E agora, era questão de horas para que o pior pudesse
acontecer...
Mais um dia, nada de incomum,
a cansativa rotina seria seguida com perfeição. Mas todo o dia é um novo
recomeço que nos dá oportunidade de mudanças de surpresas, algumas boas, outras
nem tanto...
Demi
acordara cedo, assustada, havia tido um pesadelo, ou quem sabe uma
premonição...
DEMI
Lá estava ele novamente em
meus sonhos, tornando-os pesadelo. Em seus olhos eu podia ver o ódio, a raiva,
um rancor. Sim, isso é o que ele sente por mim. Eu o provoquei da forma mais
suja e profunda possível, e agora eu tenho que pagar, da forma mais dolorosa imaginável.
Eu não estava enxergando
muito bem, minha visão estava embaçada, e eu nem mesmo sei o porque, mesmo
assim eu ando descontroladamente para fora do prédio, escuto chamarem meu nome,
mas ignoro as chamadas, finjo-me de surda. Assim que passo pela porta, eu paro
por um instante, semicerro meus olhos na busca de melhor focalização, mas é
inútil, o que quer que esteja tapando parcialmente minha visão não tem a
intenção de sair rápido.
Volto a andar, sem rumo, sinto-me
observada, mas não sei por quem, nem adianta eu tentar olhar, pois minha visão
segue embaçada. Mesmo com pouca visão consigo ver as pessoas pelas qual eu
passo pela rua, me olhando com curiosidade, nenhuma se atreve a se aproximar,
ninguém pergunta se eu estou bem.
Andei tanto que nem mais
sei onde estou, não sei voltar de onde vim, nem sei como chegar ao lugar que eu
queria ir, se é que existia um.
Eu não sei muito bem o que
aconteceu. Foi tudo muito rápido. De um instante a outro minha visão estava
clara, nem sinal de que a um momento já esteve embaçada.
Eu o vi, bem em minha
frente, não tinha seu riso frio que sempre teve, mas tinha o olhar serio e
raivoso, que me deixara bem assustada.
Ele não se moveu, mas eu
sei que ele fizera algo comigo, pois sinto um forte baque do lado esquerdo do
meu corpo, e começo a cair no chão. Ele ri vitorioso, eu sinto o sangue quente
escorrendo, sinto a dor, como a de ossos quebrados, eu sinto medo.
Eu
tentava lembrar-me de que tudo não passava de um sonho, nada daquilo fazia
sentindo, sonhos nunca fazem. Uma vez eu li que os sonhos não são nada a mais
do que pensamentos constantes ou reprimidos, medos ou sonhos que guardamos para
nós, não existe isso de premonição, nem coisas do gênero. O será que existe?
Logan,
Miley e Denise ainda dormiam quando acordei, afinal de contas, ficamos até
tarde falando sobre a bebê, o momento não era propicio, mas Logan nos obrigou a
fazer uma mini festinha em comemoração ao descobrimento do sexo do bebê.
Denise, Logan, Miley e eu pedimos pizza, jogamos uns jogos de tabuleiro,
assistimos a uns filmes, a maioria de terro – talvez esse último tenha
contribuído para o meu pesadelo. – quando nos demos conta, já se passava das
três da manhã, Miley acabou dormindo aqui, no meu apartamento.
Mesmo
tendo comido uns quatro pedaços de pizza ontem à noite, o meu recorde - já que
nunca consegui terminar o segundo. – eu acordei com muita fome, que parecia que
eu não sabia o que era comida há semanas.
Nem
mesmo fiz minha higiene pessoal da maneira correta e já sai correndo para a
cozinha, abri a geladeira e ela não estava muito abastecida, como eu vivia do
hospital para o apartamento eu não estava fazendo as compras do mês, acabei
comendo dois pães de forma com queijo, não que seja ruim, é muito bom para
dizer a verdade, mas não era o que eu queria, eu queria algo que me dessa mais
sustância, mas não faça ideia do que seja. Comi uma maça, mesmo sabendo que não
era o que eu queria, depois comi o resto de um biscoito salgadinho que estava
pela metade da embalagem, valia tudo para que minha fome fosse saciada.
