguei. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Natalia_lovato: Fico muito feliz, espero que tenha gostado desde também. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Shirley Barros: Eu fico muito lisonjeada com seu carinho, e vou pegar a sua ideia sim, pode ficar tranquila que lhe darei crédito. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Estela: Fico feliz que tenha gostado, eu vou te divulgar sim, pois você merece, eu só ainda não estou comentando os capítulos porque eu fui inventar de recomeçar a ler, mas logo logo eu comento lá viu? Muito obrigada por comentar. Bjsss
Fernanda: Ei minha xará, pode deixar eu vou divulgar. Muito obrigada por comentar. Bjsss

domingo, 10 de novembro de 2013

2º Capítulo “Turn Up the Music” – Entre o Céu e o Inferno





Música Turn up the Music do Chris Brown, sugerida pela leitora Cristina

Convencer Rachel tinha sido fácil, mas isso de nada significava que meu problema tinha acabo. Meus pais.
_ Mas Joe você é apenas um gerente, desde quando gerente faz viagem de negocio? – perguntou meu pai. Agradeci a Deus por Rachel não ter feito a mesma pergunta antes, pois eu não fazia a menor ideia de como responder.
_ É... O meu patrão resolveu levar os gerentes também. – respondi. Claramente meu pai não se convenceu.
_ Seu patrão está muito bonzinho, não? – perguntou minha mãe.
_ Mãe, mas tu também? Vocês estão desconfiando de mim? Eu sempre fui um bom filho. – indaguei. Pelo menos sempre fingi ser um bom filho muito bem. Os dois se entreolharam.
_ Bom, filho, claro que não temos motivos pra desconfiar de você, é só que esta tão próximo do seu casamento, nós pensamos que você iria ficar... – disse minha mãe.
_ Tínhamos combinado de fazer a sua festa de despedida de solteiro. – falou meu. Minha garganta secou.
_ Não será necessário pai.
_ Que seja! Ligue-nos a todo o momento, quero saber como você esta. – disse minha mãe, vindo me abraçar. Era incrível, eu estava prestes a me casar, mas meus pais ainda agiam como se eu tivesse seis anos.  


Entrei em meu quarto e coloquei algumas peças de roupa na mala, quatro dias era pouco, não precisa de me preocupar com a quantidade, quatro blusas, duas calças e uma bermuda, quatro cuecas. Os eletrônicos eu guardaria depois.
Deitei-me em minha cama e comecei a viajar nos meus pensamentos.
A culpa de estar mentindo para meus pais e para Rachel e o excitamento por poder passar quatro dias em Las Vegas se fundiram com a intensão de torturar-me até que eu conseguisse dormir.


Domingo, acordei, como sempre, às sete da manhã. Tomei meu banho. Desci para a parte de baixo da minha casa, já pronto para ir viajar. Para disfarçar coloquei uma roupa normal de trabalho, se eu chegasse descontraído claramente meus pais começariam a desconfiar.

_ Joe você não irá sair antes de tomar café da manhã. – falou minha mãe. Virei-me para ela, sabendo que discutir era perda de tempo. Dei um sorriso desanimado e fui para a mesa de café.
Minha mãe sempre acorda às 5 da manhã e começa a preparar tudo para o café da manhã, tudo natural e feito por ela, assim como todas as mulheres casadas da cidade, assim como Rachel fará em breve...

Na mesa já estava meu irmão mais novo Noah, o grande mistério da família. Noah sempre foi silencioso e parado, isso desde pequeno.
Mesmo sendo filhos dos mesmos pais e mesmo que tenhamos sido criados da mesma maneira, Noah, Rick e eu, sempre fomos bem diferentes.
Rick, o mais velho, é o certinho, fontes asseguram que ele nunca passou perto de entrar no armário do zelador, já sua atual esposa é outra historia... Eu... Bom... Eu sou eu, não certinho como Rick, mas não chego a ser estranho como Noah. Ele ainda esta no fundamental, o último ano do fundamental, no próximo ano saberemos qual é o seu destino, a quem ele saiu mais, a mim ou a Rick, enquanto isso ele só será o estranho.
_ Noah! – repreendeu minha mãe, dando-lhe um tapa na mão. _ Você sabe muito bem que não pode começar a comer sem que seu pai esteja na mesa e sem antes agradecer a Deus. – falou. Essa era uma das regras fundamentais na minha família, e parece que Noah, mesmo já tendo 14 anos, não tinha entendi isso muito bem ainda.


