Olá gente, esta postagem não entrou no cronograma do
blogger, pois resolvi participar do desafio hoje, então tive que escrever meio que as pressas, já que o prazo para entregar o desafio, também termina hoje, concluindo, eu não tive tempo para avisa-los.
Para explicar melhor, estou participando do desafio do mês de maio da página do Facebook: Ficwriter Facts. O tema é Verão.
Para explicar melhor, estou participando do desafio do mês de maio da página do Facebook: Ficwriter Facts. O tema é Verão.
O capítulo ficou grande, mas espero que vocês possam ler,
pretendo continuar essa história nos próximos desafios, então se você gostou,
não se desespere, ela terá continuação.
......
O calor
do sol forte bate em minha pele assim que abro a cortina da janela de meu
quarto. Olho para a paisagem, e o céu está num azul puro, nenhuma nuvem a
vista. As árvores e flores parecem gostar disso, nem mesmo na estação das
flores elas estiveram tão verdes e vivas.
Um
pouco mais além, avisto a praia e todo seu resplendor, não há quase ninguém por
lá e isso me agrada.
Tomo um
rápido banho, apenas para espantar o calor e o suor que já se acumulava em meu
corpo, mesmo eu estando parada. A água fria me ajuda a equilibrar a temperatura
corporal.
Não me
preocupo em caprichar na secagem, nem mesmo mexo em meu cabelo. Apenas visto
meu biquíni e minha saída de praia, procuro minha bolsa (com protetor solar,
carteira, óculos de sol e chapéu), e ela ainda estava completa. Coloco meu
celular e uma garrafa d’água. Nada mais me segurava dentro desta casa.
Saio da
casa, atravesso a rua e já me encontro pisando na areia branca.
Por
estar praticamente vazia, posso escolher o lugar que quero me acomodar. Jogo
minha canga na areia, sento-me e começo a passar o protetor solar.
Coloco
os óculos e deito-me, sinto o sol em minha pele e a brisa do mar faz com que
meu cabelo não fique quieto.
O verão ainda está em seu auge, e eu não sinto nenhuma falta
das estações anteriores. Um mês inteiro de férias, num paraíso tropical é tudo
o que um ser humano necessita para ser feliz.
– Gostei de você. – assusto-me ao ouvir a voz de homem ao meu lado.
Tiro os óculos, sento-me e olho para o lado.
Um
homem grande, negro, de tatuagens tribais no braço esquerdo, que se estendem do
ombro até seu pulso. Ele sorri gentil para mim.
–
Oi? – pergunto confusa.
–
Achei você legal. – ele diz.
–
Eu te conheço? – não quero ser grossa, mas achei sua aproximação estranha.
–
Ontem, no Karaokê. – ele me diz. – Você cantou Demi Lovato. – ele relembra e eu
coro instantaneamente. Ele percebe. – É. – diz rindo. – Você canta bem mal.
–
Se você está tentando me conquistar, não sei se começou bem... – digo. Ok, não
sou uma boa cantora, mas cantei no Karaokê num momento de descontração, ele não
pode me julgar.
–
Sempre achei que falar a verdade era uma ótima maneira de começar uma
aproximação, gera confiança. – ele sorri largo.
–
Delicadeza é melhor. – digo.
–
Se te serve de consolo, também não canto bem. Você não se lembra? – ele pergunta
e eu começo a puxar na memoria a noite anterior.
–
Cantei aquela música da banda Dnce, “Cake by the ocean”. – ele diz.
–
Oh. – digo num tom que mistura surpresa, desapontamento e pena. – Você? –
pergunto.
Lembro-me
de alguém estragando essa música no palco e agora percebo o porquê. Este homem grande
e bruto tem uma voz grossa e ontem ele tentara cantar da mesma maneira e tom do
Joe Jonas, não tinha como isso dar certo.
–
Pois é. – ele ri. – Viu? Já temos algo em comum. Ambos somos péssimos cantores.
