quinta-feira, 22 de novembro de 2012

32ª CAPITULO “Mais uma noite, a historia se repete” - Recomeçar


Eu realmente tinha achado que isso não aconteceria novamente, não tão cedo pelo menos, mas lá estava eu voltando para antigos hábitos.
Fui dormir já era 3 da manhã, a briga já tinha acabado, mas eu ainda estava meio “mexida” com tudo, eu estava feliz por Maddie, mas sabia que a volta dele poderia a fazer descobrir o verdadeiro pai que ela tem, agora que Dallas trabalhava grande parte do dia seria minha total e exclusiva responsabilidade cuidar dela bem o suficiente para que, em um dos seus momentos de bruto, Patrick não a atacasse.

Como era de se esperar, pela hora que fui dormir, fui a última a acordar. Desci e todos já estavam na mesa tomando café, todos incluindo Patrick. Ele tinha convencido, obrigado, sei lá o que ele fez, o fato é que, minha mãe o deixou ficar, estava feito, agora que ele tinha onde ficar, não sairia daqui tão cedo.

_ Já que minha loira está trabalhando... – Patrick começou a fala, ao escutar “minha loira” minha mãe revirou os olhos. _ acho que eu deveria ficar em casa, cuidado das meninas. – falou, dando desculpa esfarrapada para não ter que arranjar emprego.
_ Elas se cuidam muito bem sozinhas. – falou minha mãe.
_ Da segurança delas. – insistia ele.
_ A casa é segura. – falou ela.
_ Não parece pelo que eu sei foi invadida não tem muito tempo. – falou ele. Travis deveria ter o contado tudo.
_ Pois agora têm câmeras, ela está bem segura.
_ O que você acha do papai ficar cuidado de vocês em Maddie? – perguntou a Maddie, aquilo era jogo sujo. Maddie, apesar de criança, já estava sentindo que a presença do nosso pai não fazia bem a nossa mãe.
_ Eu acho que ia ser legal. – falou feliz. _ mas a mamãe que deve decidir. – completou.
_ Que foi Maddie? Não gosta mais do papai? – perguntou a abraçando de lado.
_ É claro que eu gosto do senhor, mas a casa é da mamãe, não minha. – falou. Patrick ficou injuriado com isso, esperava que Maddie o defendesse, essa era a cartada que ele tinha usado desde o começo, Maddie era a sua garantia de estadia aqui conosco, se ela deixasse por conta de nossa mãe, os dias dele aqui estariam contados.
                               (...)
Fomos à escola.
_ Seu pai voltou para ficar? – perguntou Joe.
_ Acho que sim. – respondi sem animação.
_ Seus pais voltaram?
_ Não.
_ Você nunca foi de falar muito dele. – observou. _ Por quê?
_ Sei lá. – menti. _ Nunca tive muita vontade de falar sobre ele. – essa parte era verdade.
_ Você não se dá muito bem com ele né?
_ Não muita. – respondi. Ficamos em silencio por um tempo. _ Vamos mudar de assunto? – pedi.
_ Vamos. Sobre o que você quer falar? – perguntou.
_ Eu não sei. – rimos.
_ Meu pai vai assinar com os empresários internacionais hoje. – comentou.
_ Jura? Como ele não falou nada no carro? – perguntei, Paul ficava falando sobre esse negocio todos os dias, no dia em que enfim iria se cumprir ele não diz nada?
_ Eu não sei. – riu. _ Também estranhei. – confessou. _ Mas acho que é porque ele deve estar nervoso com tudo isso, é o primeiro grande negocio que ele fecha isso fará muito bem para empresa dele.
_ Fico feliz por ele.
_ Jantar comemorativo no sábado. Lembra? – perguntou.
_ Claro. Pode deixar é claro que eu vou. – falei.
_ Bom mesmo, não seria comemorativo se você não fosse. – falou, demos um selinho. O sinal para o começo das aulas tocou. Fomos para nossas respectivas salas.

Sentei-me no lugar de sempre a espera da aula começar. Travis chegou e logo foi me irritar.
_ Como foi seu primeiro dia com o papai em Los Angeles? Apresentou a cidade a ele? – perguntou.
_ Você poderia ser menos chato, por favor. – disse sem pudor, a essa altura já não estava nem aí para Travis.
_ Awn acordou estressadinha hoje?
_ Travis você já fez o que tinha que fazer, dá para me deixar quieta um pouco?
_ Não, eu disse que iria fazer da sua vida um inferno, como fazer isso te deixando em paz?
_ Um dia você vai se arrepender de fazer isso. – falei.
_ Vai fazer algo contra mim? – perguntou ele. _ Se fizer eu volto a me vingar, não duvide eu posso fazer isso pelo resto da minha vida. –falou.
_ Eu não vou fazer nada. Eu vou deixar você cair pelas suas próprias pernas. – falei. Ele riu.
_ Pare de ser idiota garota. Isso nunca vai acontecer. – falou convencido.
_ Isso só o tempo dirá Travis. – disse.
_ Pois eu já disse por ele. – falou um pouco irritado com a conversa. O professor chegou.

