sexta-feira, 26 de junho de 2015

6. Algo estranho – Não Existem Poesias


4 e 5 de Maio de 2015


O clima agora estava estranho, não necessariamente ruim, mas estranho. Joe não sabia exatamente o porquê e Demi temia saber até demais.
 Seria isto possível? – pensava ela.
Mas logo com ele? – pensou enquanto o Homem de Ferro explodia alguma coisa no filme, do qual ela não conseguira prestar atenção um segundo sequer.
Não, não, claro que não. – concluiu.
Nada aconteceu e nada vai acontecer. – disse a si mesma.
Mas e se? – olhou-o de canto de olho, ele parecia um pouco tenso, será que ele também estava sentindo o clima estanho?

(...)

Hoje, Joe, pela primeira vez na vida, acordara atrasado e, se acordar atrasado já é algo diferente da sua natureza, o motivo é mais inédito ainda.
Ali, daquela mesma cama, que agora ele corria para se levantar, ele passara a noite pensando no havia acontecido durante a tarde do dia anterior.
Ele e Demi fazendo guerra de travesseiros e ela cai, levando-o junto, ambos se entreolham. Entreolham-se de maneira que nunca fizeram antes. Algo mudou ali, disso não havia duvida.
Mas o que mudou? – perguntava-se Joe.
E sua maior pergunta, a que mais o atormentava: Porque mudou?

(...)

Podia ser terça-feira, mas o shopping estava cheio como se fosse final de semana, fato que incomodou um pouco a Demi, mas o assunto que teria com Camilla não poderia esperar.

-  Espero que você tenha um bom motivo para você me tirar do meu trabalho. – disse Camilla, assim que avistou a amiga, frente a uma livraria do shopping.
– Nem tente, eu sei que você esta me agradecendo por dentro. – contrapôs, mas não em um tom amigável, como era o esperado. Isto fez com que Camilla não dissesse mais nada, apenas esperou que a amiga falasse o que tanto a afligia. Demi hesitou. – Eu e Joe. – começou e olhou de soslaio para Camilla, esperando uma primeira reação, como não obteve nada, continuou. –Eu estava no apartamento dele e nos estávamos brincando...
– Brincando? – perguntou Camilla. – Quantos anos vocês têm?
– Era guerra de travesseiro. – esclareceu Demi. – Nós duas ainda fazemos isso às vezes. – relembrou-a.
– Homens não fazem isso, Demi. – disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
– Ele pareceu gostar. – falou convencida. – E até uma boa parte foi bem legal.
– E então o quê deu errado? – perguntou.
– Eu caí...
– Normal. – brincou Camilla. Demi relevou.
– Mas eu o levei ao chão junto comigo. – disse, já começando a corar. – E ele caiu encima de mim.
– Uau. – surpreendeu-se com o rumo da conversa. – E depois? – perguntou.
– Nada. – respondeu.
– Incrível, é a segunda oportunidade que ele perde.
– Camilla!
– Tá, tá, e qual é a urgência nisso Demetria? Você caiu, ele caiu, um encima do outro, porém... – suspirou. – nada...
– Algo estranho aconteceu Camilla, ficou um belo de um climão entre nós e... Sei lá... Por um momento eu pensei... Pensei que... Bom... Que nós íamos...
– Putz Demi! Fala logo mulher!
– Eu pensei que nós íamos nos beijar.
– E você gostaria que isso tivesse acontecido? – perguntou Camilla, agora falando bem sério.
– Claro que não! – não hesitou em responder. – Quer dizer... – repensou. – Não sei. – concluiu.
– E qual é a sua dúvida?
– Não sei. – isto era completamente frustrante para Demi, ela sentia algo estranho e sabia que não era um bom sinal, pois apesar de negar, ela entendia muito bem o que estava se passando.
– Demi, você não é boba, se você está assim é porque você se importa e se você se importa é porque sente, e o que você está sentindo é real, não tem mais volta.
– Talvez eu esteja só impressionada.
– Impressionada com o quê? – Camilla gentilmente tentava colocar a amiga de volta aos trilhos, se enganar não era a solução, e enquanto ela não aceitasse isso ela viveria em um constante tormento.
– Não sei. – suspirou cansada. – Quem sabe eu esteja só um pouco carente? Você sabe, toda esta mudança, ficar longe da minha família, minha mãe que não fala comigo... – Camilla sabia de toda a história, mais só agora, vendo Demi falar desta maneira, que ela percebera o quão triste ela realmente estava.
– Ele pode ser uma boa distração, Demi.
– Isso não seria justo com ele. – disse Demi duramente, como Camilla tinha coragem de cogitar uma coisa dessas? – Ele é uma pessoa legal, não o usarei para satisfazer minha carência. – bateu o pé.
– Não me leve a mal, não estou falando para você usá-lo e descarta-lo logo após. Ele nunca teve ninguém e... Bom... Ele me parece bem a vontade com você, se ele se sentir da mesma maneira que você, porque não?
– Eu não sei se ele se sente da mesma maneira que eu.
– E o que você está esperando para ver?
– Talvez eu não queira saber.
– Você não precisa ter medo disso.
– Não quero arriscar, sério, foi só um... Clima estranho... Não preciso ficar paranoica.
– Eu acho que você talvez não tenha percebido, mas você já está paranoica. – Demi hesitou. E se a amiga estiver certa? E se agora não tiver mais jeito? E se ela estiver realmente se... Se... Aí meu Deus e se eu realmente estiver me apaixonando?!


