sexta-feira, 26 de abril de 2013

32º CAPITULO “Ultimato” – AMOR EM GUERRA


Amanhã será um novo dia, um dia de grandes surpresas.
Manhã de sábado, tomando uma caneca de chocolate quente, em um atípico dia frio, Demi estava encostada em uma das várias caixas que se amontoaram no quarto que estava sendo montado para sua filha, em que estavam vários moveis comprados para a montagem do quarto. Demi pensava em tudo, em como sua vida mudou drasticamente e em como ela seria a partir de agora. Não havia planos, tudo estava acontecendo da forma mais inesperável possível, uma surpresa pós a outra, isso não é bom, não quando se lembra de que em três meses nascerá sua filha.
Demi queria estar emocionalmente e fisicamente boa para a chegada da filha, mas sabia o quanto isso seria difícil. Sem Joe acordado isso seria praticamente impossível.

Talvez tenha sido bom o seu afastamento, quem sabe, se ela insistisse muito, acabaria retornando a sua rotina sem problemas e com um pouco mais de esforço conseguiria se livrar de toda sua tristeza, que já estava virando sua companheira inseparável.
Demi não queria esquecer seu marido, ela o queria acordado de com saúde para poder junto a ela criar sua filha. Mas a realidade é dura, a vida não é um conto de fadas, o final nem sempre é feliz...


DEMI

Eu tinha várias coisas para fazer, o tempo que eu fiquei afastada da escola, fez com que o trabalho se acumulasse, mas eu realmente tinha que dar um tempo só para mim, um tempo em que eu pudesse pensar mais tranquila, pensar no que eu passei e no que me aguarda no futuro. É difícil imaginar um futuro nesse exato momento, minha vida esta em um turbilhão, em que alegrias e tristezas se fundem e eu nem mesmo sei identificar o que estou sentindo mais, às vezes me pergunto se há alguém mais passando pelo mesmo que eu, sentindo o mesmo que eu, se sim, como será que essa pessoa esta sobrevivendo? Será que ela esta lidando com toda esta confusão melhor que eu? Talvez eu precisasse de um pouco de ajuda. Talvez um pouco mais de tempo. Talvez um pouco mais de esperança.

Meus pensamentos foram atrapalhados pelo som da campainha. Quem em pleno sábado às oito da manhã faria uma visita à outra? Realmente eu não estava preparada para isso, minha cara estava um lixo, ainda amassada pelo meu sono, meu cabelo não estava penteado, e eu nem mesmo estava vestindo um pijama, estava com um blusão largo do Logan, que, como era de se esperar, tinha uns buracos, e uma calça larga de moletom. Com todos esses problemas não tive muito tempo para comprar roupas de grávida para mim, e quinze quilos mais gorda, eu tinha que recorrer às roupas de Joe, Logan e, de vez em quando, até as do meu pai, para me sentir realmente confortável. Resultado disso é que meu estilo passou ser bem desleixado, parecia que eu sempre estava vestida para dormir, ou então para me juntar a algum mendigo na rua. Na verdade eu não me importava tanto, desde que eu estivesse em casa e apenas com parentes ou conhecidos muito próximos, pois convenhamos, roupa de homem é muito confortável, porem, não ideal para se receber visitas.
Esperei até tocarem pela terceira vez antes de me mover para atender a porta, eu tinha uma pequena esperança de que meu pai ou Denise acordassem e atendessem por mim. Porem Denise ainda dormia feito um anjo e meu pai roncava feito um porco. Resultado, eu tive que atender a porta.
Definitivamente por essa eu não esperava, sua face não mostrava muito animo, parecia confuso e triste, sua voz saiu como um fio ao pedir para conversar. De nada parecia o Paul que eu conhecia.
Olha quem fala, eu também não sou mais a Demetria de sempre.
Após oferecer uma caneca de chocolate quente, o qual ele recusou, parei para dar-lhe atenção. Durante a maior parte da nossa conversa Paul não olhou para mim, seus olhos sempre estavam ‘presos’ ao chão.