– eu acabo rindo da maneira em que ele fala.
–
Então você me reconheceu e decidiu vir falar comigo? – pergunto.
–
Não conheço ninguém por aqui. – dá de ombros. – Tentar fazer amizade não me
parece algo errado. – faz uma breve pausa. – E como eu já te conheci no seu
pior, tu tens um passo à frente em relação a todos aqui. – eu acabo rindo novamente.
–
Você é sempre assim? – pergunto.
–
Assim como? – ele pergunta.
–
Humorado. – digo, sem saber se é a palavra correta.
–
É verão. Estou de férias. O verão passa rápido. Não há porque ficar desanimado.
–
Então agora sou sua amiga? – pergunto, quando percebo que ele se calou.
–
Existe o famoso ‘amor de verão’, não é? – apenas assinto com a cabeça. –
Podemos ter uma ‘amizade de verão’. O que achas? – sugere.
Eu
não o conheço. Sei que não deveria ter deixado o assunto render. Mas aqui estou
eu, pensando em ficar amiga daquele homem.
–
Meu nome é Roberto. – se apresenta por fim. Ele apresenta a mão, para
cumprimentar-me.
–
Sou Marcela. – digo, cumprimentando-o.
No
apertar de nossas mãos, evidenciam-se nossas diferenças físicas.
Ele
é todo grande e isso inclui sua mão. Sua pele é negra e meus dedos largos. Já
eu sou magra, tenho uma estatura normal, mas, mesmo ele estando sentado ao meu
lado, sei que se levantarmos e ficarmos lado a lado; eu ficarei baixinha. Minha
pele é branca, mesmo já frequentando assiduamente a praia nos últimos quatro
dias, eu ainda estou pálida. Eu sou incapaz de ficar bronzeada, apenas fico
vermelha como uma pimenta.
No
inicio o clima fica estranho, mas Roberto consegue criar assuntos e manter a
conversa viva.
Ele
fala sobre sua infância, sua cidade, que por coincidência, é a mesma que a
minha. Fala sobre sua grande e barulhenta família e sobre como ele ganhou uma
passagem de graça para vir passar suas férias aqui.
Eu
tento não revelar muito, pois, apesar de já sentir confiança em relação a
aquele homem, quero manter a minha chata vida cotidiana, longe dos meus
pensamentos.
–
Sabe, tem um bar aqui perto que já deve estar abrindo, é muito legal lá, tem
comida boa, muita bebida... – eu hesito.
– Eu não quero raptar você, se é isso que está pensando. – diz.
–
Não acho que um sequestrador diria algo diferente. – digo e dou uma risada logo
após, para que ele não fique chateado comigo.
–
Tudo bem. Eu entendo. Você não me conhece bem ainda... Vamos fazer assim, eu te
passo o endereço, eu devo ir para lá daqui uma meia hora, você usa o dia para
decidir se quer me encontrar lá ou não. – sugere.
–
Acho que... Pode ser. – não dou muita certeza, mas estou aberta a considerar a
sugestão do homem.
–
Não tenho caneta aqui e não irei lhe pedir para escrever em seu celular, pois
percebi que és desconfiada. Então tente lembrar o endereço, pode ser? – eu balanço
a cabeça afirmativamente. – Rua das Margaridas... – ele começa a dizer.
–
Ah, é a rua logo atrás da casa que aluguei. – digo e ele ri.
–
Para quem está com medo de ser raptada, você não se protege bem. – repara e eu
coro.
Como sou idiota.
– Como eu ia dizendo, Rua das Margaridas, número 27. O nome é Clube da
praia Laranja. Vai ser bem fácil de achar. É um bar laranja. – diz e sorri.
–
Guardado na memoria. – digo e ele concorda.
–
Bom, acho que é era de eu partir. Espero que confie em mim. – diz se levantando
e comprovando minha tese sobre sua altura, ele é gigante.
