1º de maio de 2015
E agora?
Como eu devo agir se encontra-la novamente?
E se nós pegarmos o elevador juntos novamente? Meu Deus, e se nós ficarmos presos juntos no elevador novamente?!
Ela me odeia?
O que eu fiz de errado? É claro que eu fiz algo de errado, mas onde foi
que eu errei desta vez?
Nota para si: Nunca mais interagir
com outro alguém.
Se para Joseph a noite passada lhe
deu muita dor de cabeça, para Demi não estava muito melhor, afinal de contas
ela que o dispensara.
O dia anterior, para ela, não
tinha sido o melhor da sua vida, provavelmente chegava a fazer parte da lista
de piores dias já vividos por ela. Talvez só perdesse para o dia em que
descobriu que estava sendo traída pelo seu primeiro amor. Com isso, quando
Joseph apareceu em sua porta, por mais que ela quisesse conversar com ele, seu
animo estava zero, ela só queria se jogar na cama, talvez chorar mais, talvez
entrar num coma, morrer, vai saber... Ela tinha consciência de que para Joseph
tomar a inciativa de ir até sua casa, não deve ter sido fácil, ele não era de
falar e por mais que tenha interagido com ela dentro do elevador, uma pessoa não
muda em tão pouco tempo, ele ainda é tímido, e dispensa-lo não foi um bom
incentivo para uma mudança.
Agora Demetria estava entrando na
cafeteria em que sua amiga de infância, Camilla Belle, trabalha.
Camilla nasceu quase que vizinha
de Demi, as duas sempre estudaram juntas, até que no terceiro ano, após ter
participado de várias campanhas de menor tamanho, Camilla conseguiu um contrato
como modelo em uma agencia de renome, com isso, a contra gosto dos seus
familiares, ela largou tudo de veio para cidade grande. No fundo isso já era
esperado por todos, Camilla não era o tipo de garota do interior, que gostava
de ficar cheia de lama ou das poucas opções para diversão na cidade, coisas
como noite do Karaokê ou do bingo não a agradava, o sossego não a acalmava.
Camilla é o tipo de garota que gosta das luzes, do brilho, do lado bom e ruim
de uma cidade, gosta de bares, do luxo, dos apartamentos, dos flashes, seu
mundo não era no interior. Casar cedo? Ter quatro, cinco filhos? Nem mesmo no
melhor livro de ficção que Demi fosse capaz de escrever essa descrição
funcionaria com Camilla. Sua amiga vir para cidade fora um choque para ela,
pois ela sabia que ela ficaria sozinha, mas era mais que obvio que um dia isso
aconteceria.
Não se
pode dizer que tudo deu errado, Camilla realmente participou de grandes
desfiles, já desfilou na Fashion Week de Nova Iorque, participou do programa
Tim Gunn, mas não decolou tanto quanto poderia. Ela ainda trabalha como modelo,
mas na maior parte do tempo é garçonete em uma cafeteria em um shopping luxuoso
da São Francisco.
Bonita, alta, magra, legal e
divertida, Camilla faz muita mulher questionar sua heterossexualidade, talvez
seu único problema fosse sua falta de filtro, ela simplesmente fala o que vem
na cabeça, sem nem mesmo ver se é uma fala adequada ou não, isso a colocava em
situações complcadas, porém, por mais que ela tentava, ela não conseguia mudar,
ela é assim e pronto.
_ Demi! – Camilla exclamou contente,
assim que viu a amiga de infância. Agora ela estava em seu horário de almoço, o
que a permitia sair da compostura um pouco e, por exemplo, abraçar a amiga no
meio do salão do trabalho. _É incrível como você nunca cresce. – brincou. Demi
riu.
_ Também senti muito a sua falta
Milla.
_ Eu sei garota. – disse soltando-a.
_ E você sabe que eu sinto sua falta também, não vou ficar repetindo.
_ Eu sentia falta da sua
delicadeza também.
_ Você não pode reclamar muito,
você me deixou esperando por você ontem a tarde inteira, sem me mandar uma
mensagem se quer. Pô, eu fiquei
preocupada. – fez cara de choro.
_ Eu precisava de um momento só
para mim. – disse, seguindo-a até uma das cadeiras, mais próxima do balcão,
onde alguns colegas de trabalho de Camilla ainda atendiam os clientes.
