_ É que... –
começou a falar indecisa. _ Hoje eu vi o papai.
Todas nós ficamos paralisadas.
_ Você o que? –
perguntou Dallas, na esperança de que ela tivesse escutado errado.
_Eu vi o papai. –
tornou a dizer Maddie, desta vez mais segura.
_Onde? – perguntou
mãe, seu olhar ainda era de choque.
_ Na escola. –
respondeu à pequena.
_ Como ele te achou
lá? – perguntei.
_ Não sei, ele disse
que uns conhecidos o levaram lá. – respondeu.
_ Você disse a onde
estamos morando? – perguntou Dallas.
_ Não. – respondeu.
_ Ele só poderia
entrar lá junto com algum aluno ou com os pais de algum aluno. – falei. _ Como
ele conseguiu?!
_ Tem alguma coisa
errada aí. – disse Dallas.
_ O que ele te disse?
O que ele queria? – perguntava nossa mãe.
_ Ele disse que estava
com saudades e que logo iria nos ver... Não deu para conversar muito, pois já
tinha dado o sinal de ir embora. – falou. Por isso ela tinha demorado um pouco
mais para sair.
_ Porque você não
falou isso antes? Quando eu te perguntei o porquê de você ter demorado a sair?
– perguntei.
_ Porque ele disse que
queria fazer surpresa e não era para contar que eu tinha visto ele ainda. –
falou triste. Fez-se um silencio. Ainda assimilávamos o que ela disse. _ Eu
achei legal... Eu sentia falta dele. – disse.
(...)
Já era noite, Maddie
foi a primeira a ir dormir. Dallas, mãe e eu ainda continuávamos na sala.
_ Porque será que ele
veio para cá? – perguntou Dallas.
_ Eu não sei. – falou
minha mãe, logo depois respirou fundo. _ Quando conversei com Dona Lucia ela
disse que muitos suspeitavam que o ataque no shopping tivesse sido causado por
ele. – falou com pesar.
_ Olha, eu sei que o
papai não presta, mas ele não mataria alguém, eu não acredito que tenha sido
ele. – falou Dallas.
_ Eu concordo. –
falei. _ Ele não é uma boa pessoa, mas não mataria ninguém.
_ Eu não me casei com
um assassino, eu sei disso, mas depois de tudo que ele fez, não duvido que ele
possa ter feito algo... – disse minha mãe. _ Quem me garante que ele não veio
para cá fugindo da policia de lá? – finalizou, ela tinha razão, nenhuma de nós
queria acreditar que o homem que um dia já amamos poderia ter se tornado um
monstro, mas os fatos batiam, foi a tragédia acontecer que ele veio para cá,
seria coincidência?
_ O que me preocupa é
que ele foi se encontrar com Maddie, o que ele estava querendo com isso? O que
ele queria? – perguntava Dallas
_ Ele sabe que a
Maddie ficaria feliz ao vê-lo, ele sabe que ela é o único meio de chegar a nós
sem ser rechaçado. – respondeu minha mãe.
_ Se ele conseguiu
entrar lá uma vez, ele pode conseguir novamente, não vai ter como impedi-lo. –
falei.
_ Se lá só pode entrar
pais e alunos como ele conseguiu entrar lá? Não deixei especificada a entrada
dele lá.
_ Ele pode entrar com
algum pai ou com algum aluno? – perguntou Dallas.
_ Pode. – respondi.
_ Mas os únicos que
conhecem Patrick, além de nós, é o Paul e a Denise, se eles o levassem lá nos
contaria com toda certeza. – falou minha mãe.
_ Você acha que ele
pode ter algo haver com a invasão da casa? – perguntei.
_ Se ele invadisse ele
iria ficar não faz sentido. – respondeu minha mãe. _ Conheço o pai de vocês. A
invasão foi outro caso. – Criou-se um
silencio, todas pensávamos em como ele poderia ter nos achado.
_ Você falou com o Joe
sobre nosso pai? Ele pode ter o chamado para tentar fazer você assinar o
contrato. – opinou Dallas.
_ Não, eu não falei
nada relacionado a nosso pai com ele. – respondi.
