terça-feira, 29 de janeiro de 2013

9º CAPITULO “Um ruidoso tiro e um fatal grito” – AMOR EM GUERRA


_ Tudo bem. – falei e comecei a abrir a carta. Li e reli por varias vezes, forçando o minha visão para enxergar pela fraca luz da lamparina, eu podia sentir a dor de suas palavras e de sua decisão de me deixar livre para escolher o que eu achava melhor, isso, eu não posso mentir, me fez pensar em ficar, afinal ela mesma escreveu que me apoiaria, não é? Mas toda hora que via foto do ultrassom, meu coração logo se derretia, se eu já amava aquele ser que nem se quer eu podia ver com muita nitidez ou pegar, seria eu capaz de ficar longe depois que nascesse? Esta era uma duvida que eu tinha, era um outro embate que eu enfrentaria, mas, por agora, eu teria de deixar esta duvida de lado, pois amanhã seria o grande dia.
O dia amanheceu chuvoso em Fort Bragg, parecia mais um pressentimento do que poderia acontecer...
Demi, mesmo sem querer, acordou cedo, como sempre. O clima frio e a chuva eram como um convite para ficar um pouco mais na cama, mas era sua obrigação despertar.
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Já era tarde na base do exercito e todos estavam ansiosos, os comandantes repassavam o plano varias vezes, com medo de que uma falha ou brecha pudesse ter sido ignorada, a maioria dos soldados ainda descansava em suas barracas para ficarem mais descansados para a batalha que enfrentariam assim que o sol se posse, Joe era um deles, já outros ansiosos de mais para conseguir ficar mais tempo no colchão, levantaram e se alongavam pelo batalhão.

_ Acorde homem! – berrou Drew, bem no ouvido de Joe. _ Saia deste colchão!
_ Ah. – resmungou Joe, virando para o outro lado.
_ Ande. Acorde! – tornou a gritar. _ Os outros já chegaram, não vais ver seus companheiros?
_ Me deixe!
_ Ande homem, pare de preguiça! – tornou a incomodá-lo. Vendo que não tinha saída, Joe começou a abrir seus olhos vagarosamente enquanto espreguiçava-se no colchão.
_ Será que você poderia ser menos chato? – perguntou Joe, enquanto se levantava a contragosto.
_ Já é tarde Joe, pare de ser preguiçoso. Os outros soldados que estavam de licença voltaram, venha! – disse pegando um dos braços de Joe e puxando, ajudando-o a levantar.
_ Eu os veria mais tarde de qualquer jeito e eu não sou o único a dormir. – falou Joe olhando em volta e vendo alguns poucos homens que também ainda dormiam.
_ Não é por isso que tens que continuar a dormir. – falou. E assim os dois saíram da barraca e foram para fora da barraca e lá encontraram os companheiros recém-chegados.

_ Joe seu dorminhoco.
_ Oi para você também Liam, que bom vê-lo novamente, não esperava lhe ver tão cedo. – disse Joe.
_ Oi dorminhoco, eu também não estava querendo voltar tão cedo. – confessou Liam. _ Mas um bendito ataque me obrigou. – Joe riu da cara de indignação do amigo. _ Se não me bastasse voltar mais cedo, passarei o dia inteiro vendo os planos de ataque, nem terei tempo para descansar.
_ Quando voltarmos você vai se jogar na cama assim como eu e eu quero ver você continuar a me chamar de dorminhoco. – disse.

                               (...)

O dia para Demi parecia se arrastar lentamente e sem nenhuma pretensão de ajuda-la a passar de bom humor, definitivamente nada estava dando muito certo para ela.
1º No primeiro horário de aula Demi teve que sair de sala para falar com um pai, de um dos alunos da 3º serie, que foi reclamar de uma nota ruim recebida pelo filho e começou a xinga-la como se aquilo fosse culpa de Demi.
2º No único momento do dia que parecia que iria ser legal foi outro desastre, assim que chegou à lanchonete de sua amiga, Demi a viu triste pela partida antecipada do marido e ainda descobriu que haveria uma grande batalha, em que tanto Liam quanto Joe enfrentariam.
3º Pela primeira vez, desde que ficara gravida, Demi se sentiu enjoada o dia inteiro, tendo de ser obrigada a ir para casa mais cedo por não conseguir ficar mais que cinco minutos sem ir ao banheiro vomitar.
4º Ao saber da batalha Demi sentiu-se com um  frio na espinha durante todo o dia, o medo estava visível em seu olhar.

