Música Sogrão
Caprichou do Luan Santana, sugerida pela leitora dddd
Quando se nasce na cidade de Lewis, no
condado de Utah, assim como eu, você só pode ter certeza de uma coisa, o que
você fizer durante o dia, será o assunto da cidade inteira durante o jantar e
que, sem duvidas, você nascerá em uma família religiosa tradicionalista. A
cidade é pequena, mal chega a seus 400 habitantes – quem olha de fora pensa que
é uma cidade de interior, mas geograficamente falando, é apenas meia hora do
centro da capital do estado, Salt Lake City – em Lewis todo mundo conhece todo
mundo, e você provavelmente, por mais que odeie a cidade, irá morar aqui a vida
inteira e também irá se casar com a filha ou filho do vizinho. Isso é quase
como uma sina, algo que não se pode mudar.
Não
seria o meu caso o diferente.
Domingo
de noite, igreja, oração antes de dormir e comer, toda a quarta, meu pai e
minha mãe sempre se sentavam no sofá, colocava a mim e meus irmãos sentados no
chão, e minha mãe, sempre muito bem arrumada para a ocasião, cabelo castanho
escovado, na altura dos ombros, pegava a bíblia em sua mão delicada, porém já
cansada do trabalho ardo de casa, e nos lia versículos da palavra de Deus. Meu
pai, sempre sério, sentava-se ao seu lado e no final sempre dava suas
considerações finais.
No
ensino médio estudamos no Lewis High School, todos já se conheciam, afinal de
contas, todos ali estudávamos juntos desde o maternal, o que tornava as coisas
bem mais fáceis em certo ponto. Você sabia desde pequeno em quem confiar e a
quem odiar.
É
também no ensino médio quando quebramos as regras. É como se diz, quando mais
se prende, mas se quer voar.
O
armário de zelador, nada aconchegante, nada romântico, mas lá é o lugar mais
pecaminoso de toda a cidade, e eu não estou falando de alguns beijinhos ou
abraços. Eu perdi minha virgindade ali, junto a Rachel.
Ah
Rachel!
Sem
duvidas a melhor “santinha” que eu poderia ter escolhido para me amarrar.
Rachel,
filha mais nova do meu vizinho, ninguém mais ninguém menos que Jasper Black, o
pastor da igreja local. Um ano mais nova que eu, loira, alta, magra, não tinha
tantas curvas quando sua irmã, Lara, mas seus peitos, mesmo escondidos por
aquele monte de roupas comportadas, faziam um volume de chamar atenção por onde
passava.
Rachel
e eu nos entravamos no armário do zelador desde que eu tinha 16, mas somente
quando completei 18 assumi minha relação com ela frente a seu pai.
Aos
20 pedi sua mão em noivado e desde então passei 4 anos da minha vida enrolando
a minha “puritana” noiva e sua família tradicionalista. Até que um dia não teve
mais jeito, sendo filha do pastor, ela era o grande exemplo e se casar faz
parte de toda essa história.
Fui
criado acreditando que o casamento é um matrimonio sagrado e eterno, por isso
tentei evitar esse compromisso o máximo possível.
Não
que eu não ame a Rachel, ela definitivamente é a mulher da minha vida, foi
minha primeira em tudo, inesquecível, uma ótima pessoa para se passar a vida,
mas... Eu não me consigo ver vivendo a mesma vida que meu pai e minha mãe
vivem, a missão de criar filhos da maneira correta, de passar a vida inteira no
mesmo lugar, as mesmas regras, as mesmas pessoas... Ainda mais agora que
consegui um ótimo trabalho na empresa de concessionaria na capital, a empresa é
grande e meu cargo é na gerencia. O momento em que saio de casa e vou para o
meu trabalho é o único em que eu realmente sinto que faço parte de um mundo.
_
JJ.- gritou Nicholas ao entrar no meu escritório. Nicholas é sem duvidas o meu
grande amigo, conheci-o aqui onde trabalho, ele cresceu na capital em uma
família super aberta, no inicio houve um claro choque, nós crescemos de maneira
totalmente oposta, mas no final das contas serviu para uma bela troca de
experiência.
_
Nicholas, você poderia ser menos escandaloso? – perguntei, nosso patrão Sr.