O dia de Joe hoje teria sido bem melhor, isto se ele não estivesse com a mente tão longe.
Apesar de muitos ainda o encarar com uma frequência incomoda, hoje as pessoas se mostraram bem menos invasivas e por muitas vezes ele conseguira andar pelos corredores como antigamente, “invisível”. Ainda assim, ele pode dizer com toda certeza que hoje, definitivamente, ele dera a pior aula de toda sua carreira profissional, as duvidas dos alunos estavam sendo respondidas de maneira tão vazia que Joseph tinha consciência de que o famoso “Sim” à pergunta “Todos entenderam?” Nunca soou tão falsa. Joseph torcia para que nenhum aluno fosse reclamar com a direção da escola, já basta um problema em sua vida.


– Sabe? Você ficou bem gatinho. – disse uma das aulas do segundo ano, interceptando ele no corredor da escola, agora já era hora da saída, e a escola estava praticamente vazia, ainda havia alguns alunos por ali, apenas aqueles que estavam enrolando para ir embora, ou a espera de alguém que os fossem buscar. Ao lado da garota, tinha duas outras garotas, que Joe sabia que era da mesma turma que ela. Ele sabia que o nome dela é Amanda, e sabia que uma das amigas era Stefanni, mas não fazia ideia do nome da terceira, por ser sempre muito quieta ele raramente tinha que chamar sua atenção o que fazia com que ele não tivesse necessidade de decorar seu nome. Joseph hesitou. O que falar numa situação destas? No final ele apenas sorriu e tentou desviar-se da aluna. – Sabe, eu adoro homens mais velhos. – Joe arregalou o olho?
– Oi? – perguntou claramente chocado.
– Você é o tipo ideal, mais velho, bonito e tímido. – Joseph ficou estático, era algum tipo de piada? Talvez fosse, Stefanni e a outra menina estavam dando risinhos e tentando esconder isso com as mãos. Porém... Bom, Amanda parecia bem séria. – Meus pais iriam adorar saber que eu estou saindo com alguém responsável. Seria a primeira vez. – riu. – Não vai falar nada? – perguntou um pouco irritada com a falta de reação de Joe.
– Você está bem? – perguntou por fim.
– Claro que estou, muito melhor agora que você respondeu. – sorriu sugestiva.
– Olha, sinceramente, eu espero que você esteja brincando. – falou tentando não parecer grosso, mas acabou não obtendo muito sucesso. As três amigas olharam para ele atônitas.
– Você está me recusando? – perguntou como se fosse o maior absurdo da terra.
– Sim? – respondeu ele indeciso. As amigas se entreolharam.
– Você é um tapado. – disse por fim e se retirou, junto com as amigas. Joe demorou um pouco para se mover. Mas que merda era essa que acabara que acontecer? Seja lá o que fosse, que isso nunca mais tornasse a se passar.


Demi sabia que Joe já estava quase chegando do trabalho, ela já havia pensado em varias maneiras de ir tentar falar com ele, mas não sabia como fazer sem assustá-lo, se ela, que já passara por isso antes, já estava assustada, imagina ele, que seria a primeira vez?
Respire fundo Demetria.
Camilla tentara ajudar a amiga, e graças a ela, Demi tomara a coragem de conversar com Joseph, poderia ser um passo perigoso, ao mesmo tempo em que ele poderia se sentir bem, até quem sabe, um pouco lisonjeado, ele também poderia sentir medo, e se afastar dela. Demi não sabia se era um risco que valia a pena correr, mas no fundo ela precisava disto, ela havia passado o dia inteiro pensado no que quase aconteceu e que em como, no fundo, ela gostaria muito que o quase aconteceu fosse um aconteceu.
Como sempre, Joseph foi pontual, Demi, sabiamente, já o estava esperando do lado de fora, e assim que as portas do elevador se abriram, revelando a figura dele, o coração dela disparou. Demetria não sabe, mas assim que Joseph a viu, esperando por ele, o coração dele também disparou.
– Ei. – sorriu tímida. – Como foi o trabalho hoje? – perguntou assim que ele saiu do elevador e se aproximou dela, porque era tão difícil? Por um momento Demi desejou ser Camilla, sem duvidas a amiga já teria dito tudo na cara.
– Foi... Estranho. – confessou e sorriu para amenizar. – E o seu... Dia?
– Um pouco... Complicado. – respondeu. Ambos se fitaram em silêncio, um esperava que o outro tomasse a iniciativa. – Sobre ontem. – começou Demi, por fim. – Eu acho que deveríamos conversar.
– Eu também estava pensando sobre isso. – confessou ele.
– Sério? – perguntou com uma pontada de alivio e felicidade na voz.
– É. – respondeu tímido. – Acho que... Algo de...
– Estranho? – sugeriu ao ver a dificuldade dele.
– Sim, algo de estranho aconteceu. – falou.
– Eu talvez saiba a resposta. – disse Demi, se aproximando dele. Algo de estranho definitivamente estava acontecendo, Joe instintivamente se aproximou de Demi, era como se de uma hora para outra o corpo dela tivesse se transformado em um imã e o ele fosse o metal a ser puxado. Isto não parecia certo e nem de longe normal, mas ainda assim parecia bom.
– E qual seria? – perguntou ele, agora os dois estavam se fitando tão de perto, tão perto que Joseph podia sentir a respiração de Demi em sua face.
Demi não pensou duas vezes. Precipitado? Muito, claramente muito precipitado, mas pareceu tão certo naquele momento. Enfim o quase aconteceu se tornaria aconteceu.
Demi o tascou um beijo e Joe, mesmo sem experiência, deixou-se levar, pareceu tão natural para ele, foi como se ele tivesse nascido para este momento, como se tudo o que ele precisava na vida fosse aquele beijo.

