Menos dois heróis da pátria.
Após o primeiro momento de
susto, Eddie e Demi foram para o hospital, preferiram ir apenas ao velório, na
manhã seguinte.
Ao chegarem lá
encontraram apenas Denise e Paul. Logan, vencido pelo cansaço, aproveitou o
momento em que Paul fora buscar Denise, para voltar com ele para Fort Bragg e
ir para casa.
Ambos já sabiam das
mortes e também estavam chocados, eles conheciam Gabriel bem mais que John, e
sentiram bastante pela perda de alguém tão jovem.
Com Joe as coisas
continuavam do mesmo jeito, sem sinais de melhora, mas pelo menos, tampouco
houve piora, e nesse momento, isto já era considerado motivo de festa.
_ Os médicos não estão
dando muita esperança. – falou Paul com Eddie, em um lugar mais reservado,
longe de Demi e Denise. Um pouco antes de ir buscar Denise, o médico que cuida
de Joe, Ian, o havia chamado para lhe atualizar sobre a situação de Joe, as
notícias não foram nem um pouco animadoras. Paul não comentara nada com Demi e
muito menos com Denise, sabia que ambas estão desesperadas só por saber de seu
coma, se soubessem que seu caso é pior do que aparenta ser, seria um desastre.
Guardou apenas para si e saber o filho estava cada vez mais próximo de morrer o
aterrorizou. Pior ainda foi quando descobriu a morte de John e de Gabriel, ele
conhecia Gabriel, ver alguém tão jovem morrendo o fez encarar a realidade. Joe
poderia sim morrer, não existe essa de “é jovem demais” ou “há planos demais”.
Quando sua hora chega, ela simplesmente chega, não pergunta se você é jovem ou
não, não se importa se há planos para o futuro ou não, não importar o quê ou
quem está deixando para trás. Apenas acaba com tudo. _ O doutor me disse que
terão que fazer uma nova cirurgia, mas que ela é bem arriscada. – falou com o
olhar baixo. _ Para continuar a ter alguma chance de viver ele precisa fazer
esta cirurgia, porem Ian não garante que ele possa resistir. – concluiu, usando
todas as suas forças, antes de desmoronar, chorando. Paul estava tentando ao
máximo controlar suas emoções, mas estava falhando feio, todos sabiam que ele
chorava, seus olhos constantemente vermelhos denunciavam o que ele lutava para
esconder.
Eddie se assustou no
começo, não sabia muito bem o que fazer. Sabia o que era perder alguém e
comprovara que nenhuma palavra de conforto ajudava em uma situação complicada
como aquela. Palavras não são capazes de curar feridas, muito menos de sarar a
dor, poderiam até ser ditas com as melhores intensões, como de tentar consolar
a pessoa, nem que seja por um momento, mas diante do buraco que surge no
coração de quem sofre, palavras, frases, eram totalmente insignificantes. Eddie
não havia dito isso na época para as pessoas que sempre lhe diziam frases de
consolo, algumas muito repetitivas, outras extremamente clichês, pois sabia que
mesmo incomodado com as palavras que de nada traria sua mulher de volta, pelo
menos assim tinha outro alguém a seu lado, tentando dar suporte. Isto lhe era
suficiente, saber que pelo menos completamente sozinho ele não iria ficar.
Depois de alguns segundos sem saber o que iria
fazer para tentar ajudar, Eddie apenas abraçou o companheiro, sem medo de
julgamentos, apenas o fez. Paul não se esquivou.
_ Ele é forte. – se
limitou Eddie a dizer, odiou-se por estar fazendo o mesmo que fizeram no
falecimento de sua mulher, dizendo frases sempre ditas, tentando consolar,
mesmo sabendo que não tinha como consolar. Paul é pai, Eddie já sofria só de
ver os filhos chorando, imagina a dor de saber que o filho pode não viver por
muito tempo? Mas agora a frase já estava dita, e talvez não fosse tão
inapropriada para o momento, afinal de contas Joe ainda estava lá, não estava?
Seu coração ainda bate, seu cérebro ainda funciona, de acordo com o aparelhos
ainda há funcionamento no cérebro, e Joe ainda respira, apesar desta ação ser
induzida por maquinas.
