Eu realmente tinha
achado que isso não aconteceria novamente, não tão cedo pelo menos, mas lá
estava eu voltando para antigos hábitos.
Fui dormir já era 3 da manhã, a briga já
tinha acabado, mas eu ainda estava meio “mexida” com tudo, eu estava feliz por
Maddie, mas sabia que a volta dele poderia a fazer descobrir o verdadeiro pai
que ela tem, agora que Dallas trabalhava grande parte do dia seria minha total
e exclusiva responsabilidade cuidar dela bem o suficiente para que, em um dos
seus momentos de bruto, Patrick não a atacasse.
Como era de se
esperar, pela hora que fui dormir, fui a última a acordar. Desci e todos já
estavam na mesa tomando café, todos incluindo Patrick. Ele tinha convencido,
obrigado, sei lá o que ele fez, o fato é que, minha mãe o deixou ficar, estava
feito, agora que ele tinha onde ficar, não sairia daqui tão cedo.
_ Já que minha loira
está trabalhando... – Patrick começou a fala, ao escutar “minha loira” minha
mãe revirou os olhos. _ acho que eu deveria ficar em casa, cuidado das meninas.
– falou, dando desculpa esfarrapada para não ter que arranjar emprego.
_ Elas se cuidam muito
bem sozinhas. – falou minha mãe.
_ Da segurança delas.
– insistia ele.
_ A casa é segura. –
falou ela.
_ Não parece pelo que
eu sei foi invadida não tem muito tempo. – falou ele. Travis deveria ter o
contado tudo.
_ Pois agora têm
câmeras, ela está bem segura.
_ O que você acha do
papai ficar cuidado de vocês em Maddie? – perguntou a Maddie, aquilo era jogo
sujo. Maddie, apesar de criança, já estava sentindo que a presença do nosso pai
não fazia bem a nossa mãe.
_ Eu acho que ia ser
legal. – falou feliz. _ mas a mamãe que deve decidir. – completou.
_ Que foi Maddie? Não
gosta mais do papai? – perguntou a abraçando de lado.
_ É claro que eu gosto
do senhor, mas a casa é da mamãe, não minha. – falou. Patrick ficou injuriado
com isso, esperava que Maddie o defendesse, essa era a cartada que ele tinha
usado desde o começo, Maddie era a sua garantia de estadia aqui conosco, se ela
deixasse por conta de nossa mãe, os dias dele aqui estariam contados.
(...)
Fomos à escola.
_ Seu pai voltou para
ficar? – perguntou Joe.
_ Acho que sim. –
respondi sem animação.
_ Seus pais voltaram?
_ Não.
_ Você nunca foi de
falar muito dele. – observou. _ Por quê?
_ Sei lá. – menti. _ Nunca
tive muita vontade de falar sobre ele. – essa parte era verdade.
_ Você não se dá muito
bem com ele né?
_ Não muita. –
respondi. Ficamos em silencio por um tempo. _ Vamos mudar de assunto? – pedi.
_ Vamos. Sobre o que
você quer falar? – perguntou.
_ Eu não sei. – rimos.
_ Meu pai vai assinar
com os empresários internacionais hoje. – comentou.
_ Jura? Como ele não
falou nada no carro? – perguntei, Paul ficava falando sobre esse negocio todos
os dias, no dia em que enfim iria se cumprir ele não diz nada?
_ Eu não sei. – riu. _
Também estranhei. – confessou. _ Mas acho que é porque ele deve estar nervoso
com tudo isso, é o primeiro grande negocio que ele fecha isso fará muito bem
para empresa dele.
_ Fico feliz por ele.
_ Jantar comemorativo
no sábado. Lembra? – perguntou.
_ Claro. Pode deixar é
claro que eu vou. – falei.
_ Bom mesmo, não seria
comemorativo se você não fosse. – falou, demos um selinho. O sinal para o
começo das aulas tocou. Fomos para nossas respectivas salas.
Sentei-me no lugar de
sempre a espera da aula começar. Travis chegou e logo foi me irritar.
_ Como foi seu
primeiro dia com o papai em Los Angeles? Apresentou a cidade a ele? –
perguntou.
_ Você poderia ser
menos chato, por favor. – disse sem pudor, a essa altura já não estava nem aí
para Travis.
_ Awn acordou estressadinha
hoje?
_ Travis você já fez o
que tinha que fazer, dá para me deixar quieta um pouco?
_ Não, eu disse que
iria fazer da sua vida um inferno, como fazer isso te deixando em paz?
_ Um dia você vai se
arrepender de fazer isso. – falei.
_ Vai fazer algo
contra mim? – perguntou ele. _ Se fizer eu volto a me vingar, não duvide eu
posso fazer isso pelo resto da minha vida. –falou.
