sexta-feira, 26 de abril de 2013

32º CAPITULO “Ultimato” – AMOR EM GUERRA


Amanhã será um novo dia, um dia de grandes surpresas.
Manhã de sábado, tomando uma caneca de chocolate quente, em um atípico dia frio, Demi estava encostada em uma das várias caixas que se amontoaram no quarto que estava sendo montado para sua filha, em que estavam vários moveis comprados para a montagem do quarto. Demi pensava em tudo, em como sua vida mudou drasticamente e em como ela seria a partir de agora. Não havia planos, tudo estava acontecendo da forma mais inesperável possível, uma surpresa pós a outra, isso não é bom, não quando se lembra de que em três meses nascerá sua filha.
Demi queria estar emocionalmente e fisicamente boa para a chegada da filha, mas sabia o quanto isso seria difícil. Sem Joe acordado isso seria praticamente impossível.

Talvez tenha sido bom o seu afastamento, quem sabe, se ela insistisse muito, acabaria retornando a sua rotina sem problemas e com um pouco mais de esforço conseguiria se livrar de toda sua tristeza, que já estava virando sua companheira inseparável.
Demi não queria esquecer seu marido, ela o queria acordado de com saúde para poder junto a ela criar sua filha. Mas a realidade é dura, a vida não é um conto de fadas, o final nem sempre é feliz...


DEMI

Eu tinha várias coisas para fazer, o tempo que eu fiquei afastada da escola, fez com que o trabalho se acumulasse, mas eu realmente tinha que dar um tempo só para mim, um tempo em que eu pudesse pensar mais tranquila, pensar no que eu passei e no que me aguarda no futuro. É difícil imaginar um futuro nesse exato momento, minha vida esta em um turbilhão, em que alegrias e tristezas se fundem e eu nem mesmo sei identificar o que estou sentindo mais, às vezes me pergunto se há alguém mais passando pelo mesmo que eu, sentindo o mesmo que eu, se sim, como será que essa pessoa esta sobrevivendo? Será que ela esta lidando com toda esta confusão melhor que eu? Talvez eu precisasse de um pouco de ajuda. Talvez um pouco mais de tempo. Talvez um pouco mais de esperança.

Meus pensamentos foram atrapalhados pelo som da campainha. Quem em pleno sábado às oito da manhã faria uma visita à outra? Realmente eu não estava preparada para isso, minha cara estava um lixo, ainda amassada pelo meu sono, meu cabelo não estava penteado, e eu nem mesmo estava vestindo um pijama, estava com um blusão largo do Logan, que, como era de se esperar, tinha uns buracos, e uma calça larga de moletom. Com todos esses problemas não tive muito tempo para comprar roupas de grávida para mim, e quinze quilos mais gorda, eu tinha que recorrer às roupas de Joe, Logan e, de vez em quando, até as do meu pai, para me sentir realmente confortável. Resultado disso é que meu estilo passou ser bem desleixado, parecia que eu sempre estava vestida para dormir, ou então para me juntar a algum mendigo na rua. Na verdade eu não me importava tanto, desde que eu estivesse em casa e apenas com parentes ou conhecidos muito próximos, pois convenhamos, roupa de homem é muito confortável, porem, não ideal para se receber visitas.
Esperei até tocarem pela terceira vez antes de me mover para atender a porta, eu tinha uma pequena esperança de que meu pai ou Denise acordassem e atendessem por mim. Porem Denise ainda dormia feito um anjo e meu pai roncava feito um porco. Resultado, eu tive que atender a porta.
Definitivamente por essa eu não esperava, sua face não mostrava muito animo, parecia confuso e triste, sua voz saiu como um fio ao pedir para conversar. De nada parecia o Paul que eu conhecia.
Olha quem fala, eu também não sou mais a Demetria de sempre.
Após oferecer uma caneca de chocolate quente, o qual ele recusou, parei para dar-lhe atenção. Durante a maior parte da nossa conversa Paul não olhou para mim, seus olhos sempre estavam ‘presos’ ao chão.

_Quando você começou a senti-lo? – perguntou Paul, sem dar meias voltas, direto.
_ Eu não sei do que você esta falando. – menti. Tive medo de que ele tentasse me tirar o direito da decisão assim como fez com Denise, se isso acontecesse o destino de Joe estaria traçado.
_ Não minta para mim, eu já sei de tudo. – falou. _ Eu não irei lhe jugar ou tirar seus direitos... Eu só quero... Entender. – achei tudo muito mal explicado. Paul agora acreditava que Joe poderia realmente tocar as pessoas? Era um truque dele? Ele seria capaz de ir tão longe para me tirar do caminho? Ele estava decidido, o que ele fez com Denise provava que ele realmente não estava se importando muito com as consequências.
_ Eu o senti desde a primeira visita que fiz ao hospital. – respondi. Talvez eu estivesse cometendo o meu pior erro ao confessar isso, porem algo no em mim dizia que valeria a pena arriscar.
_ Você realmente acha que pode ser ele? – perguntou, mas antes mesmo que eu pudesse responder ele fez outra pergunta. _ Você nunca pensou que talvez fosse apenas sua imaginação?
_ Sim, é difícil de crer, eu não acreditava que coisas assim podiam acontecer, mas acontecem, eu sei que é Joe quem me toca, eu sei que o toque é real. – Paul ficou em silêncio diante da minha resposta, parecia pensar nas minhas palavras. _ Paul. – chamei-o, e pela primeira vez desde que chegara ele me olhou nos olhos. _ Porque você esta fazendo essas pergunta? – perguntei-o, assim que terminei de pergunta-lo seus olhos retornaram a fitar o chão, o silencio se fez presente por um bom tempo, eu até me arrependi de ter feito a pergunta.
_ Eu acho que também o senti. – confessou Paul. Para minha surpresa.

Talvez eu tivesse escutado errado, talvez tudo fora um sonho. Paul o havia sentido? Isso era o melhor que podia acontecer, pois assim ele poderia desistir desta ideia de desligar as máquinas. Eu não queria ficar feliz ou começar a comemorar, por várias vezes tive motivos para pensar que tudo iria, enfim, dar certo e no final só piorava. Mas eu não posso negar, esse acontecimento abriria uma possibilidade muito grande para um final feliz.
Paul me contou com detalhes como tudo aconteceu me confidenciou suas duvidas e indecisões, que não são muito diferentes das que eu já tive, eu falei o que eu acreditava e no fim percebi que Paul não havia se tornado no homem frio ou ruim que muitas vezes cheguei a acusar, ele só estava muito machucado e amargurado.

 Ele acabou indo embora antes de Denise ou meu pai acordarem, ele disse que queria chegar ao hospital mais cedo e conversar um pouco com os médicos e conseguir ter um tempo maior de visita a Joe, sei que ele não estava mentindo totalmente, porem tenho certeza que um dos motivos para sua pressa de ir embora era o fato de ter medo de encarar Denise, principalmente agora que ele sabe que ela estava certa.
Não o critiquei, talvez fosse melhor esperar um pouco antes de tentar algo com ela novamente, ela realmente estava muito magoada e zangada com Paul.

Denise acordou não mais que dez minutos após a saída de Paul, até pensei que ela poderia ter escutado sua voz e esperado ele sair para poder dar as caras, mas não perguntei, caso isso tenha acontecido ela tem seus motivos para agir assim. Meu pai fora o último a acordar, já era quase 11 da manhã, nem mesmo tomou o café já que Denise já estava preparando o almoço. Porem, antes mesmo que ela terminasse o telefone tocou e a notícia não poderia ter sido melhor.

(...)

Chegamos à delegacia as pressas, eu e meu pai estávamos eufóricos com a possibilidade de prender quem havia me atropelado.

E lá estava ele, com as mãos algemadas e com o olhar no chão, como se estivesse envergonhado.
Rick, enfim preso.
Saber que a justiça seria feita me deixou muito feliz. Claro que ao vê-lo daquela maneira, parecendo tão indefeso, me fez pensar em tudo o que ele passou e como ele se transformou no monstro que ele é hoje, confesso ter ficado com medo de ficar assim também, caso o pior aconteça... Porem eu tenho que lembrar o que ele me fez de mal, nem toda a tristeza do mundo justifica tirar a vida de outra pessoa. Talvez eu tenha ido longe de mais, mas isso não justifica o que ele fez comigo. Eu poderia ter perdido minha filha.
Meu pai ficara bem surpreso ao saber que era Rick o meu atropelador, eles não tinham se conhecido, mas ele sabia de quem se tratava e não esperava que ele fosse capaz disso.
Eu sempre soube que era ele, nunca soube muito bem explicar e por isso não ajudei muito nas investigações, mas para minha sorte a policia conseguiu uma denuncia anônima e depois conseguiram mais provas contra ele.
Ainda não se sabia qual seria sua pena, mas o deixariam preso preventivamente até que o juiz determinasse seu destino. Ainda sim, uma coisa já estava decidida, provavelmente ele não ligaria de ficar preso, mas o exército o tirou de seu cargo, ele não poderia mais servir ao exército americano, isso sim seria doloroso para ele.

(...)

