sábado, 23 de fevereiro de 2013

15º CAPITULO “Menos dois heróis da pátria.” – AMOR EM GUERRA


_ Joe... Não me deixe.

Por um momento eu tive a esperança de que, de uma hora para outra, ela começara a me escutar ou talvez a me ver...

_ Demi meu amor!  Você pode me ver? – Eu estava gritando desesperado. _ Demi eu estou aqui! – Falei ainda gritando, tentando encontrar seu olhar que estava baixo.
 Na minha mente eu esperava que ela olhasse em meus olhos, que falasse comigo, mas, nada. Oliver, que podia me ver, se levantou e começou a me latir, por causa do alvoroço que eu estava a fazer.
_ Oliver. – chamou Demi, tentando acalma-lo, mas ele não parava, assim como eu também não. _ Pare Oliver! – pediu um pouco impaciente.
_Demi! Por favor, diz que você pode me ver! Por favor. – Implorei, como que eu conseguiria um solução para o meu problema se o único ser que podia me ver só sabia me latir? _ Me escute, pare um pouco e tente me escutar! – eu já estava chorando naquele momento. Imagine, eu chorando? Não sou o homem mais insensível do mundo, mas chorar era algo que eu não faço, não facilmente.

_ Demi o que esta acontecendo? - perguntou Eddie, chegando à porta.
_ Não sei, o Oliver começou a latir do nada. – respondeu. Agora o cachorro tinha parado de latir, mas ainda estava em pé, alerta, me olhando fixamente.
_ Você quer que eu o tire daqui? – perguntou ele.
_ Não, não precisa, acho que ele se acalmou. – respondeu.
_ Tudo bem, eu já estou fazendo a comida. – anunciou. _ Sei que já está meio tarde, mas estou fazendo macarrão, é a receita mais rápida que conheço. – falou com sorriso de canto.
_ Por mim tudo bem. – respondeu Demi. _ Você sabe que eu amo seu macarrão. – respondeu dando um sorriso logo após. O sorriso, para mim, não pareceu muito verdadeiro, mas acredito que Eddie nem tenha percebido ou então não tenha considerado.
_ Este é o outro motivo que pela qual eu o fiz, assim, quem sabe você não recusa? – falou. _ Qualquer coisa me chame. – disse ele saindo da porta e se direcionando para a cozinha novamente.

Eu agora observava Demi, sem toca-la, ou tentar qualquer comunicação. Oliver, com o tempo, se acalmou.
Ela agora estava sentada na cama, em perna de índio, mexendo e olhando para a mão, na qual eu lhe toquei, será que ela sentira algo?
Uma lagrima solitária saiu de seu olho.

Eu me sentia mal por tudo aquilo, eu sei que aquela lagrima era por mim, eu sabia que se agora ela estava sofrendo é por minha culpa. E agora, graças a minha teimosia, tanto ela, quanto meus pais estavam sofrendo.

DEMI

Talvez eu ainda estivesse sonolenta e tenha imaginado tudo, mas eu poderia jurar de pés juntos, que eu senti alguém tocando meu braço e minha mão. Eu sei, não tinha ninguém ali comigo, não capaz de me dar aquela sensação, mas me pareceu tão, mas tão real. Por um momento pensei ser o toque de Joe, e por isso, assim que a sensação do toque acabou, senti como se fosse ele me abandonando. A tristeza dominou minha cabeça. Eu não queria perde-lo, eu não poço perde-lo!

Dormir foi outro desafio. Após comer, mais do que eu deveria, eu e meu pai esperamos um tempo para a digestão, e depois fomos tentar dormir.
Demorou muito para que tivéssemos sucesso, pois toda hora as lembranças dos meus momentos junto a Joe vinham em minha mente e era impossível segurar o choro. Meu pai que decidiu dormir comigo, como se eu fosse uma criancinha, logo percebia que eu começara a chorar, mesmo eu tentando esconder, e tentava começar a me consolar. Nas primeiras três vezes ele me disse palavras de esperança, mas quando comecei a chorar pela quarta vez, talvez pelo cansaço dele, já que fora um longo dia, ou talvez por perceber que de nada suas palavras estavam me ajudando, ele começou apenas a me acarinhar. Ainda chorei umas cinco vezes antes de, enfim, conseguir dormir.