Potter, que de muito me lembra do meu pastor e sogro James, odiava barulho e
minha sala ficava bem ao lado da sua, Nicholas e sua constante animação nunca
foi muito bem vinda, se Nicholas não fosse tão bom no que faz, sem duvidas não
tinha durado uma semana nesta empresa.
_
Desculpe amigo, mas você também irá pirar quando eu lhe disser o que temos para
você. – disse se aproximando da minha mesa. Hoje o dia estava tranquilo, o que,
ao contrario do que parece, não é nada bom, culpe a crise econômica que parece
nunca realmente passar, carros movimentam a economia, mas quando há crise é o
primeiro item a ser cortado da lista dos consumidores. Concluindo, quando menos
compradores, menos contratos para assinar, com isso grande parte do meu tempo
naquele escritório era ócio. _ Preparado? – revirei os olhos.
_
Fale. – disse me preparando psicologicamente para a bomba.
_
Daqui a seis dias você vai se casar, temos que ter uma despedida de solteiro.
_
Nicholas... – tentei interrompe-lo, mas fui drasticamente ignorado.
_
Essa tal festa na sua casa será um porre, sem bebida? Sem mulheres com decotes
até o umbigo? Isso não é uma despedida de solteiro é um velório sem defunto.
_
Tá, tá, o que você sugere então? – perguntei.
_
Preparado? – perguntou ele novamente, fiz que ‘sim’ com a cabeça, mesmo não
estando. _ Que Joe Adam Jonas se prepare, pois eu, você, Edgar e Kevin,
passaremos quatro dias em Las Vegas!
_
Não!
_
Sim!
_
Não.
_
Sim.
_
Nicholas, eu não posso.
_
Como assim JJ?
_
Las Vegas, cassinos, boates... Você acha que Rachel vai aceitar isso? Nunca!
_
Quem disse que a Rachel precisa saber?
_
Ela é minha noiva.
_
Mais um motivo para você não dizer a verdade. – disse ele, pegando a cadeira da
frente da mesa, pondo ela do meu lado e se sentando nela. _ Um relacionamento
não dura sendo verdadeiro, verdade machuca, mentira conforta. Você quer
machuca-la com conforta-la?
_
A sua visão do que é um casamente me assusta. – falei. _ Honestidade sempre foi
base de tudo.
_
Joe, pro seus pais você ainda é um virgem orgulhoso. – falou. Ele estava certo
nessa parte. _ Mentir para os pais é mais errado do que mentir para a noiva. –
falou.
_
Se você esta tentando me fazer sentir melhor esta fracassando.
_
A única coisa que eu estou tentando aqui é te levar para Vegas, nada mais que
isso.
_
E o que eu falo para a Rachel?
_
Viajem de trabalho.
_
Não é minha missão fazer viagem de trabalho.
_
Agora é. – bateu em meu ombro. _ A passagem já esta comprada, sem reembolso. –
disse se levantando da cadeira. _ Sairemos amanhã. – falou indo em direção à
porta. _ Será a melhor despedida de solteiro de todos os tempos. – comemorou na
porta e saiu.
Nicholas
tinha razão, Las Vegas era um ótimo lugar a se ir e essa seria a minha única
oportunidade de aproveitar o local, mas começar um casamento mentindo não era
certo...
O
dia passava lentamente. Dois contratos foram fechados, quadro xicaras de café
para conseguir me manter acordado quando não tinha nada a se fazer, e alguns
neurônios queimados enquanto eu tentava pensar em alguma desculpa a meus pais e
a Rachel para me ausentar por quatro dias.
O
telefone toca.
_
Sim.
_
Senhor Joseph, sua mulher esta na linha. – disse Magda. Magda é a recepcionista
e secretaria da empresa, a coitada fica o dia inteiro passando telefone para os
gerentes e outros funcionários por aqui. Apenas o Sr. Potter tem sua secretaria
particular, Vivian. Já nós, seus pobres funcionários, somos obrigados a
disputar o direito de ter a atenção de Magda.
_
Pode passar. – falei.
Mas
o que Rachel quer agora?