Terminado o café da manhã, tive a autorização para enfim sair. Despedi-me dos meus pais e de Noah.

Eu já estava prestes a embarcar no avião e eu ainda debatia comigo mesmo se isso era o certo a se fazer.


_ Eaí Joe, daqui a duas horas nós estaremos pousando no paraíso. – disse Kevin do meu lado. Kevin é apenas dois anos mais velho que eu e não faz muito tempo que trabalha conosco na empresa, ainda sim nos demos bem de cara, nunca o vi em um relacionamento sério, mas muitos garantem que ele chegou a ficar noivo, porém desatou o noivado faltando poucos dias para o casamento, nunca o perguntei se essa história era verdadeira, por algum motivo, me parece que esse não seja seu assunto preferido.
Edgar é o mais velho do grupo, 35 anos, atualmente vive entre a empresa e academia, seus braços parecem cada vez maiores, o que é bem assustador, principalmente pela sua altura, deve ter quase dois metros de altura, e eu que sempre me achei bem grande com meus 1,76 não me sinto bem ao ter que olhar pra cima para falar com ele. Edgar tinha se casado cedo, mas se separou mais cedo ainda, não antes de ter uma filha com a ex-esposa, ele claramente a ama, mas vendo o quanto aquele homem tem aversão de compromissos novos e o quando ele reclama da ex-mulher que só lhe sabe pedir, às vezes me pergunto se, ter se casado e ter tido uma filha não seja o maior arrependimento de sua vida. Outra pergunta que eu nunca fiz, pelo mesmo motivo da anterior.
Já Nicholas é o Nicholas, mesma idade que eu, ele não se amarra a nada e a ninguém, não é mulherengo de aparecer cada dia com uma mulher, mas das poucas vezes que o vi junto a uma, nunca era a mesma anterior. Ele não parecia preocupado em formar uma família, ser livre, leve e solto, como ele sempre se auto intitula, parece lhe fazer bem.
_ Paraíso mesmo, o hotel que reservei tem casino no saguão e fica ao lado de uma casa de strippers. – anunciou Nicholas animado.
_ Nicholas, eu vou me casar. – relembrei-o.
_ Strippers, Joseph, não prostitutas. – falou ele.
_ Para mim dá no mesmo. – falei. Os três riram.
_ Pois tente fazer sexo com uma stripper e verás o quão igual é. – ironizou Kevin.
_ Não irei tentar fazer sexo com ninguém. – deixei claro. _ Ir para o casino, andar por Las Vagas tudo bem, mas casa de strippers? Não!
_ Pois eu acho que crescer em uma família de religiosos te deixa um pouco retardado. – riu Edgar.
_ Ser fiel não é ser retardado. – respondi.
_ Ver uma mulher dançando não é trair. – respondeu ele.
_ Se ela estiver com roupa. – respondi.
_ Ela não estará completamente nua. – intrometeu-se Nicholas.
_ Tampar o bico do peito não é estar vestida. – respondi a ele.
_ Pois para mim tudo que me impede de tocar a porta do paraíso é estar vestida. – falou Nicholas, todos riram, menos eu. _ Vamos fazer um combinado. – começou a dizer. _ Eu e você em uma jogada de poker, se eu ganhar, você irá à casa de strippers, se você ganhar, ninguém vai. – finalizou.
_ Nicholas. – reclamou Kevin.
_ Não me ponha nisso. – falou Edgar.
_ Eu topo. – falei. Eu teria uma vantagem sobre Nicholas, fora ele quem me ensinou a jogar, ele havia me passado todos os seus truques, eu sabia como bate-lo, por melhor que ele fosse, eu sabia suas artimanhas.
Pois que venha Las Vegas.

(...)

Sol forte, prédios gigantescos e com muitas luzes, muita gente. Nunca me senti tão roceiro como agora.

O hotel era uma maravilha, assim que entravamos víamos o casino, mesmo ainda sendo consideravelmente cedo, o casino já estava cheio, o barulho das maquinas, dos sorrisos, dos gritos de vitória...  Podiam-se ver os bem elegantes garçons de gravata borboleta, com taça recheadas de bebidas alcoólicas... Ficar naquele lugar seria minha prova de fogo.


