_ Então sim, vamos. – respondeu e sorriu para mim. Naquele
momento eu percebi que eu não poderia ter feito melhor escolha, Joe era o
melhor para mim, e juntos enfrentaríamos meu pai. Se não quisermos, ele não
pode.
Minha
cozinha parecia ter saído de uma verdadeira guerra de comida, não que não
tivesse acontecido uma, só será bem difícil de limpa-la depois.
_ Espero que as panquecas tenham ficado
boas. – disse Joe.
_ Claro que ficou, nós dois fizemos. –
falei convencida.
_ É isso que me preocupa. – falou
divertido. Eu ri e lhe dei um tapa na barriga.
Naquele dia eu acordei e insisti a Joe para
me ensinar a fazer as mesmas panquecas que ele fez no primeiro dia. No começo
tudo parecia que ia dar certo, até o meu primeiro erro, nada muito grave, eu só
exagerei na hora de colocar o sal, nada que Joe não conseguisse resolver
depois, aumentando muito a quantidade dos outros ingredientes.
Mãos sujas de farinha, um coloca farinha na
ponta do nariz de outro, o outro retribui, aí o outro retribui sujando mais, o
outro faz o mesmo e assim começa festa. Resultado, eu terei que comprar farinha
da próxima vez que for ao supermercado, e leite também, graças a Joe que deixou
cair no chão a maior parte da embalagem, talvez eu deva colocar ovos na lista
também, já que eu devo ter quebrado uns quatro ovos tentando quebra-los sem
deixar que a casaca caísse na mistura, terminou que Joe teve um trabalho a mais
tirando a casca dos quatro ovos no meio da massa, quebrar ovos não é comigo. O que
me serve de consolo, é que na hora de colocar na frigideira tudo ocorreu
perfeitamente bem.
_ Primeiro você. – falei.
_ Porque primeiro eu? – perguntou Joe
desconfiado.
_ Se estiver ruim só você vai ter
experimentado. – falei humorada.
_ Engraçadinha. – rimos. _ Se estiver ruim
você vai comer tudo sozinha e eu farei outras para mim. – disse.
_ Não sei como. – falei olhando em volta.
Joe acompanhou meu olhar, se mesmo sem ele ter nada, eu sei que ele concordou.
Ultimamente já esta ficando comum na minha
vida.
Não há espaço para paz ou alegria
duradoura.
O dia estava passando bem, eu tinha acabado
de fazer minha seção de fisioterapia e estava me sentindo bem melhor, não tinha
mais dificuldade em andar e nem mesmo lembro-me da última vez que senti dor por
ficar de pé por muito tempo. Tenho certeza que em pouco tempo me livrarei deste
gesso na minha perna e estarei livre para andar de um lado para o outro sem
nenhuma preocupação. Isso me deixa feliz e triste, pois sei que minha
recuperação significa que Joe não será mais meu enfermeiro, irá para a
Inglaterra e eu o perderei.
Joe e eu havíamos combinado de sair hoje
mais à tarde, para poder comemorar um mês de namoro, sim, um mês, é até mesmo
difícil de crer que o tempo passou tão rápido.
Eu estava ansiosa com essa data, eu sentia
que com Joe as coisas seriam diferentes, que não haveria a mesma decepção que
eu tive da ultima vez. Eu só queria estar sempre ao seu lado. Se eu pudesse
impedir que ele fosse para Inglaterra... Bom, talvez eu possa...
Quando o porteiro anunciou seu nome no
interfone senti meu coração gelar, sabia que não seria boa coisa, ela já
deveria estar sabendo que eu estava do lado do meu pai.
Joe abraçou-me forte e me deu um beijo
calmo, passando-me confiança. Ela bateu na porta e eu abri, entrou sem
sorrisos, nem se quer um cumprimento, a primeira coisa que falou foi para Joe
nos deixar sozinhas, ela de nada se parecia com a mulher que chegou com um
vestido lindo para mim há pouco tempo atrás.
Ela olhou para o apartamento e que logo viu
a bagunça da cozinha fez careta, ela sentou-se na cadeira da sala de estar e
cruzou as pernas, nenhuma palavra foi dita.
Ela estava arrumada, usava a típica roupa
de uma empresaria que se vê nos filmes gravados em Nova York, terninho, saia e
salto alto pretos, e uma blusa simples por baixo do terninho, branca, nada
muito comum para ela, Dianna sempre foi um pouco exagerada, algumas vezes até
perua, cores fortes, saltos bem altos, batom vermelho que chama a atenção por
onde passa.
_ Me responda apenas sim ou não. – ela começou
dizendo, sua voz era raivosa, o que me assustou. _ Alguma vez eu já levantei a
mão para te agredir? – perguntou.