_ E eu precisava de uma
localização sua. – contrapôs. Demi riu do exagero da amiga, tudo bem que uma
ligação ou uma mensagem não faria tão mal, porém Camilla, naquele momento, mais
parecia sua mãe. _ Você sabe que teoricamente eu sou sua responsável aqui, não
sabe?
_ Camilla, nós temos a mesma
idade. – indagou Demi.
_ É, mas você está aqui há dois
dias e já deu uma de louca desaparecendo do mapa.
_ Eu estava em meu apartamento. –
sussurrou Demi, revirando os olhos.
_ Não o tempo todo.
_ Milla, sério? – reclamou, Demi
queria ter um encontro agradável com a amiga, e um momento agradável não incluía
cobranças. _ Eu queria um momento só para mim e eu aposto que se eu ligasse
você iria aparecer lá.
_ Tem uma loja de doces aqui no
shopping que esta fazendo uma promoção para funcionários de qualquer loja
daqui, eles tem um sorvete de chocolate e nozes que é o pedaço do céu na terra
e isso Demi é o que você perdeu ao não me ligar. Você ia ter a melhor noite de
foça da sua vida. –sorriu.
_ E por acaso a super modelo pode
ficar tomando sorvete assim é? – perguntou Demi, aproveitando a deixa para
mudar de assunto.
_ Minha genética ajuda garota. –
Demi gargalhou, mesmo sabendo que no fundo era verdade, todos os integrantes da
família de Camilla têm corpos magros, mesmo comendo feito porco, eles são os
famosos magros de ruim. _ Mas claramente que eu ia compensar dando uma
corridinha na esteira. – Demetria revirou os olhos. _ Pode revirar os olhos o
quanto quiser sua preguiçosa. Esporte é vida. – riram. _ Mas e então, me fale
um pouco sobre esse seu vizinho, o que você conheceu no elevador. – disse
sugestiva. Demi tinha dado um pequeno resumo sobre seu dia anterior no telefone
para Camilla.
_ Não venha com essa carinha, não
aconteceu nada. – já deixou claro.
_ Como não Demetria?! Você perdeu
a grande oportunidade de fazer algo que jamais iria esquecer.
_ Camilla, eu nem o conheço
direito!
_ Vocês iam se conhecer muito bem.
– se Demi não estivesse tentando argumentar, teria rido, só Camilla mesmo para
pensar em algo assim. _ Já sei, ele é muito feio? – fez careta.
_ Não, ele é bonitinho. – disse
sem jeito.
_ Bonitinho? – Camilla queria
mais. _ Bonitinho como? Tipo fofo ou tipo feio arrumadinho?
_ Fofo? – respondeu indecisa.
_ Ele é gay? – perguntou Camilla,
já com medo da resposta.
_ Não sei. – respondeu um pouco pensativa,
tentando lembrar-se de algo que indicasse isso. _ Bom, ele não tinha muito o
jeito de gay, mas isso não quer dizer muito. – as duas não falaram nada por
alguns segundos, Camilla porque tentava entender o porquê de nada ter
acontecido entre sua amiga e o vizinho dela, já Demi porque pensava em Joseph e
em como ela tinha estragado tudo com ele. _ Mas quer saber? Eu não sou assim,
ele sendo gay ou não, eu não iria transar com alguém que mal conheço dentro de
um elevador.
_ E se vocês se conhecessem? –
questionou Camilla, brincando, fazendo com que Demi risse. _ Ah, qual é Demi?
Já faz o que? Dois anos? Você já deve ter teia de aranha entre essas pernas.
_ Fala mais alto, minha mãe não
escutou ainda. – Camilla riu da amiga. Demi pensou em ficar brava, mas no fim
das contas riu também. Com Camilla era sempre assim, ela poderia falar o que
quisesse, no fim das contas era impossível brigar ou ficar brava. _ Ele é
tímido, sabe? Bem, tímido. E depois
de tudo, no fim da noite eu fui a casa dele, levei daqueles biscoitos que minha
mãe faz. Você lembra?
_ Ah, os biscoitos da sua mãe. –
disse com prazer, lembrando-se de como era bom pega-los assim que saiam do
forno. A língua queimava, mas o gosto das bolinhas de chocolate derretidas
valia a pena.