Continua
Ei meu povo. Estão gostando? Espero que sim.
Comentem ;)



Caah: Não roulou na hora, mas depois rolou kkkk Espero que tenha gostado. Bjsss

Katiele: Desejo atendido kkkk Espero que tenha gostado do capítulo. Bjsss

quarta-feira, 17 de junho de 2015

5. O Primeiro dia de Joe – Não Existem Poesias


4 de Maio de 2015

Hoje era o primeiro dia de um novo Joseph, quer dizer, hoje não era um Joseph que se levantava daquela cama, mas sim o Joe, o mesmo homem, a mesma essência, porém diferente, vá lá entender, o velho e o novo no mesmo corpo, se olhando no espelho e encarando a nova vestimenta, podiam blusas terem tanta presença? Podiam calças terem tão pouco espaço para... Bom, você sabe, espaço... Tudo bem que tinham piores, mas as calças de tergal que Joseph sempre usou costumava oferecer-lhe espaço suficiente para dois dele mesmo, já esta calça jeans que ele vestia agora, era no máximo ele mesmo e ai dele ganhar peso...
_ Não vai dizer nada? - perguntou Demi. A pedido de Joe ela veio ajuda-lo a escolher o que vestir hoje, ainda era cedo e Demi vestia um pijama com desenho de pandas, fofo, um pouco ridículo, mas sem duvidas fofo.
_ Dizer o que? - perguntou Joseph.
_ Não sei, o que você acha?
_ Estranho. - confessou. _ Chamativo. Apertado. - Demi gargalhou alto.
_ Fico feliz em saber que você gostou. - brincou.
_ Não é feio. - disse ele.
_ Só diferente. - conclui ela. Joe concordou com a cabeça. _ Acha que você consegue conviver com isso? Não acha que foi muito de uma vez só?
_ Talvez um pouco demais. - admitiu, mas sem deixar seu terror interno, que não era pequeno, transparecerem sua voz. _ Mas acho que consigo. - falou, tentando convencer mais a si mesmo que a Demi, afinal de contas, ele ficaria na frente dos alunos daquela maneira pela primeira vez, e se eles o zoassem? Se eles perdessem o respeito por ele ao vê-lo de maneira tão... Normal?
_ Viu? Não é o fim do mundo.
_ Só perto. - ariscou-se a comentar e sorriu satisfeito ao ver que Demi riu, achando engraçado. Talvez ele realmente estivesse mudando, até mais do que ele achava que podia.

Agora aqui estávamos. Alguns alunos já entravam pela porta principal da escola, na garagem havia apenas dois carros de professores, ainda era bem cedo, o movimento maior seria a daqui, pelo menos, meia hora, este seria o tempo que Joe teria para se acostumar com os olhares curiosos, que, claramente, existiriam. Talvez começar com os seus colegas de trabalhos, pessoas profissionais, que provavelmente não o traumatizariam, fosse a melhor escolha.
Assim que Joe entrou na sala dos professores ele pode ver que o dia seria longo, haviam ali apenas três professores, Joseph nunca tinha conversado com nenhum deles, mas sabia um pouco sobre todos. A única mulher presente, Vivian, é baixa, loira e de olhos claros é a professora de francês dos alunos do quinto à sétimo ano. O homem mais alto se chama Natan, é negro e tem algumas tatuagens tribais no braço esquerdo, ele é aquele cara que sempre está animado e tentando criar assunto, Joe sempre odiou isto nele, pois demorou meses ate que Natan percebesse que Joe não queria amizades, Joseph sabia que ele também é professor de Matemática, mais não sabia para quais séries. Já o outro homem era quase que o oposto de Natan, não é muito alto, tao branco que mais parece um albino, tinha cabelos longos e um castanho quase loiro, é bem magro e apesar de bem social, na maior parte do tempo ele é tão quieto quanto Joseph. Seu nome é Mateo, e ele dá aulas de filosofia para alunos do quarto à sexta série e de sociologia para alunos do sétimo e oitavo anos.
Vivian logo parou o olhar em Joseph, claro que isso é uma coisa normal, o problema é que ela não parou de olha-lo, havia certo ar de surpresa e admiração em seu olhar, Joe não sabia até onde isto era bom. Natan, que quando Joe entrara, conversava com ela, ao ver que sua colega parou repentinamente, seguiu seu olhar e ao ver Joseph, a primeiro momento teve a mesma reação de Vivian, de pura surpresa, mas logo ele sorriu grande.
_ Quem é esse? Professor novo é? - brincou Natan. Mateo, que estava lendo um livro, parou e também olhou para Joseph, ele não pareceu surpreso, na verdade não deu muita importância, apenas o cumprimentou com um aceno, e assim que Joe, timidamente, respondeu-o, ele retornou para sua leitura. _ Tá bonitão em rapaz, será que continua mudo? – continuou Natan, Vivian o olhou com um olhar de reprovação, mas ele deu de ombros.
Joe queria dizer algo, quem sabe responder a Natan, ou algo mais inteligente, o problema era, o que dizer? O que seria uma boa resposta? O que seria inteligente de se falar neste momento? Sem duvidas ficar parado na porta feito uma estatua não era uma opção válida neste momento.
 _ Bom dia. – disse por fim, dando mais um passo a frente, entrando por inteiro na sala dos professores. Se tinha algo melhor para se dizer, bom, sempre tem, mas isso foi o melhor que ele conseguiu.
_ Bom dia. –respondeu todos em uni coro.
_ Ei, vem cá cara. – chamou-o Natan. _ Vamos lá, você está mudado, não siga sendo o mesmo antissocial. – provocou-o.
Joe poderia até ter mudando, ou estar tentando, mas se tem uma coisa que não mudou é seu ódio pelo excesso de Natan. Mas porque não tentar? Respire Joseph e vá.
Joe se sentou na mesma mesa que Vivian e Natan estavam.
_ Ei, quê que aconteceu em? Porque dessa mudança? Tem mulher no meio, não tem? – encheu Joe de perguntas. Joe sorriu tímido, o que dizer a Natan? Ah, aconteceu porque duas garotas descobriram que sou virgem e resolveram me ajudar a finalmente ir para cama com alguém.
_ Acho que já estava na hora de mudar um pouco. – preferiu.
_ É, ficou bem melhor mesmo. – admitiu Natan. _ Sabe, se eu não fosse tão confiante da minha heterossexualidade, eu pegava esse novo você. – riu. _ Fala que ele não ficou bonitão Vivan?
_ Ficou mesmo. – confirmou a professora. _ Ficou bem melhor. – completou timidamente.
_ Obrigado. – disse Joseph, sem saber o que dizer a mais, ele tinha começado a interagir bem com Demi, mas ainda assim, quando se tratava de outras pessoas, criar assunto é tão cansativo que uma maratona de corridas.
1º Round: vencido.