Acho que eu não estava mais acostumada, por isso me controlava para não cantar vitória ou dizer que eu estava me sentindo feliz, há muito tempo que coisas boa não aconteciam comigo, principalmente uma trás a outra. Eu queria tanto que essa onda de sorte fosse capaz de me trazer Joe de volta...

--

_ Paul, eu sei que você quer Denise de volta, mas não precisa ficar fingindo que sentiu o toque de Joe para poder reconquista-la, pedir perdão já pode ajudar. – falou Eddie a Paul, os dois estavam conversando por telefone já há quase meia hora, Paul explicou-se a Eddie e disse que pretendia deixar as máquinas ligadas.
_ Eu não estou mentindo. – respondeu Paul.
_ Paul, amigo, você sabe mais que eu que essas coisas não existem. – falou Eddie.
_ Você esta sugerindo que eu estou louco então? – Paul perguntou indignado.
_ Eu não disse isso Paul, eu só acho que talvez você esteja um pouco desesperado por ter o perdão de Denise. – explicou-se.
_ Às vezes eu acho que você queria que meu filho morresse. – observou Paul.
_ Eu nunca disse isso Paul. – falou Eddie. _ se você quiser desistir de deligar às máquinas eu não critico, o que eu acho um absurdo é você fazer isso baseado em puro desespero... Nós já tínhamos conversado antes. Você sabe muito bem que isso só irá trazer mais complicações. Porem você sabe o que faz.
_ Eu tenho medo de errar. – confessou Paul. _ Eu o senti...
_ Paul você não o sentiu. – interrompeu Eddie. _ Admita você não quer desligar, você ainda acredita que ele pode acordar por isso você vai desistir de desligar as máquinas.
_ Que seja. – falou Paul, deixando um pouco da raiva que ele estava sentindo sair. Não ser compreendido por Eddie o estressava. _ Eu não quero sofrer mais! Mas eu também não posso tirar as chances de Joe.
_ Paul, eu não vou discutir mais com você, já falamos muito sobre isso e no fim quem vai decidir é você. – falou Eddie decidido à por fim naquele assunto.
_ Você não esta me ajudando muito.
_ Eu não posso decidir por você.

(...)

A indecisão tomava conta de Paul, ele tinha certeza do que sentira, mas ainda tinha duvidas sobre qual era a melhor decisão a se tomar. Decidido a ter ajuda, na manhã de domingo Paul foi para o hospital e conversou com alguns médicos que cuidavam de Joe.
Em grande parte houve uma imparcialidade. Ian, dizia que era bom esperar mais um pouco, pois por mais remotas que fossem as chances, milagres poderiam acontecer.
Talvez o maior erro de Paul seja ter novamente procurado o doutor Lucas, que desde o primeiro momento se mostrou a favor do desligamento das máquinas. Com uma vasta experiência, ele sabia como convencer uma pessoa...
Uma semana.
Ultimato.  

                CONTINUA...

Olá, gostaria de dizer que provavelmente demorarei um pouco para postar os próximos capítulos, pois como a fic já esta chegando a sua reta final, eu preciso organizar melhor os capítulos. Então já peço desculpas adiantadamente.
Espero que tenham gostado do capítulo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss.



Eriimiilsa: Pois é, algumas das suas hipóteses estão certas :D Muito obrigada pelo elogio e por estar sempre comentando. Fico muito lisonjeada com os seus elogios. Bjss.
Juh Lovato: Que bom que você gostou, logo você saberá se ele irá acordar ou não... Muito obrigada por comentar, bjsss linda.

domingo, 21 de abril de 2013

31º CAPITULO “Um dia de grandes surpresas” – AMOR EM GUERRA


_ Eu não sei se vou ter sua mãe de volta um dia, eu não sei se a Demi voltará a ser a mesma, não só comigo, mas com a vida. A nossa vida mudou muito, nós mudamos muito, eu nem sei em quê crer mais. – falou Paul, baixando a guarda e mostrando um pouco dos seus sentimentos. _ Mesmo que nada volte ao normal, eu só queria uma coisa. Eu estou com o coração aberto, faça-me senti-lo e eu juro que não autorizo o desligamento das maquinas. Eu deixo você ficar em coma o tempo que for preciso, eu juro que não desistirei de você. – pediu Paul. _ Me toque.

Se me tivessem feito esta mesma proposta há duas semanas, ou até menos, atrás, eu não teria duvidas do que faria, o tocaria naquele mesmo momento, tentaria fazer-me sentido e quem sabe, agora que meu pai realmente se mostrava aberto para tal, eu conseguia ser salvo de uma maneira, mas hoje eu penso, eu realmente deveria fazer isso? Eu estou causando uma tormenta muito grande àqueles que eu amo, me parece tão egoísta da minha parte obriga-los a continuar sofrendo da maneira em que estão. Eu estava tentando evitar o inevitável, todos morrem e eu não sou imune. Talvez permitir-me ir agora fosse a melhor escolha.
Porem, pensando melhor, e se fosse uma questão de dias para que eu despertasse? E se eu estivesse acabando com minha chance de viver, se eu tivesse tirando minha oportunidade de construir uma família feliz ao lado dos que eu mais estimo? Eu poderia estar tomando uma atitude precipitada ao não toca-lo, mas eu também poderia estar tomando uma atitude egoísta o toca-lo.
O que eu devo fazer? Quanto tempo eu tenho para decidir?

DEMI

Não, eu não sou capaz de viver longe de Joe, já me acostumei a ter sentir sua presença ou a estar ao seu lado, ele ainda vive em mim, por isso sou capaz de fazer qualquer coisa para tentar mantê-lo vivo, mesmo que isso signifique minha infelicidade. Aceitei a proposta de meu pai, me manteria distante de Joe, me contentaria em apenas receber noticias dele, voltaria a trabalhar, tentaria viver como sempre vivi antes, retornaria a minha antiga rotina, acordar, Oliver, trabalho, Miley, trabalho, casa, Oliver, cama. Sem espaços para Joe.
Sinto como se o estivesse abandonando, sendo que ele me salvou, eu tenho certeza que quando ele me tocou pela primeira vez foi na tentativa de me proteger, ele não podia adivinhar que aquele louco do Rick iria subir no passeio para me atingir, o que Joe podia fazer para me proteger ele fez, e agora, que eu estou bem, vou abandona-lo, fingir que nem o conheço, ou que não ligo pelo que aconteceu a ele.
Essa não sou eu. Não a verdadeira.

(...)


_ Que bom que você decidiu voltar Demi, os seus alunos estavam sentindo muito sua falta. – falou a diretora Gisele, uma mulher muito boa, dominava as crianças com muita facilidade, tudo isso sem ser violenta ou ameaçadora, lecionar era realmente seu dom, já deveria ter seus 50 anos, um pouco mais baixa que eu, com os cabelos sempre amarrados em um coque bailarina e uma elegância impressionante, Gisele sempre se mostrou muito compreensiva comigo, nunca hesitou em me dar uma licença quando Joe vinha para casa e, mesmo sabendo que minha carga horaria já estava um pouco comprometida, graças a meu grande numero de faltas, me deixou livre para decidir se eu voltava a trabalhar antes do bebê nascer ou não, mesmo sem ter conhecido Joe muito bem, no dia de sua cirurgia ela fora no hospital, para me dar apoio, confesso não ter dado muita atenção para ela no dia, mesmo ela merecendo, porem Rick estava lá e, como todos sabem, me estressei muito com isso, mesmo assim, em nenhum momento ela reclamou por isso.
Eu devo confessar, no fundo eu sentia falta da minha vida, dos meus alunos, dos meus horários organizados, da minha vida pacata, sem surpresas, às vezes chatas e entediantes, porem, minha. E agora, um dia após sair ter licença dos médicos para sair do hospital, graças o acordo feito com meu pai, tentarei retomar essa minha antiga vida novamente. Não será fácil. Eu mudei muito, a vida me deu um golpe e tanto e não está sendo fácil para eu manter-me de pé; meus pensamentos não estão mais comigo, mesmo longe, minha cabeça esta em Joe.
_ Eu também senti muita falta das minhas crianças. – falei, dando um sorriso logo depois.
_ Demi, eu realmente fico feliz que tenha voltado agora, mas você realmente acha que isso é o certo para você? – perguntou. Esqueci-me de comentar, além de ter se formado em pedagogia e letras, Gisele é formada em psicologia, se uma pessoa que não é pode perceber que eu estou mal, imagina uma que estudou para observar os sinais e os significados dados pelo seu corpo, era obvio que ela sabe que eu não queria e nem deveria estar aqui.
 _ Claro. – menti. _ Vai ser melhor assim, esquecer um pouco dos problemas, relaxar um pouco, será bom para mim retomar minha vida. – falei. Não. Na verdade repeti o meu pai me disse mais de mil vezes no caminho de volta do hospital para Fort Bragg. Uma pessoa normal acreditaria na minha resposta, mas provavelmente Gisele não, porem ela deixou por isso mesmo, agradeci mentalmente por isso.