_ Cada um terá seu quarto. – disse Nicholas voltando para o saguão e nos entregando os cartões magnéticos que abririam o quarto de cada um. _ Eles estão no mesmo andar, um do lado do outro, assim poderemos perturbar um ao outro com facilidade. – falou divertido. _ Guardem suas coisas e desçam para cá, vamos começar a partida de poker agora mesmo. – falou ele saindo na frente.
Nosso andar era o quinto, pode parecer baixo, considerando que o hotel tinha mais de 50 andares, mas olhando da vista da janela do meu quarto, o quinto andar era o suficiente para me dar uma bela visão da cidade, podia se ver lá em baixo a movimentação de pessoas e carros...
Deixei minha mala no chão mesmo, liguei para meus pais avisando que havia chegado e desci para o saguão novamente, Kevin já estava lá.
_ O que tanto olhas? – perguntei ao percebê-lo distraído olhando para dentro do casino.
_ Nada. – deu de ombros.
_ Pronto para a sua derrota? – perguntou Nicholas dando um tapa em minhas costas assim que chegou.
_ Pergunto o mesmo a você. – respondi.
_ Então vamos. – disse Edgar, chegando logo atrás.
Nicholas saiu na frente e foi recebido um homem engravato assim que chegou à entrada do casino.
_ Quero uma mesa para uma partida de poker particular. – falou Nicholas. De onde ele tinha tirado tanto dinheiro para bancar isso? Por acaso eu deveria me preocupar de chegar uma conta na minha casa depois do meu casamento?

O homem nos levou em direção da onde seria nossa partida. Atravessamos todo o casino até chegar o local, podemos ver que havia uma clara diferença entre as pessoas, algumas – principalmente os mais velhos – estavam bem vestidos e portavam em seus braços caros relógios, outros vestiam roupas completamente casuais, as mulheres – as que ficavam perto dos mais velhos – estavam bem vestidas, sempre jovens e sensuais, vestindo roupas que nunca se pode ver em uma mulher criada em Lewis, grandes decotes, apertado no corpo...

(...)

Uma coisa era certa, Nicholas tinha tirado o dia para me complicar o jogo. Tudo o que eu sabia de poker eu tinha aprendido com ele, seus truques, suas regras. Ele sempre foi um bom jogador, nunca me esquecerei do dia em que ele participou do campeonato estadual e venceu em segundo lugar, o campeão foi o cara que tinha ganhado um ano antes o campeonato nacional, ele era profissional da área, tinha renome, já Nicholas era um vendedor de carros, que jogava por simples hobby, ainda sim fez o carinha passar um aperto. Concluindo, eu não podia ter melhor professor que ele, seu nível era de jogador profissional.

Kevin e Edgar assistiam a partida atentamente, junto a outro homem que trabalha no cassino, que ficou responsável de ser o “juiz” da partida, observando se não estávamos roubando um do outro. 
_ Ainda há tempo para desistir Joseph. – alertou-me Nicholas. Em resposta apenas joguei minha carta, aquela era a minha jogada final, era uma boa jogada, não era a maior, mas era uma jogada destruidora. Nicholas olhou-me serio e hesitou em jogar sua carta. Se eu não o conhecesse eu teria começado a cantar vitória, mas Nicholas nunca demonstrava suas emoções quando jogava, seu maior ponto de destaque, apensar que todos os jogadores de poker são assim – em exceção a mim, que costumo me entregar de primeira. – Nicholas jogou sua carta.
Eu perdi.



Lá estava eu, calça jeans lavagem escura e uma camisa polo verde, olhando-me no espelho, procurando autocontrole. Daqui a alguns minutos eu estaria entrando em uma casa de strippers, rodeado por mulheres seminuas, fazendo sabe se lá o quê. Em cinco dias eu estaria na frente do altar, prometendo a Rachel em alto e bom som ser fiel. Tudo me deixava bem perturbado. Eu não era completamente santo, mas a minha “rebeldia” era apenas ter feito sexo com a minha namorada antes do casamento, nada mais.
Antes de sair liguei para meus pais e para Rachel. Eles estavam tão felizes e acreditavam mesmo que minha viagem era completamente profissional. O peso da culpa se acomodou em meus ombros.
Que merda eu tinha na cabeça quando resolvi aceitar essa loucura?