_ Pois é. Ele me ofereceu chá,
todo educado, e eu recusei, fui embora. – Demi lembrava-se com pesar. _ Aí
depois ele bateu na minha porta, todo gentil, tentando uma aproximação, e eu
nem mesmo o deixei entrar, já falei na cara que queria ir dormir. Meu Deus! –
disse tampando seu rosto com suas mãos. _ Você precisava ver a cara dele de
decepção. – tornou a olhar para Camilla.
_ Depois eu sou a bruta. –
comentou.
_ Sabe, eu esperava um consolo.
_ Você tá errada.
_ Eu sei disso, agora preciso da
solução. – Camilla ajeitou-se na cadeira, ficando mais ereta. Agora era a hora
de falar sério.
_ Ok, você quer uma solução. Pois
aqui está uma solução. Hoje, vá ao apartamento dele e peça desculpas.
_ Ele deve estar querendo
distancia de mim agora.
_ Demi, vocês são vizinhos, uma
hora vocês vão se reencontrar, é impossível uma distancia. – no fundo ela sabia
que sua amiga estava certa, nem ela nem ele poderiam fugir do inevitável: um
reencontro. _ Você nem foi tão rude assim, não foi como se você não o quisesse,
você precisava do seu tempo após ter um dia de merda. E se ele for realmente fofo ele terá que entender isso.
_ É só que... Eu sei que deve ter
sido difícil para ele se predispor a ir ao meu apartamento, ele é todo travado,
não queria me deixar colocar um apelido nele e depois ele veio todo legal
deixando... – ah que coisa boba – Pensou
Demi.
_ Você e sua mania de apelidos.
_ Ele chama Joseph, Joe é bem mais
simples.
_ Nem vem, você já colocou apelido
numa menina chamada Ana. – relembrou-a.
_ A é bem mais simples. – justificou-se. Camilla apenas sorriu, cada um com sua mania.
_ Sabe? Talvez ele não esteja tão
chateado, talvez ele torne a se fechar, mas você conseguiu destrava-lo uma vez,
destrave-o novamente. – disse, Demi parou para pensar um pouco.
_ Você pode ser boca suja, mente
poluída, alta demais para meu gosto, mas sem duvidas você é a melhor amiga que
eu podia ter. – disse, esforçando-se para abraça-la, do outro lado da mesa.
_ Eu sei. – respondeu Camilla, sem
se movimentar.
_ Ridícula. – reclamou Demi ao ver
que Camilla estava brincando com sua cara.
_ Ah vem cá, minha baixinha
preferida. – levantou-se e abraçou-a. _ Sabe? Eu realmente senti sua falta.
_ Eu sei. – Demi imitou-a.
_ Eu só deixo essa passar porque
provoquei. – as duas ainda continuavam abraçadas.
Foi um ano e meio sem se verem pessoalmente,
apenas por mensagens e Skype. Mesmo Camilla sendo sociável e tendo rapidamente
feito amigos em São Francisco, ela sentia falta de sua amiga do interior, Demetria
era a única em que Camilla sabia que poderia confiar de olhos fechados, a única
que não se ofendia com seu jeito de ser e que, de certa maneira, até entendia e
concordava. As duas tinham tipos diferentes de visão do mundo, mas nunca que as
diferenças se combinaram tão bem, como com elas.
O telefone de Demi tocou,
indicando a chegada de uma mensagem.
As duas se separaram e voltaram a
se sentar.
Demi pegou seu celular e leu a
mensagem.
_ Ah, é o ilustrador que eu
comentei com você hoje cedo. – disse, já sabendo que Camilla perguntaria. _ ele
disse que já está aqui. – completou olhando para todos os lados, tentando
encontra-lo. Logo Demi encontrou-o, logo na porta, acenando para ela. Como
previsto ele estava vestido de maneira bem informal, ele era conhecido por
odiar trajes de gala, mas tampouco nunca foi visto andando desarrumado, talvez
em seu particular ele se permitisse a tal rebeldia, mas em publico? Jamais. O
look de hoje era uma blusa de V branca com listras horizontais de um azul
marinho bem escuro e uma calça jeans de lavagem clara. Ao vê-lo Demi viu que tinha
acertado no look também casual, um vestido de alcinha estampado, que ia até a
altura do joelho, nada de joias, apenas algumas pulseiras sortidas.