Tudo bem, ele estava
em uma cama, cheio de fios, não se movia, nem para abrir os olhos, não comia ou
respirava sem ajuda de maquinas e, de acordo com os médicos, não tinha muitas
chances de sobreviver, porem o que realmente importa era o fato de que ele
ainda está vivo e enquanto há vida há esperança.
_ Espero que seja o
suficiente. – falou com a voz embargada.
_Será.
JOE
Eu não podia estar
mais agradecido pela presença de Eddie no apartamento. Ele realmente é um ótimo
pai, estava mantendo Demi no controle, não deixando que seus impulsos a
controlasse e que sua saúde fosse seriamente prejudicada pelo que estava se
abatendo sobre sua vida.
Claro que o dia não
tinha amanhecido da melhor maneira possível, eu acabei descobrindo que eu não
durmo. Mantive-me acordado por todo um dia, sem ter mínimo sinal de sono,
apesar de que senti uma pontada de cansaço. Pude ver Demi dormi, ou pelo menos
tentar, primeiro não conseguia, toda hora chorava, sua dor era tão forte. O
aperto que aquelas lágrimas percorrendo sua face fazia no meu coração era bem
mais doloroso do que a dor que senti ao receber o tiro em minha cabeça.
Depois que ela dormiu
eu continuei a observa-la, constantemente remexia-se, pude ver expressões de
sofrimento em sua face, com certeza seus sonhos não estavam sendo dos melhores,
e eu sabia o porquê. Na verdade, sabia quem estava causando tudo isso.
O pobre Eddie tampouco
conseguiu dormir bem, ele estava cansado, eu pude ver pela sua face, o que ele
mais queria – e precisa – é de um descaço. Primeiro que não conseguiu dormir
enquanto percebeu que Demi já havia dormido e depois, quando começava a pegar
no sono, foi despertado pelos gritos de Demi: “JOE, NÃO ME DEIXE” “VOLTE”
“JOE”. Duas ou três vezes. Só aí que ela se acalmou um pouco e ambos enfim
dormiram um pouco mais relaxados. Porem, logo Demi acordou, ansiando para ir para
o hospital, quando não achou a chave de seu carro, acordou o pai e não o deixou
em paz por horas. Mas Eddie foi forte e decidido, sem descanso ela não iria
sair daquela casa. Demetria é difícil, mas não impossível, e Eddie sabe isso
melhor até que eu.
Eu não estava
esperando. Enquanto Demi dormia, o telefone tocara e Eddie, que nesta hora já
estava mais que acordado, atendeu. Não havia boas notícias a ser ditas e sim as
piores, dois companheiros meus haviam morrido no ataque. Não é a primeira vez,
enterrei vários outros, mas de todos eles, sem duvida, eram os mais próximos a
mim que partiram. Na minha mente se formou a imagem da mulher e dos filhos de
John, na qual eu não conhecia, e depois me veio na memoria a namorada de
Gabriel, elas devem estar desoladas, se eu pudesse ter feito algo para impedir
que esta tragédia acontecesse, sem pensar duas vezes eu teria feito. Mas além
de não salvar a vida deles, eu ainda pus a minha em uma situação lastimável.
(...)
Muita coisa precisava
ser explicada, por exemplo: como eu estava aqui e no hospital ao mesmo tempo? Alguns
poderiam dizer que agora eu sou um espirito ou um fantasma, mas estas coisas
não aconteciam somente com os mortos? E eu estou vivo, não é? Seria possível
tudo isso não passar de um sonho? Um sonho extremamente louco, triste e
longo? Eu não posso descartar nenhuma
opção. Nada que eu tenha aprendido explica o que esta acontecendo agora,
ninguém poderia me ajudar, eu teria que descobrir o que estava acontecendo
comigo e sua solução, por mim mesmo.
Assim que Eddie e Demi
se prepararam para sair eu aproveitei e fui junto, passe pela porta, assim que
abriram, fazendo com que eu conseguisse sair daquele apartamento – que no fundo
já estava me dando claustrofobia, eu não sei como Oliver conseguia ficar tanto
tempo lá, me parece até cruel agora – entrei no elevador junto a eles e também
no carro.
Se a situação não
estivesse tão triste e preocupante, eu sem duvidas estaria as gargalhadas
agora. Eu estava o tempo todo ao lado deles, seguindo eles, e eles nem sabiam,
eu estava invisível. Se eles em algum momento desconfiassem da minha presença
sem duvidas morreriam de medo, principalmente Eddie, o que ele tem de grande
ele tem de medroso sobre coisas que possam ser consideradas sobrenaturais, filme
de terror virava piada quando assistido ao lado dele, as caras de medo que ele
faz...
