domingo, 17 de fevereiro de 2013

14º CAPITULO “Não me deixe” – AMOR EM GUERRA


_ Ei amor...
Não tinha começado a muito tempo, mas eu poderia jurar que estava escutando pessoas falando comigo. Eu sei, parece loucura. Não há ninguém aqui comigo, tirando Oliver, que continuava arredio, não havia nenhuma alma viva. No começo eu considerei a possibilidade de que um dos vizinhos estivesse com uma TV ligada em um volume muito alto, provavelmente assistia a um programa de medico, pois os termos como ‘batimentos cardíacos’, ‘atividade cerebral’ e coisas deste tipo eram constantemente faladas, fora as outras expressões usadas que eu não reconhecia, deveriam ser nomes de algum remédio ou doença. Quem quer que fosse o vizinho, deveria ser bem surdo, porque estava bem alto e eu podia escutar tudo com exatidão, eu escutava como se estivessem falando do meu lado. Confesso que me surpreendi muito pelo fato de que o paciente da historia se chamava Joseph Jonas, meu nome não é o mais incomum do mundo, mas é bem estranho quando um personagem de TV tem o mesmo nome e sobrenome que você... Eu poderia estar ficando louco, mas algumas vezes sentia que tocavam em mim, me furavam, esta ideia me apavorou. Eu nunca fui supersticioso, nem de acreditar em coisas como bruxaria, mas seriam esses estranhos acontecimentos obra de algum inimigo meu?
Este meu último pensamento havia sido louco, e se tornou extinto depois um tempo. Por quê? Porque eu descobri que não tinha nenhum vizinho com a TV ligada, por horas seguidas, em um programa de medicina. Eu juro que escutei a voz de minha mãe, sim isto é louco, estou tão sozinho como antes, mas eu a escutei chorando a meu lado, eu senti seu toque em meu rosto, eu senti a lagrima que lhe escapou tocando meu braço, eu senti o seu beijo na minha bochecha, eu também escutei meu pai, escutei as palavras de um velho homem, forte e calmo, escutei um desabafo, o escutei frágil, eu não podia o ver, mas eu sentia que ele estava em um estado bem diferente do que eu estava acostumado a ver, ele estava sendo frágil, estava se permitindo cair, eu pude escutar todos os seus medos, tristeza, eu percebi o quão importante eu era para ele.
Eu estava completamente confuso sobre tudo isso, eu não estava sonhando, eu estou bem acordado, eu não estava em um hospital, eu estava em casa, esperando que alguém me explicasse todas estas estranhezas que me ocorriam, mas meu pai, minha mãe, a Demi, todos falavam comigo em tom de despedida, como se eu estivesse morrendo.

As dores de minha mãe, a fragilidade de meu pai, já foram por si só torturantes, mas nenhum chegou a ser tão torturante como foi com Demi. Sua voz estava fraca e rouca, sua voz era de choro. Ela me tocou nas mãos, e em meus braços, seu toque era firme, como se tivesse com medo que eu caísse, mas ao mesmo tempo pareciam toques de leves, sem brutalidade, como se ela estivesse com medo de me machucar. Ela mal conseguia falar, praticamente chorou por todo o tempo que esteve comigo, mas foi exatamente ela, que tão pouco falou que me soltou a notícia. “Perdoe-me se deixei você ir.” – Começou a dizer culpando-se “Eu juro que se pudesse te tirar do coma, eu faria, nem que isso significasse a minha morte” – disse ela, tornando a chorar posteriormente. Então era isso. Pelo que parece eu não estou realmente vivo, eu não estou onde realmente pensei que estava. Por mais estranho que me pareça, eu estou em coma.

