sexta-feira, 19 de abril de 2013

30ª CAPITULO “Me toque” – AMOR EM GUERRA


Toquei-a, toquei-a na tentativa de salva-la. Eu iria tentar, pois eu tinha que cumprir uma promessa que a fiz. Era hora de eu ser o seu anjo da guarda.
Eu tentei.
Mas não foi o suficiente...

DEMI
Eu estava feito uma louca, andando pela cidade, que eu nem mesmo conheço bem, ali não era Fort Bragg, na verdade é bem diferente de lá, bem maior.
Eu não sabia onde eu estava, minha visão embaçada não era amiga, a única coisa que eu sabia é que não estava mais na parte movimentada da cidade, provavelmente eu tinha entrado em um beco. Os barulhos dos carros pareciam cada vez mais distantes.
Eu ainda me sentia observada.

Eu estava prestes a atravessar a rua, eu queria sair daquele lugar, algo em mim me dizia que eu devia sair de lá, eu estava com medo.
Eu tentei me acalmar um pouco, respirei fundo algumas vezes, tentei enxugar as lágrimas. Melhorou. Minha visão ainda não estava perfeita, chorei tanto que meus olhos estavam inchados, mas foi o suficiente para que eu pudesse ver tudo o que iria me acontecer em breve.
Tudo foi rápido, confuso e surpreendente.
Primeiro sinto o toque de Joe, sinto como se estivesse me abraçando, se quisesse me proteger. Eu me alegro. Ele está comigo outra vez! Eu não o posso ver, mas ele está aqui comigo!
Depois sinto como se tivessem me empurrado, mas com uma força monumental.
Mas logo percebo que não foi um empurrão. Foi algo bem pior.

--

Rick sai do carro em que dirigia. Nenhum remorso em seu olhar. Ele não iria pedir ajuda. Aquilo não foi um acidente, ele simplesmente jogou o carro contra o passeio ao perceber que Demi não iria atravessar, não tinha ninguém para culpa-lo, assim como também não tinha ninguém para ajuda-la.
Ótimo – pensou Rick.
Ele não soube se aquilo a havia matado, não se preocupou em checar, Demi estava estirada no chão, desacordada, para ele isso já era o bastante.
Após medir sua ação de cima a baixo, e comemorar, internamente, por seu feito, Rick, como se nada tivesse acontecido, retornou a seu automóvel e partiu sem rumo, a batida não tinha deixado muitas marcas no carro, apenas um amaçado que não representaria muito problema depois, o mesmo não se podia dizer de Demi.
Ao cair bateu a cabeça, seu sangue corria pelo asfalto, arranhões por várias partes de seu corpo, talvez alguns ossos quebrados. Caída em um beco, pouco movimentado, provavelmente perigoso.
O único que estava lá era Joe, mas o que ele poderia fazer agora? Como pedir ajuda?
Ele gritava desesperadamente, berrava, mas quem poderia escuta-lo? Ninguém. Mas ele não poderia deixa-la assim, sua mulher e sua filha corriam risco de vida, e salva-las era sua missão.

Em seu pouco momento de lógica ou pensamento um pouco mais calmo, Joe se transportou para o hospital, ele sabia que Denise e Logan haviam corrido atrás de Demi, mas torceu para que eles estivessem lá e que pudesse se comunicar com eles de alguma maneira.

Por sorte Denise havia ficado no hospital para o caso de Demi voltar, Logan havia saído para procura-la. Denise não estava calma, mas pelo menos não chorava mais, ela andava pelo corredor de um lado para o outro, faltava furar um buraco no chão.
Encontra-la talvez tenha sido o menor dos problemas. Joe conseguia toca-la, mas ela não conseguia escuta-lo. Como pedir ajuda a uma pessoa apenas com o toque?
Joe não teria tempo para fazer um plano mirabolante, sua única saída era toca-la fazendo menção de puxa-la, restaria a Denise deixar-se ser guiada pelo filho até o local em que Demi estava acidentada.

DEMI

Havia uma luz.
Ela estava cada vez mais próxima. Ela vinha até a mim, vagarosamente ela vinha até a mim. Eu levantei a mão em sua direção, sua luz me atraia, eu queria ir até a ela, algo em mim gritava para que eu a pegasse, eu podia sentir sua paz, como se fosse um abraço de paz se aproximando de mim. Porem ela vinha tão lentamente, ela parecia ainda tão distante. Eu não consegui chegar perto, eu não conseguia ir até ela. Pois toda vez que eu começava a correr mais em sua direção, mais ela se afastava de mim, era como se de nada adiantasse, continuava tão distante como antes.
Resolvi esperar.
Aí eu senti um aperto no meu coração. Como se fosse um choque, uma adrenalina, uma após a outra, cada vez mais forte e dolorido, cada vez mais real.
Depois, sem nem mesmo um explicação, a luz começou a se afastar de mim. A medida que a dor no peito aumentava e se tornava mais real a luz ia se afastando e ficando mais fraca diante de mim, mais e mais, até que eu não pudesse ver mais nada.

(...)