Hora da aula, primeiro horário. Turma do sétimo ano. Não é a pior sala, mas está longe de ser a melhor.
Joseph entra na sala, e, sem nem mesmo pedir ou ter que insistir, a turma se cala, alguns risinhos podem ser escutados, alguns cochichos, mas a maior parte da turma se mantem em silêncio profundo.
_ Bom dia classe. – diz. Desde seu segundo dia de aula como professor Joseph não dizia mais “bom dia” a sua classe, seu medo? Bom, grande parte dos alunos não respondiam e ele ficava apenas com duas opções, desistir e aceitar ser ignorado ou insistir e agir como um idiota. Ele acabou preferindo passar por mal educado.
_ Bom dia. – respondeu uma boa parte da turma, para grande alivio de Joe.
2º Round? Vencido com louvor.
No fim, até que não era tão difícil assim.

No fim do dia Joseph tinha deixado de ser a grande novidade da escola, não que ele ainda não despertasse olhares curiosos ao passar pelo corredor, nem mesmo os funcionários tentavam esconder sua curiosidade, olhavam e não disfarçavam.
Assim que saiu das portas da escola, Joseph se sentiu aliviado, pelo menos na rua ninguém o conhecia e ninguém o encararia por causa de seu novo visual.

Antes mesmo de chegar a seu apartamento, alguém o abraça por trás, Joe gela. Mas que merda é essa?
_ Ei, acalme-se, sou eu. – disse Demi, mostrando-se. Joe suspirou.
_ Existem maneira mais agradáveis de cumprimentar alguém. – reclamou.
_ Não seja tão estressado.
_ Eu poderia ter pensado que era um assalto.
_ E se fosse você não poderia ter feito nada. – fez careta. _ Mas e então? Como foi na escola? – quis saber em primeira mão. Demi nem precisava dizer, era só olhar para ela que se podia ver que ela estava ansiosa, Joseph podia ter ficado bem nervoso a cada sala que entrava, mas Demi tampouco passara o dia calma, ela se preocupava com ele e sabia que o dia seria difícil para o amigo, e ela faria de tudo para acalma-lo, caso fosse necessário.
_ Foi estranho, mas melhor do que eu imaginava. – respondeu.
_ Sério? – perguntou entusiasmada. _ Nós temos que comemorar!
_ Comemorar? – perguntou receoso.
_ Não é uma festa. – esclareceu Demi. _ É só uma comemoração, eu e você.
_ Nada de Camilla? – perguntou, no fim das contas, a ideia fora dela, então porque não inclui-la?
_ Não, ela está trabalhando, sabe? Pessoa responsável. – sorriu.
_ E você não?
_ Não existe alguém mais desocupada que eu. – Demi não gostava de ter que dizer isso, mas era a verdade, fazer o que? Tinha vida a São Francisco achando que tudo seria mais fácil, mas sua vida estava completamente parada.
_ E onde será esta comemoração? – perguntou Joe, se interessando no assunto.
_ Você escolhe. – sorriu Demi.
Ah como Joe desejaria que ela não tivesse falado isto. Ele não fazia a mínima ideia de onde levá-la. Onde levar uma garota para comemorar? Joe pouco sabia sobre ela, não dava para saber que tipo de lugar era seu estilo.
_ Meu apartamento? - Arriscou.
Demi tentou não demonstrar sua decepção. Ela queria que ele mudasse de ares, um restaurante, um pub, uma boate, um cinema, o por do sol na praia, qualquer coisa, seria pedir muito? É talvez fosse, pobre homem, ela teria que ter calma com ele, era muita mudança para tão pouco tempo.
Paciência Demetria. Paciência.
_ Eu posso fazer pipoca, podemos ver algum filme. - tentou deixar a ideia mais atraente a ela, pois mesmo que ela não tenha demonstrado, ele no fundo sabia que ela esperava algo diferente, Joe só não sabia o quê exatamente.
_ Que filme? - perguntou Demi, tentou se interessar.
_ Não sei. - admitiu. Será que ela não podia decidir nada?
_ Qual seu estilo favorito? - perguntou.
_ Promete não achar infantil?
_ Antes infantil que... Que outros gêneros.
_ Eu gosto de super heróis. - disse.
_ Bom. - não era o gênero favorito de Demi, só assistira a Capitão América, por motivos de peitoral de Chris Evans. _ Vamos fazer assim, você escolhe um filme de super heróis e eu escolho um de terror.
_ Terror? - Não são as garotas que gostam de romance e comédia? O que Demetria estava procurando com terror? 
_ Não venha me dizer que tem medo? - perguntou debochando.
_ e não é esta a intenção do filme? - perguntou obvio. 
_ Não seja bobo. Eu te protejo. – sorriu.
_ Tente pegar leve na escolha então. – disse ele.
_ Sem problemas.