Musica alta, era tudo meio escuro, apesar de ter luzes de Led de várias cores, tornando toda a casa em uma pista de dança, o lugar estava bem cheio. Apesar de ser tudo bem espaçoso, trombei em quase que todo mundo.
Numa pequena elevação, - que não chegava a ser o segundo andar. – tinha algumas mesas e se podia sentar em confortáveis sofás brancos. Nós sentamos lá.
_ Aqui tem uma vista ótima para o palco em que tem algumas apresentações bem legais. – disse Nicholas rindo de lado. Fiquei bem preocupado com que ele queria dizer com “legais”. A todo lado se podia ver mulheres exuberantes com pouquíssima roupa se exibindo para os homens que como se estivessem totalmente hipnotizados lhes jogavam dinheiro, notas e mais notas, e quanto mais notas as mulheres recebiam mais sensuais elas dançavam.
_ Querem alguma bebida. – praticamente berrou o garçom chegando a nossa mesa.
_ Duas doses de vodka. – disse Kevin
_ Whisky. – disse Edgar.
_ Campari. – disse Nicholas.
_ Suco de laranja, por favor. – falei. Todos começaram a rir, até mesmo o garçom riu discretamente.
_ Outro Campari para ele, por favor. – disse Nicholas. O garçom escreveu em seu bloquinho e saiu para buscar nossos pedidos.
_ Nicholas, eu não bebo. – berrei, aquela musica alta ainda iria me deixar rouco.
_ Fica tranquilo, Campari é tipo um vinho. – deu de ombros. “Tipo um vinho” sei...
_ Não muda nada. – respondi.
_ Ah pare, você já teve ter tomado vinho naquela comunhão que vocês têm, como é mesmo? O da hóstia. – disse.  
_ Eu sou evangélico.
_ E?
_ Quem toma hóstia são os católicos. – esclareci.
_ Tudo a mesma coisa. – deu de ombros. Nicholas é agnóstico, nem crê nem descrê na existência de um Deus, nunca o vi entrar em uma igreja, a não ser para casamentos ou batizados que ele era convidado, mas ele nunca atreveu a dizer que Deus não existe.
Desisti de discutir aquele assunto, não é porque ele pediu que eu tenha que tomar, certo?
Errado.

O sol já tinha se posto do lado de fora, mas eu já nem estava me importando com isso. Um Campari, outro Campari, eu nem mesmo sentia minhas pernas mais.

Kevin já tinha saído a “caça”. Edgar apenas bebia e via as mulheres se exibir. Nicholas já tinha torrado sabe-se lá quantos dólares nas dançarinas de pole dance.
_ O senhor é o Joseph Jonas? – perguntou um cara que se vestia da mesma maneira que os garçons.
_ Sim.
_ Temos um horário reservado com você para um dança de stripper particular, já está pronto para ir? – perguntou.
_ Eu acho que é um engano, eu não pedi isso. – falei, ou pelo menos tentei, por mais bêbado que estivesse eu tinha consciência que aquilo eu não tinha feito, nem mesmo sabia que isso era possível.
_ Fora presente do senhor Nicholas Gatlin. – falou o homem. Claro que tinha que ser Nicholas. _ Eu vou lhe mostrar onde que é. – disse o homem. Ele não parecia muito disposto a receber ‘não’ como resposta. A contra gosto deixei Edgar bebendo sozinho e acompanhei o homem.

As cabines particulares ficavam no segundo andar, todos separados e fechados com portas pretas, dentro o piso era de carpete vermelho, tinha um sofá, iguais as do lado de fora, brancos e confortáveis, e na frente tinha um palco e nele tinha um mastro que ia até o teto para fazer-se pole dance. As paredes também eram vermelhas e as luzes agora eram mais claras, porem ainda sim o local era um pouco escuro. Já não se podia escutar o som das músicas do lado de fora, o único barulho era do ar condicionado que deixava o clima bem mais agradável do que do lado de fora – que estrava extremamente quente, principalmente se comparasse com o que é dentro desta sala. – entrei sem saber o que eu deveria fazer.
_ O show já irá começar. – disse o homem que me levou até lá, saindo logo em seguida fechando a porta.
Olhei em volta e nada aconteceu. Sentei-me no sofá tentando ficar confortável, mas eu podia sentir o nó na minha garganta, seja lá o que fosse acontecer ali dentro, eu tinha certeza que iria me colocar em uma complicada situação no dia do julgamento de Deus. Não que eu já não tivesse complicado a mim mesmo no dia que entre pela primeira vez no armário do zelador...
As luzes ficaram mais baixas do meu lado e outra se acendeu no palco, uma cortina vermelha – a qual eu não tinha reparado, já que tudo ali era vermelho, de menos o sofá e o mastro de pole dance. – logo apareceu uma mulher. Sutiã de renda preto, e calcinha no mesmo seguimento, meias de liga também preta, e um salto alto, em seu rosto um forte batom vermelho e uma mascara, cheia de lantejoulas e com algumas penas do lado, que só deixava de fora seus olhos e sua boca carnuda.
Aquela mulher tinha um corpo que eu nem podia imagina que existia. Seus peitos quase saltavam do apertado sutiã, uma bunda gigantesca e pernas carnudas. Não era nem mesmo necessário dançar para que ela me deixasse louco. Ela nem mesmo tinha feito nada eu já queria toca-la inteira, que me perdoe Rachel, mas essa mulher que estava em minha frente me fazia perder completamente a cabeça.
_ O show irá começar. – disse com uma voz sensual, vindo mais para frente. Ela tinha o poder sobre mim, e ela já sabia disso. Ela é sexy e ela sabe disso muito bem. _ Dj aumente o som...