Eu acordei em um quarto de hospital, de tanto ter que vir para cá já tinha até me acostumado com o lugar e de reconhecê-lo sem muitos esforços.
Meus olhos se abriram com dificuldade, a luz estava forte. Pude escutar o barulho das maquinas, que provavelmente me vigiavam, não foi necessário olhar para que eu pudesse sentir as agulhas espetando meu braço, sangue.
Eu não vi ninguém ao meu lado a primeiro momento. Tentei me levantar um pouco, mas meu corpo todo doeu a medida que tentei movimentar-me, parecia que tinha sido esmagada por um caminhão.
Tentei perceber melhor o que estava acontecendo ao meu redor, e percebi que estavam monitorando dois batimentos cardíacos, isso me deu um alivio enorme, minha bebê ainda estava bem. Uma guerreira.

 Não foi necessário esperar por muito tempo, logo um médico veio falar comigo. Fez algumas perguntas, depois veio a policia, queriam saber o que tinha acontecido, mas eu nem mesmo entendi muito bem os fatos, eu sabia que eu tinha sido atropelada e eu sabia que foi o Rick, mas eu nem tinha como provar, nem sei como eu sabia disso. Tudo bem, tinha a ameaça, eu sabia que ele mais cedo ou mais tarde tentaria fazer algo contra mim. Eu juro que o vi, ao lado do meu corpo, mas foi por outro ângulo, como se eu fosse uma espectadora e não a vitima.
Quanto mais eu tento entender tudo o que aconteceu, quanto mais eu tento me lembrar do que me aconteceu neste meio tempo, mais confusa eu fico. Ainda sim tentei explicar da melhor maneira possível.

·         Com muito esforço consegui arrancar algumas respostas, no meio das inúmeras perguntas que me foram feitas:
·         Eu estava desacordada há dois dias.
·         Minha bebê estava bem.
·         Apesar de todo este tempo desacordada, não houve nenhum problema comigo, dormi assim mais por culpa das medicações que me foram dadas do que pelo próprio acidente.
·         Quem me encontrara fora Denise. Que não soube explicar a policia como conseguira me achar.
·         A policia não tinha suspeitos.
·         E nada mudara desde então, Joe continuava em coma. 

Só depois de um vai e vem constante de médicos e de policias eu pude receber visitas. Para minha surpresa o primeiro a vir me ver fora meu pai.

--

_ Filha me perdoe. – pedia Eddie, desesperado, ele estava se sentindo péssimo pelo que tinha feito. Sentia-se culpado. _ Eu não devia ter reagido daquela maneira...
_ Pai está tudo bem agora. – falou Demi, interrompendo o pai. Não que realmente tudo estivesse bem, ela ainda estava chateada com ele por lhe ter escondido o real assunto entre Denise e Paul, mas não queria entrar em discussão com o pai naquele momento, o dia tinha sido muito tumultuado. Demi queria sair daquele hospital, ver se conseguia respirar livremente, ver se esquecia um pouco dos problemas, de toda essa confusão que sua vida estava se tornando. Mas os médicos a deixariam de observação por pelo menos dois dias a mais. Nada de grave havia acontecido, mas por ela estar gravida os médicos estavam tendo o dobro do cuidado.
_ Ainda sim, se eu não tivesse reagido daquela maneira nada disso teria acontecido, eu quase lhe fiz perder...
_ Não continue. – pediu Demi, só de pensar que poderia ter perdido sua filha lhe dava arrepios. Isso seria o fim.
_ Fale-me, há algo que você queira, qualquer coisa? Eu preciso compensar o que eu te fiz, me dê este direito. – pediu Eddie.
Talvez fosse um erro, ou um pedido muito difícil, mas Demi precisava pedir, não havia nada mais que ela pudesse querer.
_ Eu quero que você convença a Paul deixar Denise decidir sobre o desligamento das maquina ou não. – pediu confiante, apesar de ter medo a possível resposta do pai.
_ Filha... – começou a dizer Eddie.
_ Você disse qualquer coisa. – lembrou-o Demi.
_ Eu só quero que você me entenda. Não adianta, só vai aumentar o nosso sofrimento.
_ Pai...
_ Por quê? Para quê isso tudo? Olha o que está te acontecendo? – falou Eddie, exasperado, levantando-se da cadeira dos visitantes em que estava sentado até aquele momento. _ Você está gravida, deveria estar aproveitando este momento, não é certo você estar internada em um hospital, não é certo você esta passando por todo esse estresse, isso é injusto, você não merece isso. – concluiu.
_ Mas ele me salvou – falou de sobressalto em sua defesa. _ Ele tentou me salvar, ele me tocou antes do carro me atingir, poderia... – só aí Demi percebeu o que estava dizendo, ela estava tão desesperada por defesa que acabou dizendo mais do que realmente deveria.
_ Ele te tocou? – perguntou Eddie incrédulo.
_ Eu... Não é isso... É... – agora Demi estava sem saber o que dizer. Eddie chegou bem próximo da filha e com o coração partido disse:
_ Se você quer que eu convença Paul de alguma coisa, se afaste de Joe, se afaste deste hospital, volte a trabalhar, vá ser uma mãe. Assim como Paul conseguiu a autorização do juiz para tirar o direito de Denise de decidir algo, eu posso fazer o mesmo se eu achar que há necessidade. – avisou. Demi calou-se analisando as opções, o que seria pior? Ela conseguiria ficar longe de Joe? Ela conseguiria retornar a sua vida normal? O pai realmente seria capaz de cumprir sua ameaça?