_ Você acha que ele
pode ter descoberto por si só? – perguntou minha mãe.
_ Não. Ele não faria
isso. – respondi.
_ Você acha ou tem
certeza? – perguntou Dallas.
_ Certeza, o Joe se
conformou. Ele não tem nada a ver com o aparecimento do nosso pai! – falei.
_ Tudo bem... Não
temos ideia do que e de quem o trouxe a nós, mas podemos ter uma certeza, ele
vai nos procurar. – falou minha mãe.
(...)
Fui para o quarto,
ainda pensativa, me intrigava a vinda de meu pai para cá, tinha certeza que Joe
não estava envolvido nisso, mas também tenho certeza que para nos achar ele
necessitou de ajuda. A única, da antiga cidade, que sabia onde estávamos era
Dona Lucia, mas ela mais que ninguém sabe da nossa luta e foi ela quem nos
ajudou a sair daquela cidade, não faria sentido dela querer nos prejudicar.
“Prejudicar” pensei. A única pessoa que queria me prejudicar era Travis, mas
como ele tinha conseguido descobrir sobre meu pai? Tornei-me aprofundar meu pensamento,
não sei como, mas Travis tinha ligação entre a vinda de meu pai, esta era a
minha única certeza diante de todos esses fatos.
(...)
Demorei a dormir, mas
acordei apressada, queria chegar logo a escola, queria tirar esclarecimentos
com Travis.
_ O que está
acontecendo com você? Está com formiga na cama? – perguntou minha mãe, ao ver
que novamente fui a primeira a levantar-me.
_ Do jeito que você
fala parece até que eu sou difícil de acordar.
_ Costumava ser. –
falou.
_ É o amor, amor dá
insônia. – falou Dallas se aproximando de nós. _Bom dia mãe, bom dia maninha.
_ Bom dia –
respondemos juntas.
Maddie desceu logo
depois.
_ Então Maddie... –
começou a dizer Dallas. _ O papai disse se vai passar na escola hoje novamente?
– perguntou.
_ Não. – respondeu.
_ Não disse ou você
não quer falar? – perguntei.
_ Ele não disse. –
respondeu.
(...)
Entrei na sala de aula
e logo vi Travis, ele estava encostado na mesa. Dirigi-me até ele e antes mesmo
de cumprimenta-lo fui falando.
_ Como você descobriu
sobre ele?
_ Bom dia para você
também Demi, como vai?
_ Estaria melhor se
você apena respondesse a minha pergunta.
_ Toma cuidado do
jeito que você fala comigo. – alertou irritado. _ Descobriu sobre quem? –
perguntou logo depois mais calmo.
_ Você sabe muito bem
sobre quem eu estou falando. – respondi, tentando ser um pouco mais educada,
mas não teve muito efeito. Ele deu uma risadinha que não entendi no primeiro
momento.
_ Seu querido papai. –
falou. Agora era certo, ele realmente tinha ligação com o surgimento do meu
pai.
_ Como você descobriu
sobre ele? – tornei a perguntar.
_ Você deveria estar
feliz, vai ter seu papaizinho de volta. – falou irônico desviando o assunto,
durante toda essa conversação ele mantinha um sorriso, que me irritava, no
rosto, ele estava contente ao perceber que tinha me atingido.
_ Você pretende
responder minha pergunta algum dia?
_ Bom... Há muitas maneiras
de descobrir. – limitou-se em dizer. Parei um pouco e pensei em sua resposta.
Para ele descobrir algo do meu passado ele teria que ou ser da família ou
investigar em minhas coisas, ou nas coisas que estão na minha casa, logo me
lembrei do dia da invasão.
_ Foi você que invadiu
a minha casa. – acusei-o com o tom de voz alterado, foi alto o suficiente para
que todos da sala escutassem.
_ Você tem provas? –
perguntou.
_ Só assim para você
conseguir informações minhas. – falei, ele se silenciou por um tempo.
_ Digamos que sua casa
não era muito protegida, foi fácil. – confessou por fim.