Pipoca pronta, e filmes escolhidos, Joe entrou no quarto um grande balde cheio de pipoca, e enquanto ele fechava as cortinas, para escurecer o quarto, Demi colocava refrigerante nos copos.
_ Sabe de uma coisa? – começou, assim que fechou a garrafa. _ Falta algo mais. – falou.
_ O que? – perguntou Joe, preocupado. Demi sorriu travessa e pegou um dos travesseiros da cama de Joe e bateu-o com o travesseiro.
_ Um pouco de bagunça. Diversão. – Joe não entendeu. O que ela está tentando fazer? Me machucar?
Demi atacou-o com o travesseiro novamente.
_ Vamos lá. – incentivou. Mas Joe continuou parado, olhando-a como se ela fosse maluca. Demi suspirou, fez com que Joe pegasse o travesseiro que estava em suas mãos e pegou outro que estava na cama dele. _ Guerra de travesseiros, nunca viu? – perguntou chocada.
_ Mas porque eu faria isso? Bagunça tudo.
_ Tente. – disse ela, ignorando-o.
_ Por que? – E como resposta Demi bateu-o novamente com o travesseiro.
 _ Revide. – Joe não revidou. Demi bateu-o novamente e esperou, Joe seguiu parado. Demi bateu novamente. Nada. Bateu novamente. Nada. Bateu, bateu, bateu. Joseph desistiu, sabia que ela não desistiria, sabia pouco dela, mas o que sabia já dizia que ou ele revidava, ou morreria por apanhar de travesseiro. Revidou. Demi deu uma breve parada, satisfeita.
_ Agora continue. – disse e voltou a bate-lo. No começo ele ficou bem resistente, mas aos poucos começou a se soltar. E agora ambos estavam suados, se batendo com os travesseiros como se fossem duas crianças, a bagunça não estava muita, aparentemente o travesseiro dele era bem resistente e não rasgara, já não se podia dizer o mesmo da cama, que agora estava com as roupas de cama totalmente amassadas, a garrafa de refrigerante e o abajur do criado mudo estava no chão, por pouco o balde de pipoca não teve o mesmo caminho, e a TV também fora acertada vezes o suficiente para se preocupar.
_ Ah. – Demi gritou ao cair-se, ofegante, levando Joe para baixo junto a ela. Ele tão ofegante quanto ela.
Mas que posição para se parar, um de frente ao outro, um encima do outro, um olhando para o outro...

Continua

Mil desculpas por não ter postado ontem gente, mas eu realmente não consegui terminar o capítulo, mas espero que ainda assim tenham gostado. Aé, vocês tem snapchat? Se tiveram me adicione lá, é: nandacarolsilva sigo vocês de volta ;)


Katiele: E se eu te disser que a pegação está mais próxima que você espera? Hahaha o Joe é realmente bem calmo, mas vai que muda, afinal de contas ele já está um pouco diferente. Obrigada por comentar. Bjsss

Cassia: Não vai demorar muito não viu, e sim, a pequenos passos ele vai começar a se sentir mais confiante e essa será a grande diferença. Kk a Camilla realmente é uma figura e ela ainda vai aprontar muito viu. Obrigada por comentar. Bjsss.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

