Era uma coisa
mais fofa que a outra, os bercinhos, as roupinhas, os sapatinhos, os
brinquedinhos, era de se encher os olhos. Ver tudo aquilo mexeu com Demi, ela
já sentia amor pelo bebê desde o primeiro dia, se sentiu realizada desde o
primeiro ultrassom, mas agora, naquela loja, enquanto mexia em um par de
minúsculos sapatinhos para bebê se sentiu mãe. Agora tudo parecia bem mais real
bem mais intenso e certo. Agora Demi agia como uma mulher gravida, ela estava
se preparando e ansiando pelo dia do nascimento da criança. Isso era bom. Demi
se sentiu leve e feliz. Ela estava feliz.
Demi
queria comprar toda a loja, queria poder comprar tudo hoje, como se o bebê já
fosse nascer no dia seguinte, era tudo pura ansiedade misturada com a alegria que
ela não sentia tanto tempo. Mas acabou comprando apenas um macacãozinho e um
berço, ambos brancos, pois como não se sabia qual era o sexo do bebê, Demi não
podia sair comprando vestidinhos ou roupinhas de marinheiro.
Quando
Demi, Miley e Denise voltaram para o hospital, todos podiam ver a diferença,
estavam animadas e falavam o tempo todo sobre o que tinham visto e o que
comprariam caso fosse menino ou caso fosse menina, já começavam a sonhar com os
moveis do quartinho, em como pintariam as paredes, arriscaram até começar a
pensar em nomes, porem este último assunto não foi muito longe. Por um momento
não existia Joe em coma, não havia doença, não tinha ameaça de morte, a única
coisa que tinha era uma mãe, uma avó e uma futura madrinha, planejando coisas
do bebê.
Eddie,
que havia ficado no hospital, se limitou a acompanhar o assunto, como não havia
visto nada e não sabia de nada, escutava com atenção os detalhes da visita à
loja, mas ele pouco se importava em estar um pouco perdido no assunto. Eddie
estava vendo sua filha rir enquanto acarinhava sua barriga, que já começara a
dar sinais claros da gravidez. Para Eddie isso era o que importava ver a filha
feliz, agindo como deveria ter agido desde sempre, como uma mãe.
A
conversa rendeu por bastante tempo, nova visitas a mesma e a outras lojas foram
combinadas, Demi prometeu que até na próxima semana iria consultar o médico, na
esperança de já poder descobrir o sexo do bebê, mesmo sem ter garantias de que
conseguiria descobrir algo agora. Mas quem ligava? Todas estavam animadas com
esta possibilidade, Eddie até disse que tentaria ir a uma das lojas junto a
ela.
Se
a intenção de Miley era fazer com que Demi se animasse um pouco, funcionou até
demais, pois conseguiu, com uma simples ida a uma loja de bebês, animar a
todos.
Ela
mal sabia, mas tinha animado até mesmo Joe. Sobreviver para ver seu bebê
vestindo aquele macacãozinho e dormindo naquele berço comprado, era o que Joe
mais desejava. Ele não sabia se poderia, sabia que estava fraco, sabia que há
grandes chances dele nunca poder ver seu filho. Mas ele queria. Ver seu filho
era o que ele mais queria.
Todos
queriam que aquela alegria fosse eterna, era tão bom se descontrair um pouco,
se divertir um pouco, ver o futuro em uma melhor perspectiva, sem o medo da
morte, mas sim da alegria de um nascimento.
Porem,
a vida não é um conto de fadas. Era inevitável que algo conseguisse destruir
toda aquela animação.
Não
aconteceu de uma hora pra outra, as coisas começaram a se complicar apenas dois
dias após a visita àquela loja. A alegria toda não tinha durado tanto, pelo
menos não na mesma intensidade, mas deixou claros vestígios nos outros dias,
Demi e Denise estavam bem mais animadas, a todo o momento falavam sobre o bebê,
e quando visitavam Joe, ao invés de choros e clamores para que ele voltasse, ambas
falavam sobre o que esperavam para aquela criança. Joe também compartilhava dos
mesmos sentimentos.