Primeiro dia de aula depois de tanto tempo. Se não fosse pela festa que meus alunos fizeram a me rever, eu me sentiria como uma novata no meu próprio emprego. Fiquei um pouco perdida na aula, não sabia o que fazer exatamente, eu me apressei tanto em voltar que nem mesmo tive tempo de programar uma aula, acabou sendo tudo de improviso.
Apesar disso foi bem divertido, pude dar umas gargalhadas, aquelas criança têm tanta alegria e energia que acabou me contagiando. Mas, nos poucos minutos que tive estavam mais calmos e o silêncio reinou na sala de aula, minha mente viajou até Joe, eu posso estar perdendo algo importante. E se ele tiver melhorado? Eu não vou poder vê-lo despertar. E se ele tiver piorado? Eu não vou poder me despedir. Se eu estivesse lá eu poderia estar em seu quarto agora, mais uma vez agradecendo por ter-me salvado a vida. Eu saí do hospital de uma maneira tão lastimável...
Meu pai me permitiu uma breve despedida a Joe, foi o pior de todos, me senti tão mal por sair de lá, eu já tinha me acostumado a sempre vir vê-lo, estava acostumada com aqueles corredores e com aqueles quartos. Chorei muito ao conversar com Denise, ela me entendeu, mas eu também a estava deixando, desde que brigara com Paul eu era o seu suporte, nos duas estávamos caindo, mas ainda sim éramos o pilar uma da outra. Ela prometeu deixar-me informada.
 Não conversei com Paul, na verdade não falei com ele desde que acordei, só o vi de longe uma vez, devia estar feliz com o meu afastamento, provavelmente não sabe do acordo que fiz com meu pai, na qual espero que funcione, mas ainda sim, o pouco que eu vi, ele parecia estar meio que feliz, achando que a vitória era sua.

Quando conversei com Miley, na hora do almoço, ela me repreendeu vigorosamente. Eu não contei tudo nos mínimos detalhes, pois, apesar de ser bem compreensiva, não sei se seria uma boa contar sobre os toques que eu e Denise sentimos de Joe, por esse motivo a historia ficou um pouco mal contada e ela interpretou de uma maneira mais amena do que a real. Mesmo me achando uma idiota por ter cedido, Miley me prometera continuar indo ao hospital e me atualizar de tudo o que estiver acontecendo lá.

Desde que saí do hospital e comecei a fazer minha parte do acordo, meu pai esta tentando se reaproximar de mim, não esta adiantando muito, eu não estou com ódio ou raiva, essas são palavras bem fortes, mas eu estou bem decepcionada com ele, sei que eu que falei mais que devia, mas o seu pedido foi injusto, mais uma vez tenho a sensação de que ele estava pensando mais nele do que em mim, todos sabem que vivo por Joe, sair de perto dele sempre foi uma tortura, e agora mais ainda.


Hoje Logan iria ficar no hospital, Paul estava em sua casa, e Denise e meu pai estavam no meu apartamento, Denise já tinha me atualizado sobre o que tinha acontecido no hospital, nada de muito diferente, apenas que os médicos fizeram mais exames na esperança de que uma melhora pudesse ter acontecido, eles ainda não tinham repassado o resultado para os visitantes.
Agora eu estava, sentada à mesa de jantar, tentando me concentrar para programar a aula do outro dia, assim não teria que ficar improvisando na hora, estava bem difícil, eu realmente não me enxergava mais fazendo aquilo, não que eu tenha desistido de ser professora, eu ainda gosto de lecionar, mas não é para a escola que eu gostaria de ir todas as manhãs, eu queria ir a capital, eu queria ver Joe.

_ Filha, eu estava pensando se amanhã depois do seu trabalhado você gostaria de ir começar a comprar os moveis para o quarto da bebê? – perguntou meu pai. Ele estava tentando duro retomar nosso bom relacionamento de pai e filha, eu deveria tentar também.
_ Claro pai. – respondi com o melhor sorriso que consegui fazer na hora.

--

Talvez com o tempo as feridas se curassem, a vida não é um conto de fadas, nem sempre o final é feliz, muitas vezes temos de abrir mão do que queremos para que possamos ter oportunidades que possam nos indicar melhor segurança. Quem nunca viu uma pessoa dizer que queria ser cantou ou escritor, mas acabou trabalhando trancado em um escritório, por simples medo de arriscar tais carreiras e não fazerem sucesso? A vida nos prega peças todos os dias, todo o dia nos desafia a crescer, nos desafia a provar que merecemos estar onde estamos. Vivos.
Quem sabe o melhor era deixar todos irem viver sua vida sem se importar com um homem em coma? Esse era o pensamento de Joe.
Mas como todos os seres vivos, existe um extinto de sobrevivência, Joe poderia não estar exatamente vivo, mas ele ainda queria viver.
Um toque.
A esperança de uma vida estava em um toque.

(...)
Um novo de dia acabava de nascer, Demi acordou, fez sua higiene pessoal, deu uma rápida caminhada com Oliver, voltou se arrumou e foi trabalhar.
O dia teve seus altos e baixos, havia momentos em que Demi se sentia bem, mas havia aqueles em que tinha que distribuir falsos sorrisos e segurar as lágrimas. Não muito diferente de antes, se for parar para olhar bem, mas talvez um pouco pior, por sentir falta de Joe. Desde o dia do acidente, Demi não sentiu mais o toque de Joe. Ela tentava não se desesperar por isso, pois sabia que se ela voltasse a precisar, lá estaria ele, sendo seu anjo, ele está sempre ao seu lado.

Demi estava firme, cumprindo sua parte do acordo. Mal ela sabia que Eddie não estava fazendo a parte dele... Talvez nem fosse precisar...

O final daquele dia tinha sido melhor, como combinado Eddie e Demi foram a lojas de bebês para comprar os moveis do quarto da criança. Tinha tantas coisinhas fofas, Demi queria levar tudo, os detalhes eram tão delicados, ainda haveria pouco mais de três meses de espera para Demi, mas ela queria já ter tudo a sua mão, estava tão ansiosa com tudo que naquele momento realmente esqueceu os problemas e concentrou em si e em seu bebê. Teve oportunidade também de se sentir mais tranquila ao lado do pai e assim conversaram como faziam antes.
Há duas coisas que se pode admirar neste bebê. É forte, por várias vezes teve sua vida em risco e ainda esta saudável; é capaz de trazer felicidade ao triste. Isso sem nem mesmo ter nascido.

(...)

Paul ainda estava confuso, já havia passado quatro dias, mas ele ainda tentava assimilar tudo, ele não fez nada, porem logo deveria tomar uma decisão, acreditar ou não acreditar?
Sim, ele sentiu um toque, fora assustador, sua mente ao mesmo tempo em que lhe dizia que fora apenas imaginação, que a sua vontade de crer que ele estava ali o fez sentir um toque inexistente, gritava, “é verdade, aquele era o toque de seu filho, cancele tudo, diga a Denise que também o sentiu, seu filho ainda vive”.
Paul estava sozinho em seu quarto, o quarto em que dividiu por anos com sua mulher, ele tinha errado feio ao não escuta-la, no final ela falava a verdade, ela não estava louca, mas será que um pedido de desculpa seria o suficiente para que tudo voltasse ao normal?

Amanhã será um novo dia, um dia de grandes surpresas.

                CONTINUA...


Postado. Desta vez escrevi um pouco mais rápido, pois provavelmente ficarei sem internet por essa semana, espero que a qualidade não tenha caído muito.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.


Juh Lovato: Que bom que gostou, vi que teve várias reações. Tudo bem linda, não precisa se desculpar, fico muito feliz em saber que tenho uma leitora tão apaixonada como você. Muito obrigada por comentar. Bjss.
P.S.: Estou sentindo falta das suas fics :\
Silvia: Fico feliz que tenha gostado, muito obrigada por comentar. Bjss.
Eriimiilsa: hahahaha espero que isso seja bom hahaha. Muito obrigada por comentar. Bjss.
Diana (DSP): Ainda sim fico muito feliz, pois nunca recebi um capitulo especial, e receber logo de uma escritora maravilhosa como você foi uma grande honra. Fico curiosa para saber o final, mas fico triste em saber que já esta acabando L . Muito obrigada por comentar. Bjss.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

30ª CAPITULO “Me toque” – AMOR EM GUERRA


Toquei-a, toquei-a na tentativa de salva-la. Eu iria tentar, pois eu tinha que cumprir uma promessa que a fiz. Era hora de eu ser o seu anjo da guarda.
Eu tentei.
Mas não foi o suficiente...

DEMI
Eu estava feito uma louca, andando pela cidade, que eu nem mesmo conheço bem, ali não era Fort Bragg, na verdade é bem diferente de lá, bem maior.
Eu não sabia onde eu estava, minha visão embaçada não era amiga, a única coisa que eu sabia é que não estava mais na parte movimentada da cidade, provavelmente eu tinha entrado em um beco. Os barulhos dos carros pareciam cada vez mais distantes.
Eu ainda me sentia observada.

Eu estava prestes a atravessar a rua, eu queria sair daquele lugar, algo em mim me dizia que eu devia sair de lá, eu estava com medo.
Eu tentei me acalmar um pouco, respirei fundo algumas vezes, tentei enxugar as lágrimas. Melhorou. Minha visão ainda não estava perfeita, chorei tanto que meus olhos estavam inchados, mas foi o suficiente para que eu pudesse ver tudo o que iria me acontecer em breve.
Tudo foi rápido, confuso e surpreendente.
Primeiro sinto o toque de Joe, sinto como se estivesse me abraçando, se quisesse me proteger. Eu me alegro. Ele está comigo outra vez! Eu não o posso ver, mas ele está aqui comigo!
Depois sinto como se tivessem me empurrado, mas com uma força monumental.
Mas logo percebo que não foi um empurrão. Foi algo bem pior.