DEMI

Eu tinha muito para falar com Joe, mas eu não conseguir dizer nada. A tristeza mais a impotência mais o sentimento de culpa juntada com uma duvida de que ele realmente poderia estar me escutando, cominou no esquecimento do que eu queria dizer, fora que aperto no coração não me deixou de parar de chorar. Não era justo aquilo, se eu olhasse aquele homem, daquele tamanho, corado, forte, saudável, jamais acreditaria que um dia o veria internado no hospital, sendo preso por tantos fios, não combina. Tem tantas pessoas más nesse mundo, que estavam por aí a fazer suas maldades sem se preocuparem com o outro, e o Joe, um homem tão bom, solidário, internado, em estado grave, sem nenhuma previsão de alta ou sequer de melhora... O mundo é injusto demais, o que ele tinha feito para passar por isso? O que eu tinha feito para passar por isso? Foi porque eu o amo? Eu não posso amar as pessoas?
Perdi minha mãe e agora eu poderia perder Joe também.

_ Vamos para casa Demi? – perguntou meu pai. Eu já havia saindo do quarto em que Joe estava internado a umas duas horas, mas todos ainda estavam lá, na esperança que as coisas melhorassem, que o medico nos trouxesse boas notícias, porem nada haviam mudado desde então, Joe continuava em coma, em estado grave.
_ Eu vou ficar. – respondi, sei que não era isso que ele queria escutar.
_ Você sabe que eu não vou te deixar passar a noite sentada nesta cadeira, não é? – perguntou obvio. Eu sabia muito bem que ele não me deixaria ficar lá a noite inteira, mas sei lá, acreditei que por um momento eu estivesse errada.
_ Pai... – comecei a dizer.
_ Nem tente Demetria. – interrompeu-me.
_ Eu estou bem pai. – falei.
_ Se você estivesse realmente bem, teria consciência de que este hospital não tem estrutura para visitantes, muito menos se gravidas. – disse, com um tom de voz mais alterado. No quarto do Joe até tinha uma cadeira confortável para os visitantes, mas como o estado dele era grave, o único autorizado a ficar lá era um enfermeiro, que ficaria responsável de observar, atentamente, as maquinas em que mantinha Joe vivo, para caso algo de errado acontecesse, seria dele a responsabilidade de fazer os socorros e de chamar o médico. Além desta cadeira no quarto dele, só tinha as cadeiras do corredor, nada mais. _ Logan e Paul vão ficar aqui e nos manterão atualizados. – falou, controlando-se. _ Eu levarei você e Denise de volta para casa quer vocês queiram ou não. – concluiu. Sem duvidas Denise também estava querendo ficar e não seria uma tarefa fácil convence-la a ir embora.

A viagem de volta para casa foi entediante. A única coisa que se pode escutar foram as respirações pesadas mais o barulho do motor do carro. Não se tinha clima para piadas, recordações iriam nos fazer sentir pior, conversar sobre outros assuntos seria algo totalmente impossível, já que a única coisa que rondava na nossa cabeça era a imagem de Joe, naquela cama, e o medo de que nunca voltássemos a vê-lo bem.

Meu pai queria nos levar para sua casa, assim poderia cuidar de nos duas, mas Denise insistiu em ir para a própria casa, e eu quis ir para meu apartamento, eu ainda tinha que cuidar de Oliver, que passou o dia inteiro sozinho, já se passava de 10 da noite e ele não tinha caminhado pela manhã, já que eu tinha saído atrasada, e ficara apenas com a primeira refeição.
Ele levou primeiro Denise em casa, e esperou que ela entrasse em sua residência para partir.

_ Eu gostaria de ficar para cuidar de você – pediu. _ Se você não se importar.
_ Por mim tudo bem. – respondi. Eu queria um momento só, mas talvez fosse melhor meu pai ficar comigo, eu não estava me sentindo muito bem.
  Meu pai me abraçou de lado ao sair do carro e assim foi até chegar à porta do meu apartamento, ele era como o meu pilar, me mantinha em pé, eu nem o tinha pedido, mas ele sabia que estava prestes a desmoronar, caso ele não me amparasse. Eu estava fraca demais para por meus pés dentro do apartamento.

