Tudo estava
desmoronando para aquela família, nada dava certo. Toda união que eles tinham
se partiu ao meio, e não se sabia por quanto tempo os lados conseguiriam
sobreviver sozinhos. Só uma coisa se podia saber, o final dessa história não é
promissor.
Posso enumerar vários motivos para que se valha
a pena viver. Amor, sorrisos, amigos, família, sonhos, paz... Talvez até mesmo
o simples medo da morte nos faz ter motivos para viver, temer o que há do outro
lado, se é que há outro lado.
Neste
exato momento, em mim, eu não encontro muitas razões para continuar resistindo.
Amor?
Eu tenho, eu tenho amor a meu pai, a meu irmão, a meus sogros, mas o meu
principal amor é destinado a Joe, eu vou perdê-lo, e assim que isso acontecer,
considerem-me morta. Sorriso? Nem sei mais o que é isso, pelo menos não os
reais. Amigos, bom, isso pelo menos eu tenho, mas apesar de ama-los, eu não
acho que vale a pena manter-me viva, vivendo o que eu estou vivendo, apenas por
eles, eu não posso me sustentar apenas por eles, eles tem a vida deles, não
poderão para-la por mim. Família, sim, eu tenho uma família, linda para dizer a
verdade, mas que está destruída, totalmente desunida. Denise brigada com Paul e
meu pai virou-se para o lado de Paul, o que me deixou muito brava com ele, não
o odeio, ele é meu pai, mas ainda sinto um ressentimento muito forte com ele.
Logan não se meteu no assunto, mas mesmo que ele fizesse, sei que não
adiantaria muito. A briga se estendeu mais do que se pensou que iria e os laços
familiares fora rompidos... Sonhos? Eu não tenho mais nenhum. Paz? É o que eu
menos tenho tido nesses dias.
A
única razão de eu estar viva agora é essa criança que carrego em meu ventre, se
não fosse isso, eu seria muito bem capaz de me jogar de qualquer lugar. Eu só
quero que isso acabe logo, eu não aguento mais ficar sofrendo como eu estou, eu
perdi totalmente o controle sobre mim, mal consigo fingir que estou bem mais,
eu tento, mas esta mais que obvio que todo mundo sabe que eu estou triste.
Os
dias se tornaram tristes e turbulentos, as noites são frias e torturadoras, me
sinto vazia, sinto que já posso ver o meu fim.
Eu
nunca pensei que um dia eu chegaria a este ponto, não posso dizer que antes eu
esbanjava só alegria para todos os cantos, mas eu sempre fui uma pessoa feliz,
com meus altos e baixos, mas sempre feliz, de bem com a vida, com paz,
esperançosa, eu nunca fui assim, eu nunca deixei que a tristeza tomasse conta
de mim como ela tomou agora. Isso me assusta, e muito, pois a cada dia parece
piorar, eu não sei como parar, eu não sei o que fazer...
As
coisas estavam indo muito bem, eu estava tão animada com a chegada do meu bebê,
eu estava tão ansiosa por este dia, mas agora tudo está tão nublado em minha
mente, não tenho animação para nada. Nem mesmo agora, sentada, a espera de ser
chamada para mais um ultrassom, junto a Denise, eu consigo me animar. Hoje eu
posso descobrir qual é o sexo do meu bebê, hoje eu poderei ver meu bebê
novamente e a única coisa que eu quero fazer é chorar! Não é um choro de emoção
ou choro de gravida sensível, é choro de dor, dor pura, coração destruído, de
fraqueza. Há um grito de desespero entalado em minha garganta, há um ódio de
mim mesmo, por não ter conseguido impedir tudo isso, há um ódio por Joe, por
não ter me escutado, há um ódio por meu pai, por ter me dado às costas, há um
medo, como que eu conseguirei ser mãe desta criança? Eu não estou em condições
de cuidar de mim, como eu vou cuidar de outro ser? Que tipo de mãe eu serei?
_
Senhorita Demetria Lovato? – chamou a enfermeira assistente do doutor que me
atende. _ O doutor está pronto para lhe atender. – disse ela com aquele
constante sorriso simpático em seu rosto, retribui o melhor que pude,
provavelmente deve ter saído um desastre.
Denise
se levantou comigo e fomos em silêncio até a sala em que eu faria o ultrassom.
Denise não esta tão diferente que eu, não sei se ela anda tendo os mesmos
pensamentos que eu - espero que não, pois não o desejo a ninguém -, mas sei que
ela não esta feliz com tudo o que esta acontecendo. Ela e Paul já estão casados
a mais de 20 anos, sempre tiveram um casamento solido e equilibrado, confesso
que nunca os havia visto brigarem antes, provavelmente eles já brigaram alguma
vez, acho difícil que nunca tenha acontecido uma briga, mas sempre resolveram
tudo da melhor maneira possível. Vê-los brigado assim parecia ser algo
impossível, as vezes ainda me pergunto se isso é real, para muitos seria mais
fácil crer que Joe me toca do que crer que Denise e Paul estavam brigados, a
ponto de não dirigirem a palavra um ao outro, não dormirem na mesma casa, de
não falar no nome um do outro. Sim, eles estavam neste ponto, e no fundo acho
que se as coisas não melhorarem logo, toda esta briga poderá levar a separação
dos dois.