--

Rick sai do carro em que dirigia. Nenhum remorso em seu olhar. Ele não iria pedir ajuda. Aquilo não foi um acidente, ele simplesmente jogou o carro contra o passeio ao perceber que Demi não iria atravessar, não tinha ninguém para culpa-lo, assim como também não tinha ninguém para ajuda-la.
Ótimo – pensou Rick.
Ele não soube se aquilo a havia matado, não se preocupou em checar, Demi estava estirada no chão, desacordada, para ele isso já era o bastante.
Após medir sua ação de cima a baixo, e comemorar, internamente, por seu feito, Rick, como se nada tivesse acontecido, retornou a seu automóvel e partiu sem rumo, a batida não tinha deixado muitas marcas no carro, apenas um amaçado que não representaria muito problema depois, o mesmo não se podia dizer de Demi.
Ao cair bateu a cabeça, seu sangue corria pelo asfalto, arranhões por várias partes de seu corpo, talvez alguns ossos quebrados. Caída em um beco, pouco movimentado, provavelmente perigoso.
O único que estava lá era Joe, mas o que ele poderia fazer agora? Como pedir ajuda?
Ele gritava desesperadamente, berrava, mas quem poderia escuta-lo? Ninguém. Mas ele não poderia deixa-la assim, sua mulher e sua filha corriam risco de vida, e salva-las era sua missão.

Em seu pouco momento de lógica ou pensamento um pouco mais calmo, Joe se transportou para o hospital, ele sabia que Denise e Logan haviam corrido atrás de Demi, mas torceu para que eles estivessem lá e que pudesse se comunicar com eles de alguma maneira.

Por sorte Denise havia ficado no hospital para o caso de Demi voltar, Logan havia saído para procura-la. Denise não estava calma, mas pelo menos não chorava mais, ela andava pelo corredor de um lado para o outro, faltava furar um buraco no chão.
Encontra-la talvez tenha sido o menor dos problemas. Joe conseguia toca-la, mas ela não conseguia escuta-lo. Como pedir ajuda a uma pessoa apenas com o toque?
Joe não teria tempo para fazer um plano mirabolante, sua única saída era toca-la fazendo menção de puxa-la, restaria a Denise deixar-se ser guiada pelo filho até o local em que Demi estava acidentada.

DEMI

Havia uma luz.
Ela estava cada vez mais próxima. Ela vinha até a mim, vagarosamente ela vinha até a mim. Eu levantei a mão em sua direção, sua luz me atraia, eu queria ir até a ela, algo em mim gritava para que eu a pegasse, eu podia sentir sua paz, como se fosse um abraço de paz se aproximando de mim. Porem ela vinha tão lentamente, ela parecia ainda tão distante. Eu não consegui chegar perto, eu não conseguia ir até ela. Pois toda vez que eu começava a correr mais em sua direção, mais ela se afastava de mim, era como se de nada adiantasse, continuava tão distante como antes.
Resolvi esperar.
Aí eu senti um aperto no meu coração. Como se fosse um choque, uma adrenalina, uma após a outra, cada vez mais forte e dolorido, cada vez mais real.
Depois, sem nem mesmo um explicação, a luz começou a se afastar de mim. A medida que a dor no peito aumentava e se tornava mais real a luz ia se afastando e ficando mais fraca diante de mim, mais e mais, até que eu não pudesse ver mais nada.

(...)

Eu acordei em um quarto de hospital, de tanto ter que vir para cá já tinha até me acostumado com o lugar e de reconhecê-lo sem muitos esforços.
Meus olhos se abriram com dificuldade, a luz estava forte. Pude escutar o barulho das maquinas, que provavelmente me vigiavam, não foi necessário olhar para que eu pudesse sentir as agulhas espetando meu braço, sangue.
Eu não vi ninguém ao meu lado a primeiro momento. Tentei me levantar um pouco, mas meu corpo todo doeu a medida que tentei movimentar-me, parecia que tinha sido esmagada por um caminhão.
Tentei perceber melhor o que estava acontecendo ao meu redor, e percebi que estavam monitorando dois batimentos cardíacos, isso me deu um alivio enorme, minha bebê ainda estava bem. Uma guerreira.

 Não foi necessário esperar por muito tempo, logo um médico veio falar comigo. Fez algumas perguntas, depois veio a policia, queriam saber o que tinha acontecido, mas eu nem mesmo entendi muito bem os fatos, eu sabia que eu tinha sido atropelada e eu sabia que foi o Rick, mas eu nem tinha como provar, nem sei como eu sabia disso. Tudo bem, tinha a ameaça, eu sabia que ele mais cedo ou mais tarde tentaria fazer algo contra mim. Eu juro que o vi, ao lado do meu corpo, mas foi por outro ângulo, como se eu fosse uma espectadora e não a vitima.
Quanto mais eu tento entender tudo o que aconteceu, quanto mais eu tento me lembrar do que me aconteceu neste meio tempo, mais confusa eu fico. Ainda sim tentei explicar da melhor maneira possível.

·         Com muito esforço consegui arrancar algumas respostas, no meio das inúmeras perguntas que me foram feitas:
·         Eu estava desacordada há dois dias.
·         Minha bebê estava bem.
·         Apesar de todo este tempo desacordada, não houve nenhum problema comigo, dormi assim mais por culpa das medicações que me foram dadas do que pelo próprio acidente.
·         Quem me encontrara fora Denise. Que não soube explicar a policia como conseguira me achar.
·         A policia não tinha suspeitos.
·         E nada mudara desde então, Joe continuava em coma. 

Só depois de um vai e vem constante de médicos e de policias eu pude receber visitas. Para minha surpresa o primeiro a vir me ver fora meu pai.

--

_ Filha me perdoe. – pedia Eddie, desesperado, ele estava se sentindo péssimo pelo que tinha feito. Sentia-se culpado. _ Eu não devia ter reagido daquela maneira...
_ Pai está tudo bem agora. – falou Demi, interrompendo o pai. Não que realmente tudo estivesse bem, ela ainda estava chateada com ele por lhe ter escondido o real assunto entre Denise e Paul, mas não queria entrar em discussão com o pai naquele momento, o dia tinha sido muito tumultuado. Demi queria sair daquele hospital, ver se conseguia respirar livremente, ver se esquecia um pouco dos problemas, de toda essa confusão que sua vida estava se tornando. Mas os médicos a deixariam de observação por pelo menos dois dias a mais. Nada de grave havia acontecido, mas por ela estar gravida os médicos estavam tendo o dobro do cuidado.
_ Ainda sim, se eu não tivesse reagido daquela maneira nada disso teria acontecido, eu quase lhe fiz perder...
_ Não continue. – pediu Demi, só de pensar que poderia ter perdido sua filha lhe dava arrepios. Isso seria o fim.
_ Fale-me, há algo que você queira, qualquer coisa? Eu preciso compensar o que eu te fiz, me dê este direito. – pediu Eddie.
Talvez fosse um erro, ou um pedido muito difícil, mas Demi precisava pedir, não havia nada mais que ela pudesse querer.
_ Eu quero que você convença a Paul deixar Denise decidir sobre o desligamento das maquina ou não. – pediu confiante, apesar de ter medo a possível resposta do pai.
_ Filha... – começou a dizer Eddie.
_ Você disse qualquer coisa. – lembrou-o Demi.
_ Eu só quero que você me entenda. Não adianta, só vai aumentar o nosso sofrimento.
_ Pai...
_ Por quê? Para quê isso tudo? Olha o que está te acontecendo? – falou Eddie, exasperado, levantando-se da cadeira dos visitantes em que estava sentado até aquele momento. _ Você está gravida, deveria estar aproveitando este momento, não é certo você estar internada em um hospital, não é certo você esta passando por todo esse estresse, isso é injusto, você não merece isso. – concluiu.
_ Mas ele me salvou – falou de sobressalto em sua defesa. _ Ele tentou me salvar, ele me tocou antes do carro me atingir, poderia... – só aí Demi percebeu o que estava dizendo, ela estava tão desesperada por defesa que acabou dizendo mais do que realmente deveria.
_ Ele te tocou? – perguntou Eddie incrédulo.
_ Eu... Não é isso... É... – agora Demi estava sem saber o que dizer. Eddie chegou bem próximo da filha e com o coração partido disse:
_ Se você quer que eu convença Paul de alguma coisa, se afaste de Joe, se afaste deste hospital, volte a trabalhar, vá ser uma mãe. Assim como Paul conseguiu a autorização do juiz para tirar o direito de Denise de decidir algo, eu posso fazer o mesmo se eu achar que há necessidade. – avisou. Demi calou-se analisando as opções, o que seria pior? Ela conseguiria ficar longe de Joe? Ela conseguiria retornar a sua vida normal? O pai realmente seria capaz de cumprir sua ameaça?

Nem Eddie nem Demi sabiam, mas Paul escutara a conversa.

(...)