_ Ai meu Deus! Não me diga que é
ele. – Camilla não conseguia nem piscar. O ilustrador começou a andar até a
mesa em que elas estavam. _ Eu vou interromper meu horário de almoço agora, e
depois vou voltar, quero que você me conte tudo, inclusive os números de contato.
– disse, saindo poucos segundos antes de ele chegar.
_ Ei. – sorriu tímido. _ eu sou o
Sam Claflin, o ilustrador. – estendeu a mão para cumprimenta-la.
_ Olá. Eu sou Demetria Lovato, a
escritora. – tentou se apresentar da melhor maneira possível, já de cara
tentando agrada-lo, ele poderia abrir boas portas para ela, uma boa primeira
impressão era tudo o que ela precisava.
Alto, cabelo castanho claro, um
sorriso sempre tímido, porém encantador. Era possível aquele homem ser real? Camilla
observava de longe, tentando concentrar-se mais em seu trabalho no que em sua
amiga. Para sua sorte, ou para seu azar, o movimento agora estava fraco, o que
não a deixava com muita opção a não ser, olha-los, quer dizer, olha-lo.
Demi não escaparia de um longo interrogatório.
Ele levanta a mão. Ótimo. Um
pedido. A atendente? Camilla.
Aparentemente Demi havia causado
uma boa impressão, ela tentara resumir a história da maneira mais eletrizante
possível, e, pelas perguntas que ele fazia e as ideias que ele dava para uma
possível capa, ela tinha chamado sua atenção. Porém, assim como tudo estava
indo bem, tudo poderia ir muito mal. E agora que Camilla vinha para atendê-los,
Demetria torcia para que a amiga se mantivesse profissional.
_ Já querem fazer seu pedido? – perguntou
simpática, ignorando Demi.
_ Ah sim. – começou Sam, sem
perceber a leve tensão entre as amigas. Se Demi estava morrendo de medo da
amiga estragar algo, Camilla, já sabendo do pensamento da amiga, sorria por
dentro, pois ao contrario do que ela achava, e do que seria mais provável vindo
dela, a modelo não faria nada, apenas atenderia aquele ilustrador de livros,
com beleza digna de ser descrito como um príncipe encantado dos contos da
Disney. _ Eu gostaria de um cappuccino gelado, médio, de chocolate e Muffin
napolitano. – Camilla anotou tudo em seu bloquinho.
_ E você? – Demi surpreendeu-se
com a maneira que Camilla estava agindo, no fundo ela agradecia, mas era
estranho ver a melhor amiga tratando-a como se fosse apenas uma cliente comum.
_ Não, nada, muito obrigada. –
respondeu. Sem hesitar, Camilla se retirou, deixando novamente Demi e Sam
sozinhos.
_ Tem certeza que não quer nada? –
perguntou sem jeito. _ Você não se incomoda em me ver comendo e não comer nada?
_ Claro que não. – Demi sorriu
pela preocupação do rapaz. _ Ainda estou meio cheia do café da amanhã. –
justificou-se.
_ Pelo jeito foi um belo café da
manha então. Já são duas da tarde. – Demi riu sem graça, ela estava tão nervosa
com tudo que nem mesmo se permitiu a sentir coisas simples como fome, nem mesmo
percebera que já era tão tarde.
_ É, acho que eu exagerei bastante
hoje. – mentiu, para não ter que demonstrar seu nervosismo.
_ Exageros às vezes são bons. –
disse Sam, dando de ombros. _ Mas e então, você toparia em me dar a cópia do
livro?
_ Claro, eu posso imprimir assim
que chegar a casa. Tenho tudo salvo em meu computador.
_ Você acha melhor me mandar por
anexo no e-mail? Assim você economiza tanto o papel quanto a tinta. Ecologicamente
amigável. – sorriu.
_ Me parece bem melhor mesmo. –
concordou Demi.
_ Perfeito. Eu te passo meu
e-mail. Mas antes, eu vou ao banheiro, tem algum problema? – perguntou.
_ Ah não, claro que não, pode ir.
_ Ok, se meu pedido chegar, é só
guarda para mim. – sorriu e levantou-se sem aviso prévio.
Parecia até brincadeira do
destino, tinha que algo acontecer, o pior é que desta vez nem foi por maldade,
era acidente mesmo.