4. Os culpados e a mudança – Não Existem Poesias


2 de Maio de 2015

Pegue um pouco de raiva, com uma pitadinha de ódio, muita, mas muita vergonha, e desespero à gosto, misture tudo muito bem... Até poderia ser Joe o professor de culinária de Demi, mas foi Camilla que ensinou a receita mais poderosa.
Porém, neste exato momento a situação não era boa para raiva ou ódio. Joseph, após receber a pergunta nada pertinente de Camilla, começou a engasgar-se. Demi nunca foi boa em primeiros socorros, e acabou paralisando, já Camilla, sem muitas opções, foi socorrer o homem, dando patas em suas costas, mas quando viu que não funcional, o fez levantar-se da cadeira e o agarrou por trás, fazendo pressões intercaladas logo abaixo de seu peito. Demi sabia que assim como ela, Camilla de nada entendia sobre primeiros socorros, mas ambas tinham visto filmes com esta situação e se lá isso funcionava, porque não na vida real?
_ Estou bem. – disse Joseph com muita dificuldade, quando Camilla afrouxou o aperto. _ Já pode parar. – gesticulava com os braços. Podia-se ver que ele estava melhor, pois seu rosto passou de um quase roxo para vermelho.
Vermelho é melhor que roxo não é?
Camilla largou-o receosa, preparada para continuar se ele parecesse que precisasse, porém ele não precisou, sentou-se e não disse nada, apenas concentrou-se em recuperar o folego que ainda o escapava.
_ Você quer um copo d’água? – perguntou Demi, receosa, fora um incidente atrás do outro, Joseph tinha todos os motivos para ficar bravo.
_ Não. –respondeu seco.
Ah merda – pensou tanto Demi quanto Camilla.
Demi, pois tinha perdido a oportunidade de fazer amizade com o vizinho e não ajudava muito ser justo com Joe, que tinha tanta necessidade de uma amizade, mesmo que ele nem mesmo percebesse isso. Já Camilla porque, não só tinha desrespeitado um cara que ela mal conhecia, como foi justo um cara que ela sabia que não merecia isto, e também sabia que tinha falhado com a amiga, não que esta tenha sido a primeira vez, mas quanto mais ela fazia mais medo ela fica de Demi perder a paciência de vez e decidir não mais perdoa-la.
_ Olhe me desculpe, eu falo mais que deveria, é automático, não se sinta ofendido, por favor. – pediu, quer dizer, quase que implorou. Joe ficou sem saber o que dizer. Ele havia ficado nervoso a primeiro momento e nem mesmo foi com Camilla, tudo bem que a garota tinha sido completamente inconveniente, mas ela não deveria saber de nada daquilo, e ao contrario do que se pensa, nem mesmo era culpa de Demi, mas sim dele que tinha revelado aquilo. Mesmo sem entender muito sobre isso de amizade, ele sabia que parte de ser amigo era contar tudo um ao outro. Joe não tinha tanto problema com sua virgindade, mas sabia que para outros, algo assim era visto com desconfiança, então saber que duas garotas que ele ainda não tinha tanto conhecimento sobre, sabia de algo assim dele, não era confortável, na verdade é ate mesmo um pouco vergonhoso. E talvez pior já que agora ate mesmo colocaram em dúvida seu dote.
_ Tudo bem. – respondeu um pouco mais amigável, mas ainda assim, seco. Essa sua frieza ao responder nem era por maldade, sim, ele estava nervoso, mas não o tanto que demonstrava. No fim, ele estava mais chateado do que realmente nervoso, fora sua confusão, o que ele deveria fazer? Fugir? Sair constrangido e nunca mais voltar? Dizer que está tudo bem? Pois, Bom, nem tudo estão bem, mas tampouco está mal. Quem sabe ficar ali e fingir que nada tinha acontecido? Sem duvidas era uma boa ideia, não era? Assim nem Demi nem Camilla se sentiriam culpadas, ele só teria que tomar mais cuidado com o que falasse daqui a diante. Pois é claro que se ele não tivesse dito nada, nada disso teria acontecido...
Isso. Ajeite-se na cadeira, coma, sorria. Está tudo bem.
_ Esse vinho é o vinho ideal para essa massa. –disse, dando um gole do vinho que trouxera. Demi olhou-o boquiaberta, depois desviou seu olhar para a amiga, que ainda estava de pé ao lado do rapaz, igualmente confusa com a atitude de Joe.
_ Você por acaso é...
_ Você parece conhecer muito sobre o assunto. – interrompeu Demi, já sabendo da pergunta da amiga e temendo que Joe repensasse sobre sua decisão de agir de maneira completamente inusitada e tudo terminassem numa grande decepção.
_ Meu pai era um grande admirador de vinho. – disse Joe, aliviado por ter conseguido evitar um constrangimento maior ainda. _ Ele me ensinou muito sobre isso. – sorriu tímido. Camilla, ainda receosa, sem saber o quão confiável esta calma de Joe era, tornou a sentar-se em seu lugar. Ainda assim, não se atreveu a tocar na comida por longos minutos, será que era tudo um truque? Quanto tempo levaria até ele pular em seu pescoço e estrangula-la até a morte?
Demi tampouco estava mais tranquila que Camilla, para ela aquilo passou de um almoço agradável para uma longa caminhada sobre ovos, sendo que logo no começo todos tinham começado a rachar, quebrar era questão de tempo.
O tempo ia passando e os pratos de Demi e de Joe ficavam cada vez mais vazios, já Camilla, se tiver pegado mais duas garfadas ao longo deste tempo, foi muito. Pode até parecer bobo da parte dela, mas o fato de Joe ter agido de maneira tão calma a incomodava, ela não está acostumada a isso, geralmente a xingam e muito, diga-se de passagem, alguns, mais estressados, até mesmo já tentaram partir para violência. Mesmo Demi ou os pais de Camilla, que sempre foram os únicos que a compreendiam, ou que, pelo menos tentam compreende-la, não agiam de maneira tão calma assim, Camilla sabe que Demi lhe dará um belo de um esporro quando elas ficarem sozinhas, mas para Camilla isto é o certo, não que ela ame ser xingada, porém é o que ela está acostumada, ela tem prática em acalmar as pessoas que estão nervosas com ela por ter feito algum comentário, mais isso aqui? Ignorar totalmente o que ela fez? Parecia bom demais, errado demais.
Esse colega da Demi não podia ser mais louco - pensou Camilla. 