Do meu primeiro ao último sonho, foram todos relacionados a Joe.
No primeiro eu não sabia muito bem onde estávamos, era um lugar bem iluminado e calmo, parecia um jardim, mas eu sabia que não era, eu não podia ver onde eu estava pisando, o chão era branco, como se fosse nuvens ao invés de terra, o céu era branco, como se também estivesse tomado com as nuvens, porem o sol, na qual eu não podia ver onde estava, graças as densas nuvens, era o forte o suficiente para iluminar tudo muito bem.
O lugar me dava uma paz muito grande, não havia confusões ali, não havia problemas, doenças, guerras. Era como se minha vida não estivesse em seu pior momento.
Numa distancia, não maior que dois metros, estava Joe, me olhando fixamente, seu olhar era feliz. Ficamos um olhando para o outro por um tempo. Eu queria correr para seus braços, a minha consciência dizia isso, mas no sonho eu nem me sentia me movimentando para respirar.
Ele começou a andar para mim, lentamente, sem nenhuma pressa, porem, mesmo estando consideravelmente perto um do outro, por mais que ele andasse a distancia ainda continuava.
Aos poucos ele foi desaparecendo da minha visão. Em uma hora ele era tão humano quanto eu, tão solido quanto eu, e depois, pouco a pouco ele foi desaparecendo da minha frente, como se ele estivesse se tornando transparente, até que eu não o pudesse ver mais.
Todos os sonhos que eu tive foram assim, eu e ele, fazendo algo ou estando em algum lugar na qual eu não sabia onde, nunca chegamos a nos tocar, mas sempre estávamos perto. Todos os sonhos terminaram com ele desaparecendo da minha visão.
Para mim os meus sonhos significavam apenas uma coisa: Eu estou perdendo Joe.

--

_ Pai, eu quero ir agora. – pediu Demi. Já era oito da manhã, Demi havia acordado as cinco e meia e desde então irritava Eddie, querendo que ele a levasse de volta ao hospital. Ela poderia muito bem pegar seu carro e ir dirigindo até lá, mas Eddie, espertamente escondeu a chave da filha, antes de dormir. Demi já havia procurado por todos os cantos e não havia as encontrado.
_ Nada mudou Demi, descanse um pouco mais, você está precisando. – falou Eddie, pela vigésima vez.
_ Você sabe que eu não vou desistir. – disse Demi decidida.
_ Você sabe que você puxou a teimosia de mim não sabe? – perguntou Eddie, mostrando que tampouco daria o braço a torcer.
_ O que você esta fazendo é injusto. – disse Demi, desistindo. _ O Paul veio e levou Denise, porque eu não posso ir também?
_ Porque o Paul não aguentou a pressão de Denise, mas eu já estou acostumado com você e posso resistir muito mais. – falou. Um silêncio breve reinou no apartamento. _ Se você fosse descansar um pouco, você ajudaria muito. – sugeriu.
_ Eu já estou descansada. – falou Demi.
_ Não o suficiente... Tente mais um pouco.
_ Você sabe que eu não consigo. – respondeu. Eddie estava sentado no sofá, olhando para frente, como se estivesse assistindo a TV, apesar dela estar desligada, já Demi estava sentada, encolhida no canto do sofá, com a cabeça deitada no encosto.
_ Tente.
_ Pai.
_ Filha, eu não vou deixar isso destruir você, eu gosto muito do Joe, você sabe disso. – falou agora olhando para ela. _ Mas eu amo muito mais você e para mim você é o mais importante agora.
_ Me prender aqui não irá me ajudar muito. – falou Demi.
_ Mas dormir um pouco mais, se acalmar um pouco mais, comer um pouco mais, isso não irá lhe prejudicar.
_ Você fala como se fosse fácil.
_ E você realmente acha que está sendo fácil para mim? – perguntou Eddie, um pouco injuriado. _ Você não é a única sofrendo aqui. – Demi sabia que o pai não estava bem, mas não levou em consideração a possibilidade dele estar sofrendo. Definitivamente saber disso só piorou o seu estado.
_ Eu vou para o meu quarto. – anunciou Demi, se levantando. Ela tentou esconder, mas sua voz denunciou que ela já estava prestes a chorar.
Todo mundo sabe que mulheres gravidas, graças os hormônios, ficam mais sensíveis, qualquer coisa é motivo para chorar. Desde o dia anterior Demi mais chorava do que tudo, pois, se naturalmente ela já estava mais sensível, a catástrofe que estava se abatendo em sua vida não a ajudou.
Eddie iria chamar Demi, mas não o fez, até fez menção de se levantar e tentar melhorar a situação, mas tampouco fez. Preferiu dar um tempo para a filha, quem sabe assim ela conseguiria dormir um pouco.

