quarta-feira, 17 de junho de 2015

5. O Primeiro dia de Joe – Não Existem Poesias


4 de Maio de 2015

Hoje era o primeiro dia de um novo Joseph, quer dizer, hoje não era um Joseph que se levantava daquela cama, mas sim o Joe, o mesmo homem, a mesma essência, porém diferente, vá lá entender, o velho e o novo no mesmo corpo, se olhando no espelho e encarando a nova vestimenta, podiam blusas terem tanta presença? Podiam calças terem tão pouco espaço para... Bom, você sabe, espaço... Tudo bem que tinham piores, mas as calças de tergal que Joseph sempre usou costumava oferecer-lhe espaço suficiente para dois dele mesmo, já esta calça jeans que ele vestia agora, era no máximo ele mesmo e ai dele ganhar peso...
_ Não vai dizer nada? - perguntou Demi. A pedido de Joe ela veio ajuda-lo a escolher o que vestir hoje, ainda era cedo e Demi vestia um pijama com desenho de pandas, fofo, um pouco ridículo, mas sem duvidas fofo.
_ Dizer o que? - perguntou Joseph.
_ Não sei, o que você acha?
_ Estranho. - confessou. _ Chamativo. Apertado. - Demi gargalhou alto.
_ Fico feliz em saber que você gostou. - brincou.
_ Não é feio. - disse ele.
_ Só diferente. - conclui ela. Joe concordou com a cabeça. _ Acha que você consegue conviver com isso? Não acha que foi muito de uma vez só?
_ Talvez um pouco demais. - admitiu, mas sem deixar seu terror interno, que não era pequeno, transparecerem sua voz. _ Mas acho que consigo. - falou, tentando convencer mais a si mesmo que a Demi, afinal de contas, ele ficaria na frente dos alunos daquela maneira pela primeira vez, e se eles o zoassem? Se eles perdessem o respeito por ele ao vê-lo de maneira tão... Normal?
_ Viu? Não é o fim do mundo.
_ Só perto. - ariscou-se a comentar e sorriu satisfeito ao ver que Demi riu, achando engraçado. Talvez ele realmente estivesse mudando, até mais do que ele achava que podia.

Agora aqui estávamos. Alguns alunos já entravam pela porta principal da escola, na garagem havia apenas dois carros de professores, ainda era bem cedo, o movimento maior seria a daqui, pelo menos, meia hora, este seria o tempo que Joe teria para se acostumar com os olhares curiosos, que, claramente, existiriam. Talvez começar com os seus colegas de trabalhos, pessoas profissionais, que provavelmente não o traumatizariam, fosse a melhor escolha.
Assim que Joe entrou na sala dos professores ele pode ver que o dia seria longo, haviam ali apenas três professores, Joseph nunca tinha conversado com nenhum deles, mas sabia um pouco sobre todos. A única mulher presente, Vivian, é baixa, loira e de olhos claros é a professora de francês dos alunos do quinto à sétimo ano. O homem mais alto se chama Natan, é negro e tem algumas tatuagens tribais no braço esquerdo, ele é aquele cara que sempre está animado e tentando criar assunto, Joe sempre odiou isto nele, pois demorou meses ate que Natan percebesse que Joe não queria amizades, Joseph sabia que ele também é professor de Matemática, mais não sabia para quais séries. Já o outro homem era quase que o oposto de Natan, não é muito alto, tao branco que mais parece um albino, tinha cabelos longos e um castanho quase loiro, é bem magro e apesar de bem social, na maior parte do tempo ele é tão quieto quanto Joseph. Seu nome é Mateo, e ele dá aulas de filosofia para alunos do quarto à sexta série e de sociologia para alunos do sétimo e oitavo anos.
Vivian logo parou o olhar em Joseph, claro que isso é uma coisa normal, o problema é que ela não parou de olha-lo, havia certo ar de surpresa e admiração em seu olhar, Joe não sabia até onde isto era bom. Natan, que quando Joe entrara, conversava com ela, ao ver que sua colega parou repentinamente, seguiu seu olhar e ao ver Joseph, a primeiro momento teve a mesma reação de Vivian, de pura surpresa, mas logo ele sorriu grande.
_ Quem é esse? Professor novo é? - brincou Natan. Mateo, que estava lendo um livro, parou e também olhou para Joseph, ele não pareceu surpreso, na verdade não deu muita importância, apenas o cumprimentou com um aceno, e assim que Joe, timidamente, respondeu-o, ele retornou para sua leitura. _ Tá bonitão em rapaz, será que continua mudo? – continuou Natan, Vivian o olhou com um olhar de reprovação, mas ele deu de ombros.
Joe queria dizer algo, quem sabe responder a Natan, ou algo mais inteligente, o problema era, o que dizer? O que seria uma boa resposta? O que seria inteligente de se falar neste momento? Sem duvidas ficar parado na porta feito uma estatua não era uma opção válida neste momento.
 _ Bom dia. – disse por fim, dando mais um passo a frente, entrando por inteiro na sala dos professores. Se tinha algo melhor para se dizer, bom, sempre tem, mas isso foi o melhor que ele conseguiu.
_ Bom dia. –respondeu todos em uni coro.
_ Ei, vem cá cara. – chamou-o Natan. _ Vamos lá, você está mudado, não siga sendo o mesmo antissocial. – provocou-o.
Joe poderia até ter mudando, ou estar tentando, mas se tem uma coisa que não mudou é seu ódio pelo excesso de Natan. Mas porque não tentar? Respire Joseph e vá.
Joe se sentou na mesma mesa que Vivian e Natan estavam.
_ Ei, quê que aconteceu em? Porque dessa mudança? Tem mulher no meio, não tem? – encheu Joe de perguntas. Joe sorriu tímido, o que dizer a Natan? Ah, aconteceu porque duas garotas descobriram que sou virgem e resolveram me ajudar a finalmente ir para cama com alguém.
_ Acho que já estava na hora de mudar um pouco. – preferiu.
_ É, ficou bem melhor mesmo. – admitiu Natan. _ Sabe, se eu não fosse tão confiante da minha heterossexualidade, eu pegava esse novo você. – riu. _ Fala que ele não ficou bonitão Vivan?
_ Ficou mesmo. – confirmou a professora. _ Ficou bem melhor. – completou timidamente.
_ Obrigado. – disse Joseph, sem saber o que dizer a mais, ele tinha começado a interagir bem com Demi, mas ainda assim, quando se tratava de outras pessoas, criar assunto é tão cansativo que uma maratona de corridas.
1º Round: vencido.

