sexta-feira, 2 de novembro de 2012

29º CAPITULO “Hoje eu vi o papai” - Recomeçar


_ Parece que invadiram nossa casa...
_ Como assim invadiram a casa? – perguntou Denise assustada
_ Tentaram fazer algo contra você? – perguntou Joe.
_ Você viu quem foi? – perguntou Paul
_ Levaram muita coisa? – perguntou Kevin.
_ Ei gente calma! – falou Nick. _ Deixem-na falar, deve estar assustada ainda, não a apavorem mais.
_ Desculpe-nos Demi, não a queremos apavorar. – falou Denise, se aproximando e me direcionando para sentar-me no sofá.
_ Vou ligar para policia – anunciou Paul, já discando o numero no telefone.
Todos, excerto Paul, que chamava policia, sentaram-se ao meu lado, junto a Maddie, vi em seus olhares que queriam as respostas para suas perguntas.
_ Eu cheguei hoje em casa e a porta estava aberta, quando entrei vi muitos papeis espalhados, muitas coisas fora do lugar, reviradas...
_ Você viu quem foi? Viu alguém? – tornou a perguntar Paul, me interrompendo, após desligar o telefone, já havia acionado a policia.
_ Não, eu apenas escutei um barulho na andar de cima, mas não me atrevi a procurar.
_ Fez bem. – falou Paul.
_ Levaram muita coisa? – reperguntou Kevin.
_ Não dei falta de nada. – falei.
_ Deve ter sido um susto muito grande, com certeza não conseguiu parar para observar direito, por isso não deu falta. – falou Denise.
_ Já ligou para Dianna? – perguntou Paul
_ Sim, ela disse que virá para cá. – respondi.
_ Eu irei para frente de sua casa, pois a policia irá para lá, assim que Dianna chegar, a leve para lá, tudo bem?
_ Eu vou contigo pai. – falou Kevin.
_ Eu também – disse Nick.
_ Eu vou ficar com a Demi, desculpa. – falou Joe.
_ Não há problema – falou Paul.
_ Por favor, tomem cuidado, o invasor pode ainda estar lá e pode querer fazer algo de mal a vocês. – alertou Denise preocupada, abraçando cada um.
_ Fique tranquilo, a policia já esta a caminho. – a tranquilizou Paul. Logo depois saíram.

_ Você quer uma agua com açúcar? – perguntou Denise.
_ Não eu estou bem. – respondi. A maior parte do nervosismo já tinha ido embora, não por completo, mas, tanto eu, quanto Maddie estávamos seguras na casa de Paul. Joe se sentou mais perto de mim e me abraçou de lado.
_ Que susto minha linda, não quero nem imaginar se tivesse acontecido algo de grave com você. – falou me dando um beijo na testa logo depois.
_ Esta tudo bem, não aconteceu nada. – tranquilizei-o
_ Maddie você quer brincar lá em cima com Frankie? – perguntou Denise, se dirigindo a Maddie.
_ Sim. – respondeu animada.
_ Ele está lá no quarto dele, pode ir. – falou Denise. Maddie foi saltitante, ela realmente gostava de ficar com Frankie.
Criou-se na sala por alguns minutos um silencio agradável, pois eu estava nos braços de Joe, e assim pude escutar seu coração bater com mais facilidade, era incrível como eu gosto até de seus batimentos cardíacos.
O silencio só chegou ao fim com o barulho da campainha tocando. Era minha mãe. Ela chegou preocupada e assustada, o que era de se esperar. Joe e eu a levamos para casa, onde a policia já estava, junto a Kevin, Nick e Paul, Denise ficou em sua casa para cuidar de Frankie e Maddie.
Quando chegamos a policia fazia uma vistoria na casa, a procura de alguém ou alguma pista que mostrasse quem foi e onde a pessoa estava. Interrogaram-me, faziam perguntas atrás de perguntas, das quais grande parte eu não tinha respostas, eu dizia e repetia o que eu sabia, eu não tinha nada de muito detalhado, nada que realmente pudesse ajudar na investigação. Ainda bem que Maddie estava na casa de Paul, porque se não acabaria sobrando para ela também, e ela sabia tão pouco quanto eu.

