quinta-feira, 4 de abril de 2013

27º CAPITULO “Você dará a luz a...” – AMOR EM GUERRA.


Tudo estava desmoronando para aquela família, nada dava certo. Toda união que eles tinham se partiu ao meio, e não se sabia por quanto tempo os lados conseguiriam sobreviver sozinhos. Só uma coisa se podia saber, o final dessa história não é promissor.
Posso enumerar vários motivos para que se valha a pena viver. Amor, sorrisos, amigos, família, sonhos, paz... Talvez até mesmo o simples medo da morte nos faz ter motivos para viver, temer o que há do outro lado, se é que há outro lado.
Neste exato momento, em mim, eu não encontro muitas razões para continuar resistindo.
Amor? Eu tenho, eu tenho amor a meu pai, a meu irmão, a meus sogros, mas o meu principal amor é destinado a Joe, eu vou perdê-lo, e assim que isso acontecer, considerem-me morta. Sorriso? Nem sei mais o que é isso, pelo menos não os reais. Amigos, bom, isso pelo menos eu tenho, mas apesar de ama-los, eu não acho que vale a pena manter-me viva, vivendo o que eu estou vivendo, apenas por eles, eu não posso me sustentar apenas por eles, eles tem a vida deles, não poderão para-la por mim. Família, sim, eu tenho uma família, linda para dizer a verdade, mas que está destruída, totalmente desunida. Denise brigada com Paul e meu pai virou-se para o lado de Paul, o que me deixou muito brava com ele, não o odeio, ele é meu pai, mas ainda sinto um ressentimento muito forte com ele. Logan não se meteu no assunto, mas mesmo que ele fizesse, sei que não adiantaria muito. A briga se estendeu mais do que se pensou que iria e os laços familiares fora rompidos... Sonhos? Eu não tenho mais nenhum. Paz? É o que eu menos tenho tido nesses dias.
A única razão de eu estar viva agora é essa criança que carrego em meu ventre, se não fosse isso, eu seria muito bem capaz de me jogar de qualquer lugar. Eu só quero que isso acabe logo, eu não aguento mais ficar sofrendo como eu estou, eu perdi totalmente o controle sobre mim, mal consigo fingir que estou bem mais, eu tento, mas esta mais que obvio que todo mundo sabe que eu estou triste.

Os dias se tornaram tristes e turbulentos, as noites são frias e torturadoras, me sinto vazia, sinto que já posso ver o meu fim.
Eu nunca pensei que um dia eu chegaria a este ponto, não posso dizer que antes eu esbanjava só alegria para todos os cantos, mas eu sempre fui uma pessoa feliz, com meus altos e baixos, mas sempre feliz, de bem com a vida, com paz, esperançosa, eu nunca fui assim, eu nunca deixei que a tristeza tomasse conta de mim como ela tomou agora. Isso me assusta, e muito, pois a cada dia parece piorar, eu não sei como parar, eu não sei o que fazer...

As coisas estavam indo muito bem, eu estava tão animada com a chegada do meu bebê, eu estava tão ansiosa por este dia, mas agora tudo está tão nublado em minha mente, não tenho animação para nada. Nem mesmo agora, sentada, a espera de ser chamada para mais um ultrassom, junto a Denise, eu consigo me animar. Hoje eu posso descobrir qual é o sexo do meu bebê, hoje eu poderei ver meu bebê novamente e a única coisa que eu quero fazer é chorar! Não é um choro de emoção ou choro de gravida sensível, é choro de dor, dor pura, coração destruído, de fraqueza. Há um grito de desespero entalado em minha garganta, há um ódio de mim mesmo, por não ter conseguido impedir tudo isso, há um ódio por Joe, por não ter me escutado, há um ódio por meu pai, por ter me dado às costas, há um medo, como que eu conseguirei ser mãe desta criança? Eu não estou em condições de cuidar de mim, como eu vou cuidar de outro ser? Que tipo de mãe eu serei?
_ Senhorita Demetria Lovato? – chamou a enfermeira assistente do doutor que me atende. _ O doutor está pronto para lhe atender. – disse ela com aquele constante sorriso simpático em seu rosto, retribui o melhor que pude, provavelmente deve ter saído um desastre.
Denise se levantou comigo e fomos em silêncio até a sala em que eu faria o ultrassom. Denise não esta tão diferente que eu, não sei se ela anda tendo os mesmos pensamentos que eu - espero que não, pois não o desejo a ninguém -, mas sei que ela não esta feliz com tudo o que esta acontecendo. Ela e Paul já estão casados a mais de 20 anos, sempre tiveram um casamento solido e equilibrado, confesso que nunca os havia visto brigarem antes, provavelmente eles já brigaram alguma vez, acho difícil que nunca tenha acontecido uma briga, mas sempre resolveram tudo da melhor maneira possível. Vê-los brigado assim parecia ser algo impossível, as vezes ainda me pergunto se isso é real, para muitos seria mais fácil crer que Joe me toca do que crer que Denise e Paul estavam brigados, a ponto de não dirigirem a palavra um ao outro, não dormirem na mesma casa, de não falar no nome um do outro. Sim, eles estavam neste ponto, e no fundo acho que se as coisas não melhorarem logo, toda esta briga poderá levar a separação dos dois.
Nos últimos dias eu venho pensando muito na minha posição sobre manter Joe nas maquinas, quando eu o sentia havia uma razão obvia, eu sabia que ele, de alguma maneira, continuava vivo, mas e agora? Como que ele está? Eu não o sinto mais, ele poderia já estar tecnicamente morto? Como decidir acabar ou não com tudo? Eu sofreria menos se dissesse apenas um “sim”? E se eu dissesse “sim”? Eu não quero dizer sim, eu, por algum motivo que eu ainda não consegui descobrir qual, ainda acredito que possa acontecer um milagre e ele acordará.
Mas e se novamente eu esteja me iludindo demais? Eu já tive este tipo de pensamento antes, eu já acreditei em sua recuperação antes, e no final eu me arrependi completamente, eu me senti traída pelos meus próprios pensamentos, eu me senti mal por ter me iludido de mais, eu jurei que não faria isso novamente, mas, e agora? O que muda o meu pensamento de antes para o de agora? Antes até mesmo os médicos tinham uma esperança de que houvesse uma chance de recuperação para Joe, porem agora nem mesmo eles têm, só o estão mantendo vivo por que ainda não houve um consenso entre Denise, Paul e eu.