_ Eu acho que vou embora. - disse Camilla, enquanto Joe enchia novamente seu prato de macarrão.
_ Mas você nem comeu. - falou Joe, aparentemente preocupado com ela.
Mas será possível? Esse cara quer me deixar louca?
_ Acho que não estou com tanta fome assim. - tentou sorrir, mas seu sorriso saiu duro, nada natural e mesmo Joe, um cara antissocial, pode perceber seu desconforto.
O ovo quebrou - pensou Demi.
_você esta realmente bem sobre meu comentário? - perguntou Camilla sem rodeios, e logo depois lançou um olhar a Demi, temendo que a amiga ficasse brava com ela por retomar o assunto. Ela pode ver que Demi não estava feliz, mas tampouco nervosa. Demi também estava incomodada com a aparente tranquilidade, lhe parecia falsa e totalmente estranha.
_ estou. - respondeu Joe. Por um momento, enquanto comia ele se esquecera disso, e por algum motivo achava que elas também tinham.
 Ah Joseph, você realmente não sabe nada sobre as pessoas.
_ Mas por quê? - perguntou a garçonete ainda não convencida.
_ E porque não? - perguntou Joe na defensiva.
_ Oras, porque minha pergunta foi completamente inconveniente e até mesmo um pouco ofensiva e quando pessoas são ofendidas elas ficam bravas, muito bravas. - respondeu quase que com um fôlego só.
_ Mas não foi sua culpa. - disse ele. Se Demi estava feliz pelo incidente estar sendo resolvido, sua felicidade acabou em questão de segundos, mas era claro, como ela era boba de achar que ele culpava a Camilla, mas é claro que não, ele culpava a ela, ela que havia contado o que não deveria para Camilla, se ela tivesse ficado quieta em seu canto nada disso teria acontecido, até mesmo Joe percebia isso.
_ Mas claro que é minha culpa - disse Camilla, quase como se achasse ofensivo a fala do rapaz.
_ Claro que não. Fui eu que comecei tudo. - disse ele, surpreendendo ambas.
_ Que? - perguntou Demi, mais confusa impossível.
_ Se eu não tivesse dito nada, nada teria acontecido. - disse óbvio. Camilla e Demi se olharam por alguns segundos.
Mas que merda era aquela?
_Você por acaso tem pro...
_ Camilla, não. - alertou Demi. Camilla olhou para Joe, e ele a olhava de volta, parecia curioso para saber qual era a sua pergunta, mas ao mesmo tempo com medo do que poderia sair dali.
Coitado, acabara de conhecê-la e já estava traumatizado.
_ Autoestima. - reformulou-se. _ Como está sua autoestima? - perguntou. Joseph hesitou. Será que não podemos voltar para o assunto da virgindade?
_ Boa. - respondeu. Ele podia até não ser o cara mais confiante da terra, mas ele tampouco estava tão ruim, tinha seus medos, mas ele não era inteiramente medo.
_ Quão boa? - perguntou.
_ Sei lá. Boa. - ele não estava gostando do rumo que a conversa estava tomando.
_ Sabe. Não foi sua culpa. - disse Demi, impedindo que a amiga fosse mais longe naquele assunto.
Exagerada - pensou Camilla. - desta vez ela só queria ajudar.
_ Se eu não tivesse contado...
_ Você contou por acidente. - contrapôs Demi. _ você não tem culpa disso. Eu que deveria ter ficado quieto no meu canto. - falou ela. _ E eu te peço desculpas por isso.
Joseph pensou um pouco no assunto.
Para ele, ele quem tinha culpa por tudo, mas Demi também se sentia culpada, talvez se sentisse até mais culpada do que ele.
_ Sabe. No fim das contas a culpa mesmo foi minha. - Disse Camilla. _ Mesmo que você tenha dito a ela e ela a mim, eu não tinha o direito de falar daquela maneira com você. - falou sincera. _ e eu também lhe devo desculpas.
Ah que ótimo. Agora são três culpados em uma só mesa.
_ Mas eu tenho uma maneira de te recompensar.
_ Algo me diz que um pedido de desculpas já basta. - ponderou Demi.
_ Cale a boca tampinha. Deixa os grandes conversarem. - Joe arregalou os olhos assustados. Demi e Camilla riram.
_ A louça vai ser sua viu grandinha? - Camilla fez careta e ignorou-a.
_ Que tal uma mudança de estilo?
_ Mudança de estilo? - quando se acha que ela não podia ser mais doida.
_ É. Vamos mudar seu estilo. Colocar-te em contato com umas pessoas bem descoladas, sabe uma geral mesmo. Em um mês te faço perder a virgindade.
_ Camilla Belle!!!! - exasperou Demi.
_ Fala que você não gostou da ideia? - Joseph hesitou a responder, pensava no assunto. Parecia algo legal, mas... Mudança? Uma geral? Havia algo mais assustador que isso?
_ Você sabe que não precisa disso. Eu até... Até acho bonitinho isso de você ser... Virgem. - Camilla começou a gargalhar, mas no mesmo instante se segurou, tapando a boca e inutilmente tentando disfarçar, ao mexer com o talher no resto de macarrão, já frio, em seu prato.
_ Quando você diz mudança, o que você pretende mudar? - perguntou. Não é que ele estava se interessando?
_ Roupa. - respondeu Camilla. _ Me desculpe, mas estamos na Califórnia, mais de 30 graus lá fora e você esta usando um colete de lã.
_ Pareceu adequado para um almoço fora de casa. - disse tímido.
_ Talvez duas décadas atrás em algum lugar bem frio durante o natal. - Demi fitava a amiga furiosamente, mesmo sabendo que ela tinha razão. _ Podemos fazer um corte de cabelo novo, sabe, ate seu corte não esta ruim, mas esta bem bagunçado. Você ia ficar um gatão. - Joseph tentava se imaginar como um "gatão" tentava montar um look do estilo dos garotos que dava aula, os mais descolados, aquilo não combinava com ele, Joseph é o pequeno nerd, tímido que fica no canto da sala fazendo suas contas ou montando seus projetos inusitados, não o garotão maneiro que todas as garotas suspiram por. Já é algo dele, interno, não tem como mudar isso.
_ Não sei, acho que não combinaria muito comigo. - respondeu indeciso.
_ Olha. Vamos fazer assim. Nós vamos tirar esta tarde para ir ao shopping e a um cabeleireiro. No fim do dia, se você não gostar do resultado, você pode pegar as roupas novas e vender, trocar, doar, e seu cabelo você pode voltar para esse corte... Só te dê uma chance para algo diferente.
_ Pode ser uma boa ideia. - falou Demi. Camilla podia até ser meio louca e falar mais do que devia, mas ela não era boba, sabia do que estava falando.
_ Você vai me ajudar nisso também? - perguntou Joe.
_ Vou. - respondeu confiante. Porque não ajudar? Ele realmente precisava e no fundo ela gostaria de ver um Joe diferente.
_ Tudo bem. - começou. _ Não garanto que mudarei muito, mas prometo tentar. - Camilla bateu palminhas de felicidade.