_ Eu não vou fazer
nada. Eu vou deixar você cair pelas suas próprias pernas. – falei. Ele riu.
_ Pare de ser idiota
garota. Isso nunca vai acontecer. – falou convencido.
_ Isso só o tempo dirá
Travis. – disse.
_ Pois eu já disse por
ele. – falou um pouco irritado com a conversa. O professor chegou.
O primeiro horário era
de Filosofia, tinha um trabalho para apresentar, tínhamos que escolher um
filosofo ou pensador, na qual nos identificássemos mais com suas ideologias ou
pensamentos, e falar um pouco sobre ele e o porque da nossa escolha.
O meu pensador
escolhido foi Charlie Charplin, não sei se sabem, mas além de ator, ele foi um
grande pensador, ao ler suas frases consigo ver um humano com uma alma pura e
de bondade exalante.
Pensamos demasiadamente
Sentimos muito pouco
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá.
Charles Chaplin
Nesse momento atual da minha vida, me identifiquei com esse
pensamento.
(...)
Quando chegamos em
casa não vi nosso pai, estranhei, mas deixei pra lá, talvez tivesse apenas
saído e mais tarde voltaria ou, apesar de dificilmente isso ter acontecido, ele
tenha tomado vergonha na cara e tivesse ido embora de uma vez por todas.
Preparei o almoço só para Maddie, não estava querendo comer, não conseguia
sentir fome.
Já fazia umas duas
horas após nossa chegada, a campainha toca. Fui abrir e era Patrick, pelo que
percebi já havia se dado bem aqui também, chegou com cheiro forte de bebida e
tinha em mãos um garrafa de whisky quase vazia. Ele cambaleou para dentro, para
minha sorte Maddie estava tomando banho e não veria o pai chegar naquele
estado.
_ Eu preciso da chave
desta porcaria de casa. – falou se jogando no sofá.
_ Não esperou nenhum
dia para voltar a beber né? – ele se silenciou por um tempo, pensei talvez que
ele tivesse pensando no que eu disse, mas ele estava bêbado demais para isso.
_ Cala boca. – falou
grossamente.
_ Como conseguiu
comprar bebida? – perguntei. Sei que não era trabalhando, pois há tempos ele
não fazia nada.
_ Tinha um dinheiro na
cabeceira da cama de Dallas. – respondeu sem se envergonhar.
_ Aquele foi o último
salario dela! – falei indignada. Ele mal tinha chegado e já estava nos dando
prejuízo, o dinheiro que Dallas não depositava no banco ficava em sua cabeceira
para ajudar a pagar as contas da casa. _ Quando você gastou? – perguntei
chegando perto dele e tentando ajeita-lo no sofá, já que de tão bêbado mal
conseguia se equilibrar no sofá, quase caia toda hora.
_ Não te interessa
gorda inútil. – respondeu. Ele sabia como me afetar, me segurei para não chorar
na sua frente.
_ Tem como você ir
para o quarto da mamãe? A Maddie também esta em casa. Não a deixe ver nesse
estado, por favor. – pedi.
_ Cala boca. – disse,
ele não deveria estar entendendo o meu raciocínio. _ Me deixa! – gritou, dando
um tapa em minha mão que o segurava, soltei-o. _ Eu vou para onde eu quiser. –
falou depois.
_ Pela Maddie, por
favor. – tornei insistir.
_ Deixa ver – falou
entre soluços. Aos custos conseguiu se equilibrar sozinho no sofá. _ Aquela
criança inútil que nem para me ajudar a ficar aqui esta me servindo. – falou.
Era incrível como ele conseguia me dar nojo.
_ Ela é sua filha e te
ama.
_ Foi um acidente. –
falou. _ Todas vocês foram os piores acidentes da minha vida. – gritava.
_ Da pra pelo menos
falar mais baixo? – pedi.
_ Cala a boca,
ladrazinha gorda! – gritou mais alto ainda. Desisti, fui em direção das
escadas, me concentraria em deixar a Maddie longe de nosso pai. _ A onde vai? –
perguntou ao ver-me afastar dele. _ Vai chorar? Vai vomitar? Tá precisando! –
tentei ignorar e continuei subindo as escadas sem lhe responder. Mesmo não
chorando, as suas palavras me doíam como tiros no coração, eu sentia como se
estivesse prestes a desabar no chão utilizando as minhas ultimas energias.
Nesses últimos dias eu
estava melhorando, e ele tinha que voltar para me atormentar a vida?
Quando cheguei a seu
quarto, Maddie ainda tomava banho. As palavras ecoavam em minha mente, meus
olhos ardiam, eu sentia um dor forte em mim, e eu não tinha como tira-la, eu
não sabia como tirar, eu sentia como se fosse explodir por dentro.
_ Demi? – chamou-me
Maddie, de toalha, ao sair do banho. _ Você está bem? – perguntou.
