_ Joe... Não me
deixe.
Por um momento eu tive a
esperança de que, de uma hora para outra, ela começara a me escutar ou talvez a
me ver...
_ Demi meu amor! Você pode me ver? – Eu estava gritando
desesperado. _ Demi eu estou aqui! – Falei ainda gritando, tentando encontrar
seu olhar que estava baixo.
Na minha mente eu esperava que ela olhasse em
meus olhos, que falasse comigo, mas, nada. Oliver, que podia me ver, se
levantou e começou a me latir, por causa do alvoroço que eu estava a fazer.
_ Oliver. – chamou
Demi, tentando acalma-lo, mas ele não parava, assim como eu também não. _ Pare
Oliver! – pediu um pouco impaciente.
_Demi! Por favor, diz
que você pode me ver! Por favor. – Implorei, como que eu conseguiria um solução
para o meu problema se o único ser que podia me ver só sabia me latir? _ Me
escute, pare um pouco e tente me escutar! – eu já estava chorando naquele
momento. Imagine, eu chorando? Não sou o homem mais insensível do mundo, mas chorar
era algo que eu não faço, não facilmente.
_ Demi o que esta
acontecendo? - perguntou Eddie, chegando à porta.
_ Não sei, o Oliver
começou a latir do nada. – respondeu. Agora o cachorro tinha parado de latir,
mas ainda estava em pé, alerta, me olhando fixamente.
_ Você quer que eu o
tire daqui? – perguntou ele.
_ Não, não precisa,
acho que ele se acalmou. – respondeu.
_ Tudo bem, eu já
estou fazendo a comida. – anunciou. _ Sei que já está meio tarde, mas estou
fazendo macarrão, é a receita mais rápida que conheço. – falou com sorriso de
canto.
_ Por mim tudo bem. –
respondeu Demi. _ Você sabe que eu amo seu macarrão. – respondeu dando um
sorriso logo após. O sorriso, para mim, não pareceu muito verdadeiro, mas
acredito que Eddie nem tenha percebido ou então não tenha considerado.
_ Este é o outro
motivo que pela qual eu o fiz, assim, quem sabe você não recusa? – falou. _
Qualquer coisa me chame. – disse ele saindo da porta e se direcionando para a
cozinha novamente.
Eu agora observava
Demi, sem toca-la, ou tentar qualquer comunicação. Oliver, com o tempo, se
acalmou.
Ela agora estava
sentada na cama, em perna de índio, mexendo e olhando para a mão, na qual eu
lhe toquei, será que ela sentira algo?
Uma lagrima solitária
saiu de seu olho.
Eu me sentia mal por
tudo aquilo, eu sei que aquela lagrima era por mim, eu sabia que se agora ela
estava sofrendo é por minha culpa. E agora, graças a minha teimosia, tanto ela,
quanto meus pais estavam sofrendo.
DEMI
Talvez eu ainda
estivesse sonolenta e tenha imaginado tudo, mas eu poderia jurar de pés juntos,
que eu senti alguém tocando meu braço e minha mão. Eu sei, não tinha ninguém
ali comigo, não capaz de me dar aquela sensação, mas me pareceu tão, mas tão
real. Por um momento pensei ser o toque de Joe, e por isso, assim que a
sensação do toque acabou, senti como se fosse ele me abandonando. A tristeza
dominou minha cabeça. Eu não queria perde-lo, eu não poço perde-lo!
Dormir foi outro
desafio. Após comer, mais do que eu deveria, eu e meu pai esperamos um tempo
para a digestão, e depois fomos tentar dormir.
Demorou muito para que
tivéssemos sucesso, pois toda hora as lembranças dos meus momentos junto a Joe
vinham em minha mente e era impossível segurar o choro. Meu pai que decidiu
dormir comigo, como se eu fosse uma criancinha, logo percebia que eu começara a
chorar, mesmo eu tentando esconder, e tentava começar a me consolar. Nas
primeiras três vezes ele me disse palavras de esperança, mas quando comecei a
chorar pela quarta vez, talvez pelo cansaço dele, já que fora um longo dia, ou
talvez por perceber que de nada suas palavras estavam me ajudando, ele começou
apenas a me acarinhar. Ainda chorei umas cinco vezes antes de, enfim, conseguir
dormir.
Do meu primeiro ao
último sonho, foram todos relacionados a Joe.