Paul já havia visitado o filho naquele dia, porem agora, já no fim do horário permitido as visitas, ele decidiu ir novamente ao quarto de seu filho.
 Passou pelo corredor sobre os olhares de ódio de Denise e Miley, que também veio após encerrar o horário de trabalho no restaurante. Logan não estava no hospital hoje.
Paul sabia que seria difícil reconquistar a mulher. E tentava aceitar que também a perdera.
As visitas de Paul a Joe, que no começo mostravam emoção, há muito tempo havia se transformado em visitas frias e vazias.  Ele apenas ia de vez em quando, entrava, olhava o filho, não dizia nada, não tocava nada, apenas lembrava-se de todos os momentos que viveu junto ao filho, de seu nascimento a sua despedida naquele aeroporto, na última vez em que o vira acordado. O seu coração doía ao lembrar-se de tudo o que já compartilharam, mas nenhuma lágrima era derramada, haviam se secado.
_ Eu me sinto um idiota agora. – disse Paul, depois de uns minutos dentro do quarto. _ Ou talvez como um louco falando sozinho... Na esperança de receber alguma resposta. – falou, olhando pelo quarto, como se isso o pudesse ajudar a ver o filho. Paul estava tentando e isso surpreendeu Joe, que sem conseguir ver o estado de Demi, nem de sua mãe, que depois de ter sido, graças a ele, encaminhada para onde Demi estava acidentada, ficou bem exaltada. Porem, ao mesmo tempo em que não conseguia ficar perto, não conseguia se afastar, por isso decidiu ficar em seu quarto, apenas esperando um momento melhor para voltar para fora. _ Eu não entendo, por que sua mãe e Demi juram que podem lhe sentir e eu não? Elas que são loucas ou eu não tenho o direito de sentir meu filho também? – perguntava Paul, ele já tinha feito besteira, mas ainda havia tempo de voltar atrás, bastava um sinal. _ Eu não sei se vou ter sua mãe de volta um dia, eu não sei se a Demi voltará a ser a mesma, não só comigo, mas com a vida. A nossa vida mudou muito, nós mudamos muito, eu nem sei no que crer mais. – falou Paul, baixando a guarda e mostrando um pouco dos seus sentimentos. _ Mesmo que nada volte ao normal, eu só queria uma coisa. Eu estou com o coração aberto, faça-me senti-lo e eu juro que não autorizo o desligamento das maquinas. Eu deixo você ficar em coma o tempo que for preciso, eu juro que não desistirei de você. – pediu Paul. _ Me toque.

                CONTINUA...

Demorei mais do que o que achei que demoraria a postar este capítulo, peço desculpas. Espero que tenham gostado.
Gostaria, novamente, de agradecer a leitora Diana, por ter feito um capítulo especial de aniversario para mim, fiquei muito feliz por tal carinho, então, mas uma vez, muito obrigada. ( visitem o blog dela: http://dianaisabelpinto.blogspot.com.br/ )
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.



Errimiilsa: Fico muito feliz que você tenha gostado deste capítulo tanto assim, desculpa não ter postado mais rápido :\ . Muito obrigada por comentar. Bjsss.
Anônimo: Fique tranquila (o) em breve a Demi voltará a ser feliz J

domingo, 14 de abril de 2013

29º CAPITULO “Seu anjo da guarda” – Parte 2 (última) – AMOR EM GUERRA


E agora, era questão de horas para que o pior pudesse acontecer...

Mais um dia, nada de incomum, a cansativa rotina seria seguida com perfeição. Mas todo o dia é um novo recomeço que nos dá oportunidade de mudanças de surpresas, algumas boas, outras nem tanto...
Demi acordara cedo, assustada, havia tido um pesadelo, ou quem sabe uma premonição...

DEMI

Lá estava ele novamente em meus sonhos, tornando-os pesadelo. Em seus olhos eu podia ver o ódio, a raiva, um rancor. Sim, isso é o que ele sente por mim. Eu o provoquei da forma mais suja e profunda possível, e agora eu tenho que pagar, da forma mais dolorosa imaginável.
Eu não estava enxergando muito bem, minha visão estava embaçada, e eu nem mesmo sei o porque, mesmo assim eu ando descontroladamente para fora do prédio, escuto chamarem meu nome, mas ignoro as chamadas, finjo-me de surda. Assim que passo pela porta, eu paro por um instante, semicerro meus olhos na busca de melhor focalização, mas é inútil, o que quer que esteja tapando parcialmente minha visão não tem a intenção de sair rápido.
Volto a andar, sem rumo, sinto-me observada, mas não sei por quem, nem adianta eu tentar olhar, pois minha visão segue embaçada. Mesmo com pouca visão consigo ver as pessoas pelas qual eu passo pela rua, me olhando com curiosidade, nenhuma se atreve a se aproximar, ninguém pergunta se eu estou bem.
Andei tanto que nem mais sei onde estou, não sei voltar de onde vim, nem sei como chegar ao lugar que eu queria ir, se é que existia um.

Eu não sei muito bem o que aconteceu. Foi tudo muito rápido. De um instante a outro minha visão estava clara, nem sinal de que a um momento já esteve embaçada.
Eu o vi, bem em minha frente, não tinha seu riso frio que sempre teve, mas tinha o olhar serio e raivoso, que me deixara bem assustada.
Ele não se moveu, mas eu sei que ele fizera algo comigo, pois sinto um forte baque do lado esquerdo do meu corpo, e começo a cair no chão. Ele ri vitorioso, eu sinto o sangue quente escorrendo, sinto a dor, como a de ossos quebrados, eu sinto medo.

Eu tentava lembrar-me de que tudo não passava de um sonho, nada daquilo fazia sentindo, sonhos nunca fazem. Uma vez eu li que os sonhos não são nada a mais do que pensamentos constantes ou reprimidos, medos ou sonhos que guardamos para nós, não existe isso de premonição, nem coisas do gênero. O será que existe?
Logan, Miley e Denise ainda dormiam quando acordei, afinal de contas, ficamos até tarde falando sobre a bebê, o momento não era propicio, mas Logan nos obrigou a fazer uma mini festinha em comemoração ao descobrimento do sexo do bebê. Denise, Logan, Miley e eu pedimos pizza, jogamos uns jogos de tabuleiro, assistimos a uns filmes, a maioria de terro – talvez esse último tenha contribuído para o meu pesadelo. – quando nos demos conta, já se passava das três da manhã, Miley acabou dormindo aqui, no meu apartamento.
Mesmo tendo comido uns quatro pedaços de pizza ontem à noite, o meu recorde - já que nunca consegui terminar o segundo. – eu acordei com muita fome, que parecia que eu não sabia o que era comida há semanas.
Nem mesmo fiz minha higiene pessoal da maneira correta e já sai correndo para a cozinha, abri a geladeira e ela não estava muito abastecida, como eu vivia do hospital para o apartamento eu não estava fazendo as compras do mês, acabei comendo dois pães de forma com queijo, não que seja ruim, é muito bom para dizer a verdade, mas não era o que eu queria, eu queria algo que me dessa mais sustância, mas não faça ideia do que seja. Comi uma maça, mesmo sabendo que não era o que eu queria, depois comi o resto de um biscoito salgadinho que estava pela metade da embalagem, valia tudo para que minha fome fosse saciada.

Depois de meia hora que Denise acordou. Eu já tinha me acalmado e já não estava procurando comer mais, quando parei com toda aquela gula comecei a me sentir mal, mais um gole de água e eu vomitaria a minha alma.
_ Acordou cedo Demi. – comentou Denise. _ Pensei que acordaria mais tarde, você parecia um pouco cansada ontem anoite.
_ É. Acabei acordando e não consegui dormir novamente. – menti. Não queria preocupá-la com bobagens. _ Você também acordou cedo, não é nem sete horas direito.
_ Não venho dormido muito bem ultimamente. – falou ela. _ Acho que você me entende. – eu a entendo completamente. _ Você vai querer comer alguma coisa? – perguntou.
_ Não, eu já comi. – respondi. Ela se sentou ao meu lado, no sofá. _ Você não vai tomar café da manhã? – perguntei.
_ Não, eu ainda estou cheia da pizza de ontem. – falou. Um breve silencio predominou na sala, Oliver dormia no meu colo, a TV estava desligada, e tanto Denise quanto eu não falamos nada uma com a outra, não que nos faltasse assunto, mas talvez porque o assunto em que tínhamos para falar era justo o que mais queríamos evitar, pois nos faz mal.
 Comecei a acarinhar minha barriga, eu mal podia esperar para sentir o chute desta criança que carrego, eu tenho vontade de começar a comprar as roupinhas, de montar o quarto, mas ao mesmo tempo me sinto tão desanimada, eu não queria fazer isso sozinha. Tudo bem, tem a Denise, meu irmão e a Miley, e talvez, quem sabe, meu pai, mas acho que não é novidade que eu queria ter Joe ao meu lado.
_ Eu estava querendo falar com meu pai e com Paul hoje. – comentei.
_ Seu pai vai ficar feliz em saber. – falou dando de ombros. Falar o nome de Paul era como uma ofensa grave quando Denise estava por perto, do meu pai ela não reclamava muito, mas só por que ela me respeita, pois eu sei que ela também está muito decepcionada com ele. Assim como eu, Denise também ficou muito surpresa quando meu pai se posicionou a favor de Paul. Foi um tiro em nossas costas.