JOE
O sol já começava a se pôr os últimos detalhes já tinham sido repassados. Os ingleses ficariam com a parte aérea, seriam os responsáveis de pilotar os helicópteros e de atacar e vigiar por cima, nós, americanos, ficaríamos com a parte terrestre, entraríamos em seus esconderijos e tentaríamos prender o líder do grupo.

_ Preparado? – perguntou Gabriel, nós dois iriamos no mesmo tanque de combate e estávamos nos dirigindo em direção a ele.
_ Mais impossível. – respondi. O que eu mais queria era que isso terminasse logo, eu queria que tudo isso se resolvesse e que minha última batalha como soldado fosse um sucesso, eu queria voltar para casa. _ E você? – perguntei.
_ Sei lá, acho que estou. – respondeu. Eu estranhei sua resposta, ele costumava ser sempre o mais animado, mas animado que eu inclusive.
_ Está acontecendo alguma coisa? – perguntei, agora entravamos dentro do tanque.
_ Não, eu não dormi muito bem, acho que é isso. – falou, acreditei, ele realmente parecia cansado.

Assim que o tanque começou a se dirigir para o local que seria invadido, meu coração começou a disparar, não que fosse meu primeiro ataque, eu já estava há dois anos no exercito já vi muitas coisas, já perdi gente, já matei e já quase morri, mas é sempre assim, não importa quantos ataques, quantas invasões, quantas missões eu já fiz, sempre me dá um nervosismo, um medo de que algo possa acontecer...

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Caos, naquele momento esta é a única palavra que poderia ser descrever o que estava acontecendo, os ruídos dos tiros, gritos, explosões, o ataque estava sendo maior do que se esperava, havia mais pessoas que o que fora calculado, a resistência a invasão era mais forte do que se pensava, um caos tinha se espalhado em todos e por todos os lugares. Havia fogo, era um fogo intenso, o calor era grande, a fumaça tampava a visão dos soldados, isso de nada ajudava, tinham muitas coisa pelo caminho, moveis, caixas, corpos, em alguns lugares, na qual a fumaça era mais forte, os homens na ânsia de sair para um local com mais amplitude de visão acabavam tropeçando pelo caminho, tornando-se possíveis vitimas quase que indefesas.
“Recuem, recuem” Esta era a única ordem do comandante inglês Philippe, “Ataquem, nós estamos conseguindo, ataquem!” era a ordem de Rick, havia um conflito, os que respeitavam o comandante Philippe acabavam tendo que voltar para o combate, ao perceber que a luta ainda continuava, já os que respeitavam as ordens de Rick se lançavam de corpo e alma na luta, mesmo desejavam com todas as forças que as ordens de Rick fossem as mesmas de que Philippe.

Joe estava no meio da confusão, estava dentro da casa em que lhes foi indicado que vivia o líder do grupo, a fumaça por lá era menos densa, mas ainda sim existente e forte o suficiente para lhe cegar um pouco. Por mais treinado que Joe fosse, nesse momento ele estava vulnerável a qualquer tipo de ataque fatal, junto a ele estava Macus, outro soldado, eles pouco se conheciam, mas precisaram de juntar forças para que houvesse maior chance de sobrevivência.
_ Acho que é melhor voltarmos Joe, não dá para ver nada aqui, vamos acabar morrendo. – gritou Macus.
_ Ainda não, acho que tem algo por ali, vamos. – insistiu Joe. _ Caso não tenha nada voltaremos. – disse. Mesmo não querendo Macus acabou seguindo Joe, porem antes mesmo de chegarem ao local a caminhada foi interrompida por um ruidoso tiro e um fatal grito.
                CONTINUA...

Você vê?
Os soldados
Eles estão lá fora hoje
Perdendo a areia de seus coletes a prova de bala.
                Hands Held High – Linkin Park

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Como prometido mais um capítulo foi postado, espero que tenham gostado. Eu só voltarei a postar na sexta-feira ou no sábado, isso se não tiver nenhum imprevisto novamente.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss 

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