O primeiro horário era de Filosofia, tinha um trabalho para apresentar, tínhamos que escolher um filosofo ou pensador, na qual nos identificássemos mais com suas ideologias ou pensamentos, e falar um pouco sobre ele e o porque da nossa escolha.
O meu pensador escolhido foi Charlie Charplin, não sei se sabem, mas além de ator, ele foi um grande pensador, ao ler suas frases consigo ver um humano com uma alma pura e de bondade exalante.
Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.
Charles Chaplin
Nesse momento atual da minha vida, me identifiquei com esse pensamento.
                                               (...)
Quando chegamos em casa não vi nosso pai, estranhei, mas deixei pra lá, talvez tivesse apenas saído e mais tarde voltaria ou, apesar de dificilmente isso ter acontecido, ele tenha tomado vergonha na cara e tivesse ido embora de uma vez por todas. Preparei o almoço só para Maddie, não estava querendo comer, não conseguia sentir fome.

Já fazia umas duas horas após nossa chegada, a campainha toca. Fui abrir e era Patrick, pelo que percebi já havia se dado bem aqui também, chegou com cheiro forte de bebida e tinha em mãos um garrafa de whisky quase vazia. Ele cambaleou para dentro, para minha sorte Maddie estava tomando banho e não veria o pai chegar naquele estado.
_ Eu preciso da chave desta porcaria de casa. – falou se jogando no sofá.
_ Não esperou nenhum dia para voltar a beber né? – ele se silenciou por um tempo, pensei talvez que ele tivesse pensando no que eu disse, mas ele estava bêbado demais para isso.
_ Cala boca. – falou grossamente.
_ Como conseguiu comprar bebida? – perguntei. Sei que não era trabalhando, pois há tempos ele não fazia nada.
_ Tinha um dinheiro na cabeceira da cama de Dallas. – respondeu sem se envergonhar.
_ Aquele foi o último salario dela! – falei indignada. Ele mal tinha chegado e já estava nos dando prejuízo, o dinheiro que Dallas não depositava no banco ficava em sua cabeceira para ajudar a pagar as contas da casa. _ Quando você gastou? – perguntei chegando perto dele e tentando ajeita-lo no sofá, já que de tão bêbado mal conseguia se equilibrar no sofá, quase caia toda hora.
_ Não te interessa gorda inútil. – respondeu. Ele sabia como me afetar, me segurei para não chorar na sua frente.
_ Tem como você ir para o quarto da mamãe? A Maddie também esta em casa. Não a deixe ver nesse estado, por favor. – pedi.
_ Cala boca. – disse, ele não deveria estar entendendo o meu raciocínio. _ Me deixa! – gritou, dando um tapa em minha mão que o segurava, soltei-o. _ Eu vou para onde eu quiser. – falou depois.
_ Pela Maddie, por favor. – tornei insistir.
_ Deixa ver – falou entre soluços. Aos custos conseguiu se equilibrar sozinho no sofá. _ Aquela criança inútil que nem para me ajudar a ficar aqui esta me servindo. – falou. Era incrível como ele conseguia me dar nojo.
_ Ela é sua filha e te ama.
_ Foi um acidente. – falou. _ Todas vocês foram os piores acidentes da minha vida. – gritava.
_ Da pra pelo menos falar mais baixo? – pedi.
_ Cala a boca, ladrazinha gorda! – gritou mais alto ainda. Desisti, fui em direção das escadas, me concentraria em deixar a Maddie longe de nosso pai. _ A onde vai? – perguntou ao ver-me afastar dele. _ Vai chorar? Vai vomitar? Tá precisando! – tentei ignorar e continuei subindo as escadas sem lhe responder. Mesmo não chorando, as suas palavras me doíam como tiros no coração, eu sentia como se estivesse prestes a desabar no chão utilizando as minhas ultimas energias.
Nesses últimos dias eu estava melhorando, e ele tinha que voltar para me atormentar a vida?