O dia foi longo, depois que a policia foi embora, ainda tivemos que reorganizar a casa. Fomos dormir tarde da noite.
                                               (...)
Uma semana já havia se passado desde aquele dia, não fizemos nenhuma denuncia, pois no final das contas não tinham roubado nada, mas a proteção para casa foi reforçada, Paul fez questão de pagar um circuito de câmeras.

Joe já havia conversado com Eddie sobre a minha desistência em assinar contrato, Eddie ainda insistiu, tentou conversar com minha mãe, mas acabou percebendo não adiantava. Era uma oportunidade única que eu estava perdendo, mas a essa altura eu já estava conformada.

Meu namoro com Joe estava muito mais forte, ainda mais agora que tínhamos apoio de todos. Ele realmente estava me fazendo muito bem, com Joe eu estava ganhando uma confiança que a muito tempo eu não sabia que existia, meu humor e meus hábitos estavam melhorando, eu não estava curada ou em perfeitas condições, eu ainda não me sentia bem comigo mesmo e por varias vezes ainda me pegava a observar no espelho e me perguntar o que o Joe havia visto em mim que o fizera se apaixonar, não havia nada de atraente em mim e isso era um fato, mas essas observações estavam cada vezes mais incomuns, eu ainda não comia todos os dias mas estava aumentando minhas refeições gradativamente. Minha mãe observava essa minha melhora e não escondia o quão feliz estava.

Essa semana tinha sido uma ótima semana na escola, pois Travis, Taylor, Drew e Ashley levaram suspenção de uma semana, por, de acordo com o diretor, terem achado conteúdo suspeito em seus pertences, não havia duvidas que fosse droga, e todos sabiam que o diretor também tinha esta certeza, mas eles eram filhos de grandes empresários e representantes da comunidade, se fossem expulsos a escola sofreria represaria.
 Mas hoje, segunda, tudo voltaria ao normal, eles voltariam a frequentar as aulas normalmente.

_ Bom dia mãe. – falei descendo as escadas.
_ Bom dia filha. – respondeu prontamente. Ela estava terminando de por a mesa do café da manhã, sentei-me _ Primeira a descer. – comentou.
_ Pois é. As meninas ainda não acordaram? Quer que eu vá as acordar? – perguntei.
_ Da ultima vez que você as acordou quase teve briga, portanto, melhor não, se elas demorarem eu acordo. – falou ela, destacando a palavra “eu”.
_ Ah mãe deixa. – insisti.
_ Você vai querer arranjar confusão com a Dallas, esqueceu-se da promessa de se comportar? – lembrou-me. Fiz cara feia. Ela riu.
_ Bom dia mamãe! – escutaram-se os gritos de Maddie, vindo toda feliz cumprimentar-nos. _ Bom dia Demi!
_ Bom dia minha pequena. – cumprimentou mãe.
_ Bom dia princesa. – cumprimentei-a. Ela sentou-se do meu lado na mesa, e foi logo partindo um pedaço de um bolo que mamãe tinha feito.
_ Onde está Dallas? – perguntou Maddie, colocando um pedaço do bolo na boca logo depois.
_ Aqui! – respondeu Dallas, descendo as escadas. _ Sentindo minha falta pequena? – perguntou ela se aproximando e dando um abraço nela.
_ Claro.
_ Bom dia mãe.
_ Bom dia filha.
_ Bom dia tampinha. – falou me provocando.
_ Viu mãe, é ela. – falei.
_ Dallas. – repreendeu.
_ É um apelido carinhoso.
_ Mas eu não gosto desse apelido. – falou minha mãe em minha defesa.
_ Tudo bem, desculpa-me. – disse Dallas.

Comi um pedaço do bolo, que estava muito bom por sinal, e tomei um copo com achocolatado, isso era prova de que eu estava melhor, jamais faria isso em um estado normal, não há duvida que isso me pese na consciência, e na balança, mais tarde, porem eu comi, e no fim isso é o que importa.

Paul estava feliz hoje, o que não era de se estranhar, primeiro porque feliz ele sempre foi e outra porque a empresa dele fecharia um valioso contrato nessa semana com empresários internacionais, se tudo ocorresse como o previsto por ele, nesse fim de semana ele daria um grande jantar em sua casa para comemorar. Foi-se o caminho inteiro escutando ele contar historia engraçadas, besteiras, coisas de sua adolescência, algumas eu já havia escutado, mas ainda sim me fizeram rir. A animação que ele tinha acabou contagiando a todos que estavam no carro.