Então
porque toda a alegria voltou a escapar? Demi e Denise estavam bem; a pressão de
Demi estava ótima, Rick não deu as caras, Joe não teve nenhuma parada cardíaca,
nenhum agravante de sua situação, bom, também não houve melhora, mas se não teve
piora já era um bom começo, em vista de como estava há uns dias atrás em que a
todo o momento os médicos os desesperançavam um pouco mais...
Tudo
começou quando os médicos fizeram mais uma operação em Joe, desta vez seria uma
operação simples, não durara mais de três horas, após a operação fora feito
mais testes e mais exames. Até aí tudo bem, os resultados não eram muito
animadores, mas doutor Ian não era de se abalar por isso. O problema talvez
tenha sido exatamente esse, neste dia não era Ian que estava no comando, mas
sim seu superior, Doutor Lucas, Ian só voltaria na semana seguinte. Doutor
Lucas, velho de casa, um médico reconhecido em todo o estado, seu reconhecimento
era fruto de anos dedicado a salvar vidas, ele é bom no que faz, mas os anos de
experiência, ao mesmo tempo em que o faz um salvador de vidas, o fez saber em
quando, talvez, seja melhor parar.
Para
Lucas, era a hora de Joe.
Um
dia após a operação, Lucas chamou Demi, Denise e Paul em sua sala. Lucas é uma
pessoa extremamente simpática, e mesmo prestes a dar uma notícia devastadora,
tratou todos com uma delicadeza e fez com que primeiro todos estivessem
relaxados antes de soltar a bomba.
_
Todos sabem que fizemos novos exames e teste após a última operação. – começou
Lucas. _ Acredito também que lhes fora passado, desde o começo, que o estado de
Joe não é o melhor. – falou cuidadosamente. Todos na sala concordaram apenas
com um leve abalançar da cabeça. _ A primeira cirurgia, apesar de não tê-lo
despertado do coma, fora de extrema ajuda. – comentou. _ Mas infelizmente não
foi o suficiente, tivemos outra operação na tarde de ontem, e ela foi o que se
esperava que fosse ser desde o inicio, sabia-se que não faria muita diferença,
mas corremos o risco de tentar. Queríamos muito recuperar aquele homem. – Paul
não tinha percebido, mas Demi e Denise perceberam o “queríamos”. Algo ruim
seria dito. _ Joe era um soldado, pôs sua vida em risco pela nossa nação, salva-lo
era algo de extrema importância, não só por vocês mas pelo nosso país. – os
termos nos passado continuavam a ser ditos e Demi e Denise percebiam todos
eles, isso as deixava mais ansiosas e com muito medo do que seria dito, mas elas
não falavam nada, deixavam o doutor seguir seu ritmo. _ Eu conheço muito bem
Ian e seu estilo de trabalho, mas o meu estilo não é o mesmo, os meus anos de
trabalho me fizeram ver que nem sempre há finais felizes dentro de um hospital.
– disse e deu uma pequena pausa. _ O Joe não responde a nenhum incentivo,
nenhum exame demonstra sua melhora, talvez devêssemos parar. – falou, houve um
tempo de silencio absoluto. Todos tentavam assimilar as últimas palavras ditas.
_ Sei que já lhes foram passada esta opção antes, mas como ainda se tinha a
chance de uma melhora com a operação fora decidido mantê-lo, mas agora não há
mais nada a se fazer...
_
Ele piorou? – perguntou Denise, interrompendo Lucas, sua fala rápida denunciava
seu nervosismo.
_
Não, mas...
_
Então por que vocês querem mata-lo? – perguntou Denise.
_
Não. Não é esta nossa intenção... – Lucas tentava se explicar, ele já tinha
passado por isso antes, tinha consciência que não seria fácil assim.
_
Mas se ele está vivo... – interrompeu Denise, novamente.
_
Não iremos mata-lo, não desligaremos totalmente as maquinas, apenas abaixaremos
a potencia deles, será uma morte natural. – falou. Outro silêncio.
_
Quando? – perguntou Paul.
_
No momento em que vocês preferirem. – respondeu. _ Como sabemos que Joe não
deixou nada por escrito dizendo qual era o seu desejo, nós temos que ter a
autorização de vocês três para fazer algo assim. – disse Lucas, ao ver que
ninguém reagia.
_
Eu deixo – disse Paul.