CONTINUA


E como estão minhas queridas leitoras? Espero que bem. Como prometido, postei hoje, previsão do próximo capítulo é até na quarta que vem, pode ser antes, mas provavelmente é na quarta mesmo.
Aí gente eu estou tão feliz, eu vou à The Neon Lights tour!!! Dia 1 de maio de 2014 enfim conhecerei a Demi!!! E vocês? Também irão a algum dia?
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssss


Kika: Concordo plenamente com você. Fico feliz que tenha gostado. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Tai: Uhuuu hahaha que bom que você gostou. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Carine Santana: hahaha Acho que todo mundo conhece uma Rachel na vida hahaha. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Anônimo: Fico feliz que tenha gostado. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Silvia: Fico feliz que tenha gostado. Pois eu não acho, sempre gosto das suas fics do começo ao fim. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Estela: Fico feliz que estejas de volta ao blogger e agradeço a Diana por não lhe deixar desistir. Fico muito lisonjeada com seus elogios. Não fique achando que você escreve mal, isso até é um pouco normal, na hora em que eu escrevo um capítulo eu sempre acho ótimo, mas assim que paro para reler me arrependo completamente :\ E sobre pessoas comentando eu entendo tanto o seu lado quanto o lado do leitor, antes de eu começar a escrever eu nunca comentava, pois achava que não fazia diferença, só quando eu comecei a escrever que eu pude ver como um comentário pode fazer um escritor feliz. Pode deixar que eu lhe ajudarei no que você precisar. Sempre que eu conseguir, comentarei em sua fic e se quiser eu posso divulgar aqui para, quem sabe, você conseguir mais seguidores... Muito obrigada por comentar. Bjsss. 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

1º Capítulo “Sogrão Caprichou” – Entre o Céu e o Inferno

 

Música Sogrão Caprichou do Luan Santana, sugerida pela leitora dddd

Quando se nasce na cidade de Lewis, no condado de Utah, assim como eu, você só pode ter certeza de uma coisa, o que você fizer durante o dia, será o assunto da cidade inteira durante o jantar e que, sem duvidas, você nascerá em uma família religiosa tradicionalista. A cidade é pequena, mal chega a seus 400 habitantes – quem olha de fora pensa que é uma cidade de interior, mas geograficamente falando, é apenas meia hora do centro da capital do estado, Salt Lake City – em Lewis todo mundo conhece todo mundo, e você provavelmente, por mais que odeie a cidade, irá morar aqui a vida inteira e também irá se casar com a filha ou filho do vizinho. Isso é quase como uma sina, algo que não se pode mudar.
Não seria o meu caso o diferente.

Domingo de noite, igreja, oração antes de dormir e comer, toda a quarta, meu pai e minha mãe sempre se sentavam no sofá, colocava a mim e meus irmãos sentados no chão, e minha mãe, sempre muito bem arrumada para a ocasião, cabelo castanho escovado, na altura dos ombros, pegava a bíblia em sua mão delicada, porém já cansada do trabalho ardo de casa, e nos lia versículos da palavra de Deus. Meu pai, sempre sério, sentava-se ao seu lado e no final sempre dava suas considerações finais.
No ensino médio estudamos no Lewis High School, todos já se conheciam, afinal de contas, todos ali estudávamos juntos desde o maternal, o que tornava as coisas bem mais fáceis em certo ponto. Você sabia desde pequeno em quem confiar e a quem odiar.
É também no ensino médio quando quebramos as regras. É como se diz, quando mais se prende, mas se quer voar.
O armário de zelador, nada aconchegante, nada romântico, mas lá é o lugar mais pecaminoso de toda a cidade, e eu não estou falando de alguns beijinhos ou abraços. Eu perdi minha virgindade ali, junto a Rachel.
Ah Rachel!
Sem duvidas a melhor “santinha” que eu poderia ter escolhido para me amarrar.
Rachel, filha mais nova do meu vizinho, ninguém mais ninguém menos que Jasper Black, o pastor da igreja local. Um ano mais nova que eu, loira, alta, magra, não tinha tantas curvas quando sua irmã, Lara, mas seus peitos, mesmo escondidos por aquele monte de roupas comportadas, faziam um volume de chamar atenção por onde passava.