Depois
de meia hora que Denise acordou. Eu já tinha me acalmado e já não estava
procurando comer mais, quando parei com toda aquela gula comecei a me sentir
mal, mais um gole de água e eu vomitaria a minha alma.
_
Acordou cedo Demi. – comentou Denise. _ Pensei que acordaria mais tarde, você
parecia um pouco cansada ontem anoite.
_
É. Acabei acordando e não consegui dormir novamente. – menti. Não queria
preocupá-la com bobagens. _ Você também acordou cedo, não é nem sete horas
direito.
_
Não venho dormido muito bem ultimamente. – falou ela. _ Acho que você me
entende. – eu a entendo completamente. _ Você vai querer comer alguma coisa? –
perguntou.
_
Não, eu já comi. – respondi. Ela se sentou ao meu lado, no sofá. _ Você não vai
tomar café da manhã? – perguntei.
_
Não, eu ainda estou cheia da pizza de ontem. – falou. Um breve silencio
predominou na sala, Oliver dormia no meu colo, a TV estava desligada, e tanto
Denise quanto eu não falamos nada uma com a outra, não que nos faltasse
assunto, mas talvez porque o assunto em que tínhamos para falar era justo o que
mais queríamos evitar, pois nos faz mal.
Comecei a acarinhar minha barriga, eu mal
podia esperar para sentir o chute desta criança que carrego, eu tenho vontade
de começar a comprar as roupinhas, de montar o quarto, mas ao mesmo tempo me
sinto tão desanimada, eu não queria fazer isso sozinha. Tudo bem, tem a Denise,
meu irmão e a Miley, e talvez, quem sabe, meu pai, mas acho que não é novidade
que eu queria ter Joe ao meu lado.
_
Eu estava querendo falar com meu pai e com Paul hoje. – comentei.
_
Seu pai vai ficar feliz em saber. – falou dando de ombros. Falar o nome de Paul
era como uma ofensa grave quando Denise estava por perto, do meu pai ela não
reclamava muito, mas só por que ela me respeita, pois eu sei que ela também
está muito decepcionada com ele. Assim como eu, Denise também ficou muito
surpresa quando meu pai se posicionou a favor de Paul. Foi um tiro em nossas
costas.
Miley
não demorou muito para acordar, já Logan, aquele folgado, acordou quando já se
passava de meio dia.
Antes de irmos para o hospital, passamos no
restaurante de Miley, e lá almoçamos.
Logo
depois Logan, Denise e eu partimos para o hospital, Miley prometera que iria
mais tarde.
Ir
para aquele hospital desde o começo não foi agradável, mas ultimamente se
tornou insuportável. Havia se criado uma espécie de duas ilhas nos corredores
daquele hospital, de um lado ficavam os que eram a favor do desligamento das
maquinas que mantinham Joe vivo, e do outro lado ficavam os que eram contra, e
Logan ficava sendo jogado de um lado a outro.
Ninguém
falava nada, ninguém fazia nada, o clima era tenso, triste e nervoso. Um
movimento, um comentário em falso, era capaz de explodir uma mistura de
sentimentos, com direito a gritos e lagrimas.
Talvez
por essa divisão, quase que sagrada, que se formou, foi tão surpreendente
quando Paul se aproximou de Denise querendo conversar em particular com ela,
logo após o fim do horário de visitas.
Não
foi só eu que pensei desta maneira, pelo olhar que Denise me lançou a se
levantar da cadeira, eu pude ver que ela também acreditava que Paul queria se
reconciliar, que iriamos enfim entrar em um acordo.
Isso
me deu uma coragem a mais, assim que Denise e Paul desaproximaram de nós, para
conversarem, me aproximei de meu pai, falarei com ele e tentarei entrar em um
acordo.
_
Pai. – chamei-o, a minha voz, tremula e baixa, entregou meu nervosismo. Em
resposta, meu pai, que estava de cabeça baixa, olhando para o chão, levantou
seu rosto e olhou para mim com um olhar surpreso. _ Eu queria falar com o
senhor. – disse.