Quando cheguei a seu quarto, Maddie ainda tomava banho. As palavras ecoavam em minha mente, meus olhos ardiam, eu sentia um dor forte em mim, e eu não tinha como tira-la, eu não sabia como tirar, eu sentia como se fosse explodir por dentro.
_ Demi? – chamou-me Maddie, de toalha, ao sair do banho. _ Você está bem? – perguntou.
_ Claro. – respondi forçando um sorriso.
_ O que você está fazendo aqui? – perguntou.
_ Eu pensei que depois que você tomasse banho poderíamos fazer alguma coisa juntas. – respondi. _ Aqui no seu quarto. – deixei claro.
_ A gente podia pegar a TV do quarto da mamãe e assistirmos um filme né? – sugeriu animada.
_ Claro. Se vista enquanto pego a TV... Melhor, se vista e vamos para o quarto da mamãe, vai se mais fácil. – sugeri, ela assentiu com a cabeça.
_ Faz pipoca? – pediu.
_ Faço.
_ Poço escolher o filme?
_Pode.
Novamente desci, fui direto para cozinha na tentativa de evitar Patrick, que continuava jogado no sofá.
Peguei o milho e comecei a fazer a pipoca.
_ Vai comer é? – tomei um susto ao ver Patrick logo atrás, encostado na pia. Não respondi nada. Ele não disse mais nada, mas também não me deixou sozinha. Meu celular tocou, era Joe, atendi.
_ Oi amor. – falei.
_ Oi minha linda, como você tá? – perguntou.
_ Bem.
_ Tem certeza, não parecia muito hoje na aula. – falou.
_ Eu sei, mas eu estou melhor agora. – menti.
_ Vai fazer alguma coisa agora? – perguntou.
_ Eu estou fazendo pipoca para assistir um filme com Maddie. – respondi.
_ Nem para me chamar.
_ Se você quiser vir, será muito bem vindo. – falei.
_ Não quero atrapalhar o momento irmãs. – falou.
_ Não estaria atrapalhando. – disse, mas logo depois me lembrei de que não seria uma boa ideia, Joe veria meu pai nesse estado.
_ Mesmo assim, prefiro não me intrometer, eu quero um momento nosso. – falou. _ O que você acha de amanhã reservar a tarde para nós dois? – perguntou.
_ Combinado.
_ Beijos minha linda.
_ Beijos meu amor. – silencio.
_ Vai começar de novo né? – perguntou se referindo ao fato de que sempre que nós falando enrolamos para desligar, nenhum de nós quer dizer tchau.
_ Acho que sim. – respondi. Rimos.
_ No três? – perguntou.
_ No três.
_ Um... Dois... Três. Tchau meu amor. – falamos juntos, e desliguei. Tomei um susto ao perceber que a pipoca já estava começando a queimar, desliguei a fogão, virei-me para a pia para pegar uma bacia para por a pipoca e lá estava Patrick, ainda recostado no mesmo lugar, ele tinha um sorriso de canto, como se desconfiasse ou pensasse algo ruim, não sei exatamente como explicar o significado desse sorriso, apenas lá ele estava.
_ Que foi? – perguntei, sem paciência, pegando a bacia e me virando para colocar a pipoca, não dei muita confiança, ele por varias vezes me deixava sem respostas, não esperei que ele me respondesse essa.
_ Como você tá conseguindo segurar esse garoto? – perguntou malicioso. Olhei-o com cara de nojo. _ Do jeito que você é problemática qualquer um te largava em uma semana... Alguma coisa você esta fazendo.
_ Me deixe em paz. – falei saindo da cozinha com a pipoca na mão. Mas voltei, pois me lembrei de que estava esquecendo as bebidas.
Peguei os primeiros dois copos de vi, abri e geladeira, peguei a garrafa toda de coca, antes que eu pudesse sair Patrick me agarrou pelo braço fortemente, sem medo de machucar.
_ Me solta. – pedi. Era incrível, ele poderia estar muito bêbado, mal se aguentando em pé, mas tinha muita força e, mesmo que muitas vezes oscilando na fala, parecia dizer as coisas, com lucidez, mesmo sendo besteiras.
_ Se eu descobri que você tá fazendo alguma coisa errada com aquele rapaz você vai se arrepender de ter nascido Demetria. – ameaçou, e me soltou. Eu não o respondi, não valeria apena, ele não acreditaria em mim. Sai da cozinha e subi. Maddie já punha o disco no DVD.
_ O que você escolheu? – perguntei.
_ Todo mundo em pânico, para te animar um pouco. – respondeu. Eu já tinha assistido todos os filmes do Todo mundo em pânico, mas eu sempre ria das mesmas besteiras.
_ Legal. Mas você pode assistir? – perguntei. Colocando a bacia de pipoca encima da cama e os copos no criado mudo.
_ Claro que sim. – respondeu. _ Eu já assisti antes, não tem nada de mal.
_ Você está muito precoce pro meu gosto. – falei. Rimos.
                                               (...)
Mesmo depois do filme ter acabado ainda fiquei no quarto junto a Maddie, só desci quando Dallas chegou. Nosso pai agora dormia esparramado no sofá, a garrafa de whisky já tinha acabado e estava jogada no chão.
_ O papai tá bem? – perguntou Maddie.
_ Tá, ele só esta dormindo um pouco, deve estar cansado. – menti, não sei se ela acreditou. _ Você tem dever? – perguntei.
_ Só um.
_ Vai lá fazer, vou conversar um pouco com a Dallas e logo vou lhe ajudar. – falei.