Rachel e eu nos entravamos no armário do zelador desde que eu tinha 16, mas somente quando completei 18 assumi minha relação com ela frente a seu pai.
Aos 20 pedi sua mão em noivado e desde então passei 4 anos da minha vida enrolando a minha “puritana” noiva e sua família tradicionalista. Até que um dia não teve mais jeito, sendo filha do pastor, ela era o grande exemplo e se casar faz parte de toda essa história.

Fui criado acreditando que o casamento é um matrimonio sagrado e eterno, por isso tentei evitar esse compromisso o máximo possível.
Não que eu não ame a Rachel, ela definitivamente é a mulher da minha vida, foi minha primeira em tudo, inesquecível, uma ótima pessoa para se passar a vida, mas... Eu não me consigo ver vivendo a mesma vida que meu pai e minha mãe vivem, a missão de criar filhos da maneira correta, de passar a vida inteira no mesmo lugar, as mesmas regras, as mesmas pessoas... Ainda mais agora que consegui um ótimo trabalho na empresa de concessionaria na capital, a empresa é grande e meu cargo é na gerencia. O momento em que saio de casa e vou para o meu trabalho é o único em que eu realmente sinto que faço parte de um mundo.



_ JJ.- gritou Nicholas ao entrar no meu escritório. Nicholas é sem duvidas o meu grande amigo, conheci-o aqui onde trabalho, ele cresceu na capital em uma família super aberta, no inicio houve um claro choque, nós crescemos de maneira totalmente oposta, mas no final das contas serviu para uma bela troca de experiência.
_ Nicholas, você poderia ser menos escandaloso? – perguntei, nosso patrão Sr. Potter, que de muito me lembra do meu pastor e sogro James, odiava barulho e minha sala ficava bem ao lado da sua, Nicholas e sua constante animação nunca foi muito bem vinda, se Nicholas não fosse tão bom no que faz, sem duvidas não tinha durado uma semana nesta empresa.
_ Desculpe amigo, mas você também irá pirar quando eu lhe disser o que temos para você. – disse se aproximando da minha mesa. Hoje o dia estava tranquilo, o que, ao contrario do que parece, não é nada bom, culpe a crise econômica que parece nunca realmente passar, carros movimentam a economia, mas quando há crise é o primeiro item a ser cortado da lista dos consumidores. Concluindo, quando menos compradores, menos contratos para assinar, com isso grande parte do meu tempo naquele escritório era ócio. _ Preparado? – revirei os olhos.
_ Fale. – disse me preparando psicologicamente para a bomba.
_ Daqui a seis dias você vai se casar, temos que ter uma despedida de solteiro.
_ Nicholas... – tentei interrompe-lo, mas fui drasticamente ignorado.
_ Essa tal festa na sua casa será um porre, sem bebida? Sem mulheres com decotes até o umbigo? Isso não é uma despedida de solteiro é um velório sem defunto.
_ Tá, tá, o que você sugere então? – perguntei.
_ Preparado? – perguntou ele novamente, fiz que ‘sim’ com a cabeça, mesmo não estando. _ Que Joe Adam Jonas se prepare, pois eu, você, Edgar e Kevin, passaremos quatro dias em Las Vegas!
_ Não!
_ Sim!
_ Não.
_ Sim.
_ Nicholas, eu não posso.
_ Como assim JJ?
_ Las Vegas, cassinos, boates... Você acha que Rachel vai aceitar isso? Nunca!
_ Quem disse que a Rachel precisa saber?
_ Ela é minha noiva.
_ Mais um motivo para você não dizer a verdade. – disse ele, pegando a cadeira da frente da mesa, pondo ela do meu lado e se sentando nela. _ Um relacionamento não dura sendo verdadeiro, verdade machuca, mentira conforta. Você quer machuca-la com conforta-la?
_ A sua visão do que é um casamente me assusta. – falei. _ Honestidade sempre foi base de tudo.
_ Joe, pro seus pais você ainda é um virgem orgulhoso. – falou. Ele estava certo nessa parte. _ Mentir para os pais é mais errado do que mentir para a noiva. – falou.
_ Se você esta tentando me fazer sentir melhor esta fracassando.
_ A única coisa que eu estou tentando aqui é te levar para Vegas, nada mais que isso.
_ E o que eu falo para a Rachel?
_ Viajem de trabalho.
_ Não é minha missão fazer viagem de trabalho.
_ Agora é. – bateu em meu ombro. _ A passagem já esta comprada, sem reembolso. – disse se levantando da cadeira. _ Sairemos amanhã. – falou indo em direção à porta. _ Será a melhor despedida de solteiro de todos os tempos. – comemorou na porta e saiu.