_
Sente-se. – disse ele, indicando a cadeira a seu lado. Sentei-me. _ Demi... Eu
não quero brigar mais, viu? Se for para discutir é melhor nem começar. –
atacou-me logo de primeira.
_
Não. Eu não estou aqui para brigar. – falei. _ Na verdade eu queria lhe dar uma
noticia. – falei. Ele me olhou confuso.
_
Uma noticia?
_
Ontem eu fui ao meu médico. – comecei a dizer.
_
Esta tudo bem com o bebê? – perguntou ele, deixando transparecer sua
preocupação. Nós podíamos estar brigados, mas ambos ainda nos preocupamos um
com o outro.
_
Claro, o bebê esta bem. – falei dando um sorriso, para acalma-lo.
_
Então...
_
Pois, eu pedi para o médico tentar descobrir qual era o sexo do bebê e ele
conseguiu. – falei com mais entusiasmo na voz. Ele também ficou feliz, seu
rosto se encheu de alegria, pareceu-me como a luz do sol nascendo por trás das
montanhas. O que era uma cara fechada e triste se transformou em um rosto feliz
e curioso.
_
E então? Qual é o sexo do bebê? – perguntou.
_
Eu estou esperando uma menininha. – falei, na verdade, quase gritei.
A
reação não foi muito diferente das outras, sorrisos, abraços... Mas ainda sim,
para mim, a reação dele, naquele momento, foi a mais importante, pois só eu sei
o quanto senti falta dele; talvez, assim que Denise e Paul se conciliassem, eu
e meu pai voltaríamos a nos relacionar como antes. Como pai e filha.
--
Talvez
esse fosse o inicio de um final feliz, quem sabe, com os pais reconciliados e
com Demi e Eddie voltando a serem pai e filha, Joe conseguisse se recuperar.
Quem sabe essa historia já está acabando e a famosa frase “e viveram felizes
para sempre” logo será dita? O que poderia atrapalhar agora? Enfim as coisas
estão começando a se normalizar, não é mesmo?
Não.
Denise
volta para o corredor, em que estavam Logan, Demi e Eddie, aos prantos, ninguém
vê Paul. Teria alguma coisa de mal acontecido entre eles? Parecia tudo tão bem.
Todos
perguntavam para Denise o que estava acontecendo, mas ela, não conseguia falar,
seu choro era compulsivo, as suas únicas pausas eram nas horas dos soluços,
resultante de tanto desespero.
Foi
como uma luz, ou talvez um pressentimento, quem sabe pura observação. Logan não
viu, mas Demi percebeu. O único tranquilo naquela historia era Eddie, seja lá o
que estivesse acontecendo, ele sabia, e pelo visto não era boa coisa. Prova foi
que, assim que Demi virou-se para o olhar o pai, Eddie, que até então estava
feliz, - pois descobrira que seria avô de uma menina -, olhou para outro lado,
como se tentasse esconder seu olhar, como se tivesse vergonha ou medo de olhar
para a própria filha. Sim, ele sabia o que estava acontecendo, e Demi não
pensou duas vezes antes de questionado.
_
Pai o que esta acontecendo? – perguntou. _ Pai! – gritou, nem mesmo se importou
por estar em um hospital.
_
Não sei. – respondeu, ainda sem olhar para a filha, é claro que Demi não acreditou.
_
Eu sei que você sabe pai, por que Denise esta assim? O que Paul a disse? –
perguntava, Demi se aproximou ainda mais do pai, e tentava o encarar, mas ele
se esquivava de seu olhar ferozmente. _ Por favor, pai, me diga. – pediu.
_
Eu. Não. Sei. – mentiu.
_
Pai! – gritou. Demi já estava nervosa, queria ajudar Denise, mas não sabia o
que fazer, sua sogra não estava em condições de se comunicar, e seu pai, o
único que poderia ajuda-la, se recusava.
_
Eu não vou dizer! – respondeu aos gritos. Eddie também ficou nervoso e ao
perder a cabeça fez o que ninguém nunca imaginaria que ele poderia fazer.
Talvez
não tenha sido culpa dele.
Demi
estava perto demais, assim que ele se levantou, de maneira estupidamente
violenta, acabou empurrando-a, Demi caiu no chão. Eddie podia muito bem ter
parado para ajudar a filha, mas nervoso e assustado saiu sem rumo.