Maddie foi para mesa começar a fazer sua lição, eu e Dallas conversávamos baixo, na cozinha.
_ Onde ele arranjou dinheiro para pagar a bebida? – perguntou Dallas.
_ Ele pegou seu dinheiro. – respondi.
_ O que? – perguntou sem acreditar. _ Ele me roubou?
_ Ele foi enquanto estávamos na escola, se não eu juro que teria tentado impedir...
_ Demi você não tem culpa nenhuma... Alguma conta não vai ser pagar nesse mês – lamentou-se.
_ Eu ainda tenho de reserva o que ganhei cantando no bar, deve dar pagar. – falei.
_ Você vai voltar a cantar? – perguntou.
_ Eu até estava pensando nisso, mas agora não mais. – respondi. Iria ser um inferno se Patrick descobrisse que eu estava cantando, ele iria gostar do dinheiro entrando, mas faria um inferno psicológico em mim e isso definitivamente me atrapalharia em minhas apresentações.
Ficamos em silencio por um tempo.
_ Ele tentou fazer alguma coisa contra vocês? – perguntou.
_ Não. Quando ele chegou Maddie estava lá em cima, a mantive lá até agora. – respondi.
_ E contra você?
_ O mesmo de sempre. – respondi.
_ Você acha que consegue aguentar tudo sozinha? Se você quiser eu peço demissão.
_ E deixar tudo nas costas da mamãe de novo? Não... Eu consigo sozinha.
_ Você pode até tomar conta da Maddie bem, mas e você?
_ Eu estou bem Dallas.
_ Você estava melhorando nestes últimos dias... Hoje já não tomou café da manhã, você almoçou? – perguntou.
_ Eu estou bem Dallas. – tornei a falar irritada. Sai da cozinha logo depois, claro que isso mostraria a Dallas que no fundo eu não estava tão bem como eu queria passar, mas eu odiava quando me lembravam do quão mal eu poderia estar, eu tenho consciência de que tenho um problema, mas eu estava bem assim.
Fui para mesa sentar-me com Maddie. Ela já quase havia terminado sua lição, não precisou de minha ajuda.
Dallas se juntou a nós. Nossa mãe chegou logo depois.
_ Boa noite meninas. – cumprimentou-nos sem animo.
_ Boa noite mãe. – a cumprimentamos juntas.
_ Demorou mãe. – comentou Maddie.
_ É. – Se via no olhar dela que o cansaço já a estava dominando. _ Está tudo bem com vocês?
_ Está. – respondeu Dallas. _ Depois tenho que falar com você mãe. Em particular.
_ Isso é um indireta para que nós saíamos? – perguntou Maddie.
_ Basicamente. – respondeu Dallas. Rimos.
_ Ok, vamos subir Maddie? – perguntei.
_ Vamos... Boa noite mãe.
_ Boa noite minha pequena.
_ Boa noite mãe. – falei.
_ Boa noite minha filha.
_ Assim que eu terminar a conversa com a mãe eu subo lá. – falou Dallas.
_ Ok, te esperamos. – respondi.  
                               (...)
A noite se repetia. Assim que Dallas subiu uma nova briga recomeçou, agora o motivo era o porre que ele tinha tomado e o dinheiro pego de Dallas. Mais uma noite fizemos nossa “festinha” para afastar, disfarçar o clima ruim. Mais uma noite, a história se repete.

Oi gente, desculpas pelo tempo sem postar, mas agora com o teclado consertado tudo vai voltar ao normal.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssssss.

Diana (DSP): Fico lisonjeada com seu elogio, eu até iria escrever dessa maneira, mas não achei muito legal e comecei a escrever assim, que bom que gosta. Obrigada por comentar.
NINA: haha ele é bem chato mesmo, e ainda vai dar um pouco mais de trabalho nessa historia. Obrigada por comentar.

Um comentário:

  1. cap perfeito

    q raiva, nojo, chato esse patrick...


    a demi tem q contar pro joe, dai ele pode ajudar ela...

    bjo bjo e posta logo

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