Nicholas tinha razão, Las Vegas era um ótimo lugar a se ir e essa seria a minha única oportunidade de aproveitar o local, mas começar um casamento mentindo não era certo...


O dia passava lentamente. Dois contratos foram fechados, quadro xicaras de café para conseguir me manter acordado quando não tinha nada a se fazer, e alguns neurônios queimados enquanto eu tentava pensar em alguma desculpa a meus pais e a Rachel para me ausentar por quatro dias.

O telefone toca.

_ Sim.
_ Senhor Joseph, sua mulher esta na linha. – disse Magda. Magda é a recepcionista e secretaria da empresa, a coitada fica o dia inteiro passando telefone para os gerentes e outros funcionários por aqui. Apenas o Sr. Potter tem sua secretaria particular, Vivian. Já nós, seus pobres funcionários, somos obrigados a disputar o direito de ter a atenção de Magda.
_ Pode passar. – falei.
Mas o que Rachel quer agora?
_ Oi amor. – disse ela com voz sensual do outro lado da linha, sorri instantaneamente, a sua voz só podia significar uma coisa, ela estava sozinha em casa...
_ Oi minha linda, como você esta hoje? – perguntei.
_ Muito bem, muito melhor agora e tenho certeza que ficarei bem melhor depois. – não era necessário dizer mais nada para que eu ficasse excitado. Olhei para o relógio, meu horário de trabalho terminaria em vinte minutos, se eu corresse um pouco conseguiria desviar-me do transito infernal das grandes cidades e talvez conseguisse chegar mais rápido.
_ Onde esta seu pai? – perguntei.
_ Meus pais saíram hoje mais cedo para buscar uma tia minha em Nevada, ela vai vir mais cedo para ajudar nos preparativos finais do casamento, mas parece que por lá esta tendo um forte vendaval, aí você sabe, não é? Não querem se arriscar, virão amanhã. – finalizou.
_ Perfeito. – falei. Rachel não disse nada, mas eu pude escutar o seu sorrisinho de menina travessa do outro lado da linha.
_ Deixarei a porta dos fundos aberta para ti, não entre pela frente, tenho certeza que Dona Clara ficará a noite inteira me vigiando da janela. – falou. Dona Clara sem duvidas é a crente mais devota que você pode se quer imaginar, do tipo que chega uma hora e meia antes do culto começar na igreja. Porem o que tem de devota, tem de fofoqueira, observa tudo e a todos com olhos de gavião – o que é bem estranho já que ela sempre tem que pedir alguém para ler algo para ela, pois, de acordo com o que ela fala sua visão já esta ruim. – Se Dona Clara desconfiasse do que ocorre no armário do zelador...
_ Irei voando.
_Bom mesmo, eu estou morrendo de saudades.
_ Eu também, aguente só mais um pouquinho. Se cuide meu amor.
_ Se cuide meu amor. – desligamos. Olhei o relógio 15 minutos.

Saí do escritório desviando-me de todos como um toureiro desvia do touro.
A logica era simples, quanto mais rápido eu saísse dali menos engarrafamento eu pegaria e mais rápido eu chegaria à casa dos meus sogros.