_Quando você começou a senti-lo? – perguntou Paul, sem dar meias voltas, direto.
_ Eu não sei do que você esta falando. – menti. Tive medo de que ele tentasse me tirar o direito da decisão assim como fez com Denise, se isso acontecesse o destino de Joe estaria traçado.
_ Não minta para mim, eu já sei de tudo. – falou. _ Eu não irei lhe jugar ou tirar seus direitos... Eu só quero... Entender. – achei tudo muito mal explicado. Paul agora acreditava que Joe poderia realmente tocar as pessoas? Era um truque dele? Ele seria capaz de ir tão longe para me tirar do caminho? Ele estava decidido, o que ele fez com Denise provava que ele realmente não estava se importando muito com as consequências.
_ Eu o senti desde a primeira visita que fiz ao hospital. – respondi. Talvez eu estivesse cometendo o meu pior erro ao confessar isso, porem algo no em mim dizia que valeria a pena arriscar.
_ Você realmente acha que pode ser ele? – perguntou, mas antes mesmo que eu pudesse responder ele fez outra pergunta. _ Você nunca pensou que talvez fosse apenas sua imaginação?
_ Sim, é difícil de crer, eu não acreditava que coisas assim podiam acontecer, mas acontecem, eu sei que é Joe quem me toca, eu sei que o toque é real. – Paul ficou em silêncio diante da minha resposta, parecia pensar nas minhas palavras. _ Paul. – chamei-o, e pela primeira vez desde que chegara ele me olhou nos olhos. _ Porque você esta fazendo essas pergunta? – perguntei-o, assim que terminei de pergunta-lo seus olhos retornaram a fitar o chão, o silencio se fez presente por um bom tempo, eu até me arrependi de ter feito a pergunta.
_ Eu acho que também o senti. – confessou Paul. Para minha surpresa.

Talvez eu tivesse escutado errado, talvez tudo fora um sonho. Paul o havia sentido? Isso era o melhor que podia acontecer, pois assim ele poderia desistir desta ideia de desligar as máquinas. Eu não queria ficar feliz ou começar a comemorar, por várias vezes tive motivos para pensar que tudo iria, enfim, dar certo e no final só piorava. Mas eu não posso negar, esse acontecimento abriria uma possibilidade muito grande para um final feliz.
Paul me contou com detalhes como tudo aconteceu me confidenciou suas duvidas e indecisões, que não são muito diferentes das que eu já tive, eu falei o que eu acreditava e no fim percebi que Paul não havia se tornado no homem frio ou ruim que muitas vezes cheguei a acusar, ele só estava muito machucado e amargurado.

 Ele acabou indo embora antes de Denise ou meu pai acordarem, ele disse que queria chegar ao hospital mais cedo e conversar um pouco com os médicos e conseguir ter um tempo maior de visita a Joe, sei que ele não estava mentindo totalmente, porem tenho certeza que um dos motivos para sua pressa de ir embora era o fato de ter medo de encarar Denise, principalmente agora que ele sabe que ela estava certa.
Não o critiquei, talvez fosse melhor esperar um pouco antes de tentar algo com ela novamente, ela realmente estava muito magoada e zangada com Paul.

Denise acordou não mais que dez minutos após a saída de Paul, até pensei que ela poderia ter escutado sua voz e esperado ele sair para poder dar as caras, mas não perguntei, caso isso tenha acontecido ela tem seus motivos para agir assim. Meu pai fora o último a acordar, já era quase 11 da manhã, nem mesmo tomou o café já que Denise já estava preparando o almoço. Porem, antes mesmo que ela terminasse o telefone tocou e a notícia não poderia ter sido melhor.

(...)

Chegamos à delegacia as pressas, eu e meu pai estávamos eufóricos com a possibilidade de prender quem havia me atropelado.

E lá estava ele, com as mãos algemadas e com o olhar no chão, como se estivesse envergonhado.
Rick, enfim preso.
Saber que a justiça seria feita me deixou muito feliz. Claro que ao vê-lo daquela maneira, parecendo tão indefeso, me fez pensar em tudo o que ele passou e como ele se transformou no monstro que ele é hoje, confesso ter ficado com medo de ficar assim também, caso o pior aconteça... Porem eu tenho que lembrar o que ele me fez de mal, nem toda a tristeza do mundo justifica tirar a vida de outra pessoa. Talvez eu tenha ido longe de mais, mas isso não justifica o que ele fez comigo. Eu poderia ter perdido minha filha.
Meu pai ficara bem surpreso ao saber que era Rick o meu atropelador, eles não tinham se conhecido, mas ele sabia de quem se tratava e não esperava que ele fosse capaz disso.
Eu sempre soube que era ele, nunca soube muito bem explicar e por isso não ajudei muito nas investigações, mas para minha sorte a policia conseguiu uma denuncia anônima e depois conseguiram mais provas contra ele.
Ainda não se sabia qual seria sua pena, mas o deixariam preso preventivamente até que o juiz determinasse seu destino. Ainda sim, uma coisa já estava decidida, provavelmente ele não ligaria de ficar preso, mas o exército o tirou de seu cargo, ele não poderia mais servir ao exército americano, isso sim seria doloroso para ele.

(...)