Nos
últimos dias eu venho pensando muito na minha posição sobre manter Joe nas
maquinas, quando eu o sentia havia uma razão obvia, eu sabia que ele, de alguma
maneira, continuava vivo, mas e agora? Como que ele está? Eu não o sinto mais,
ele poderia já estar tecnicamente morto? Como decidir acabar ou não com tudo?
Eu sofreria menos se dissesse apenas um “sim”? E se eu dissesse “sim”? Eu não
quero dizer sim, eu, por algum motivo que eu ainda não consegui descobrir qual,
ainda acredito que possa acontecer um milagre e ele acordará.
Mas
e se novamente eu esteja me iludindo demais? Eu já tive este tipo de pensamento
antes, eu já acreditei em sua recuperação antes, e no final eu me arrependi
completamente, eu me senti traída pelos meus próprios pensamentos, eu me senti
mal por ter me iludido de mais, eu jurei que não faria isso novamente, mas, e
agora? O que muda o meu pensamento de antes para o de agora? Antes até mesmo os
médicos tinham uma esperança de que houvesse uma chance de recuperação para
Joe, porem agora nem mesmo eles têm, só o estão mantendo vivo por que ainda não
houve um consenso entre Denise, Paul e eu.
_
Deixa-me olhar melhor... – comentou o doutor, olhando bem para tela do
ultrassom. A meu pedido ele prometeu que iria tentar identificar o sexo do
bebê.
Eu
estaria mentindo se dissesse que não fiquei melhor após o começo do ultrassom,
eu não estou feliz ou saltitando como das últimas vezes, mas, uma coisa eu
posso afirmar com todas as letras, esse bebê tem o poder sobre mim, não importa
o quão mal eu esteja, ele é capaz de melhorar meu estado emocional. Foi assim
na loja de roupas e agora está sendo aqui.
Assim
como meu pai fez da última vez, Denise também deixou lágrimas escaparem durante
a seção. Não me perguntem o porquê de eu saber, mas eu sei que não são lágrimas
de tristeza ou de dor, eu sei que não lágrimas de emoção. É a primeira vez que
Denise vê o netinho, eu sei que, assim como eu, ela também se agarra a sua
existência para se manter viva.
_
Aqui está. – disse o doutor, apontando para um ponto da tela. _ A prova. –
disse ele. Eu e Denise olhamos apreensoras para ele, na espera de sua resposta.
Denise já passara por esta mesma situação antes, e assim como eu, conseguia ver
o bebê, porem tanto eu quanto ela, não temos experiência o suficiente para ver
o que o médico vê. _ Preparada para saber qual o sexo do bebê? – perguntou ele,
como se não fosse obvio.
_
Claro. – respondeu Denise, eu só fiz em concordar, fazendo um sinal de “sim”
com a cabeça.
_
Preferencias? – perguntou olhando diretamente para mim. Ah meu Deus! Para quê
tanto suspense?
_
Nascendo saudável para mim já está bom. – respondi.
Confesso
nunca ter pensado em ter preferencias entre menino ou menina, apesar de que
quando eu era menor e ainda brincava de bonecas com minhas amigas, eu jurava
que teria uma menina, lembro-me de dizer que casaria com um príncipe e teria
uma bela princesa. No final, não me casei com um príncipe real, mas acredito
ter chegado perto. Lembro-me também, de um pouco mais tarde, pensar em ter um
casal de gêmeos, assim teria os dois de uma vez só, sem me preocupar com
preferencias ou de ter que engravidar mais de uma vez, este pensamento não
durou muito, pois logo foi substituído pelo pensamento de que o que o destino
escolher para mim será o melhor. Joe nunca pareceu ter preferencias, sempre que
falávamos sobre o assunto ‘filhos’, ele uma hora dizia que preferia um menino,
para assim poder ver e jogar basquete e futebol com ele, mas depois dizia que
queria uma menina, para poder enchê-la de mimos e, de acordo com as palavras
dele, botar medo em todos os rapazes que um dia iriam querer namora-la. Por
esses motivos sei que ninguém sairá decepcionado desta historia.
_
Pois bem mamãe, você dará a luz a..
.
CONTINUA...
Capítulo postado, espero que tenham gostado. Eu já escrevi o começo do
próximo capítulo e espero conseguir postar mais um capítulo amanhã mesmo, por
quê? Bom, no fim de semana eu não poderei postar, pois estarei viajando para
São Paulo, e na próxima semana eu terei semana de prova, então vai ficar bem difícil
para eu escrever, estão, se eu demorar muito para entregar o próximo capítulo
não fiquem chateadas (os).
Não se esqueçam de comentar/Avaliar
Bjss.
Diana
(DSP): Muito obrigada por comentar. Quem bom que gostou. Bjss.
Juh
Lovato: Realmente é bem difícil. Não sei como eu realmente ficaria numa
situação dessa, mas provavelmente eu estaria bem pior.
Eu olhei lá e você me aceitou J Obrigada por comentar.
Bjss.
Estou triste :(
ResponderExcluirSó reparei agora que o meu comentário no capitulo anterior não foi publicado... Blogspot vamos ter problemas.
Tu és tão maziinha... quer torturar a gente desse jeito.. olha a Demi esqueceu de dizer qe até podia ser hemafrodita... um so com dois sexos, seria menos cansativo que gemeos LOL
Tô com uma dó da Demi, ela esta tão confusa que triste