Miley não demorou muito para acordar, já Logan, aquele folgado, acordou quando já se passava de meio dia.
 Antes de irmos para o hospital, passamos no restaurante de Miley, e lá almoçamos.
Logo depois Logan, Denise e eu partimos para o hospital, Miley prometera que iria mais tarde.

Ir para aquele hospital desde o começo não foi agradável, mas ultimamente se tornou insuportável. Havia se criado uma espécie de duas ilhas nos corredores daquele hospital, de um lado ficavam os que eram a favor do desligamento das maquinas que mantinham Joe vivo, e do outro lado ficavam os que eram contra, e Logan ficava sendo jogado de um lado a outro.
Ninguém falava nada, ninguém fazia nada, o clima era tenso, triste e nervoso. Um movimento, um comentário em falso, era capaz de explodir uma mistura de sentimentos, com direito a gritos e lagrimas.
Talvez por essa divisão, quase que sagrada, que se formou, foi tão surpreendente quando Paul se aproximou de Denise querendo conversar em particular com ela, logo após o fim do horário de visitas.
Não foi só eu que pensei desta maneira, pelo olhar que Denise me lançou a se levantar da cadeira, eu pude ver que ela também acreditava que Paul queria se reconciliar, que iriamos enfim entrar em um acordo.

Isso me deu uma coragem a mais, assim que Denise e Paul desaproximaram de nós, para conversarem, me aproximei de meu pai, falarei com ele e tentarei entrar em um acordo.

_ Pai. – chamei-o, a minha voz, tremula e baixa, entregou meu nervosismo. Em resposta, meu pai, que estava de cabeça baixa, olhando para o chão, levantou seu rosto e olhou para mim com um olhar surpreso. _ Eu queria falar com o senhor. – disse.
_ Sente-se. – disse ele, indicando a cadeira a seu lado. Sentei-me. _ Demi... Eu não quero brigar mais, viu? Se for para discutir é melhor nem começar. – atacou-me logo de primeira.
_ Não. Eu não estou aqui para brigar. – falei. _ Na verdade eu queria lhe dar uma noticia. – falei. Ele me olhou confuso.
_ Uma noticia?
_ Ontem eu fui ao meu médico. – comecei a dizer.
_ Esta tudo bem com o bebê? – perguntou ele, deixando transparecer sua preocupação. Nós podíamos estar brigados, mas ambos ainda nos preocupamos um com o outro.
_ Claro, o bebê esta bem. – falei dando um sorriso, para acalma-lo.
_ Então...
_ Pois, eu pedi para o médico tentar descobrir qual era o sexo do bebê e ele conseguiu. – falei com mais entusiasmo na voz. Ele também ficou feliz, seu rosto se encheu de alegria, pareceu-me como a luz do sol nascendo por trás das montanhas. O que era uma cara fechada e triste se transformou em um rosto feliz e curioso.
_ E então? Qual é o sexo do bebê? – perguntou.
_ Eu estou esperando uma menininha. – falei, na verdade, quase gritei.
A reação não foi muito diferente das outras, sorrisos, abraços... Mas ainda sim, para mim, a reação dele, naquele momento, foi a mais importante, pois só eu sei o quanto senti falta dele; talvez, assim que Denise e Paul se conciliassem, eu e meu pai voltaríamos a nos relacionar como antes. Como pai e filha.

--
Talvez esse fosse o inicio de um final feliz, quem sabe, com os pais reconciliados e com Demi e Eddie voltando a serem pai e filha, Joe conseguisse se recuperar. Quem sabe essa historia já está acabando e a famosa frase “e viveram felizes para sempre” logo será dita? O que poderia atrapalhar agora? Enfim as coisas estão começando a se normalizar, não é mesmo?
Não.
Denise volta para o corredor, em que estavam Logan, Demi e Eddie, aos prantos, ninguém vê Paul. Teria alguma coisa de mal acontecido entre eles? Parecia tudo tão bem.
Todos perguntavam para Denise o que estava acontecendo, mas ela, não conseguia falar, seu choro era compulsivo, as suas únicas pausas eram nas horas dos soluços, resultante de tanto desespero.
Foi como uma luz, ou talvez um pressentimento, quem sabe pura observação. Logan não viu, mas Demi percebeu. O único tranquilo naquela historia era Eddie, seja lá o que estivesse acontecendo, ele sabia, e pelo visto não era boa coisa. Prova foi que, assim que Demi virou-se para o olhar o pai, Eddie, que até então estava feliz, - pois descobrira que seria avô de uma menina -, olhou para outro lado, como se tentasse esconder seu olhar, como se tivesse vergonha ou medo de olhar para a própria filha. Sim, ele sabia o que estava acontecendo, e Demi não pensou duas vezes antes de questionado.
_ Pai o que esta acontecendo? – perguntou. _ Pai! – gritou, nem mesmo se importou por estar em um hospital.
_ Não sei. – respondeu, ainda sem olhar para a filha, é claro que Demi não acreditou.
_ Eu sei que você sabe pai, por que Denise esta assim? O que Paul a disse? – perguntava, Demi se aproximou ainda mais do pai, e tentava o encarar, mas ele se esquivava de seu olhar ferozmente. _ Por favor, pai, me diga. – pediu.
_ Eu. Não. Sei. – mentiu.
_ Pai! – gritou. Demi já estava nervosa, queria ajudar Denise, mas não sabia o que fazer, sua sogra não estava em condições de se comunicar, e seu pai, o único que poderia ajuda-la, se recusava.
_ Eu não vou dizer! – respondeu aos gritos. Eddie também ficou nervoso e ao perder a cabeça fez o que ninguém nunca imaginaria que ele poderia fazer.
Talvez não tenha sido culpa dele.
Demi estava perto demais, assim que ele se levantou, de maneira estupidamente violenta, acabou empurrando-a, Demi caiu no chão. Eddie podia muito bem ter parado para ajudar a filha, mas nervoso e assustado saiu sem rumo.
Logan, acabou tendo que socorrê-la, nada a aconteceu. Denise também se assustou com a situação e com isso conseguiu parar um pouco o choro.
_ Demi você esta bem? – perguntou Logan, assim que a levantou.
_ Denise o que aconteceu? – perguntou Demi, ignorando o irmão. Ela ainda estava transtornada.
_ Paul alegou para o juiz que eu não tenho condições de decisão, por eu ter dito que senti Joe, o juiz aceitou a alegação dele, os únicos que podem decidir algo agora é você e ele. – respondeu Denise. Ela tinha falado tudo engasgado, pois ainda chorava, as palavras faziam voltas na cabeça de Logan, mas para Demi ficou claro que o que ela quis dizer. Não havia conciliação, no houve meio senso, Paul jogou sujo, ele queria acabar com tudo de uma vez por todos, e não estava se importando em pisar em cima daqueles que mais o amava.

DEMI

Eu não estava enxergando muito bem, minha visão estava embaçada, mas eu não conseguia parar de chorar, mesmo assim eu continuei andando descontroladamente para fora do prédio do hospital, escutei Logan e Denise chamarem meu nome, logo atrás de mim, mas ignorei-os, finjo-me de surda. Assim que passei pela porta, eu parei por um instante, semicerrei meus olhos na busca de melhor focalização, mas é inútil, enquanto eu não parar de chorar eu não conseguirei enxergar nada.
Voltei a andar, sem rumo, senti-me observada, mas não sei por quem, e nem adianta eu tentar olhar, minha visão segue embaçada.
 Mesmo com pouca visão consigo ver as pessoas pelas qual eu passo pela rua, me olhando com curiosidade, nenhuma se atreve a se aproximar, ninguém pergunta se eu estou bem.
Andei tanto que nem mais sei onde estou e eu não sei voltar de onde vim, nem sei como chegar ao lugar que eu queria ir, se é que existia um. No começo pensei em ir atrás de Paul, brigar e pedir explicações, talvez até mesmo amaldiçoa-lo, se assim eu pudesse. Como ele fez isso com a própria mulher? Que tipo de marido e pai ele é? Também pensei em ir atrás de meu pai, eu nunca o tinha visto daquele jeito, nem em seus momentos de mais desespero, porque ele tinha mudado tanto de uma hora para outra? Quem era aquele homem que me empurro hoje? Eu me recuso a acreditar que era ele.

Eu não sei muito bem o que aconteceu. Foi tudo muito rápido.

JOE

Eu me controlei por todo esse tempo, eu estava fazendo o melhor que podia, minha presença piorava tudo, mas agora me vi obrigado a agir ou algo pior poderia acontecer.
Toquei-a, toquei-a na tentativa de salva-la. Eu iria tentar, pois eu tinha que cumprir uma promessa que a fiz. Era hora de eu ser o seu anjo da guarda.

                CONTINUA...