Quando cheguei, logo
vi meu pai, foi a primeira vez que eu os vi desde que parti, confesso que tinha
me esquecido que eles estavam sofrendo tanto quanto Demi, eu me sentia mal só
por ela, mas meus pais também sofriam, minha mãe parecia estar em um eterno
choque, parada, com os olhos perdidos no horizonte, de nada parecia com a
mulher que me deu a luz e meu pai, ele até parecia estar bem, mas era parar um
pouco para olhar sua face que logo se via o sofrimento em seus olhos.
Eu estou decidido a me
recuperar. Não posso deixa-los assim.
Talvez a cena tenha
sido mais forte do que eu esperava que fosse. Assim que descobri onde eu estava
internado, esperei que algum médico abrisse a porta do quardo e assim
aproveitei para entrar também. É bem
aterrorizante se ver deitado em uma cama.
Eu não estava bem,
minha cabeça enfaixada, os fios, o vai e vem dos médicos...
Eu tentei deitar na
cama, “entrar” em meu corpo. Escuridão. Nada adiantou, nenhuma maquina mudou, e
eu consegui “sair” do meu corpo novamente. Tentei mais vezes, mas nada
funcionou e não houve nenhum sinal de que algo mudaria.
Se eu entendesse um
pouco mais sobre termos médicos, eu até tentaria ajudar, tentaria ver uma
solução que os médicos não estão vendo, mas eu não sei de nada, mal sei falar
os nomes de remédios simples e comuns receitados para quem tem gripe, como eu
poderia saber como me tirar daquele coma?
Eu tinha meio que já
desistido, apenas fiquei encostado perto da janela do quarto, esperando,
olhando para mim mesmo naquela cama todo entubado, esperando que houvesse algum
sinal de que eu voltaria que tudo voltaria a sua normalidade, um sinal de que
eu posso voltar a viver em meu próprio corpo.
No fundo eu preferia
ficar no meu corpo, sem saber o quanto as pessoas sofriam por mim aqui fora, eu
queria estar imune a tudo, sem sentir nada, sem ver nada.
A porta se abriu
devagar e era Demi, ela andou devagar até a mim, olhava para mim por completo,
agora ela não chorava, mas eu a vi chorando um pouco antes de entrar no quarto.
Ela parou ao meu lado e primeiramente apenas me olhava, não consegui reconhecer
seu olhar. Ela se curvou ao meu lado, na altura da minha cabeça enfaixada, e
sussurrou em meu ouvido.
_ Joe, eu não sei se sou
eu que estou ficando louca, mas eu realmente espero que você possa estar me
escutando agora. – falou, parou um pouco, respirou fundo e depois tornou a
falar. _ Ontem eu senti como se algum me tocasse... Mas o toque era tão
parecido ao seu. – disse isso, se levantou um pouco e tocou em minha mão. Ainda
sem soltar minha mão, tornou a se curvar perto da minha orelha. _ Eu rezo para que eu não esteja louca. Mas
eu juro que te escutei. – falou ela, para minha surpresa. Eu deveria ter falado
algo, para comprovar a ela que eu realmente estava lá. Oh meu Deus! Ela pode me
escutar! Eu fiquei tão feliz, que cheguei a ficar paralisado. _ Eu sei que você
está aqui comigo Joe, eu te sinto.
CONTINUA...
Postado. Espero que
tenham gostado.
Sempre costumo falar a
mesma coisa aqui, mas hoje eu queria mudar um pouco. Talvez eu não tenha
agradecido da maneira correta o carinho que vocês têm comigo. Queria muito
agradecer pelos comentários, confesso que em muitos momentos penso em parar,
mas quando leio os comentários me da UP na estima e volto a escrever. Muito
obrigada!
Bjssss.
Bjssss.
Juh Lovato: Awn, prepare seu coração para não ter
um heart attack tentativa de piada fail. Bom, nos meus planos muitas
coisas acontecerão, algumas boas, outras nem tanto...
Agora eu
também estou acompanhando sua fic, vou poder comentar também. Bjss especiais
para minha fã nº1.
Anônimo: hahaha, vou continuar sim, e espero
que você continue amando. Bjsss.