Nem Eddie nem Demi sabiam, mas Paul escutara a conversa.

(...)

Paul já havia visitado o filho naquele dia, porem agora, já no fim do horário permitido as visitas, ele decidiu ir novamente ao quarto de seu filho.
 Passou pelo corredor sobre os olhares de ódio de Denise e Miley, que também veio após encerrar o horário de trabalho no restaurante. Logan não estava no hospital hoje.
Paul sabia que seria difícil reconquistar a mulher. E tentava aceitar que também a perdera.
As visitas de Paul a Joe, que no começo mostravam emoção, há muito tempo havia se transformado em visitas frias e vazias.  Ele apenas ia de vez em quando, entrava, olhava o filho, não dizia nada, não tocava nada, apenas lembrava-se de todos os momentos que viveu junto ao filho, de seu nascimento a sua despedida naquele aeroporto, na última vez em que o vira acordado. O seu coração doía ao lembrar-se de tudo o que já compartilharam, mas nenhuma lágrima era derramada, haviam se secado.
_ Eu me sinto um idiota agora. – disse Paul, depois de uns minutos dentro do quarto. _ Ou talvez como um louco falando sozinho... Na esperança de receber alguma resposta. – falou, olhando pelo quarto, como se isso o pudesse ajudar a ver o filho. Paul estava tentando e isso surpreendeu Joe, que sem conseguir ver o estado de Demi, nem de sua mãe, que depois de ter sido, graças a ele, encaminhada para onde Demi estava acidentada, ficou bem exaltada. Porem, ao mesmo tempo em que não conseguia ficar perto, não conseguia se afastar, por isso decidiu ficar em seu quarto, apenas esperando um momento melhor para voltar para fora. _ Eu não entendo, por que sua mãe e Demi juram que podem lhe sentir e eu não? Elas que são loucas ou eu não tenho o direito de sentir meu filho também? – perguntava Paul, ele já tinha feito besteira, mas ainda havia tempo de voltar atrás, bastava um sinal. _ Eu não sei se vou ter sua mãe de volta um dia, eu não sei se a Demi voltará a ser a mesma, não só comigo, mas com a vida. A nossa vida mudou muito, nós mudamos muito, eu nem sei no que crer mais. – falou Paul, baixando a guarda e mostrando um pouco dos seus sentimentos. _ Mesmo que nada volte ao normal, eu só queria uma coisa. Eu estou com o coração aberto, faça-me senti-lo e eu juro que não autorizo o desligamento das maquinas. Eu deixo você ficar em coma o tempo que for preciso, eu juro que não desistirei de você. – pediu Paul. _ Me toque.

                CONTINUA...

Demorei mais do que o que achei que demoraria a postar este capítulo, peço desculpas. Espero que tenham gostado.
Gostaria, novamente, de agradecer a leitora Diana, por ter feito um capítulo especial de aniversario para mim, fiquei muito feliz por tal carinho, então, mas uma vez, muito obrigada. ( visitem o blog dela: http://dianaisabelpinto.blogspot.com.br/ )
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.



Errimiilsa: Fico muito feliz que você tenha gostado deste capítulo tanto assim, desculpa não ter postado mais rápido :\ . Muito obrigada por comentar. Bjsss.
Anônimo: Fique tranquila (o) em breve a Demi voltará a ser feliz J

4 comentários:

  1. Nossa, apesar de tudo eu até fiquei com pena do Paul nesse final de cap ... curiosa , e cara, estou com ódio mortal do Rick , cretinho,cafajeste e covarde ... o Joe realmente é o anjo da guarda da Demi ^^ Que bom que ela ta bem !!!

    Sorry não comentar no último , mas eu tava lendo no celular e fica muito ruim comentar por lá , mas saiba que mesmo que eu não comente, eu sempre estou lendo, nunca vou te abandonar ... por sou sua fã n°1 , vc sabe uahsuahsuhas

    Bom, como sempre eu amei o cap ... incrivel ^^

    posssta logooo, bjsss da Juh

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  2. Gostei do capitulo.
    Muito bom.
    Posta logo.

    Beijos.

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  3. Oh Meu Deus!!!
    Eu odeio qndo não sei o que dizer... Mas esse cap. Deixou-me assim... lindo

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  4. Adorei o capitulo!
    Oh, não é preciso agradecer. Eu já estava a tratar dos capítulos na semana antes de tu fazeres anos porque era o final da história e ia marcar uma data para o final. Como é uma leitora assídua do meu blog eu decidi não deixar em branco o dia.
    Posta logo.

    Bjs :)

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