_ Claro. – respondi
forçando um sorriso.
_ O que você está
fazendo aqui? – perguntou.
_ Eu pensei que depois
que você tomasse banho poderíamos fazer alguma coisa juntas. – respondi. _ Aqui
no seu quarto. – deixei claro.
_ A gente podia pegar
a TV do quarto da mamãe e assistirmos um filme né? – sugeriu animada.
_ Claro. Se vista
enquanto pego a TV... Melhor, se vista e vamos para o quarto da mamãe, vai se
mais fácil. – sugeri, ela assentiu com a cabeça.
_ Faz pipoca? – pediu.
_ Faço.
_ Poço escolher o
filme?
_Pode.
Novamente desci, fui
direto para cozinha na tentativa de evitar Patrick, que continuava jogado no
sofá.
Peguei o milho e
comecei a fazer a pipoca.
_ Vai comer é? – tomei
um susto ao ver Patrick logo atrás, encostado na pia. Não respondi nada. Ele
não disse mais nada, mas também não me deixou sozinha. Meu celular tocou, era
Joe, atendi.
_ Oi amor. – falei.
_ Oi minha linda, como
você tá? – perguntou.
_ Bem.
_ Tem certeza, não
parecia muito hoje na aula. – falou.
_ Eu sei, mas eu estou
melhor agora. – menti.
_ Vai fazer alguma
coisa agora? – perguntou.
_ Eu estou fazendo
pipoca para assistir um filme com Maddie. – respondi.
_ Nem para me chamar.
_ Se você quiser vir,
será muito bem vindo. – falei.
_ Não quero atrapalhar
o momento irmãs. – falou.
_ Não estaria
atrapalhando. – disse, mas logo depois me lembrei de que não seria uma boa
ideia, Joe veria meu pai nesse estado.
_ Mesmo assim, prefiro
não me intrometer, eu quero um momento nosso. – falou. _ O que você acha de
amanhã reservar a tarde para nós dois? – perguntou.
_ Combinado.
_ Beijos minha linda.
_ Beijos meu amor. –
silencio.
_ Vai começar de novo
né? – perguntou se referindo ao fato de que sempre que nós falando enrolamos
para desligar, nenhum de nós quer dizer tchau.
_ Acho que sim. –
respondi. Rimos.
_ No três? –
perguntou.
_ No três.
_ Um... Dois... Três.
Tchau meu amor. – falamos juntos, e desliguei. Tomei um susto ao perceber que a
pipoca já estava começando a queimar, desliguei a fogão, virei-me para a pia
para pegar uma bacia para por a pipoca e lá estava Patrick, ainda recostado no
mesmo lugar, ele tinha um sorriso de canto, como se desconfiasse ou pensasse
algo ruim, não sei exatamente como explicar o significado desse sorriso, apenas
lá ele estava.
_ Que foi? –
perguntei, sem paciência, pegando a bacia e me virando para colocar a pipoca,
não dei muita confiança, ele por varias vezes me deixava sem respostas, não
esperei que ele me respondesse essa.
_ Como você tá
conseguindo segurar esse garoto? – perguntou malicioso. Olhei-o com cara de
nojo. _ Do jeito que você é problemática qualquer um te largava em uma
semana... Alguma coisa você esta fazendo.
_ Me deixe em paz. –
falei saindo da cozinha com a pipoca na mão. Mas voltei, pois me lembrei de que
estava esquecendo as bebidas.
Peguei os primeiros
dois copos de vi, abri e geladeira, peguei a garrafa toda de coca, antes que eu
pudesse sair Patrick me agarrou pelo braço fortemente, sem medo de machucar.
_ Me solta. – pedi.
Era incrível, ele poderia estar muito bêbado, mal se aguentando em pé, mas
tinha muita força e, mesmo que muitas vezes oscilando na fala, parecia dizer as
coisas, com lucidez, mesmo sendo besteiras.
_ Se eu descobri que
você tá fazendo alguma coisa errada com aquele rapaz você vai se arrepender de
ter nascido Demetria. – ameaçou, e me soltou. Eu não o respondi, não valeria
apena, ele não acreditaria em mim. Sai da cozinha e subi. Maddie já punha o
disco no DVD.
_ O que você escolheu?
– perguntei.
_ Todo mundo em
pânico, para te animar um pouco. – respondeu. Eu já tinha assistido todos os
filmes do Todo mundo em pânico, mas eu sempre ria das mesmas besteiras.
_ Legal. Mas você pode
assistir? – perguntei. Colocando a bacia de pipoca encima da cama e os copos no
criado mudo.
_ Claro que sim. –
respondeu. _ Eu já assisti antes, não tem nada de mal.
_ Você está muito precoce
pro meu gosto. – falei. Rimos.