Depois de chorar até sentir a boca seca, Demi acabou caindo no sono. O sono foi profundo, sem espaços para sonhos. Era o que Demi precisava. Um descanso, rápido, mas vindo em boa hora.

Demi acordou depois de dormir por quatro horas, despertou se sentindo melhor, mas não livre, pois a primeira coisa que pensou ao abrir os olhos foi em Joe.

Demi levantou-se da cama e foi para o banheiro lavar o rosto, para poder acabar com o resto de sono que sentia. Foi para a sala e encontrou o pai desligando um telefonema, ela nem havia escutado o telefone tocar.
O rosto do pai parecia perplexo, quase que sem vida, ele se agarrava a estante da sala, como se buscasse forças para se manter de pé.
Algo de ruim tinha acontecido.
Eddie olhou para a filha e nem esperou a pergunta que ele já sabia que estava pronta para ser feita por ela.
_ Gabriel e John morreram. – falou Eddie. _ Eles estão sendo velados agora no ginásio do exército. Amanhã cedo será o enterro. – falou e deu uma pausa. _ Estavam nos convidando para ir. – concluiu.
Eddie conhecia muito bem a família de John, apesar de Eddie ser 13 anos mais velho que John, os dois sempre foram amigos, e a mulher e os filhos dele moravam ao lado da oficina de Eddie, sempre que ela precisava de alguma coisa, em que só um homem faria com maestria, ela logo ia chama-lo. John confiava em Eddie. Eddie vira os dois filhos de John nascer e crescer, por varias vezes levara o filho mais novo de John ao médico em suas crises de asma. Provavelmente John nem sabia disso, mas Eddie nem se importava, fazia aquilo pela amizade e carinho pela família de John. Já Gabriel Eddie nunca foi muito bem apresentado, o havia visto apenas uma vez no casamento de Joe, mas isso de nada significa que ele não se sentiu mal pela sua morte, sabia que era um jovem garoto, que namorava serio com uma menina, na qual Eddie também não conhecia. Foi uma vida tirada cedo demais.
Já Demi conhecia a garota na qual Gabriel namorava muito bem, Alice, está cursando o último ano de enfermagem, se via no olhar dela o quanto ela ama Gabriel. Sempre presente na reunião dos parentes de soldados, ela sempre tentava se comunicar com todos. Ela sem duvidas deve estar arrasada.
Já John nem se fala, difícil e não conhecer ele, mesmo constantemente distante, por causa do exército, John e sua família eram conhecidos na região. E como Demi foi criada na oficina onde o pai trabalha, que é perto da casa da família de John, acabou os conhecendo mais. Quando começou a frequentar a reunião dos parentes de soldados, acabou conhecendo mais ainda a mulher de John e mesmo com as idades diferentes se tornaram próximas.
Era claro que ninguém esperava que algo acontecesse com os dois. Todos esperavam em alguns anos ver John ostentando uma patente maior no exército, ou então curtindo sua aposentadoria. E quanto a Gabriel, muitos já o viam no altar, se casando com Alice e construindo sua vida ao lado dela. Mas agora se sabia que estas coisas jamais aconteceriam. Ambos morreram e deixaram para trás, famílias, amigos e sonhos.
Menos dois heróis da pátria.

                CONTINUA...

Capítulo postado, peço desculpas pela demora, tentarei postar o próximo no máximo até terça-feira.
Não se esqueçam de comentar/Avaliar.
Bjsssss.

Juh Lovato: Ainda irá acontecer muitas coisas, pode ir se preparando linda J. Vamos ver o que a historia nos reserva. Bjsss.
p.s.: Eu não sei se você viu, mas eu deixei uns selos para o seu blog. 

2 comentários:

  1. ownnnnnnnnn , vou chorar ... meu coração aperta toda vez que eu leio um cap novo dessa fic Ç.Ç #triste =((((( omgggg ainda tem muito mais ??? #preparando meu coraçãozinho

    vi sim amor , e muito obg =))) bjss da sua fã n°1 =))

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  2. Oun ta ficando muito tisti essa fic kkk,mas continua to amando.

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