Assim que Sam levantou e virou-se em
direção ao caminho que o levaria ao banheiro, Camilla chegou com o pedido. O
resultado? Camilla trombou com Sam com tudo, bandeja, cappuccino e Muffin,
deixando-o com camisa toda suja.
_ Ai meu Deus, me desculpe. –
pediu Camilla instantaneamente, já pegando um lenço em seu avental de garçonete
e tentando limpar algo, mas no fim ela só estava atrapalhando mais.
_ Não, tudo bem. – respondeu Sam,
tentando fazer com que ela parasse de tentar limpa-lo. _ Essa blusa já é um
pouco velha, e nada que uma boa lavada não resolva. – acalmou-a, sem saber se a
parte do “é só lavar” era 100% verdade. _ E eu já estava indo no banheiro, eu
dou meu jeito por lá. – retomou, agora obtendo sucesso e fazendo-a parar.
_ Você vai ter um belo desconto,
eu falarei com o gerente. – Camilla tentava se concertar.
_ Sem problemas, sério, não
precisa se preocupar, foi um acidente, e se seu gerente achar ruim, eu falo com
ele, sério, não precisa se preocupar. – tentou conforta-la. _ Eu só vou ao
banheiro, e quando voltar, se precisar de mim para algo, eu estarei disposto a
te ajudar. – ele esperou por uma interjeição de Camilla, mas ela não disse
nada, apenas concordou. Assim Sam retomou seu caminho até o banheiro, deixando
as duas amigas para trás.
_ Meu Deus, ele não é só lindo
como um príncipe, ele age como um príncipe. – Demi riu.
_ Ele realmente é muito simpático.
_ Até demais não é? – perguntou encabulada.
_ Será que na verdade ele é um psicopata e sua gentileza é como ele atrai suas
vitimas?
_ Você precisa parar de ver o
canal ID.
_ Como se você trocasse de canal. –
retrucou Camilla, ela tinha pegado a mania de assistir o Canal ID graças a
Demi. Demetria apenas riu concordando, enquanto Camilla abaixou-se, pegando o
copo de cappuccino, que agora estava quase que completamente vazio e o Muffin,
que não estava tão destruído, mas que, como tinha caído no chão, não era mais aproveitável.
_ Sabe? Valeu a pena, eu pude tocar no tanquinho dele e Demi... Que tanquinho. – Demi sabia que a amiga
não perderia a oportunidade de se aproveitar da situação. _ E você viu o
tamanho daquele sapato? – perguntou. _ Demi, - foi para frente da amiga e
tocou-lhe o ombro. _ele não só é lindo, educado e com tanquinho, ele é bem
dotado. – Camilla se segurou para não gritar, mas ela sorria de orelha a
orelha. _ Por favor, me diga que ele é solteiro.
_ Não sei.
_ Como assim não sabe? – tirou a
mão do ombro da amiga, decepcionada. _ Vocês estão conversando a mais de uma
hora, não é possível ser só sobre o livro.
_ E se eu te disser que foi?
_ Demetria, eu vou te bater. –
ameaçou. _ Você deveria estar descobrindo coisas sobre ele, para me passar a
informação.
_ Te juro ser mais eficiente
quando ele voltar. – prometeu Demi.
_ Perfeito.
_ Só me responde uma coisa antes. Isso
tudo foi apenas um acidente, não foi? – perguntou Demi, querendo sanar o último
vestígio de duvida.
_ Nem querendo eu conseguiria
fazer uma cagada dessas, amiga. – respondeu, por mais que Camilla tivesse
adorado poder toca-lo e sentir seu peitoral definido, esta não era a forma que
ela gostaria de ter sido introduzida a ele. _ Ele deve estar me odiando agora
não é? – perguntou.
_ Acho que não. Ele sabe que não
foi sua culpa. – respondeu Demi, com uma certeza que parecia arriscada demais,
já que ela não o conhecia tão bem assim, para poder afirmar algo.
_ Assim espero. – suspirou Camilla.
_ Vou pegar o pano, melhor o chão estar limpo quando ele voltar.
Depois de tudo a conversa não
durou muito mais, como prometido, Demi conseguiu arrancar algumas informações
promissoras, e na hora de se despedirem, Sam gentilmente a convidou para um
encontro de artistas de várias áreas que aconteceria em sua casa no próximo fim
de semana.