Hora da aula, primeiro horário. Turma do sétimo ano. Não é a pior sala, mas está longe de ser a melhor.
Joseph entra na sala, e, sem nem mesmo pedir ou ter que insistir, a turma se cala, alguns risinhos podem ser escutados, alguns cochichos, mas a maior parte da turma se mantem em silêncio profundo.
_ Bom dia classe. – diz. Desde seu segundo dia de aula como professor Joseph não dizia mais “bom dia” a sua classe, seu medo? Bom, grande parte dos alunos não respondiam e ele ficava apenas com duas opções, desistir e aceitar ser ignorado ou insistir e agir como um idiota. Ele acabou preferindo passar por mal educado.
_ Bom dia. – respondeu uma boa parte da turma, para grande alivio de Joe.
2º Round? Vencido com louvor.
No fim, até que não era tão difícil assim.

No fim do dia Joseph tinha deixado de ser a grande novidade da escola, não que ele ainda não despertasse olhares curiosos ao passar pelo corredor, nem mesmo os funcionários tentavam esconder sua curiosidade, olhavam e não disfarçavam.
Assim que saiu das portas da escola, Joseph se sentiu aliviado, pelo menos na rua ninguém o conhecia e ninguém o encararia por causa de seu novo visual.

Antes mesmo de chegar a seu apartamento, alguém o abraça por trás, Joe gela. Mas que merda é essa?
_ Ei, acalme-se, sou eu. – disse Demi, mostrando-se. Joe suspirou.
_ Existem maneira mais agradáveis de cumprimentar alguém. – reclamou.
_ Não seja tão estressado.
_ Eu poderia ter pensado que era um assalto.
_ E se fosse você não poderia ter feito nada. – fez careta. _ Mas e então? Como foi na escola? – quis saber em primeira mão. Demi nem precisava dizer, era só olhar para ela que se podia ver que ela estava ansiosa, Joseph podia ter ficado bem nervoso a cada sala que entrava, mas Demi tampouco passara o dia calma, ela se preocupava com ele e sabia que o dia seria difícil para o amigo, e ela faria de tudo para acalma-lo, caso fosse necessário.
_ Foi estranho, mas melhor do que eu imaginava. – respondeu.
_ Sério? – perguntou entusiasmada. _ Nós temos que comemorar!
_ Comemorar? – perguntou receoso.
_ Não é uma festa. – esclareceu Demi. _ É só uma comemoração, eu e você.
_ Nada de Camilla? – perguntou, no fim das contas, a ideia fora dela, então porque não inclui-la?
_ Não, ela está trabalhando, sabe? Pessoa responsável. – sorriu.
_ E você não?
_ Não existe alguém mais desocupada que eu. – Demi não gostava de ter que dizer isso, mas era a verdade, fazer o que? Tinha vida a São Francisco achando que tudo seria mais fácil, mas sua vida estava completamente parada.
_ E onde será esta comemoração? – perguntou Joe, se interessando no assunto.
_ Você escolhe. – sorriu Demi.
Ah como Joe desejaria que ela não tivesse falado isto. Ele não fazia a mínima ideia de onde levá-la. Onde levar uma garota para comemorar? Joe pouco sabia sobre ela, não dava para saber que tipo de lugar era seu estilo.
_ Meu apartamento? - Arriscou.
Demi tentou não demonstrar sua decepção. Ela queria que ele mudasse de ares, um restaurante, um pub, uma boate, um cinema, o por do sol na praia, qualquer coisa, seria pedir muito? É talvez fosse, pobre homem, ela teria que ter calma com ele, era muita mudança para tão pouco tempo.
Paciência Demetria. Paciência.
_ Eu posso fazer pipoca, podemos ver algum filme. - tentou deixar a ideia mais atraente a ela, pois mesmo que ela não tenha demonstrado, ele no fundo sabia que ela esperava algo diferente, Joe só não sabia o quê exatamente.
_ Que filme? - perguntou Demi, tentou se interessar.
_ Não sei. - admitiu. Será que ela não podia decidir nada?
_ Qual seu estilo favorito? - perguntou.
_ Promete não achar infantil?
_ Antes infantil que... Que outros gêneros.
_ Eu gosto de super heróis. - disse.
_ Bom. - não era o gênero favorito de Demi, só assistira a Capitão América, por motivos de peitoral de Chris Evans. _ Vamos fazer assim, você escolhe um filme de super heróis e eu escolho um de terror.
_ Terror? - Não são as garotas que gostam de romance e comédia? O que Demetria estava procurando com terror? 
_ Não venha me dizer que tem medo? - perguntou debochando.
_ e não é esta a intenção do filme? - perguntou obvio. 
_ Não seja bobo. Eu te protejo. – sorriu.
_ Tente pegar leve na escolha então. – disse ele.
_ Sem problemas.