JOE

Escutei o barulho da chave entrando na fechadura, e logo, junto a Oliver, me levantei e fui para a porta. Até que fim Demi chegou. A maçaneta girou e a porta abriu. Oliver com o rabo abanando foi receber Demi e Eddie, os dois estavam se abraçando de lado. Eddie parecia estar cansado e Demi estava tão fraca, com os olhos vermelhos, não me foi surpreendeu muito quando ela aos poucos foi caindo.
Dei graças a Deus por Eddie já estar a segurando de lado, pois assim que ela começou a cair ele pode logo a socorrer, carregando-a para dentro. Se ele não estivesse com ela, nem sei o que aconteceria, eu não conseguia levantar nada, não conseguia movimentar nada, meus gritos não eram escutados, como eu poderia ajuda-la caso ela desmaiasse?

Eddie a pegou no colo e fechou a porta apenas com o pé, deixando-a destrancada. Levou-a para o quarto e deitou-a carinhosamente na cama, já ia saindo do quarto apressado, para chamar ajuda, quando Demi retomou a consciência e o chamou.
_ Pai. – chamou com a voz fraca, mais fraca do que quando a escutei falando comigo.
_ Oh filha. Você acordou! – disse Eddie tornando a se aproximar da cama. _ Você está bem? Quer que eu te leve no médico? – perguntou preocupado, segurando sua mão.  
_ Não pai, não precisa, foi só uma fraqueza rápida. – respondeu ela. Meu coração se doeu ao vê-la daquela maneira, eu nunca a vi tão mal.
_ Eu vou te preparar alguma coisa para comer. – falou Eddie. _ E nem tente falar que não está com fome. – disse com tom de voz mais alto. _ Você está gravida e está sem comer desde o almoço, sei que você está com fome. – falou.
_ Tudo bem. – respondeu. _ Eu não vou recusar não.
_ Qualquer coisa me grita. – pediu, se levantando e indo para a cozinha. Oliver que esperava por alguma atenção no chão subiu na cama e recebeu um sorriso fraco de Demi.
Ninguém ali podia me ver. Talvez Oliver até conseguisse, mas não me adiantava de nada, já que ele tinha medo de mim e tão pouco poderia falar para os outros que eu estava lá. Deitei-me do lado de Demi, na cama e surpreendi que ele ao invés de fugir ou me latir, se colocou no meio de mim e Demi, como sempre fez. Isso fez brotar outro sorriso fraco dos lábios de Demi, talvez a lembrança deste fato a fizesse feliz.
Sei que ela não podia me ver, e muito menos escutar-me, já que lhe chamei por varias vezes e não obtive nenhuma resposta, então provavelmente ela também não me sentiria tocar-lhe, apesar de que eu queria muito que tal carinho fosse sentido.
Com cuidado a toquei no braço, fiz uma ‘linha’, do ombro até sua mão, que estava virada com a palma para cima, entrelacei nossas mãos e a olhei, ela olhava para sua mão, com um olhar na qual não consegui identificar, parecia confusa. Uma lagrima saiu de seu olho, eu soltei sua mão, na intenção de toca-la no rosto, mas meu movimento foi impedido ao escuta-la.
_ Joe... Não me deixe.

                CONTINUA...

Me sinto só,(me sinto só)
Mas sei que não estou (Mas sei que não estou)
Pois levo você no pensamento
                              ♪ Cedo ou tarde
--
Postei, espero que gostem. Bom, provavelmente diminuirei o ritmo de postagem novamente, porque minha aulas voltam amanhã :\
Espero que tenham gostado do capítulo
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss

Diana (DPS): Que bom que gostou. Espero que goste deste também.
Eu adoraria que você divulgasse. Muito obrigada mesmo.
Bjss.
Juh Lovato: Que bom que você voltou! Bom, não posso dizer se vai morrer ou não, se não perde a graça, mas posso dizer que os próximos capítulos não serão muito felizes.
Beijos especiais para minha fã numero um :*
Silvia: Muuuuuuito obrigada pelo selo!
Que bom que você gostou do capítulo.
Bjsss. 

Um comentário:

  1. Omggggg, chorei com esse cap. E to me preparando para os próximos , já que disse que os próximos vão ser tristes :( faz joe voltar :(

    Postaaa logooo, bjsss flor

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