Haveria melhor oportunidade para
entrar de vez no mundo da arte? Claro que não.
_ Não só solteiro como
recém-largado pela noiva. – respondeu Demi, encontrando com sua amiga no
balcão.
_ Ainda sofrendo? Superando? Já
superado?
_ Doendo, sangrando. – respondeu Demi.
_ Perfeito, mais sensível impossível,
precisando de um carinho. Eu sou ótima com carinhos. – sorriu maliciosa. _
Numero do telefone?
_ Que tal ir comigo a casa dele no
próximo fim de semana? – sugeriu Demi. _ Ou você prefere mandar uma mensagem do
tipo: Oi, eu sou aquela garçonete trombou com você e sujou sua blusa com
cappuccino, como é que você está? Tudo bem? E sua blusa? – Demi riu e de si
mesma, e Camilla fez careta, rindo junto.
_ Acho que ir a casa dele é uma
ideia melhor. Mas não posso confirmar, fins de semana costumam sempre aparecer
algo na agencia. – respondeu. _ Nunca se sabe quando que se pode decolar. –
completou sonhadora.
_ Bom, dos dois jeitos você sai
ganhando. – ponderou Demi.
_ Você vai voltar aqui amanhã?
_ Algo me diz que você está
querendo que eu vá embora. – percebeu.
_ Algo me diz que você tem que
encontrar mais alguém hoje.
_ Algo me diz que esse encontro
vai ser tão assustador quando esse.
_ Algo me diz que é pura paranoia
sua. – Demi suspirou pensativa.
_ Nós duas nascemos para fazer
merda, quando se diz em relação a homens. – observou.
_ Não só merda. – respondeu Camilla
instantaneamente. As duas riram.
Torta de frango, parecia muito
boa, mesmo tendo sido esquentada no micro-ondas, mais uma marmita que a mãe lhe
dera para não passar fome. Novamente lá estava ela, com um prato na mão e um
pedido de desculpas na boca, frente a porta do vizinho tímido. Os trincos
abriram.
Joseph, ao contrario da maioria
dos americanos, que aproveitaram o dia do trabalhador para descansar ou sair,
passou todo o dia primeiro de maio em casa, fazendo as provas finais que seriam
aplicadas em algumas semanas, era um pouco tedioso, mas necessário, quanto mais
cedo ele fizesse, menos trabalho ficaria acumulado, daqui para frente ele só
tinha que se preocupar em terminar de dar matéria a tempo, para não acabar
prejudicando seus alunos.
Ele não podia negar, entre uma
questão e outra ele tinha parado para pensar na nova vizinha, até mesmo cogitou
de ir novamente a seu apartamento, mas assim que se lembrou de ontem, a ideia
lhe fugiu como fumaça entre os dedos.
Ela não deveria estar disposta a
aguentar um homem de 28 anos sem vida. Ela tinha mais o que fazer,
provavelmente publicar seu livro, há algo mais emocionante?
Bom, Joseph não sabe. Emoções não
faz parte de sua vida.
Quer dizer, talvez essa palpitação
mais forte em seu peito e a leve tremedeira nas pernas fosse uma emoção, se é
assim toda vez, Joseph preferia não mais sentir.
_ Oi. – disse Demi tímida, ao ver
que ele ficou sem reação. _ Eu ainda posso te chamar de Joe? – sorriu fraco,
mas esperançosa.
_ Não vejo o motivo para não. –
sorriu também.
Ela não estava brava.
Ele não estava bravo.
Havia uma chance ali.
Chance para ambos consertarem seus
erros.
Continua
Olá,
bom gente, neste exato momento não estou em casa, nem no meu computador, esse
capítulo será postado automaticamente pelo blogger em algum momento do dia
19/05 (uhuu vidente). Bom, eu terei que fazer uma viagem para o interior
e não poderei levar meu pc, por isso já vou deixar na postagem automática.
Com
isso não responderei os comentários hoje, já que não quero deixar ninguém para
trás, mas prometo responder a todos no próximo capítulo, então, por favor,
comentem J
Bjsss
Estou sentindo cheiro de romance...
ResponderExcluirPosta logooooooooooooooo pleaseeeeee
Aaaah to gostando, e achando td muito fofo como sempre u,u n demora a postaaar bjs
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