Logan,
acabou tendo que socorrê-la, nada a aconteceu. Denise também se assustou com a
situação e com isso conseguiu parar um pouco o choro.
_
Demi você esta bem? – perguntou Logan, assim que a levantou.
_
Denise o que aconteceu? – perguntou Demi, ignorando o irmão. Ela ainda estava
transtornada.
_
Paul alegou para o juiz que eu não tenho condições de decisão, por eu ter dito
que senti Joe, o juiz aceitou a alegação dele, os únicos que podem decidir algo
agora é você e ele. – respondeu Denise. Ela tinha falado tudo engasgado, pois
ainda chorava, as palavras faziam voltas na cabeça de Logan, mas para Demi
ficou claro que o que ela quis dizer. Não havia conciliação, no houve meio
senso, Paul jogou sujo, ele queria acabar com tudo de uma vez por todos, e não
estava se importando em pisar em cima daqueles que mais o amava.
DEMI
Eu
não estava enxergando muito bem, minha visão estava embaçada, mas eu não
conseguia parar de chorar, mesmo assim eu continuei andando descontroladamente
para fora do prédio do hospital, escutei Logan e Denise chamarem meu nome, logo
atrás de mim, mas ignorei-os, finjo-me de surda. Assim que passei pela porta, eu
parei por um instante, semicerrei meus olhos na busca de melhor focalização,
mas é inútil, enquanto eu não parar de chorar eu não conseguirei enxergar nada.
Voltei
a andar, sem rumo, senti-me observada, mas não sei por quem, e nem adianta eu
tentar olhar, minha visão segue embaçada.
Mesmo com pouca visão consigo ver as pessoas
pelas qual eu passo pela rua, me olhando com curiosidade, nenhuma se atreve a
se aproximar, ninguém pergunta se eu estou bem.
Andei
tanto que nem mais sei onde estou e eu não sei voltar de onde vim, nem sei como
chegar ao lugar que eu queria ir, se é que existia um. No começo pensei em ir
atrás de Paul, brigar e pedir explicações, talvez até mesmo amaldiçoa-lo, se
assim eu pudesse. Como ele fez isso com a própria mulher? Que tipo de marido e
pai ele é? Também pensei em ir atrás de meu pai, eu nunca o tinha visto daquele
jeito, nem em seus momentos de mais desespero, porque ele tinha mudado tanto de
uma hora para outra? Quem era aquele homem que me empurro hoje? Eu me recuso a
acreditar que era ele.
Eu
não sei muito bem o que aconteceu. Foi tudo muito rápido.
JOE
Eu
me controlei por todo esse tempo, eu estava fazendo o melhor que podia, minha
presença piorava tudo, mas agora me vi obrigado a agir ou algo pior poderia
acontecer.
Toquei-a,
toquei-a na tentativa de salva-la. Eu iria tentar, pois eu tinha que cumprir
uma promessa que a fiz. Era hora de eu ser o seu anjo da guarda.
CONTINUA...
Parte dois postada, espero que tenham gostado, já venho avisar que esta
fic já esta chegando a sua reta final, provavelmente não chegará a ter 40
capítulos, mas pode ser que eu me empolgue um pouco.
E então o que vocês acham que vai acontecer? Quero opiniões!
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss
Juh
Lovato: hahaha pois é, o Rick não vai deixar a Demi em paz, que bom que
você gostou linda. Bom, vamos esperar para ver, nos próximos capítulos muitas
coisas acontecerão. Muito Obrigada por comentar. Bjss.
Eriimiilsa:
hahaha OMG. Realmente o Rick vai aprontar agora, suas suposições não estão
certas, mas também não estão totalmente erradas. Muito obrigada por comentar
linda. Bjss.
Estou aos prantos e com
ResponderExcluirUm nó na garganta. Que capítulo é esse mulher... Lindo lindo lindo. Nem sei o que mais dizer. Posta mais um
Ah como a Demi sofre muié deixa ela ser feliz um pouco,Joezinho meu amor acorda logo vc tem duas princesas pra cuidar agora =)
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