_ Você deveria ser mais educada no telefone...
-Alguém falou logo atrás de mim, eu conhecia muito
bem de quem era aquela voz e não queria escuta-la tão cedo novamente, mas era
fato que nosso reencontro era inevitável.
_ Papai. –
cumprimentou Maddie toda alegre, correndo para ele. Olhei para trás e lá estava
ele, com Maddie em seus braços, quem via jurava que Patrick era o melhor pai do
mundo. Sorri, não por vê-lo, claro, mas ao ver o sorriso na cara de Maddie, mas
logo esse sorriso se desfez, ele estava lá, novamente.
Paul saiu do carro e
gentilmente foi cumprimentar Patrick, os meninos educadamente fizeram o mesmo.
_ Não vai me dar um
abraço filha? – perguntou, vindo em minha direção e antes mesmo que eu pudesse
responder já foi me dando um abraço forçado. _ Senti sua falta minha menina. –
falou. Eu sabia que era mentira.
Paul o deu carona, não
era de se surpreender que o, me perdoe pela palavra, o traste do meu pai
ficaria em nossa casa, isso sem pedir.
Paul sabia da
separação dos meus pais, mas não sabia o porquê, por isso agia normalmente.
_ Fico muito feliz em
saber que você as ajudou tanto. – falou Patrick se dirigindo a Paul.
_ Dianna é minha prima
querida, não a desemparia jamais. – respondeu Paul. _ Liberarei Dallas mais
cedo para que ela possa lhe ver.
_ Dallas está trabalhando?
– perguntou surpreso.
_ Está trabalhando em
minha empresa. Ela é muito dedicada.
_ Ela nunca teve muito
interesse em trabalhar. – falou ele. Mentira.
_ Pois então parece
que agora tem. – falou Paul bem humorado.
(...)
Ao chegar em casa já
ia subir para o meu quarto.
_ Aonde a senhorita
pensa que vai? – perguntou Patrick.
_ Vou para meu quarto.
– respondi. _ Preciso trocar de roupa. – complementei e logo voltei a subir as
escadas. Não fiz questão de me apressar para me arrumar. Depois de trocar de
roupa desci.
_ Pensei que tinha
morrido, demorou. – falou Patrick assim que cheguei à sala. Não respondi nada.
Ele percebeu que eu não ia falar nada e começou a dar atenção a Maddie, que
estava sentada no sofá ao seu lado. _ E aí minha pequena, o que você vai querer
comer? – perguntou atencioso.
_ Uhm. – pensava.
_ Que tal uma torta? –
perguntou.
_ A Demi fez a torta
de legumes ontem. – falou ela.
_ Aposto que não ficou
tão boa como a minha. – falou.
_ Ficou muito boa. –
disse ela.
_ Pois então hoje
farei torta, mas não de legumes.
_ Torta de que? –
perguntou ela.
_ Surpresa. – falou se
levantando logo após e indo em direção da cozinha, Maddie foi com ele. Fiquei
na sala sentada, esperando a chagada de Dallas, sem saber se avisava minha mãe
ou a deixava ter uma surpresa.
Já havia uma hora
desde nossa chegada, só aí Dallas chegou.
_ Demi o que o Paul me
disse é verdade? – perguntou assim que entrou, ela estava preocupada.
_ Depende do que ele
disse. – respondeu Patrick, saindo da cozinha com a travessa da torta, pronta,
na mão. Ela se calou. _ Venha comer. – disse pondo a travessa na mesa, Maddie
foi logo se sentando. _ Que foi? Vão ficar só me olhando? – perguntou ao ver
que nem Dallas nem eu saímos do lugar. Dallas começou a andar até a mesa, mas
antes de dar chegar olhou para mim, incentivando-me a ir também. Levantei-me e
fui para a mesa. _ Você vai comer? – perguntou ele se dirigindo a mim.
_ Vou. – respondi. _
Tem problema? – perguntei.
_ Pensei que você
ainda estava se cuidando. – respondeu.
É claro que depois
desse comentário meu apetite foi embora, me obriguei comer um pouco.
_ Dianna voltou a
trabalhar né? – perguntou.
_ Voltou. – respondi.
_ Como treinadora?
_ Sim. – respondi, ele
voltou a comer, mas logo depois retomou a falação.
_ Por isso que a casa
tá assim... – falou. Não entendi o que ele quis dizer. _ Abandonada. –
concluiu.
_ Ela não está
abandonada, está muito bem cuidada por sinal. – respondeu Dallas sem hesitar.