(...)
Mesmo depois do filme
ter acabado ainda fiquei no quarto junto a Maddie, só desci quando Dallas
chegou. Nosso pai agora dormia esparramado no sofá, a garrafa de whisky já
tinha acabado e estava jogada no chão.
_ O papai tá bem? –
perguntou Maddie.
_ Tá, ele só esta
dormindo um pouco, deve estar cansado. – menti, não sei se ela acreditou. _
Você tem dever? – perguntei.
_ Só um.
_ Vai lá fazer, vou
conversar um pouco com a Dallas e logo vou lhe ajudar. – falei.
Maddie foi para mesa
começar a fazer sua lição, eu e Dallas conversávamos baixo, na cozinha.
_ Onde ele arranjou
dinheiro para pagar a bebida? – perguntou Dallas.
_ Ele pegou seu
dinheiro. – respondi.
_ O que? – perguntou
sem acreditar. _ Ele me roubou?
_ Ele foi enquanto
estávamos na escola, se não eu juro que teria tentado impedir...
_ Demi você não tem
culpa nenhuma... Alguma conta não vai ser pagar nesse mês – lamentou-se.
_ Eu ainda tenho de
reserva o que ganhei cantando no bar, deve dar pagar. – falei.
_ Você vai voltar a
cantar? – perguntou.
_ Eu até estava
pensando nisso, mas agora não mais. – respondi. Iria ser um inferno se Patrick
descobrisse que eu estava cantando, ele iria gostar do dinheiro entrando, mas
faria um inferno psicológico em mim e isso definitivamente me atrapalharia em
minhas apresentações.
Ficamos em silencio
por um tempo.
_ Ele tentou fazer
alguma coisa contra vocês? – perguntou.
_ Não. Quando ele
chegou Maddie estava lá em cima, a mantive lá até agora. – respondi.
_ E contra você?
_ O mesmo de sempre. –
respondi.
_ Você acha que
consegue aguentar tudo sozinha? Se você quiser eu peço demissão.
_ E deixar tudo nas
costas da mamãe de novo? Não... Eu consigo sozinha.
_ Você pode até tomar
conta da Maddie bem, mas e você?
_ Eu estou bem Dallas.
_ Você estava
melhorando nestes últimos dias... Hoje já não tomou café da manhã, você
almoçou? – perguntou.
_ Eu estou bem Dallas.
– tornei a falar irritada. Sai da cozinha logo depois, claro que isso mostraria
a Dallas que no fundo eu não estava tão bem como eu queria passar, mas eu
odiava quando me lembravam do quão mal eu poderia estar, eu tenho consciência
de que tenho um problema, mas eu estava bem assim.
Fui para mesa
sentar-me com Maddie. Ela já quase havia terminado sua lição, não precisou de
minha ajuda.
Dallas se juntou a
nós. Nossa mãe chegou logo depois.
_ Boa noite meninas. –
cumprimentou-nos sem animo.
_ Boa noite mãe. – a cumprimentamos
juntas.
_ Demorou mãe. –
comentou Maddie.
_ É. – Se via no olhar
dela que o cansaço já a estava dominando. _ Está tudo bem com vocês?
_ Está. – respondeu
Dallas. _ Depois tenho que falar com você mãe. Em particular.
_ Isso é um indireta
para que nós saíamos? – perguntou Maddie.
_ Basicamente. –
respondeu Dallas. Rimos.
_ Ok, vamos subir Maddie?
– perguntei.
_ Vamos... Boa noite
mãe.
_ Boa noite minha
pequena.
_ Boa noite mãe. –
falei.
_ Boa noite minha
filha.
_ Assim que eu
terminar a conversa com a mãe eu subo lá. – falou Dallas.
_ Ok, te esperamos. –
respondi.
(...)
A noite se repetia. Assim
que Dallas subiu uma nova briga recomeçou, agora o motivo era o porre que ele
tinha tomado e o dinheiro pego de Dallas. Mais uma noite fizemos nossa
“festinha” para afastar, disfarçar o clima ruim. Mais uma noite, a história se
repete.
Oi gente, desculpas pelo
tempo sem postar, mas agora com o teclado consertado tudo vai voltar ao normal.
Não se esqueçam de
comentar/avaliar.
Bjssssss.
Diana (DSP): Fico
lisonjeada com seu elogio, eu até iria escrever dessa maneira, mas não achei
muito legal e comecei a escrever assim, que bom que gosta. Obrigada por
comentar.
NINA: haha ele é
bem chato mesmo, e ainda vai dar um pouco mais de trabalho nessa historia.
Obrigada por comentar.
cap perfeito
ResponderExcluirq raiva, nojo, chato esse patrick...
a demi tem q contar pro joe, dai ele pode ajudar ela...
bjo bjo e posta logo