Assim que bateu o sinal, fui para sala e sentei-me no lugar de sempre, a sala de aula aos poucos foi se enchendo.
_ Bom dia Demi. – cumprimentou-me, olhei para ver quem era, e era Travis.
_ Bom dia. – cumprimentei receosa. O que ele queria ao me tratar educadamente? Ele riu do meu receio
_ Não mordo não. – falou se sentando na minha frente, no seu lugar por direito, que por durante uma semana estava desocupada e que, para minha não alegria, voltaria ser ocupada por ele.
_ Porque você esta falando comigo? Faz parte da sua vingança? – perguntei.
_ Não, mas se fosse não diria. – respondeu. Criou-se um silencio. _ Você ainda esta com essa ideia da vingança na cabeça? Pensei que já havia esquecido. – perguntou.
_ Não, eu não esqueci, eu sei que você irá cumpri-la... Não sei quando, mas sei que vai. – respondi.
_ Eu vou, mas relaxa, fica estressada não, vai acontecer de qualquer jeito mesmo. – falou debochado.
_Porque você está falando comigo? – tornei a perguntar.
_ Por quê? Não posso? Está em alguma lei que é proibido falar com você?
_ Não, mas há pouco tempo você não falava comigo a não ser para me ameaçar. – respondi.
_ Pois é, mas agora estou falando, e não é para te ameaçar. – falou. _ Só me deu vontade. – silencio. _ De vez em quando eu gosto de ser legal com as pessoas. – disse e se virou para frente. O professor chegou.
Nesse ponto ele tinha razão, quando andava com Travis ele era uma pessoa realmente legal, quando conheci o seu lado ruim fiquei presa a ele e me esqueci do seu lado bom, mas ainda sim, mesmo sabendo que há uma parte boa no Travis e que essa sua repentina gentileza poderia ser real, me intrigava e muito essa mudança de comportamento para comigo. Não tem como relaxar quando estas sobre ameaçada, mesmo que aconteça de qualquer maneira, eu estava alerta.

A aula passava, sem nenhuma nova tentativa de interação por parte do Travis.
Dos que foram suspensos, apenas Travis e Ashley voltaram, Drew e Taylor não compareceram na aula.
                                               (...)
Já era hora da saída, todos já estavam no carro, menos Maddie.
_ A Maddie ainda não veio? – perguntei ao me aproximar carro.
_ Não. – respondeu Paul, estranhando tanto quanto eu.
_ Espere um pouco, eu vou busca-la – anunciei.
_ Tudo bem. – respondeu.
Quando me aproximava da recepção, vi a pequena, com um sorriso gigantesco na cara, vindo toda feliz em direção à saída.
_ Porque demorou Maddie? – perguntei, quando ela se aproximou.
_ Nada não. – respondeu ela. Eu sabia que tinha acontecido algo, ela não é de enrolar para sair da sala e apesar de ter um humor constantemente agitado e alegre, não era esse exagero todo, mas deixei, se ela estava feliz é sinal que não deveria ser nada de mau.

Paul como sempre nos deixou em casa, e desde aquele dia da invasão, esperava que nos entrássemos e que lhe desse sinal positivo para partir. Eu confesso que achava exagero de sua parte, afinal de contas nada de mal aconteceu com ninguém, nem em termos físicos nem em termos materiais, mas sei que só assim para ele se acalmar, ele se importa muito com o nosso bem estar.

Entrei na casa e tirei o uniforme. Como hoje estava fazendo muito calor, coloquei um vestido de alcinha que há tempos não usava. Nunca gostei muito de usar roupas sem manga porque não gostava de mostrar o braço gordo que eu tinha, mas hoje foi questão de necessidade.