_ É... A casa até que
tá limpinha, mas aposto que se eu olhar melhor vou encontrar um monte de
sujeita, trabalho mal feito... Dianna trabalhando, você trabalhando, só
Demetria e Madison dentro de casa... – ele sempre fazia questão de nos chamar
pelo nome, raramente trocava por algum outro adjetivo, como pequena, filha,
etc., mas jamais pelo apelido. _ Aposto que não fazem nada o dia inteiro,
Madison ainda é novinha e Demetria... – falou debochado.
_ Ela cuida muito bem
da casa. – defendeu-me Dallas. Ele olhou-me com cara de quem não acreditava. Eu
realmente não era de ficar limpando a casa toda, mas mantinha certo controle
para não bagunçar muito, fazendo assim com que a casa não necessitasse de ser
constantemente arrumada.
_ Pois ontem ela não
foi muito educada comigo no telefone. – comentou.
_ Você ficou ligando toda
hora e não falava nada, isso irrita. – falei.
_ A geladeira não está
tão abastecida como era quando vocês moravam comigo. – comentou, mudando de
assunto. _ Estão passando necessidade por acaso? – perguntou, ele com certeza
queria que disséssemos que sim para que ele pudesse jogar na nossa cara que não
conseguimos viver sem ele.
_ Não, estamos muito
bem economicamente. – respondi.
_ É você que está
fazendo as compra da comida Demetria? – perguntou. _ Só aviso, não é porque
você não come que tem que faltar comida em casa. – debochou. Como era de
costume em sua frente, calei-me.
_ Nenhuma de nós está
sentindo falta de comida, quando for necessário faremos compras. – respondeu
Dallas.
Terminei o almoço sem
nenhuma pressa, não estava com animação para nada. Comi menos do que estava
comendo nesses últimos dias, mas comi.
Enquanto Maddie
apresentava a casa a Patrick, eu conversava com Dallas.
_ Você acha que
devemos ligar pra mamãe e avisa-la? – perguntei.
_ Ela esta concentrada
com as lideres de torcida, em pouco tempo vai ter competições, isso vai ser um
choque para ela. – lamentou Dallas. _ Vamos esperar ela chegar, vamos deixa-la
dar este treinamento tranquila.
Assim fizemos. Maddie
curtia o pai, vendo-o com ela realmente parecia ser um homem bom, não parecia
ser aquele mesmo que nos fez sofrer. Vinha-me na cabeça a ideia de que talvez
ele pudesse ter mudado. Quem sabe ele não se arrependeu? Essa ideia logo se
dissipou ao lembrar o comentário na hora do almoço, ele não tinha mudado. Ele
sempre foi legal com a Maddie, raramente tinha seus excessos de fúria com ela,
e se por acaso tivesse era claro que Dallas e eu logo a defendia.
Confesso que sentia
saudades do tempo que eu o via com a mesma pureza de Maddie, eu sentia falta do
amor de pai. Apesar de não estar feliz com a presença dele aqui, era inevitável
não dar um sorriso, mesmo que fraco, com a felicidade dela.
(...)
Já estava se
aproximando do horário em que nossa mãe chegava em casa. Maddie estava na mesa
fazendo suas tarefas, Dallas e eu estávamos junto a ela, Patrick estava jogado
no sofá, assistindo TV, um programa de esportes.
Escutou-se o barulho
da chave destrancando a porta, nossa mãe estava chegando, agora seria a hora da
verdade.
Dallas e eu levantamos
da mesa e nos aproximamos mais da sala, não por curiosidade do que poderia
acontecer, mas sim, se possível, evitar que algo de ruim acontecesse.
Ela entrou em casa
como sempre, não notou de primeira que havia uma pessoa, não desejável, a mais
presente.
_ Boa noite meninas. –
cumprimentou-nos.
_ Boa noite mamãe. –
cumprimentou de volta Maddie que depois de sua entrada se juntou a nos na sala.
_ O que fazem aí
paradas. – perguntou. Ao não respondermos nada ela virou-se atenção para a
sala, Patrick estava olhando para nós como se fosse uma cena divertida. Nossa
mãe ficou paralisada por alguns minutos. _ O que você está fazendo aqui? –
perguntou após passar o primeiro choque.
_ Boa noite minha
loira. – cumprimentou Patrick, se levantando e vindo como se fosse abraça-la.
Loira era o apelido que ele usava para chamar nossa mãe, ela era a única pessoa
que Patrick, normalmente, se dirigia pelo apelido. Nossa mãe deu um passo atrás
para se afastar da aproximação dele.
_ Meninas, vão dormir.
– ordenou ela seria.
_ Mais nem é sete da
noite. – contestou Maddie.