Shopping, não é o lugar em que Joseph tem muita familiaridade, na maior parte das vezes que viera aqui, foi para ir em uma livraria, talvez um presente de dia das mães, dia dos pais ou para o natal da família, porém para ele? Bom, grande parte de suas roupas são velhas e do tempo em que ainda morava com os pais e sua mãe que se ocupava desta função. Mas agora seria diferente, Camilla e Demi ditaram em qual loja entrar, escolheram as roupas e o fez experimentar, ditando qual ficara boa e quais não, elas claramente não estavam ligando para o preço de nada, afinal o cartão era o de Joe.
Talvez ele devesse que lembra-las que ele era apenas um professor e não um multimilionário.
Joseph não sabia muito sobre o que pensar deste movo look que elas estão criando, era jeans demais, cores demais, estampas, Ah meu Deus, estampas! Joe nunca usara estampas antes. 
Total: 500 dólares só em roupas, tudo dividido de várias vezes no cartão com juros a perder de vista, é melhor que Joseph se acostumasse com esse novo estilo, pois graças a ele, sua conta do bando seria limpada.
Agora só faltava o novo corte de cabelo, agora já era noite e o barbeiro em que elas escolheram, que ficava dentro do shopping mesmo, estava impaciente, já fazia uns 20 minutos que elas examinavam revista por revista em busca de um novo corte para ele. Pelo menos era apenas 15 dólares.
_ E esse? - perguntou Demi, apontando para outra opção de corte.
_ Ele vai ficar com cara de tarado. - disse Camilla, fazendo uma careta. As duas voltaram a procura. Esse era um dos motivos de Joseph nunca querer mudar, olhe o tempo que se gasta para fazer algo tão simples e que pode nem mesmo dar certo no final.
_ Esse! - apontou Demi alegre, seja lá o que ela tenha visto, deveria ser muito bonito, pois seus olhos quase que brilharam.
Camilla olhou para o que a amiga apontou e hesitou em dar sua opinião.
_ É esse mesmo. - a confirmou.
Talvez elas não tenham visto, mas o barbeiro deu um suspiro de alívio. Até que fim. - deve ter pensado.

Não demorou muito para que o cabelo do modelo na revista fosse copiado para a cabeça de Joe, sem duvidas era bem diferente, bem mais curto e ajeitado do que ele costumava usar. Ao olhar-se no espelho nem mesmo se sentiu como ele mesmo. Eram apenas roupas de cabelo diferente, mas a mudança era a de uma cirurgia plástica.

Joe se levantou da cadeira. Deixando-se ser visto pelas garotas. Camilla o olhava excitada, ela havia conseguido o que queria, mudar Joseph. Já Demi, Joe não sabia identificar aquele olhar. Mal ele sabia que o único pensamento de Demetria era:
Não é que por baixo de roda aquela juba de leão e roupas antiquadas existia um belo jovem rapaz e Ah meu Deus, bota belo nisso.
_ Ele pode ser bem louco. – sussurrou Camilla à Demi. _ Mas é um gato.

CONTINUA.
Capítulo postado, espero que tenham gostado, e o que acham desta mudança no visual de Joe, acham que isso vai mudar as coisas?
Aé, tenho que dizer que pode ter uns erros bem grandes aí e eu não ter percebido, infelizmente não estou com muito tempo para revisar hoje, mas prometo que os próximos capítulos serão meticulosamente revisado. Então, por favor, tenham paciência hoje.
Comentem.
Bjsss.

Caah: KKKk ela é realmente bem louquinha, mas isso no fim até que vai ser bem não é? Obrigada por comentar. Bjsss
Katiele: Se o Joe não fosse assim provavelmente teria cuspido fogo de raiva, mas ainda bem que nosso Joe decidiu relevar kk. Obrigada por comentar. Bjsss
Kah: Ficar puta ela ficou, disso não tem duvidas, mas que no fim a Camilla se redimiu. Agora é só controlar melhor a boca kk. Obrigada por comentar. Bjsss.

Cassia: kkkk fique tranquila que não vai precisar matar ninguém kk. Olha acho que próximo mês eu devo conseguir fazer uma maratona, mas não é uma promessa ;) Obrigada por comentar. Bjsss