sábado, 10 de novembro de 2012

31º CAPITULO “Voltando para antigos hábitos” - Recomeçar


_ Você deveria ser mais educada no telefone...
-Alguém falou logo atrás de mim, eu conhecia muito bem de quem era aquela voz e não queria escuta-la tão cedo novamente, mas era fato que nosso reencontro era inevitável.
_ Papai. – cumprimentou Maddie toda alegre, correndo para ele. Olhei para trás e lá estava ele, com Maddie em seus braços, quem via jurava que Patrick era o melhor pai do mundo. Sorri, não por vê-lo, claro, mas ao ver o sorriso na cara de Maddie, mas logo esse sorriso se desfez, ele estava lá, novamente.

Paul saiu do carro e gentilmente foi cumprimentar Patrick, os meninos educadamente fizeram o mesmo.
_ Não vai me dar um abraço filha? – perguntou, vindo em minha direção e antes mesmo que eu pudesse responder já foi me dando um abraço forçado. _ Senti sua falta minha menina. – falou. Eu sabia que era mentira.

Paul o deu carona, não era de se surpreender que o, me perdoe pela palavra, o traste do meu pai ficaria em nossa casa, isso sem pedir.
Paul sabia da separação dos meus pais, mas não sabia o porquê, por isso agia normalmente.
_ Fico muito feliz em saber que você as ajudou tanto. – falou Patrick se dirigindo a Paul.
_ Dianna é minha prima querida, não a desemparia jamais. – respondeu Paul. _ Liberarei Dallas mais cedo para que ela possa lhe ver.
_ Dallas está trabalhando? – perguntou surpreso.
_ Está trabalhando em minha empresa. Ela é muito dedicada.
_ Ela nunca teve muito interesse em trabalhar. – falou ele. Mentira.
_ Pois então parece que agora tem. – falou Paul bem humorado.
                               (...)
Ao chegar em casa já ia subir para o meu quarto.
_ Aonde a senhorita pensa que vai? – perguntou Patrick.
_ Vou para meu quarto. – respondi. _ Preciso trocar de roupa. – complementei e logo voltei a subir as escadas. Não fiz questão de me apressar para me arrumar. Depois de trocar de roupa desci.

_ Pensei que tinha morrido, demorou. – falou Patrick assim que cheguei à sala. Não respondi nada. Ele percebeu que eu não ia falar nada e começou a dar atenção a Maddie, que estava sentada no sofá ao seu lado. _ E aí minha pequena, o que você vai querer comer? – perguntou atencioso.
_ Uhm. – pensava.
_ Que tal uma torta? – perguntou.
_ A Demi fez a torta de legumes ontem. – falou ela.
_ Aposto que não ficou tão boa como a minha. – falou.
_ Ficou muito boa. – disse ela.
_ Pois então hoje farei torta, mas não de legumes.
_ Torta de que? – perguntou ela.
_ Surpresa. – falou se levantando logo após e indo em direção da cozinha, Maddie foi com ele. Fiquei na sala sentada, esperando a chagada de Dallas, sem saber se avisava minha mãe ou a deixava ter uma surpresa.