_ Deixa-me olhar melhor... – comentou o doutor, olhando bem para tela do ultrassom. A meu pedido ele prometeu que iria tentar identificar o sexo do bebê.
Eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei melhor após o começo do ultrassom, eu não estou feliz ou saltitando como das últimas vezes, mas, uma coisa eu posso afirmar com todas as letras, esse bebê tem o poder sobre mim, não importa o quão mal eu esteja, ele é capaz de melhorar meu estado emocional. Foi assim na loja de roupas e agora está sendo aqui.

Assim como meu pai fez da última vez, Denise também deixou lágrimas escaparem durante a seção. Não me perguntem o porquê de eu saber, mas eu sei que não são lágrimas de tristeza ou de dor, eu sei que não lágrimas de emoção. É a primeira vez que Denise vê o netinho, eu sei que, assim como eu, ela também se agarra a sua existência para se manter viva.
_ Aqui está. – disse o doutor, apontando para um ponto da tela. _ A prova. – disse ele. Eu e Denise olhamos apreensoras para ele, na espera de sua resposta. Denise já passara por esta mesma situação antes, e assim como eu, conseguia ver o bebê, porem tanto eu quanto ela, não temos experiência o suficiente para ver o que o médico vê. _ Preparada para saber qual o sexo do bebê? – perguntou ele, como se não fosse obvio.
_ Claro. – respondeu Denise, eu só fiz em concordar, fazendo um sinal de “sim” com a cabeça.
_ Preferencias? – perguntou olhando diretamente para mim. Ah meu Deus! Para quê tanto suspense?
_ Nascendo saudável para mim já está bom. – respondi.
Confesso nunca ter pensado em ter preferencias entre menino ou menina, apesar de que quando eu era menor e ainda brincava de bonecas com minhas amigas, eu jurava que teria uma menina, lembro-me de dizer que casaria com um príncipe e teria uma bela princesa. No final, não me casei com um príncipe real, mas acredito ter chegado perto. Lembro-me também, de um pouco mais tarde, pensar em ter um casal de gêmeos, assim teria os dois de uma vez só, sem me preocupar com preferencias ou de ter que engravidar mais de uma vez, este pensamento não durou muito, pois logo foi substituído pelo pensamento de que o que o destino escolher para mim será o melhor. Joe nunca pareceu ter preferencias, sempre que falávamos sobre o assunto ‘filhos’, ele uma hora dizia que preferia um menino, para assim poder ver e jogar basquete e futebol com ele, mas depois dizia que queria uma menina, para poder enchê-la de mimos e, de acordo com as palavras dele, botar medo em todos os rapazes que um dia iriam querer namora-la. Por esses motivos sei que ninguém sairá decepcionado desta historia.
_ Pois bem mamãe, você dará a luz a..
.
                CONTINUA...

Capítulo postado, espero que tenham gostado. Eu já escrevi o começo do próximo capítulo e espero conseguir postar mais um capítulo amanhã mesmo, por quê? Bom, no fim de semana eu não poderei postar, pois estarei viajando para São Paulo, e na próxima semana eu terei semana de prova, então vai ficar bem difícil para eu escrever, estão, se eu demorar muito para entregar o próximo capítulo não fiquem chateadas (os).
Não se esqueçam de comentar/Avaliar
Bjss.


Diana (DSP): Muito obrigada por comentar. Quem bom que gostou. Bjss.
Juh Lovato: Realmente é bem difícil. Não sei como eu realmente ficaria numa situação dessa, mas provavelmente eu estaria bem pior.
Eu olhei lá e você me aceitou J Obrigada por comentar. Bjss. 

Um comentário:

  1. Estou triste :(
    Só reparei agora que o meu comentário no capitulo anterior não foi publicado... Blogspot vamos ter problemas.
    Tu és tão maziinha... quer torturar a gente desse jeito.. olha a Demi esqueceu de dizer qe até podia ser hemafrodita... um so com dois sexos, seria menos cansativo que gemeos LOL
    Tô com uma dó da Demi, ela esta tão confusa que triste

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