Acho que eu não estava mais acostumada, por isso me controlava para não cantar vitória ou dizer que eu estava me sentindo feliz, há muito tempo que coisas boa não aconteciam comigo, principalmente uma trás a outra. Eu queria tanto que essa onda de sorte fosse capaz de me trazer Joe de volta...

--

_ Paul, eu sei que você quer Denise de volta, mas não precisa ficar fingindo que sentiu o toque de Joe para poder reconquista-la, pedir perdão já pode ajudar. – falou Eddie a Paul, os dois estavam conversando por telefone já há quase meia hora, Paul explicou-se a Eddie e disse que pretendia deixar as máquinas ligadas.
_ Eu não estou mentindo. – respondeu Paul.
_ Paul, amigo, você sabe mais que eu que essas coisas não existem. – falou Eddie.
_ Você esta sugerindo que eu estou louco então? – Paul perguntou indignado.
_ Eu não disse isso Paul, eu só acho que talvez você esteja um pouco desesperado por ter o perdão de Denise. – explicou-se.
_ Às vezes eu acho que você queria que meu filho morresse. – observou Paul.
_ Eu nunca disse isso Paul. – falou Eddie. _ se você quiser desistir de deligar às máquinas eu não critico, o que eu acho um absurdo é você fazer isso baseado em puro desespero... Nós já tínhamos conversado antes. Você sabe muito bem que isso só irá trazer mais complicações. Porem você sabe o que faz.
_ Eu tenho medo de errar. – confessou Paul. _ Eu o senti...
_ Paul você não o sentiu. – interrompeu Eddie. _ Admita você não quer desligar, você ainda acredita que ele pode acordar por isso você vai desistir de desligar as máquinas.
_ Que seja. – falou Paul, deixando um pouco da raiva que ele estava sentindo sair. Não ser compreendido por Eddie o estressava. _ Eu não quero sofrer mais! Mas eu também não posso tirar as chances de Joe.
_ Paul, eu não vou discutir mais com você, já falamos muito sobre isso e no fim quem vai decidir é você. – falou Eddie decidido à por fim naquele assunto.
_ Você não esta me ajudando muito.
_ Eu não posso decidir por você.

(...)

A indecisão tomava conta de Paul, ele tinha certeza do que sentira, mas ainda tinha duvidas sobre qual era a melhor decisão a se tomar. Decidido a ter ajuda, na manhã de domingo Paul foi para o hospital e conversou com alguns médicos que cuidavam de Joe.
Em grande parte houve uma imparcialidade. Ian, dizia que era bom esperar mais um pouco, pois por mais remotas que fossem as chances, milagres poderiam acontecer.
Talvez o maior erro de Paul seja ter novamente procurado o doutor Lucas, que desde o primeiro momento se mostrou a favor do desligamento das máquinas. Com uma vasta experiência, ele sabia como convencer uma pessoa...
Uma semana.
Ultimato.  

                CONTINUA...

Olá, gostaria de dizer que provavelmente demorarei um pouco para postar os próximos capítulos, pois como a fic já esta chegando a sua reta final, eu preciso organizar melhor os capítulos. Então já peço desculpas adiantadamente.
Espero que tenham gostado do capítulo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss.



Eriimiilsa: Pois é, algumas das suas hipóteses estão certas :D Muito obrigada pelo elogio e por estar sempre comentando. Fico muito lisonjeada com os seus elogios. Bjss.
Juh Lovato: Que bom que você gostou, logo você saberá se ele irá acordar ou não... Muito obrigada por comentar, bjsss linda.

3 comentários:

  1. Não precisa Agradecer, eu é que agradeço por tirares horas da tua vida para fazeres algo que gostas e que nos entretêm.
    Fico feliz por certas hipóteses minhas estarem correctas, mas a noticia da reta final deixa-me um pouco abalada.
    Gostei do cap. Mas essa 1a Semana será a mais dura certo. _:( E VIVA!! Rick se deu bem mal !! (hahahaha) sei que não se Ri da Desgraça alheia, mas já estava na hora desse homem ter o que merece. :D

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  2. Gostei!
    Capitulo lindo!
    Desculpa a demora.

    Selo para ti: http://historiasdasilvia.blogspot.pt/2013/04/selo-divulgacao.html

    Posta logo.

    Beijos.

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  3. Coisa que mais me irrita é chegar aqui e meu comentário sumir. Desanima :( não tens que agradecer, mas sim eu por tirares tempo para nos entreter com algo que gostes. E estou loucamente feliz com o fim do Rick, não havia fim melhor. 1a semana, logo agora que a Demi tava se adaptando :( pena do Paul que sofrimento. Estou curiosa para saber qual das hipóteses estará certa... Parabéns linda história

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