_ Oi amor. – disse ela com voz sensual
do outro lado da linha, sorri instantaneamente, a sua voz só podia significar
uma coisa, ela estava sozinha em casa...
_
Oi minha linda, como você esta hoje? – perguntei.
_
Muito bem, muito melhor agora e tenho certeza que ficarei bem melhor depois. –
não era necessário dizer mais nada para que eu ficasse excitado. Olhei para o
relógio, meu horário de trabalho terminaria em vinte minutos, se eu corresse um
pouco conseguiria desviar-me do transito infernal das grandes cidades e talvez
conseguisse chegar mais rápido.
_
Onde esta seu pai? – perguntei.
_
Meus pais saíram hoje mais cedo para buscar uma tia minha em Nevada, ela vai
vir mais cedo para ajudar nos preparativos finais do casamento, mas parece que
por lá esta tendo um forte vendaval, aí você sabe, não é? Não querem se
arriscar, virão amanhã. – finalizou.
_
Perfeito. – falei. Rachel não disse nada, mas eu pude escutar o seu sorrisinho
de menina travessa do outro lado da linha.
_
Deixarei a porta dos fundos aberta para ti, não entre pela frente, tenho
certeza que Dona Clara ficará a noite inteira me vigiando da janela. – falou.
Dona Clara sem duvidas é a crente mais devota que você pode se quer imaginar,
do tipo que chega uma hora e meia antes do culto começar na igreja. Porem o que
tem de devota, tem de fofoqueira, observa tudo e a todos com olhos de gavião –
o que é bem estranho já que ela sempre tem que pedir alguém para ler algo para
ela, pois, de acordo com o que ela fala sua visão já esta ruim. – Se Dona Clara
desconfiasse do que ocorre no armário do zelador...
_
Irei voando.
_Bom
mesmo, eu estou morrendo de saudades.
_
Eu também, aguente só mais um pouquinho. Se cuide meu amor.
_
Se cuide meu amor. – desligamos. Olhei o relógio 15 minutos.
Saí
do escritório desviando-me de todos como um toureiro desvia do touro.
A
logica era simples, quanto mais rápido eu saísse dali menos engarrafamento eu
pegaria e mais rápido eu chegaria à casa dos meus sogros.
Chegue
pela rua de trás, longe da vista de Dona Clara.
Desliguei os faróis do carro. Quanto mais discreto melhor.
Quando
saí do carro olhei bem para todas as direções, para ver se ninguém observava, vai
saber quantas outras ‘Dona Clara’ estavam
alerta hoje.
Como
prometido, a porta de trás estava aberta para mim. Entrei.
Aquela
casa já era mais que conhecida para mim, cada enfeite, a maioria vinha dos seus
antepassados...
A
cozinha estava arrumada, e com as luzes apagadas, fui para a sala e lá o estado
era o mesmo, tudo em seu devido lugar, mas totalmente no escuro. Percebi que
Rachel tomou o cuidado de fechar todas as cortinas. Como eu disse, os olhos de
Dona Clara eram olhos águia, não duvido nada que ela seria capaz de me ver ali,
caso as cortinas estivessem abertas. Escutei um barulho vindo da parte de cima
da casa, subi as escadas e lá no fim do corredor pude ver a luz acesa. A luz do
quarto de Rachel.
Lá
estava ela, de batom vermelho e uma camisola praticamente transparente, nem
mesmo sei como ela conseguiu aquilo, em nenhuma loja de Lewis vendia artigos
assim.
_
Como está o meu futuro marido? – perguntou, fazendo uma pose sensual ao se
deitar na cama. Eu entrei mais em seu quarto, fechei a porta atrás de mim e
tirei meu paletó, colocando-o no encosto da cadeira da sua escrivaninha.
_
Muito bem, adorando a visão que esta tendo. – respondi, me aproximando mais
ainda de Rachel. Ela sorriu travessa.
_
Vem cá, nós só estamos começando. – falou ela. Atendi sem pensar duas vezes.
(...)
Mal
tínhamos recuperado o folego e Rachel já queria passar para o segundo round.
_
Rachel. – chamei-a interrompendo-a. Ela estava sentada, com a coxa me rodeando
a cintura. _ Eu preciso falar uma coisa antes. – falei. Ela parou e olhou-me
atentamente. Esperando. _ Eu vou precisar fazer uma viagem, amanhã. – falei.