Chegue pela rua de trás, longe da vista de Dona Clara.  Desliguei os faróis do carro. Quanto mais discreto melhor.
Quando saí do carro olhei bem para todas as direções, para ver se ninguém observava, vai saber quantas outras  ‘Dona Clara’ estavam alerta hoje.
Como prometido, a porta de trás estava aberta para mim. Entrei.
Aquela casa já era mais que conhecida para mim, cada enfeite, a maioria vinha dos seus antepassados...
A cozinha estava arrumada, e com as luzes apagadas, fui para a sala e lá o estado era o mesmo, tudo em seu devido lugar, mas totalmente no escuro. Percebi que Rachel tomou o cuidado de fechar todas as cortinas. Como eu disse, os olhos de Dona Clara eram olhos águia, não duvido nada que ela seria capaz de me ver ali, caso as cortinas estivessem abertas. Escutei um barulho vindo da parte de cima da casa, subi as escadas e lá no fim do corredor pude ver a luz acesa. A luz do quarto de Rachel.


Lá estava ela, de batom vermelho e uma camisola praticamente transparente, nem mesmo sei como ela conseguiu aquilo, em nenhuma loja de Lewis vendia artigos assim.

_ Como está o meu futuro marido? – perguntou, fazendo uma pose sensual ao se deitar na cama. Eu entrei mais em seu quarto, fechei a porta atrás de mim e tirei meu paletó, colocando-o no encosto da cadeira da sua escrivaninha.
_ Muito bem, adorando a visão que esta tendo. – respondi, me aproximando mais ainda de Rachel. Ela sorriu travessa.
_ Vem cá, nós só estamos começando. – falou ela. Atendi sem pensar duas vezes.

(...)

Mal tínhamos recuperado o folego e Rachel já queria passar para o segundo round.

_ Rachel. – chamei-a interrompendo-a. Ela estava sentada, com a coxa me rodeando a cintura. _ Eu preciso falar uma coisa antes. – falei. Ela parou e olhou-me atentamente. Esperando. _ Eu vou precisar fazer uma viagem, amanhã. – falei. Rachel continuou no mesmo lugar, mas pude ver pela sua expressão que ela não estava tão feliz com a notícia. _ É uma viagem de trabalho, não posso negar. – ela saiu do meu colo e se sentou do meu lado, ‘levantei-me’ e me recostei em meus cotovelos.
_ Nós vamos nos casar em seis dias! – lembrou-me alterando um pouco o tom da voz.
_ São quatro dias apenas, eu vou voltar um dia antes do nosso casamento, é o suficiente. – defendi-me.
_ Não, não é o suficiente, minha tia que chegará amanhã perguntará por você, e eu vou ter que falar que você viajou, isso vai ser humilhante, esses últimos dias tinham que ser apenas para nós, para ficarmos juntos, olhar se tudo está sendo feito da maneira certa. – indagou.
_ Oh meu amor. – falei, levantando-me mais e dando-lhe um beijo em seu ombro descoberto. _ Não fique brava comigo, você tem que entender que é meu trabalho, se você trabalhasse talvez tivesse que passar por isso também.
_ É mais não trabalho. Mulher que se presa fica em casa a espera do marido. – repetiu o que ela deve escutar desde que estava no útero da mãe. É assim que a tradição das famílias de Lewis pensa e é isso que terei que passar para os meus futuros filhos.
_ Mulher que se presa também não contradiz o marido, aceita as coisas como são, e você não esta fazendo isso. – aproveitei-me da situação. Rachel suspirou frustrada. Eu tinha vencido.
_ Um marido de respeito faz a mulher feliz e você não esta me fazendo. – disse ela, fazendo beicinho.
_ Ah não? – perguntei, posicionando-me a frente dela.
_ Não. – respondeu, mantendo o beicinho.
_ Pois vamos ver se você fica feliz agora. – disse, dando-lhe um beijo quente e a deitando na cama novamente. Assim que separamos os lábios, me posicionei entre suas pernas e fiquei de joelhos encima da cama. A visão daquela mulher deitada a minha frente me fez delirar. De uma coisa eu tenho certeza. Meu sogrão caprichou.
CONTINUA

Olá a todos, estou de volta com a nova fic, espero que tenham gostado desde primeiro capítulo. Provavelmente eu só postarei na quarta-feira e domingo, pois são os únicos dias em que eu tenho o dia inteiro para mim, pode ser que eu poste em outros dias também, já que eu estou aproveitando todos os tempinhos mais livres para escrever, mas garantido é só esses dois dias mesmo.
Agora eu estou em dia com as fics que eu leio, pela primeira vez neste ano, então eu vou poder comentar com mais frequência J Assim eu espero.
Não se esqueçam de comentar/avaliar

bjssss