Pipoca pronta, e filmes escolhidos, Joe entrou no quarto um grande balde cheio de pipoca, e enquanto ele fechava as cortinas, para escurecer o quarto, Demi colocava refrigerante nos copos.
_ Sabe de uma coisa? – começou, assim que fechou a garrafa. _ Falta algo mais. – falou.
_ O que? – perguntou Joe, preocupado. Demi sorriu travessa e pegou um dos travesseiros da cama de Joe e bateu-o com o travesseiro.
_ Um pouco de bagunça. Diversão. – Joe não entendeu. O que ela está tentando fazer? Me machucar?
Demi atacou-o com o travesseiro novamente.
_ Vamos lá. – incentivou. Mas Joe continuou parado, olhando-a como se ela fosse maluca. Demi suspirou, fez com que Joe pegasse o travesseiro que estava em suas mãos e pegou outro que estava na cama dele. _ Guerra de travesseiros, nunca viu? – perguntou chocada.
_ Mas porque eu faria isso? Bagunça tudo.
_ Tente. – disse ela, ignorando-o.
_ Por que? – E como resposta Demi bateu-o novamente com o travesseiro.
 _ Revide. – Joe não revidou. Demi bateu-o novamente e esperou, Joe seguiu parado. Demi bateu novamente. Nada. Bateu novamente. Nada. Bateu, bateu, bateu. Joseph desistiu, sabia que ela não desistiria, sabia pouco dela, mas o que sabia já dizia que ou ele revidava, ou morreria por apanhar de travesseiro. Revidou. Demi deu uma breve parada, satisfeita.
_ Agora continue. – disse e voltou a bate-lo. No começo ele ficou bem resistente, mas aos poucos começou a se soltar. E agora ambos estavam suados, se batendo com os travesseiros como se fossem duas crianças, a bagunça não estava muita, aparentemente o travesseiro dele era bem resistente e não rasgara, já não se podia dizer o mesmo da cama, que agora estava com as roupas de cama totalmente amassadas, a garrafa de refrigerante e o abajur do criado mudo estava no chão, por pouco o balde de pipoca não teve o mesmo caminho, e a TV também fora acertada vezes o suficiente para se preocupar.
_ Ah. – Demi gritou ao cair-se, ofegante, levando Joe para baixo junto a ela. Ele tão ofegante quanto ela.
Mas que posição para se parar, um de frente ao outro, um encima do outro, um olhando para o outro...

Continua

Mil desculpas por não ter postado ontem gente, mas eu realmente não consegui terminar o capítulo, mas espero que ainda assim tenham gostado. Aé, vocês tem snapchat? Se tiveram me adicione lá, é: nandacarolsilva sigo vocês de volta ;)


Katiele: E se eu te disser que a pegação está mais próxima que você espera? Hahaha o Joe é realmente bem calmo, mas vai que muda, afinal de contas ele já está um pouco diferente. Obrigada por comentar. Bjsss

Cassia: Não vai demorar muito não viu, e sim, a pequenos passos ele vai começar a se sentir mais confiante e essa será a grande diferença. Kk a Camilla realmente é uma figura e ela ainda vai aprontar muito viu. Obrigada por comentar. Bjsss.

2 comentários:

  1. Beija beija!!! Vou enlouquecer se n rolar nada, nem um olhar de algo a mais entre elees *--* posta o mais rapido possivel bjs bjs

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  2. Ameeeiiii o capítulo,quero beijo jemi...rsrs..
    Posta logooooooooooooooooooooooooo pleaseeeeeeeeeeeeeeeeeeee bjs

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