Fico
mais um tempo na praia, quero relaxar, mas confesso que não tiro Roberto da
cabeça. Não estou apaixonada, nem nada, mas não posso mentir, ele me gerou uma
curiosidade.
Ele
parece ser gentil e é engraçado. Sua aproximação não foi a ideal, e eu temo que
suas intensões não sejam as melhores, mas... Mas eu queria entrar na sua onda e
aceitar sua proposta de ‘amizade de verão’.
Junto
minhas coisas e volto para casa.
Lá
penso mais um pouco. Entro na internet e pesquiso sobre o tal Clube e o lugar,
pelas fotos e comentários, parece ser bem legal e movimentado. Se ele estivesse
tentando sequestrar-me, provavelmente escolheria um lugar mais vazio, como a
praia em que estávamos...
Decido
tomar mais um banho, pois já estou suada novamente. Desta vez, ao sair do
banheiro, penteio meu cabelo e me seco com cuidado. Primeiro que minha pele
arde, graças ao sol, e segundo porque quero ficar totalmente seca para
vestir-me melhor.
Não
sei o que usar, mas como estou numa região praiana, coloco um vestido branco,
com detalhes de bordado. É de um tecido leve. Prendo meu cabelo num coque alto
e coloco um colar de corrente fina, que tem um pingente delicado de coração no
final.
Não
uso maquiagem, eu apenas passo um batom rosinha claro.
Quando
chego ao local, o céu já está mais escuro e o clima mais fresco. O lugar está
cheio e temo não conseguir encontrar Roberto na multidão.
Ando
pelos corredores que se formam entre as mesas cheias de turistas e logo reparo
numa montanha negra sentado no bar. Aproximo-me e paro ao seu lado, quero
garantir que não cumprimentarei a pessoa errada.
Roberto
abre um largo sorriso quando me vê.
–
Você confiou. – parece um pouco surpreso.
–
Sim. – confirmo.
–
Ótimo. – puxa uma cadeira para que eu me
sente ao seu lado. – Sente-se, vamos beber algo. – diz já chamando o garçom
para nos atender.
Bebendo,
acabo me sentindo mais leve e permito-me revelar mais sobre mim, enquanto
converso com Roberto. Ele também se mostra ainda mais alegre bêbado.
Saímos
do bar quando já é noite, levo-o para uma boate que conheci no meu primeiro dia
nessa cidade praiana. Ele, no inicio não parece muito à vontade no local, mas
insisto e ele cede.
Dançamos
e bebemos mais um pouco.
Sei
que saímos dessa boate e fomos para outra, que não fica muito longe, nesta
também dançamos e bebemos mais.
Quando
saímos desta segunda boate, a noite está no seu auge. As ruas estão cheias e no
meio do caminho encontramos um pequeno bloco de carnaval. Estamos cansados, mas
entramos na folia. Dançar mais um pouco não faz mal.
Não
sei se realmente aconteceu, ou se sonhei, mas Roberto me beija e eu retribuo.
Acordo.
Demoro um pouco para perceber onde estou e sinto um alivio enorme ao constatar
que estou no quarto da casa que aluguei para passar as férias. Não preciso me
virar para ver que não estou sozinha, minha cabeça doe e não me lembro de boa
parte da noite anterior. Quando me viro, encontro um homem a meu lado. É
Roberto, lembro-me dele e me assusto ao perceber que me deixei ir tão longe com
ele. Não sou do tipo que dorme no primeiro encontro, e isso só evidencia o quão
louca eu fiquei na noite anterior.
Tento chacoalhar
o homem, mas ele é grande e não sai do lugar, porém ele acorda e olha para mim.
Roberto sorri grande ao perceber que também estou desperta.
– Bom dia, flor do dia. – ele diz carinhoso, levantando sua mão
esquerda e mostrando-me um anel em sua mão esquerda, em seu dedo anelar. Levo
um susto.
Meu Deus, eu dormi com um homem casado!
Mas assim que olho minha mão, a mesma que usei para chacoalhá-lo, percebo:
Eu sou a esposa.
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