Parte dois postada, espero que tenham gostado, já venho avisar que esta fic já esta chegando a sua reta final, provavelmente não chegará a ter 40 capítulos, mas pode ser que eu me empolgue um pouco.
E então o que vocês acham que vai acontecer? Quero opiniões!
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss



Juh Lovato: hahaha pois é, o Rick não vai deixar a Demi em paz, que bom que você gostou linda. Bom, vamos esperar para ver, nos próximos capítulos muitas coisas acontecerão. Muito Obrigada por comentar. Bjss.
Eriimiilsa: hahaha OMG. Realmente o Rick vai aprontar agora, suas suposições não estão certas, mas também não estão totalmente erradas. Muito obrigada por comentar linda. Bjss.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

28º CAPITULO “Seu anjo da guarda” parte 1 – AMOR EM GUERRA


_ Pois bem mamãe, você dará a luz a...
_ Fala logo!
_ Nossa! Bom dia para você também Miley. – falei. Eu acabava de voltar, junto a Denise, do consultório do médico, Miley e Logan me esperavam no meu apartamento, ansiosos por notícias.
_ Para de enrolar maninha, fala logo! – insistiu Logan. Só para provocar fiz um suspense.
_ Só falo depois que eu tomar um banho, colocar uma roupa mais confortável... – comecei a falar. De canto de olho percebi que Denise riu com a minha resposta.
_ Pois fique você sabendo morena, que você não vai entrar neste banheiro antes de me falar se eu serei madrinha de um menino ou menina.
_ E eu não falo enquanto não entrar. – desafiei.
_ Ou fala ou sofrerá com as consequências. – falou meu irmão. Miley e Logan estavam tampando minha entrada no banheiro. Cruzei os braços no peito, como resposta. _ Cosquinhas. – avisou-me Logan. Digamos que meu irmão me conhece. Eu odeio cosquinhas, não porque me dá vontade de rir, na verdade não me dá, apesar de mesmo assim eu acabar rindo, eu só não gosto muito, acho que é porque na minha casa isso sempre foi usado como forma de tirar informações um do outro.
_ Sabia que você é muito chato? – perguntei a ele. Ele riu. _ Ok, eu conto. – disse por fim. Ambos fizeram o mesmo olhar de ansiedade que eu e Denise fizemos para o doutor. _ É uma menina. – falei rindo.
Eu tenho que admitir, eu saí bem mais humorada daquela sala, eu ainda sinto uma vontade de chorar e ainda há um vazio enorme dentro de mim, mas também há uma bebê linda, que é a única que me faz ter alguma vontade de rir e de viver, se eu ainda estou de pé aqui, é unicamente por causa desta bebezinha.
_ AH! – gritou Miley animada, me dando um abraço tão apertado que me deixou com dificuldades para respirar. _ Eu não acredito, serei madrinha de uma princesinha! – exclamou.
_ Loira, eu gostaria de respirar um pouco. – falei com dificuldade. Depois de uma gargalhada ela me soltou.
_ Desculpa amiga. – pediu. _ Eu estou tão feliz, eu realmente queria uma menina. – falou como se a mãe fosse ela.
_ Ah, eu queria que fosse um menino – resmungou Logan. _ Ia ensinar para ele a arte da sedução. – disse. Eu tive que rir.
_ Seria mais fácil ele te ensinar isso. – brinquei. Ele deu língua. Dei de volta. É fácil perceber que eu e Logan, um perto do outro, comportamos como crianças. _ Ok, agora eu posso tomar meu banho? – perguntei.
_ Fique a vontade mamãe. – falou Miley, me dando licença.
Entrei no banheiro e, sozinha, respirei fundo e percebi que ainda faltava dar a notícia a outros.
Meu pai. Eu ainda me sinto mal por ter discutido com ele, eu não intendo exatamente o porque dele ter ido para o lado de Paul, meu pai sempre me apoiou nas maioria das minhas decisões. Tudo bem, nas que tem a ver com o Joe ele sempre se opôs, como meu namoro e casamento, mas no final ele sempre acabava cedendo e me ajudando, mas agora, agora ele queria me tirar o amor da minha vida, ele queria tirar Joe de mim, porque ele decidiu por isso? Ele não gosta de Joe? Ele esta cansado de ficar no hospital e prefere acabar com tudo isso? Não! Meu pai nunca foi egoísta assim, ele sempre pensou em todo mundo, porque agora ele resolveu não pensar em mim? Eu preciso conversar com ele, ele é meu pai, e é uma pessoa muito importante na minha vida, eu não o entendo, mas ainda sim o amo e sei que ele merece saber sobre a netinha.
Apesar de que a discussão com Paul fora bem mais pesada do que a que tive com meu pai, eu ainda o considero muito e sei que ele também merece saber das boas novas.
Mas, se há alguém que eu gostaria de dar a noticia é Joe, eu queria tanto ver sua reação, não há nada que me faria mais feliz que isso.

JOE

Observar todo aquele desastre que a vida dos que eu amo se tornou não é fácil, principalmente por não saber como consertar, mas nada é pior do que saber que tudo é minha culpa.
Ao mesmo tempo em que eu quero fugir de tudo, eu não consigo abandonar, eu não consigo me desprender da minha família. Nesses últimos dias as coisas vêm se complicando muito, meus pais estão brigados, eu nunca imaginei vê-los brigados assim, ambos estão sofrendo muito, e sei que precisam um do outro, mas eles se negam a se darem uma outra oportunidade; a relação de Demi e Eddie está abalada e sei que assim como meus pais, eles precisam um do outro e estão sofrendo o dobro com esta briga.

Nem tudo foi só tristeza, principalmente hoje, eu descobri que serei pai de uma menina.
Eu juro que nunca fiquei tão feliz em toda minha vida. Eu queria tocar Demi, queria tocar e beijar sua barriga, eu queria carregar Demi em meu colo e protege-la para que nossa bebê nasça saudável. E foi por pouco que eu não fiz, por pouco eu não a toquei, foi por muito pouco, por pouco não cedi. Seria um completo erro se eu tivesse me deixado levar pela emoção, finalmente Demi e minha mãe parecem estar se acostumando com a ideia de que eu não as toco mais. É melhor assim.

Quando penso na criança que vai nascer meu corpo se enche de orgulho, de felicidade e de um desejo enorme de poder conhecê-la, mas não só vê-la de longe, sem que o carinho que quero dedicar a ela seja retribuído, eu quero que ela possa me ver do mesmo jeito que eu a verei, eu quero que ela possa me tocar do mesmo jeito que eu a tocarei, eu quero escutar ela me chamando de papai, eu quero cuidar dela junto a Demi. Eu só quero ter a minha família de volta, eu quero poder reconstruir tudo o que eu estou destruindo agora, mas de maneira 10 vezes melhor.
Nem tudo é do jeito em que queremos, não é assim que dizem? Um exemplo claro é esse, eu quero e muito, mas não sei o que fazer, nem mesmo os médicos sabem direito, eu no fundo ainda carrego uma esperança, porem a razão me obriga a perceber que as chances são poucas.
Porem vale lembrar que, levando em conta a razão, eu não existo, eu apenas estou em coma, de acordo com a razão não é possível eu estar aqui agora, vendo tudo como se ainda estivesse acordado. Lembrando-me disso percebo que talvez não seja tão ruim assim ter esperanças; sonhar; se iludir um pouco, afinal de contas, milagres acontecem, e nunca se sabe quando pode ser com você.

Voltando para o mundo dos vivos e acordados, sou obrigado a me deparar com uma situação que me tira todo o controle que eu estava tendo sobre mim durante todo este tempo.

--

Ninguém mais que Demi, Thomas, Rick e Joe sabiam do que o destino poderia estar lhes aguardando. Na verdade Demi, Thomas e Joe não estavam tão cientes assim, pelo menos não como Rick.
Toda ação, tem uma reação, lei de Newton, mas que pode ser muito bem aplicada fora da área da física, aplica-la na vida cotidiana nem é tão difícil assim. Se uma pessoa fez algo para você e você não gostou, há apenas duas opções, você pode dar a redenção, fingir que nada aconteceu e, deixar que o destino, Deus ou, seja lá o que for que você acredite, julgue e puna a pessoa, ou você pode julgar e vingar-se com as próprias mãos.
Como já foi avisado que poderia acontecer, Rick, escolheu a segunda opção.
E agora, era questão de horas para que o pior pudesse acontecer...

                CONTINUA...

Demorei, mas postei, este capitulo terá parte dois, por dois motivos, primeiro que ele ficaria muito grande e segundo que eu demoraria mais ainda para postar, já que parte dois ainda não esta finalizada.
Espero que tenham gostado.
Não se esqueçam de comentar/Avaliar.
Bjss.


Eriimiilsa: Tudo bem linda, o que vale é a intensão. Muahahaha, uma torturadinha de vem em quando faz bem xD. LOOOOOL a ideia do hermafrodita foi boa, quem sabe eu uso isso em uma próxima oportunidade? Hahaha. Obrigada por comentar. Bjsss. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

27º CAPITULO “Você dará a luz a...” – AMOR EM GUERRA.