No primeiro eu não
sabia muito bem onde estávamos, era um lugar bem iluminado e calmo, parecia um
jardim, mas eu sabia que não era, eu não podia ver onde eu estava pisando, o
chão era branco, como se fosse nuvens ao invés de terra, o céu era branco, como
se também estivesse tomado com as nuvens, porem o sol, na qual eu não podia ver
onde estava, graças as densas nuvens, era o forte o suficiente para iluminar
tudo muito bem.
O lugar me dava uma
paz muito grande, não havia confusões ali, não havia problemas, doenças, guerras.
Era como se minha vida não estivesse em seu pior momento.
Numa distancia, não
maior que dois metros, estava Joe, me olhando fixamente, seu olhar era feliz.
Ficamos um olhando para o outro por um tempo. Eu queria correr para seus
braços, a minha consciência dizia isso, mas no sonho eu nem me sentia me
movimentando para respirar.
Ele começou a andar
para mim, lentamente, sem nenhuma pressa, porem, mesmo estando
consideravelmente perto um do outro, por mais que ele andasse a distancia ainda
continuava.
Aos poucos ele foi
desaparecendo da minha visão. Em uma hora ele era tão humano quanto eu, tão
solido quanto eu, e depois, pouco a pouco ele foi desaparecendo da minha
frente, como se ele estivesse se tornando transparente, até que eu não o
pudesse ver mais.
Todos os sonhos que eu
tive foram assim, eu e ele, fazendo algo ou estando em algum lugar na qual eu
não sabia onde, nunca chegamos a nos tocar, mas sempre estávamos perto. Todos
os sonhos terminaram com ele desaparecendo da minha visão.
Para mim os meus sonhos
significavam apenas uma coisa: Eu estou perdendo Joe.
--
_ Pai, eu quero ir
agora. – pediu Demi. Já era oito da manhã, Demi havia acordado as cinco e meia
e desde então irritava Eddie, querendo que ele a levasse de volta ao hospital.
Ela poderia muito bem pegar seu carro e ir dirigindo até lá, mas Eddie,
espertamente escondeu a chave da filha, antes de dormir. Demi já havia
procurado por todos os cantos e não havia as encontrado.
_ Nada mudou Demi,
descanse um pouco mais, você está precisando. – falou Eddie, pela vigésima vez.
_ Você sabe que eu não
vou desistir. – disse Demi decidida.
_ Você sabe que você
puxou a teimosia de mim não sabe? – perguntou Eddie, mostrando que tampouco
daria o braço a torcer.
_ O que você esta
fazendo é injusto. – disse Demi, desistindo. _ O Paul veio e levou Denise,
porque eu não posso ir também?
_ Porque o Paul não
aguentou a pressão de Denise, mas eu já estou acostumado com você e posso
resistir muito mais. – falou. Um silêncio breve reinou no apartamento. _ Se
você fosse descansar um pouco, você ajudaria muito. – sugeriu.
_ Eu já estou descansada.
– falou Demi.
_ Não o suficiente...
Tente mais um pouco.
_ Você sabe que eu não
consigo. – respondeu. Eddie estava sentado no sofá, olhando para frente, como
se estivesse assistindo a TV, apesar dela estar desligada, já Demi estava
sentada, encolhida no canto do sofá, com a cabeça deitada no encosto.
_ Tente.
_ Pai.
_ Filha, eu não vou
deixar isso destruir você, eu gosto muito do Joe, você sabe disso. – falou
agora olhando para ela. _ Mas eu amo muito mais você e para mim você é o mais
importante agora.
_ Me prender aqui não
irá me ajudar muito. – falou Demi.
_ Mas dormir um pouco
mais, se acalmar um pouco mais, comer um pouco mais, isso não irá lhe
prejudicar.
_ Você fala como se
fosse fácil.
_ E você realmente
acha que está sendo fácil para mim? – perguntou Eddie, um pouco injuriado. _
Você não é a única sofrendo aqui. – Demi sabia que o pai não estava bem, mas
não levou em consideração a possibilidade dele estar sofrendo. Definitivamente
saber disso só piorou o seu estado.
_ Eu vou para o meu
quarto. – anunciou Demi, se levantando. Ela tentou esconder, mas sua voz
denunciou que ela já estava prestes a chorar.
Todo mundo sabe que
mulheres gravidas, graças os hormônios, ficam mais sensíveis, qualquer coisa é
motivo para chorar. Desde o dia anterior Demi mais chorava do que tudo, pois,
se naturalmente ela já estava mais sensível, a catástrofe que estava se abatendo
em sua vida não a ajudou.