Já havia uma hora desde nossa chegada, só aí Dallas chegou.
_ Demi o que o Paul me disse é verdade? – perguntou assim que entrou, ela estava preocupada.
_ Depende do que ele disse. – respondeu Patrick, saindo da cozinha com a travessa da torta, pronta, na mão. Ela se calou. _ Venha comer. – disse pondo a travessa na mesa, Maddie foi logo se sentando. _ Que foi? Vão ficar só me olhando? – perguntou ao ver que nem Dallas nem eu saímos do lugar. Dallas começou a andar até a mesa, mas antes de dar chegar olhou para mim, incentivando-me a ir também. Levantei-me e fui para a mesa. _ Você vai comer? – perguntou ele se dirigindo a mim.
_ Vou. – respondi. _ Tem problema? – perguntei.
_ Pensei que você ainda estava se cuidando. – respondeu.
É claro que depois desse comentário meu apetite foi embora, me obriguei comer um pouco.
_ Dianna voltou a trabalhar né? – perguntou.
_ Voltou. – respondi.
_ Como treinadora?
_ Sim. – respondi, ele voltou a comer, mas logo depois retomou a falação.
_ Por isso que a casa tá assim... – falou. Não entendi o que ele quis dizer. _ Abandonada. – concluiu.
_ Ela não está abandonada, está muito bem cuidada por sinal. – respondeu Dallas sem hesitar.
_ É... A casa até que tá limpinha, mas aposto que se eu olhar melhor vou encontrar um monte de sujeita, trabalho mal feito... Dianna trabalhando, você trabalhando, só Demetria e Madison dentro de casa... – ele sempre fazia questão de nos chamar pelo nome, raramente trocava por algum outro adjetivo, como pequena, filha, etc., mas jamais pelo apelido. _ Aposto que não fazem nada o dia inteiro, Madison ainda é novinha e Demetria... – falou debochado.
_ Ela cuida muito bem da casa. – defendeu-me Dallas. Ele olhou-me com cara de quem não acreditava. Eu realmente não era de ficar limpando a casa toda, mas mantinha certo controle para não bagunçar muito, fazendo assim com que a casa não necessitasse de ser constantemente arrumada.
_ Pois ontem ela não foi muito educada comigo no telefone. – comentou.
_ Você ficou ligando toda hora e não falava nada, isso irrita. – falei.
_ A geladeira não está tão abastecida como era quando vocês moravam comigo. – comentou, mudando de assunto. _ Estão passando necessidade por acaso? – perguntou, ele com certeza queria que disséssemos que sim para que ele pudesse jogar na nossa cara que não conseguimos viver sem ele.
_ Não, estamos muito bem economicamente. – respondi.
_ É você que está fazendo as compra da comida Demetria? – perguntou. _ Só aviso, não é porque você não come que tem que faltar comida em casa. – debochou. Como era de costume em sua frente, calei-me.
_ Nenhuma de nós está sentindo falta de comida, quando for necessário faremos compras. – respondeu Dallas.
Terminei o almoço sem nenhuma pressa, não estava com animação para nada. Comi menos do que estava comendo nesses últimos dias, mas comi.

Enquanto Maddie apresentava a casa a Patrick, eu conversava com Dallas.
_ Você acha que devemos ligar pra mamãe e avisa-la? – perguntei.
_ Ela esta concentrada com as lideres de torcida, em pouco tempo vai ter competições, isso vai ser um choque para ela. – lamentou Dallas. _ Vamos esperar ela chegar, vamos deixa-la dar este treinamento tranquila.

Assim fizemos. Maddie curtia o pai, vendo-o com ela realmente parecia ser um homem bom, não parecia ser aquele mesmo que nos fez sofrer. Vinha-me na cabeça a ideia de que talvez ele pudesse ter mudado. Quem sabe ele não se arrependeu? Essa ideia logo se dissipou ao lembrar o comentário na hora do almoço, ele não tinha mudado. Ele sempre foi legal com a Maddie, raramente tinha seus excessos de fúria com ela, e se por acaso tivesse era claro que Dallas e eu logo a defendia.
Confesso que sentia saudades do tempo que eu o via com a mesma pureza de Maddie, eu sentia falta do amor de pai. Apesar de não estar feliz com a presença dele aqui, era inevitável não dar um sorriso, mesmo que fraco, com a felicidade dela.
                               (...)
Já estava se aproximando do horário em que nossa mãe chegava em casa. Maddie estava na mesa fazendo suas tarefas, Dallas e eu estávamos junto a ela, Patrick estava jogado no sofá, assistindo TV, um programa de esportes.
Escutou-se o barulho da chave destrancando a porta, nossa mãe estava chegando, agora seria a hora da verdade.
Dallas e eu levantamos da mesa e nos aproximamos mais da sala, não por curiosidade do que poderia acontecer, mas sim, se possível, evitar que algo de ruim acontecesse.
Ela entrou em casa como sempre, não notou de primeira que havia uma pessoa, não desejável, a mais presente.
_ Boa noite meninas. – cumprimentou-nos.
_ Boa noite mamãe. – cumprimentou de volta Maddie que depois de sua entrada se juntou a nos na sala.
_ O que fazem aí paradas. – perguntou. Ao não respondermos nada ela virou-se atenção para a sala, Patrick estava olhando para nós como se fosse uma cena divertida. Nossa mãe ficou paralisada por alguns minutos. _ O que você está fazendo aqui? – perguntou após passar o primeiro choque.
_ Boa noite minha loira. – cumprimentou Patrick, se levantando e vindo como se fosse abraça-la. Loira era o apelido que ele usava para chamar nossa mãe, ela era a única pessoa que Patrick, normalmente, se dirigia pelo apelido. Nossa mãe deu um passo atrás para se afastar da aproximação dele.
_ Meninas, vão dormir. – ordenou ela seria.
_ Mais nem é sete da noite. – contestou Maddie.
_ Vão dormir! – gritou. Era claro que ela não estava calma.
_ Sobe Madison, depois eu passo lá e te dou um beijo de boa noite. – falou ele.
_ Tá bom. – conformou-se Maddie.
Subimos. Tanto Dallas quanto eu fomos para o quarto de Maddie e nos apertamos para deitarmos na cama dela todas juntas.
_ Eles vão brigar? – perguntou Maddie triste.
_ Eles só vão conversar um pouco. – respondeu Dallas, mentindo, era obvio que eles iriam brigar.
_ Eu não queria que eles brigassem... Iria ser tão legal se eles ficassem juntos que nem era antes. – falou a pequena. Era claro que ela sentia mais do que imaginávamos a separação dos nossos pais.
_ Você lembra o que fazíamos antes de dormir? – perguntou Dallas, tentando anima-la.
_ Lembro! – falou já mais animada.
_ Que tal voltarmos a fazer? – perguntou.
_ Vamos. – respondeu, a tristeza dela já havia se transformado em sorriso novamente.