Tudo estava desmoronando para aquela família, nada dava certo. Toda união que eles tinham se partiu ao meio, e não se sabia por quanto tempo os lados conseguiriam sobreviver sozinhos. Só uma coisa se podia saber, o final dessa história não é promissor.
Posso enumerar vários motivos para que se valha a pena viver. Amor, sorrisos, amigos, família, sonhos, paz... Talvez até mesmo o simples medo da morte nos faz ter motivos para viver, temer o que há do outro lado, se é que há outro lado.
Neste exato momento, em mim, eu não encontro muitas razões para continuar resistindo.
Amor? Eu tenho, eu tenho amor a meu pai, a meu irmão, a meus sogros, mas o meu principal amor é destinado a Joe, eu vou perdê-lo, e assim que isso acontecer, considerem-me morta. Sorriso? Nem sei mais o que é isso, pelo menos não os reais. Amigos, bom, isso pelo menos eu tenho, mas apesar de ama-los, eu não acho que vale a pena manter-me viva, vivendo o que eu estou vivendo, apenas por eles, eu não posso me sustentar apenas por eles, eles tem a vida deles, não poderão para-la por mim. Família, sim, eu tenho uma família, linda para dizer a verdade, mas que está destruída, totalmente desunida. Denise brigada com Paul e meu pai virou-se para o lado de Paul, o que me deixou muito brava com ele, não o odeio, ele é meu pai, mas ainda sinto um ressentimento muito forte com ele. Logan não se meteu no assunto, mas mesmo que ele fizesse, sei que não adiantaria muito. A briga se estendeu mais do que se pensou que iria e os laços familiares fora rompidos... Sonhos? Eu não tenho mais nenhum. Paz? É o que eu menos tenho tido nesses dias.
A única razão de eu estar viva agora é essa criança que carrego em meu ventre, se não fosse isso, eu seria muito bem capaz de me jogar de qualquer lugar. Eu só quero que isso acabe logo, eu não aguento mais ficar sofrendo como eu estou, eu perdi totalmente o controle sobre mim, mal consigo fingir que estou bem mais, eu tento, mas esta mais que obvio que todo mundo sabe que eu estou triste.

Os dias se tornaram tristes e turbulentos, as noites são frias e torturadoras, me sinto vazia, sinto que já posso ver o meu fim.
Eu nunca pensei que um dia eu chegaria a este ponto, não posso dizer que antes eu esbanjava só alegria para todos os cantos, mas eu sempre fui uma pessoa feliz, com meus altos e baixos, mas sempre feliz, de bem com a vida, com paz, esperançosa, eu nunca fui assim, eu nunca deixei que a tristeza tomasse conta de mim como ela tomou agora. Isso me assusta, e muito, pois a cada dia parece piorar, eu não sei como parar, eu não sei o que fazer...

As coisas estavam indo muito bem, eu estava tão animada com a chegada do meu bebê, eu estava tão ansiosa por este dia, mas agora tudo está tão nublado em minha mente, não tenho animação para nada. Nem mesmo agora, sentada, a espera de ser chamada para mais um ultrassom, junto a Denise, eu consigo me animar. Hoje eu posso descobrir qual é o sexo do meu bebê, hoje eu poderei ver meu bebê novamente e a única coisa que eu quero fazer é chorar! Não é um choro de emoção ou choro de gravida sensível, é choro de dor, dor pura, coração destruído, de fraqueza. Há um grito de desespero entalado em minha garganta, há um ódio de mim mesmo, por não ter conseguido impedir tudo isso, há um ódio por Joe, por não ter me escutado, há um ódio por meu pai, por ter me dado às costas, há um medo, como que eu conseguirei ser mãe desta criança? Eu não estou em condições de cuidar de mim, como eu vou cuidar de outro ser? Que tipo de mãe eu serei?
_ Senhorita Demetria Lovato? – chamou a enfermeira assistente do doutor que me atende. _ O doutor está pronto para lhe atender. – disse ela com aquele constante sorriso simpático em seu rosto, retribui o melhor que pude, provavelmente deve ter saído um desastre.
Denise se levantou comigo e fomos em silêncio até a sala em que eu faria o ultrassom. Denise não esta tão diferente que eu, não sei se ela anda tendo os mesmos pensamentos que eu - espero que não, pois não o desejo a ninguém -, mas sei que ela não esta feliz com tudo o que esta acontecendo. Ela e Paul já estão casados a mais de 20 anos, sempre tiveram um casamento solido e equilibrado, confesso que nunca os havia visto brigarem antes, provavelmente eles já brigaram alguma vez, acho difícil que nunca tenha acontecido uma briga, mas sempre resolveram tudo da melhor maneira possível. Vê-los brigado assim parecia ser algo impossível, as vezes ainda me pergunto se isso é real, para muitos seria mais fácil crer que Joe me toca do que crer que Denise e Paul estavam brigados, a ponto de não dirigirem a palavra um ao outro, não dormirem na mesma casa, de não falar no nome um do outro. Sim, eles estavam neste ponto, e no fundo acho que se as coisas não melhorarem logo, toda esta briga poderá levar a separação dos dois.
Nos últimos dias eu venho pensando muito na minha posição sobre manter Joe nas maquinas, quando eu o sentia havia uma razão obvia, eu sabia que ele, de alguma maneira, continuava vivo, mas e agora? Como que ele está? Eu não o sinto mais, ele poderia já estar tecnicamente morto? Como decidir acabar ou não com tudo? Eu sofreria menos se dissesse apenas um “sim”? E se eu dissesse “sim”? Eu não quero dizer sim, eu, por algum motivo que eu ainda não consegui descobrir qual, ainda acredito que possa acontecer um milagre e ele acordará.
Mas e se novamente eu esteja me iludindo demais? Eu já tive este tipo de pensamento antes, eu já acreditei em sua recuperação antes, e no final eu me arrependi completamente, eu me senti traída pelos meus próprios pensamentos, eu me senti mal por ter me iludido de mais, eu jurei que não faria isso novamente, mas, e agora? O que muda o meu pensamento de antes para o de agora? Antes até mesmo os médicos tinham uma esperança de que houvesse uma chance de recuperação para Joe, porem agora nem mesmo eles têm, só o estão mantendo vivo por que ainda não houve um consenso entre Denise, Paul e eu.

_ Deixa-me olhar melhor... – comentou o doutor, olhando bem para tela do ultrassom. A meu pedido ele prometeu que iria tentar identificar o sexo do bebê.
Eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei melhor após o começo do ultrassom, eu não estou feliz ou saltitando como das últimas vezes, mas, uma coisa eu posso afirmar com todas as letras, esse bebê tem o poder sobre mim, não importa o quão mal eu esteja, ele é capaz de melhorar meu estado emocional. Foi assim na loja de roupas e agora está sendo aqui.

Assim como meu pai fez da última vez, Denise também deixou lágrimas escaparem durante a seção. Não me perguntem o porquê de eu saber, mas eu sei que não são lágrimas de tristeza ou de dor, eu sei que não lágrimas de emoção. É a primeira vez que Denise vê o netinho, eu sei que, assim como eu, ela também se agarra a sua existência para se manter viva.
_ Aqui está. – disse o doutor, apontando para um ponto da tela. _ A prova. – disse ele. Eu e Denise olhamos apreensoras para ele, na espera de sua resposta. Denise já passara por esta mesma situação antes, e assim como eu, conseguia ver o bebê, porem tanto eu quanto ela, não temos experiência o suficiente para ver o que o médico vê. _ Preparada para saber qual o sexo do bebê? – perguntou ele, como se não fosse obvio.
_ Claro. – respondeu Denise, eu só fiz em concordar, fazendo um sinal de “sim” com a cabeça.
_ Preferencias? – perguntou olhando diretamente para mim. Ah meu Deus! Para quê tanto suspense?
_ Nascendo saudável para mim já está bom. – respondi.
Confesso nunca ter pensado em ter preferencias entre menino ou menina, apesar de que quando eu era menor e ainda brincava de bonecas com minhas amigas, eu jurava que teria uma menina, lembro-me de dizer que casaria com um príncipe e teria uma bela princesa. No final, não me casei com um príncipe real, mas acredito ter chegado perto. Lembro-me também, de um pouco mais tarde, pensar em ter um casal de gêmeos, assim teria os dois de uma vez só, sem me preocupar com preferencias ou de ter que engravidar mais de uma vez, este pensamento não durou muito, pois logo foi substituído pelo pensamento de que o que o destino escolher para mim será o melhor. Joe nunca pareceu ter preferencias, sempre que falávamos sobre o assunto ‘filhos’, ele uma hora dizia que preferia um menino, para assim poder ver e jogar basquete e futebol com ele, mas depois dizia que queria uma menina, para poder enchê-la de mimos e, de acordo com as palavras dele, botar medo em todos os rapazes que um dia iriam querer namora-la. Por esses motivos sei que ninguém sairá decepcionado desta historia.
_ Pois bem mamãe, você dará a luz a..
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                CONTINUA...

Capítulo postado, espero que tenham gostado. Eu já escrevi o começo do próximo capítulo e espero conseguir postar mais um capítulo amanhã mesmo, por quê? Bom, no fim de semana eu não poderei postar, pois estarei viajando para São Paulo, e na próxima semana eu terei semana de prova, então vai ficar bem difícil para eu escrever, estão, se eu demorar muito para entregar o próximo capítulo não fiquem chateadas (os).
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Bjss.


Diana (DSP): Muito obrigada por comentar. Quem bom que gostou. Bjss.
Juh Lovato: Realmente é bem difícil. Não sei como eu realmente ficaria numa situação dessa, mas provavelmente eu estaria bem pior.
Eu olhei lá e você me aceitou J Obrigada por comentar. Bjss.