_
Não você não deixa! – disse Denise.
_
Eu deixo! – gritou Paul.
_
Mas eu não deixarei nunca! – gritou Denise de volta.
_
Denise, ele não irá acordar! – gritou.
_
Você não sabe. – retrucou.
_
E você sabe se ele vai acordar por acaso? Ele te disse? Foi isso? Ele te falou
isso enquanto de tocava? – perguntava Paul, deixando claro seu tom de ironia.
_
Não, eu não preciso disso para saber que ele deve ser mantido nas maquinas. –
gritou Denise. Se ela não tivesse tão nervosa com Paul, provavelmente começaria
a chorar no mesmo momento, pois isso a lembrou de que Joe não a tocava já havia
muito tempo. Isso daria mais força aos desejos de Lucas e Paul.
_
Eu digo que sim e pronto. – gritou Paul.
_
Pois eu digo não!
_
Não vês o que esta fazendo? Só esta prolongando o meu sofrimento, o seu
sofrimento o sofrimento de Demi. – disse exasperado.
_
Eu não deixo! – bateu o pé.
_
Nem eu. – disse Demi, enfim. Mas pouco adiantou, Paul tornou a gritar sua
opinião. Uma discussão ferrenha começou a ser travada aos berros na sala do
Doutor Lucas, que pedia calma, sem muito resultado. Os ânimos estavam exaltados
demais, ninguém escapou dessa, Demi, mesmo sabendo que não podia se irritar
muito, entrou na briga. Eles estavam em um hospital, mas falavam alto e
gritavam como se estivessem em uma feira ou em um jogo de futebol, quem
passasse nos corredores poderiam escutar aquela briga.
_
Calma! Vamos conversar! – pedia Lucas, mas seu tom de voz não era alto o
suficiente para que fosse escutada. _ Por favor, aqui é um hospital, se
acalmem! – pedia. Era ignorado. _ Não precisam me responder agora, isso é
quando vocês decidirem que deve ser feito. – disse.
Foi
custoso, mas depois de muito insistir Lucas conseguiu com que todos se
acalmassem. Bom, na verdade conseguiu com que parassem de brigar por um
momento, pois os ânimos ainda estavam alterados.
Foi
aí que tudo começou, foi aí que toda a alegria pela chegada de bebê fora
substituída por medo da perda e brigas por falta de concordância.
O
problema poderia muito bem ter acabado ali, mas desta vez se estendeu em
dimensões alarmantes. Denise e Paul brigavam a todo o momento, tanto de Denise
agora dormia na casa de Demi.
Tudo
estava desmoronando para aquela família, nada dava certo. Toda união que eles
tinham se partiu ao meio, e não se sabia por quanto tempo os lados conseguiriam
sobreviver sozinhos. Só uma coisa se podia saber, o final dessa história não é
promissor.
CONTINUA...
Desculpa por não ter postado ontem, não contei com o
fato de eu não ter ficado muito tempo em casa.
Mas postei hoje, espero que tenham gostado.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.
RESPOSTA
CAPÍTULO 24:
Eriimiilsa:
Realmente o Paul esta sofrendo muito com tudo isso, assim como a Demi
também... Muito obrigada por comentar. Bjss.
RESPOSTAS
CAPÍTULO 25:
Anônimo: Muito
obrigada por comentar. Sim, é sempre bom ver ela mais feliz, apesar deste
capítulo, nos próximos ela estará melhor em alguns momentos, espero que goste.
Bjss.
Natalia_Lovato:
Muito obrigada por comentar. Postado, espero que goste. Bjss.
Eriimiilsa:
É verdade, acho que toda mãe fica feliz em um lugar desse, isso foi muito
bom para Demi. Muito obrigada por comentar. Bjss.
Peço desculpa a demora a comentar.
ResponderExcluirAdorei os capitulos.
Posta logo.
Bjs :)
Meu deusss !! nossa .. eu já não aguento tanto sofrimento ... teho certeza que não seria forte como a Demi é ... não suportaria isso =/
ResponderExcluirmanda sim ... eu já olhei e não vi seu pedido de amizade , qualquer coisa ... me passa seu face / o link sei lá , pra mim te achar =)
bjssssssss amora ♥