Eddie iria chamar
Demi, mas não o fez, até fez menção de se levantar e tentar melhorar a
situação, mas tampouco fez. Preferiu dar um tempo para a filha, quem sabe assim
ela conseguiria dormir um pouco.
Depois de chorar até
sentir a boca seca, Demi acabou caindo no sono. O sono foi profundo, sem
espaços para sonhos. Era o que Demi precisava. Um descanso, rápido, mas vindo
em boa hora.
Demi acordou depois de
dormir por quatro horas, despertou se sentindo melhor, mas não livre, pois a
primeira coisa que pensou ao abrir os olhos foi em Joe.
Demi levantou-se da
cama e foi para o banheiro lavar o rosto, para poder acabar com o resto de sono
que sentia. Foi para a sala e encontrou o pai desligando um telefonema, ela nem
havia escutado o telefone tocar.
O rosto do pai parecia
perplexo, quase que sem vida, ele se agarrava a estante da sala, como se
buscasse forças para se manter de pé.
Algo de ruim tinha
acontecido.
Eddie olhou para a
filha e nem esperou a pergunta que ele já sabia que estava pronta para ser
feita por ela.
_ Gabriel e John
morreram. – falou Eddie. _ Eles estão sendo velados agora no ginásio do
exército. Amanhã cedo será o enterro. – falou e deu uma pausa. _ Estavam nos
convidando para ir. – concluiu.
Eddie conhecia muito
bem a família de John, apesar de Eddie ser 13 anos mais velho que John, os dois
sempre foram amigos, e a mulher e os filhos dele moravam ao lado da oficina de
Eddie, sempre que ela precisava de alguma coisa, em que só um homem faria com
maestria, ela logo ia chama-lo. John confiava em Eddie. Eddie vira os dois
filhos de John nascer e crescer, por varias vezes levara o filho mais novo de
John ao médico em suas crises de asma. Provavelmente John nem sabia disso, mas
Eddie nem se importava, fazia aquilo pela amizade e carinho pela família de
John. Já Gabriel Eddie nunca foi muito bem apresentado, o havia visto apenas
uma vez no casamento de Joe, mas isso de nada significa que ele não se sentiu mal
pela sua morte, sabia que era um jovem garoto, que namorava serio com uma
menina, na qual Eddie também não conhecia. Foi uma vida tirada cedo demais.
Já Demi conhecia a
garota na qual Gabriel namorava muito bem, Alice, está cursando o último ano de
enfermagem, se via no olhar dela o quanto ela ama Gabriel. Sempre presente na
reunião dos parentes de soldados, ela sempre tentava se comunicar com todos.
Ela sem duvidas deve estar arrasada.
Já John nem se fala,
difícil e não conhecer ele, mesmo constantemente distante, por causa do
exército, John e sua família eram conhecidos na região. E como Demi foi criada
na oficina onde o pai trabalha, que é perto da casa da família de John, acabou
os conhecendo mais. Quando começou a frequentar a reunião dos parentes de
soldados, acabou conhecendo mais ainda a mulher de John e mesmo com as idades
diferentes se tornaram próximas.
Era claro que ninguém
esperava que algo acontecesse com os dois. Todos esperavam em alguns anos ver
John ostentando uma patente maior no exército, ou então curtindo sua
aposentadoria. E quanto a Gabriel, muitos já o viam no altar, se casando com
Alice e construindo sua vida ao lado dela. Mas agora se sabia que estas coisas
jamais aconteceriam. Ambos morreram e deixaram para trás, famílias, amigos e
sonhos.
Menos dois heróis da
pátria.
CONTINUA...
Capítulo postado, peço
desculpas pela demora, tentarei postar o próximo no máximo até terça-feira.
Não se esqueçam de
comentar/Avaliar.
Bjsssss.
Juh Lovato: Ainda
irá acontecer muitas coisas, pode ir se preparando linda J. Vamos ver o que a
historia nos reserva. Bjsss.
p.s.: Eu não sei se você viu, mas eu deixei uns selos para o
seu blog.
ownnnnnnnnn , vou chorar ... meu coração aperta toda vez que eu leio um cap novo dessa fic Ç.Ç #triste =((((( omgggg ainda tem muito mais ??? #preparando meu coraçãozinho
ResponderExcluirvi sim amor , e muito obg =))) bjss da sua fã n°1 =))
Oun ta ficando muito tisti essa fic kkk,mas continua to amando.
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