Nos últimos dias que estávamos morando na nossa antiga cidade todas as noites os nossos pais brigavam e para tentar abafar o barulho dos gritos deles Dallas teve a ideia de pegar um dos quartos, fechar tudo e colocar músicas animadas, não em um volume ensurdecedora, porque se não acabaria sobrando para nós, mas que fosse alto o suficiente para criar uma animação, e assim dançávamos, pulávamos, riamos, tiramos todo aquele baixo-astral que estava na casa por causa da briga, nos esquecíamos de tudo, apenas nos divertíamos juntas até que a primeira, que geralmente era a própria Dallas, cansava.
E assim fizemos, tudo como era antes, o som, pulamos, rimos, cantamos, dançamos, fizemos nossa própria festa, até que, pela primeira vez, Maddie foi a primeira a se cansar.
_ Wow desta vez não fui eu a primeira. – comemorou Dallas. Rimos.
_ Não vale hoje eu fiz varias coisas. – embirrou Maddie.
_ Nós sabemos, amanhã fique mais quietinha que você ganhará. – falei, se por acaso Patrick fosse continuar morando conosco era obvio que haveria mais briga. Pusemos Maddie para dormir. Dallas foi para seu quarto. As brigas costumavam durar por horas, e hoje não seria exceção, mesmo depois da “festinha” ter acabado eles ainda discutiam. Do meu quarto se podia escutar os gritos.
_ Então foi você? – perguntou minha mãe.
_ Não importa quem foi.
_ Você veio para cá para fugir da policia não foi? Foi você matou aquelas pessoas no shopping não é? – perguntava ela. Fiquei assustada com ela falando assim.
_ Você tem provas? Não! – gritava ele, será que meu pai teria sido o culpado? Por mais que ele não tenha sido uma boa pessoa nos últimos tempos eu não queria aceitar que ele era culpado por isso, assassino não!
_ Você é um monstro saía daqui!
_ Você está expulsando seu marido de casa?
_ Ex-marido!
_ O que você irá dizer a Maddie? – perguntou, Maddie era só uma cartada do meu pai para ter garantia de abrigo aqui.
_ Não use a Maddie em seu jogo Patrick, tenha decência.
_ Ela gostou de me ver, vai falar o que para ela? Que expulsou o papai querido dela? Que tipo de mãe você é? – provocava.

Preferi nem escutar o resto da briga, isso ainda iria durar, peguei meu celular para escutar musica, foi graças as essa brigas noturnas que eu fui obrigada a ter esse vicio em escutar musica antes de dormir, pois com o fone não conseguia escutar os gritos, ofensas, nada que me fizesse sentir mal, brigas dos pais afeta muito, pois costumam ser os seres que mais amamos, vê-los discutindo por qualquer coisa machuca.
Eu realmente tinha achado que isso não aconteceria novamente, não tão cedo pelo menos, mas lá estava eu voltando para antigos hábitos.
                CONTINUA...

Capítulo postado, espero que tenham gostado, esse ficou um pouco menor do que o comum, mas prometo tentar compensar com o próximo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar
Bjsss.

2 comentários:

  1. Adorei!
    Desculpa o atraso a comentar.
    Adoro a sua maneira de escrever. Diferente de algumas escritoras que apenas colocam o nome do personagem e está feita a fala.
    Posta logo!

    Bjs :)

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  2. cap perfeito


    ai q raiva do patrick, homem chato


    bjo bjo e posta logo

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