_ Para que ir tão
longe? Para que envolver toda minha família nisso? – perguntei injuriada
_ Eu vi uma
oportunidade de fazer algo mais avançado – falou convencido. _ Eu não iria te
bater, porque apesar de para você eu ser um monstro, eu não bato em mulheres,
bater no Joe iria te atingir, mas eu já fiz isso, não quero ser repetitivo,
separar vocês dois não era meu objetivo, pelo menos não agora, fazer algo
contra sua mãe ou irmãs... Elas também são mulheres e não ia dar muito certo. –
dizia sem ter nenhuma vergonha. _ Eu tinha que saber o poderia realmente te
afetar, descobri de onde você veio, descobri antigos conhecidos... – falou e
parou para reparar-me, eu estava paralisada. _ Quando eu percebi que não achava
coisas do seu pai eu fiquei intrigado, porque será que ele não vive com elas?
Porque não tem nada referente a ele aqui? – Ele confessava tudo satisfeito e
orgulhoso pela vingança. _ Quando eu descobri que as três saíram daquele fim de
mundo, de onde você veio, fugindo do papai de vocês, foi fantástico, o troco
perfeito!
_ Você não devia ter
feito isso. – falei segurando o choro.
_ Por quê? – falou
grossamente se desencostando da mesa e levantando-se, como se quisesse mostrar
superior. _ Vai fazer alguma coisa? Eu posso piorar sua situação se você
quiser... – falou, calei-me. Ele voltou a se acalmar e tornou a se encostar-se
à mesa. _ Sabe Demi... Eu descobri muitas coisas sobre você. – falou. _
ladrazinha.
(...)
Eu fiquei o resto da
aula com o pior astral que eu poderia ter, meu pai estava de volta, e Travis
sabia todo o meu passado, e ao invés de deixar tudo quieto, ele estava disposto
a usar o seu conhecimento sobre o meu passado contra mim.
No intervalo Joe
percebeu que eu não estava bem.
_ Demi, você tá tão
baixo-astral, o que foi que aconteceu? – perguntou me abraçando forte.
_ Nada. – respondei.
Eu e minha mania de não contar nada a Joe, eu me sentia mal por isso, pois sei
que ele só quer o meu bem e que ao me abrir com ele eu poderia me sentir
melhor, mas eu não estava preparando ainda para me abrir, eu precisava de mais
tempo para falar tudo o que eu tinha para dizer.
_ Demi, eu sei que tem
alguma coisa acontecendo... Foi o Travis? – perguntou.
_ Eu só estou um pouco
desanimada, acho que estou cansada, só isso. – menti. _ Amanhã eu já vou estar
melhor. – menti novamente, mas dei sorriso para disfarçar a tristeza.
(...)
Na sala era impossível
ficar bem, Travis fazia questão de me olhar com olhar de vitória, ele realmente
tinha ganhado. Nunca quis que a aula terminasse tão rápido como eu queria que
acontecesse hoje, mas é como dizem, tudo que é bom, dura pouco, se hoje não
tinha nada bom, os minutos pareciam se tornar cada vez mais longos para mim.
Quando o sinal tocou
me senti como se tivessem acabado de assinar a Lei Áurea e eu era uma das
escravas que estavam libertando, parece dramático, pode até ser, mas eu
realmente não estava mais aguentando ficar na presença de Travis, eu teria que
mudar de sala ou escola, com ele sabendo tudo sobre mim e me importunando por
isso, eu não conseguiria me manter bem ao seu lado.
Na saída Paul já
estava lá, todos estavam entrando no carro. Maddie estava perto do carro, mas
não havia entrado.
_ Maddie, não vai
entrar? – perguntei ao me aproximar, ela não me respondeu de primeira.
_ Você deveria ser
mais educada no telefone...
CONTINUA...
Mais um capítulo, espero
que tenham gostado. Queria informar que a partir desse capítulo a fic começa a
entrar na sua reta final, ainda terão mais capítulos, mas já aviso que não
serão muitos. Pretendo continuar com o blog e até tenho ideias para POSSIVEIS
futuras fic, depois lhes darei mais informações.
Não se esqueçam de
comentar/avaliar.
Bjss.
first
ResponderExcluirta divo
a demi tem q parar de mentir
posta logo
cap perfect...
ResponderExcluirOMG, pai da demi voltou
bjo bjo e posta logo