Rachel continuou no mesmo lugar, mas pude ver pela sua expressão que ela não
estava tão feliz com a notícia. _ É uma viagem de trabalho, não posso negar. –
ela saiu do meu colo e se sentou do meu lado, ‘levantei-me’ e me recostei em
meus cotovelos.
_
Nós vamos nos casar em seis dias! – lembrou-me alterando um pouco o tom da voz.
_
São quatro dias apenas, eu vou voltar um dia antes do nosso casamento, é o
suficiente. – defendi-me.
_
Não, não é o suficiente, minha tia que chegará amanhã perguntará por você, e eu
vou ter que falar que você viajou, isso vai ser humilhante, esses últimos dias
tinham que ser apenas para nós, para ficarmos juntos, olhar se tudo está sendo
feito da maneira certa. – indagou.
_
Oh meu amor. – falei, levantando-me mais e dando-lhe um beijo em seu ombro
descoberto. _ Não fique brava comigo, você tem que entender que é meu trabalho,
se você trabalhasse talvez tivesse que passar por isso também.
_
É mais não trabalho. Mulher que se presa fica em casa a espera do marido. –
repetiu o que ela deve escutar desde que estava no útero da mãe. É assim que a
tradição das famílias de Lewis pensa e é isso que terei que passar para os meus
futuros filhos.
_
Mulher que se presa também não contradiz o marido, aceita as coisas como são, e
você não esta fazendo isso. – aproveitei-me da situação. Rachel suspirou
frustrada. Eu tinha vencido.
_
Um marido de respeito faz a mulher feliz e você não esta me fazendo. – disse
ela, fazendo beicinho.
_
Ah não? – perguntei, posicionando-me a frente dela.
_
Não. – respondeu, mantendo o beicinho.
_
Pois vamos ver se você fica feliz agora. – disse, dando-lhe um beijo quente e a
deitando na cama novamente. Assim que separamos os lábios, me posicionei entre
suas pernas e fiquei de joelhos encima da cama. A visão daquela mulher deitada
a minha frente me fez delirar. De uma coisa eu tenho certeza. Meu sogrão
caprichou.
CONTINUA
Olá a todos, estou
de volta com a nova fic, espero que tenham gostado desde primeiro capítulo. Provavelmente
eu só postarei na quarta-feira e domingo, pois são os únicos dias em que eu
tenho o dia inteiro para mim, pode ser que eu poste em outros dias também, já
que eu estou aproveitando todos os tempinhos mais livres para escrever, mas
garantido é só esses dois dias mesmo.
Agora eu estou em
dia com as fics que eu leio, pela primeira vez neste ano, então eu vou poder
comentar com mais frequência J Assim eu espero.
Não se esqueçam de
comentar/avaliar
bjssss
Amei
ResponderExcluirJust saying mas acho que o Joseph não devia ter tanta certeza que a Rachel é a mulher da vida dele xD
Mal posso esperar pelo 2° capitulo
Beijo
A-R- A -S -O- U COLEGA ASFJLXAKLDAHL u_u
ResponderExcluirAguardando o proximo capitulo
beijos
Aaahgosteii essa Rachel parece com umas que eu conheco kkkkk posta logo bjs :-)
ResponderExcluiramei, posta logo
ResponderExcluirQue lindo!
ResponderExcluirO meus primeiros capítulos são sempre um horror mas o seu é perfeito!
Posta logo.
Beijos :)
Finalmente consegui comentar.Fiquei um tempo fora do blogger porque no meu blog ninguém comentava.A Diana (DSP) pediu para eu voltar e voltei.Se não fosse ela,não estaria aqui no blogger. Estou gostando da fic. Vai ainda no inicio mas parece ser muito boa.Gosto da sua forma de escrita.
ResponderExcluirPode me ajudar no meu blog? Se gostar da história pode comentar? Os 28 seguidores que tenho enganam muito e estou triste com isso.Tenho uma história inteira já na minha cabeça, sei que sou uma má escritora, mas como tenho a Diana a me ajudar achava que se tornava mais fácil mas me enganei.
Posta logo.
Beijos.