_ Vão dormir! –
gritou. Era claro que ela não estava calma.
_ Sobe Madison, depois
eu passo lá e te dou um beijo de boa noite. – falou ele.
_ Tá bom. –
conformou-se Maddie.
Subimos. Tanto Dallas
quanto eu fomos para o quarto de Maddie e nos apertamos para deitarmos na cama
dela todas juntas.
_ Eles vão brigar? –
perguntou Maddie triste.
_ Eles só vão
conversar um pouco. – respondeu Dallas, mentindo, era obvio que eles iriam
brigar.
_ Eu não queria que
eles brigassem... Iria ser tão legal se eles ficassem juntos que nem era antes.
– falou a pequena. Era claro que ela sentia mais do que imaginávamos a
separação dos nossos pais.
_ Você lembra o que
fazíamos antes de dormir? – perguntou Dallas, tentando anima-la.
_ Lembro! – falou já
mais animada.
_ Que tal voltarmos a
fazer? – perguntou.
_ Vamos. – respondeu,
a tristeza dela já havia se transformado em sorriso novamente.
Nos últimos dias que
estávamos morando na nossa antiga cidade todas as noites os nossos pais
brigavam e para tentar abafar o barulho dos gritos deles Dallas teve a ideia de
pegar um dos quartos, fechar tudo e colocar músicas animadas, não em um volume
ensurdecedora, porque se não acabaria sobrando para nós, mas que fosse alto o
suficiente para criar uma animação, e assim dançávamos, pulávamos, riamos,
tiramos todo aquele baixo-astral que estava na casa por causa da briga, nos
esquecíamos de tudo, apenas nos divertíamos juntas até que a primeira, que
geralmente era a própria Dallas, cansava.
E assim fizemos, tudo
como era antes, o som, pulamos, rimos, cantamos, dançamos, fizemos nossa
própria festa, até que, pela primeira vez, Maddie foi a primeira a se cansar.
_ Wow desta vez não
fui eu a primeira. – comemorou Dallas. Rimos.
_ Não vale hoje eu fiz
varias coisas. – embirrou Maddie.
_ Nós sabemos, amanhã
fique mais quietinha que você ganhará. – falei, se por acaso Patrick fosse
continuar morando conosco era obvio que haveria mais briga. Pusemos Maddie para
dormir. Dallas foi para seu quarto. As brigas costumavam durar por horas, e
hoje não seria exceção, mesmo depois da “festinha” ter acabado eles ainda
discutiam. Do meu quarto se podia escutar os gritos.
_ Então foi você? –
perguntou minha mãe.
_ Não importa quem
foi.
_ Você veio para cá
para fugir da policia não foi? Foi você matou aquelas pessoas no shopping não
é? – perguntava ela. Fiquei assustada com ela falando assim.
_ Você tem provas?
Não! – gritava ele, será que meu pai teria sido o culpado? Por mais que ele não
tenha sido uma boa pessoa nos últimos tempos eu não queria aceitar que ele era
culpado por isso, assassino não!
_ Você é um monstro
saía daqui!
_ Você está expulsando
seu marido de casa?
_ Ex-marido!
_ O que você irá dizer
a Maddie? – perguntou, Maddie era só uma cartada do meu pai para ter garantia
de abrigo aqui.
_ Não use a Maddie em
seu jogo Patrick, tenha decência.
_ Ela gostou de me
ver, vai falar o que para ela? Que expulsou o papai querido dela? Que tipo de
mãe você é? – provocava.
Preferi nem escutar o
resto da briga, isso ainda iria durar, peguei meu celular para escutar musica,
foi graças as essa brigas noturnas que eu fui obrigada a ter esse vicio em
escutar musica antes de dormir, pois com o fone não conseguia escutar os
gritos, ofensas, nada que me fizesse sentir mal, brigas dos pais afeta muito,
pois costumam ser os seres que mais amamos, vê-los discutindo por qualquer
coisa machuca.
Eu realmente tinha
achado que isso não aconteceria novamente, não tão cedo pelo menos, mas lá
estava eu voltando para antigos hábitos.
CONTINUA...
Capítulo postado, espero
que tenham gostado, esse ficou um pouco menor do que o comum, mas prometo
tentar compensar com o próximo.
Não se esqueçam de
comentar/avaliar
Bjsss.
Adorei!
ResponderExcluirDesculpa o atraso a comentar.
Adoro a sua maneira de escrever. Diferente de algumas escritoras que apenas colocam o nome do personagem e está feita a fala.
Posta logo!
Bjs :)
cap perfeito
ResponderExcluirai q raiva do patrick, homem chato
bjo bjo e posta logo