_ Não. – respondi.
_ E seu pai?
_ Sim. – falei, e sentei-me no sofá, o mais
afastado possível de minha mãe.
_ Você realmente acha que Madison ficará
melhor ao lado de seu pai? – perguntou alterando o tom de sua voz. Hesitei. _
Responda! – gritou.
_ Eu não sei.
_ Você não sabe? – perguntou alterada, ela
começou a ficar vermelha de raiva. _ Mas ainda sim você não hesitou em ir defender
o seu pai, não é?!
_ Eu não tive escolha. – tentei
defender-me. Do jeito que Dianna falava eu comecei a me sentir culpada, parecia
que eu estava condenando a minha irmã a eternidade no inferno. Tudo bem que meu
pai não era santo, está longe de ser um pai, mas Dianna tampouco está perto de
ser uma mãe.
_ E desde quando você não tem escolhas?
Você sempre fez o que quis. – acusou-me.
_ Eu não vou prejudicar o Joe. – revelei.
Dianna me olhou com o olhar de reprovação.
_ Eu conheço pessoas importantes dentro de
Yale, eu posso mandar uma carta de recomendação a eles, duvido que Joe não
consiga uma bolsa lá. Ele estudaria medicina e não necessitaria de sair do
país. – falou ela. _ Você ainda tem essa chance, Demi. – hesitei em dar uma
resposta. Porque eu nunca tinha pensado nisso? Seria ótimo, não é? Joe ficaria
do meu lado. _ O lugar da Madison não é do lado de seu pai, e se você gosta
tanto desde Joe, que ele fique ao seu lado também. – disse tentando se mostrar
bem ao dizer, porém eu percebi que o nome do Joe saiu de sua boca com
dificuldade, deixando claro que, apesar de estar aceitando, repudia o nosso
namoro. _ A maioria das provas que tenho contra seu pai, não está a meu dispor,
os empregados daquela casa sabem muito bem o que ele faz e o que é capaz de
fazer, porém nenhum deles irá para o meu lado sabendo que perderão o emprego e
Eddie pode ser bem maligno quando quer. – falou, do que ela queria dizer ao
usar a palavra ‘maligno’? Havia algo sobre o meu pai da qual eu desconheço? _
Você seria a minha maior aliada. – falou ela. Olhei em seus olhos e pela
primeira vez ela parecia sincera.
_ Me responda apenas uma coisa. – pedi.
_ Sim... – me incentivou a começar a
perguntar.
_ Você quer que eu fique do seu lado pela
Madison ou pelo dinheiro que ela trará para você? – perguntei.
_ É muito mais que isso Demetria...
_ Só me responda. – pedi. Eu queria uma
resposta sincera, eu tinha a esperança que pela primeira vez ela demonstrasse
amor pelas filhas, nem que fosse fingindo.
_ Apesar de tudo, eu sou mãe de vocês duas.
– falou ela. _ O lugar da Madison não é naquela casa. – tornou a dizer.
_ Eu só queria uma resposta. – falei
decepcionada. Nem mesmo mentir ela foi capaz, nada que pudesse me comover a
mudar para seu lado. Olhei para Dianna e ela estava com o olhar triste.
_ Esta é sua resposta final? – perguntou
ela, se levantando.
_ Talvez sim. – falei, sem olha-la
diretamente.
_ Então até sexta-feira, Demetria. –
despediu-se.
_ Até sexta-feira. – falei.
Nenhum dos lados havia me convencido e cada
um tinha sua proposta irrecusável e em apenas dois dias eu teria que sair do
muro e decidir por qual caminho seguir.
CONTINUA...
Depois de tanto tempo parada, voltei \o/ Os
capítulos agora começarão a ficar mais tensos e decisivos, talvez até um pouco
maiores, espero que vocês gostem, e sobre o último post eu já tenho ideia do
que eu vou fazer eu apenas esperarei o fim da enquete para dar-lhes o veredito
final. Muito obrigada por tudo galera.
Não se esqueçam de comentar/avaliar
Desculpem-me, não responderei os comentários hoje,
mas li todos e agradeço. Aos próximos prometo responder J
bjssss
Ah meu Deus
ResponderExcluirFiquei ansiosa agora =(
Desculpa não ter comentado assim que postaste mas só voltei hoje das minhas férias e só deu para comentar agora =)
Posta logo antes que morra de ansiedade xD
Beijos
Eita, Eu só acho que a Demi que deveria lutar pela guarda da Irmã dela. Pois é a única que sabe sobre os pais, e a irmã a ama. Joe pode ser testemunha e os empregados também. Joe pode conseguir uma bolsa lá fora. Alás, ele ainda quer deixar a Demi?! Ansiosa, posta rapidinho! Beijos, amei.
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