_ E então Maddie o que você vai querer para comer? – perguntei, assim que desci. Ela já estava a andar pela cozinha.
_ Sabe hoje me deu muita vontade de comer aquela torta de legumes que o pai fazia. – respondeu. O que deu nela hoje? Ela não era de comer legumes, comia apenas quando era nessa torta, mas nunca foi o seu prato preferido.
_ Tem certeza? – perguntei.
_ Aham. – falou, fazendo sinal positivo também com a cabeça.
_ Você nunca gostou de legumes e esse nunca foi seu prato predileto.
_ Eu sei... Mas me deu vontade hoje. – falou. _ Tem problema? – perguntou.
_ Não. Já que está com vontade, farei. – respondi.
No fundo a agradeci por pedir essa torta, pois não é uma receita difícil de ser feita e nem gordurosa, em no máximo de 30 minutos a refeição já estaria pronta.
Enquanto fazia a torta, Maddie me observava e conversávamos. Ela fazia varias perguntas, de fatos desde o seu nascimento, ela estava curiosa para saber mais sobre si mesmo. Eu não reclamava, pois por varias vezes me peguei irritando Dallas com perguntas sobre minha infância da qual eu não me lembrava por ser muito pequena, agora era a vez de Maddie perguntar. Respondia na medida do possível.

Modéstia parte, desta vez eu tinha me superado, a torta de legumes tinha ficado realmente boa. Tanto Maddie quanto eu comemos. Assim que terminamos a refeição, lavei os pratos e guarde o pouco que sobrou para que minha mãe e Dallas comecem na hora que chegassem. Depois junto a Maddie fui fazer as lições de casa, eu havia enrolado para fazê-las e agora tinha um monte de trabalhos e deveres para apresentar para os próximos dias. O telefone tocou, atendi:
_ Alo? – perguntei, não obtive nenhuma resposta, apenas escutava a respiração da pessoa que estava do outro lado da linha. _ Alo?... Não estou escutando nada. – falei. – continuei sem respostas. _ Alo? – perguntei agora irritada. A pessoa desligou na minha cara.
_ Mas que saco! – deixei escapar. _ Desculpa-me Maddie. – pedi pela minha falta de educação na sua presença.
_ Tudo bem. – respondeu. _ Era quem? – perguntou.
_ Não sei, não falou nada. – respondi. Voltamos a fazer os nossos deveres.
Durante o dia essas ligações se repetiram por umas quatro vezes, e só parou porque eu, já irritada, comecei a xingar a pessoa pelo telefone, pois aquelas constantes chamadas já estavam a deixar-me brava, fora que dava um pouco de medo, poderia até ser brincadeira de um desocupado da vida, mas, apesar de ainda ser dia, me remetia a lembranças de filmes de terror em que a vitima recebe telefonemas misteriosos.

Mais tarde mãe e Dallas chegaram. Hoje o treinamento das lideres de torcida tinha sido exaustivo, pois em pouco tempo começariam o campeonato escolares, por isso minha mãe chegou mais cansada do que o normal, foi da porta direto se jogar no sofá, não se deu ao trabalho nem de trocar a roupa para colocar algo mais confortável. Maddie se sentou ao seu lado e eu sentei no outro sofá.

_ O que você fez para o almoço? – perguntou a esfomeada da Dallas.
_ Torta de legumes... Pedido de Maddie. – respondi.
_ Pedido da Maddie? – perguntou minha mãe prontamente, se ela não tivesse perguntado Dallas teria feito a mesmo pergunta.
_ Dela mesmo. – respondi.
_ O que deu em você em minha pequena? – perguntou minha mãe a abraçando de lado.
_ Nada... É que me deu saudades de comer a torta de legumes, ainda mais que... – calou-se
_ Ainda mais que...? – perguntou minha mãe a espera da continuação da frase.
_ Nada. – falou. Estava na cara que era mentira, tinha alguma coisa.
_ Maddie. – repreendeu minha mãe.
_ É que... – começou a falar indecisa. _ Hoje eu vi o papai.

                CONTINUA...

Capítulo postado, muitas coisas aconteceram nos próximos capítulos, as situações dos próximos capítulos irão esclarecer muitas coisas da historia. Estou conseguindo escrever um pouco mais então acho que conseguirei postar mais frequentemente como havia prometido. Espero que estejam gostando. Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssss J

Yasmine Maciel: haha, pois é deixei um final com um suspense J. Que bom que gostou, bjs.
NINA: Fico feliz que tenha gostado. Sei muito bem como é isso, leio muitas fic e acabo sempre atrasando em algum e custo para comentar, mas que bom que voltou a poder ler a fic. Bjs.

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