sexta-feira, 26 de junho de 2015

6. Algo estranho – Não Existem Poesias


4 e 5 de Maio de 2015


O clima agora estava estranho, não necessariamente ruim, mas estranho. Joe não sabia exatamente o porquê e Demi temia saber até demais.
 Seria isto possível? – pensava ela.
Mas logo com ele? – pensou enquanto o Homem de Ferro explodia alguma coisa no filme, do qual ela não conseguira prestar atenção um segundo sequer.
Não, não, claro que não. – concluiu.
Nada aconteceu e nada vai acontecer. – disse a si mesma.
Mas e se? – olhou-o de canto de olho, ele parecia um pouco tenso, será que ele também estava sentindo o clima estanho?

(...)

Hoje, Joe, pela primeira vez na vida, acordara atrasado e, se acordar atrasado já é algo diferente da sua natureza, o motivo é mais inédito ainda.
Ali, daquela mesma cama, que agora ele corria para se levantar, ele passara a noite pensando no havia acontecido durante a tarde do dia anterior.
Ele e Demi fazendo guerra de travesseiros e ela cai, levando-o junto, ambos se entreolham. Entreolham-se de maneira que nunca fizeram antes. Algo mudou ali, disso não havia duvida.
Mas o que mudou? – perguntava-se Joe.
E sua maior pergunta, a que mais o atormentava: Porque mudou?

(...)

Podia ser terça-feira, mas o shopping estava cheio como se fosse final de semana, fato que incomodou um pouco a Demi, mas o assunto que teria com Camilla não poderia esperar.

-  Espero que você tenha um bom motivo para você me tirar do meu trabalho. – disse Camilla, assim que avistou a amiga, frente a uma livraria do shopping.
– Nem tente, eu sei que você esta me agradecendo por dentro. – contrapôs, mas não em um tom amigável, como era o esperado. Isto fez com que Camilla não dissesse mais nada, apenas esperou que a amiga falasse o que tanto a afligia. Demi hesitou. – Eu e Joe. – começou e olhou de soslaio para Camilla, esperando uma primeira reação, como não obteve nada, continuou. –Eu estava no apartamento dele e nos estávamos brincando...
– Brincando? – perguntou Camilla. – Quantos anos vocês têm?
– Era guerra de travesseiro. – esclareceu Demi. – Nós duas ainda fazemos isso às vezes. – relembrou-a.
– Homens não fazem isso, Demi. – disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo.
– Ele pareceu gostar. – falou convencida. – E até uma boa parte foi bem legal.
– E então o quê deu errado? – perguntou.
– Eu caí...
– Normal. – brincou Camilla. Demi relevou.
– Mas eu o levei ao chão junto comigo. – disse, já começando a corar. – E ele caiu encima de mim.
– Uau. – surpreendeu-se com o rumo da conversa. – E depois? – perguntou.
– Nada. – respondeu.
– Incrível, é a segunda oportunidade que ele perde.
– Camilla!
– Tá, tá, e qual é a urgência nisso Demetria? Você caiu, ele caiu, um encima do outro, porém... – suspirou. – nada...
– Algo estranho aconteceu Camilla, ficou um belo de um climão entre nós e... Sei lá... Por um momento eu pensei... Pensei que... Bom... Que nós íamos...
– Putz Demi! Fala logo mulher!
– Eu pensei que nós íamos nos beijar.
– E você gostaria que isso tivesse acontecido? – perguntou Camilla, agora falando bem sério.
– Claro que não! – não hesitou em responder. – Quer dizer... – repensou. – Não sei. – concluiu.
– E qual é a sua dúvida?
– Não sei. – isto era completamente frustrante para Demi, ela sentia algo estranho e sabia que não era um bom sinal, pois apesar de negar, ela entendia muito bem o que estava se passando.
– Demi, você não é boba, se você está assim é porque você se importa e se você se importa é porque sente, e o que você está sentindo é real, não tem mais volta.
– Talvez eu esteja só impressionada.
– Impressionada com o quê? – Camilla gentilmente tentava colocar a amiga de volta aos trilhos, se enganar não era a solução, e enquanto ela não aceitasse isso ela viveria em um constante tormento.
– Não sei. – suspirou cansada. – Quem sabe eu esteja só um pouco carente? Você sabe, toda esta mudança, ficar longe da minha família, minha mãe que não fala comigo... – Camilla sabia de toda a história, mais só agora, vendo Demi falar desta maneira, que ela percebera o quão triste ela realmente estava.
– Ele pode ser uma boa distração, Demi.
– Isso não seria justo com ele. – disse Demi duramente, como Camilla tinha coragem de cogitar uma coisa dessas? – Ele é uma pessoa legal, não o usarei para satisfazer minha carência. – bateu o pé.
– Não me leve a mal, não estou falando para você usá-lo e descarta-lo logo após. Ele nunca teve ninguém e... Bom... Ele me parece bem a vontade com você, se ele se sentir da mesma maneira que você, porque não?
– Eu não sei se ele se sente da mesma maneira que eu.
– E o que você está esperando para ver?
– Talvez eu não queira saber.
– Você não precisa ter medo disso.
– Não quero arriscar, sério, foi só um... Clima estranho... Não preciso ficar paranoica.
– Eu acho que você talvez não tenha percebido, mas você já está paranoica. – Demi hesitou. E se a amiga estiver certa? E se agora não tiver mais jeito? E se ela estiver realmente se... Se... Aí meu Deus e se eu realmente estiver me apaixonando?!


O dia de Joe hoje teria sido bem melhor, isto se ele não estivesse com a mente tão longe.
Apesar de muitos ainda o encarar com uma frequência incomoda, hoje as pessoas se mostraram bem menos invasivas e por muitas vezes ele conseguira andar pelos corredores como antigamente, “invisível”. Ainda assim, ele pode dizer com toda certeza que hoje, definitivamente, ele dera a pior aula de toda sua carreira profissional, as duvidas dos alunos estavam sendo respondidas de maneira tão vazia que Joseph tinha consciência de que o famoso “Sim” à pergunta “Todos entenderam?” Nunca soou tão falsa. Joseph torcia para que nenhum aluno fosse reclamar com a direção da escola, já basta um problema em sua vida.


– Sabe? Você ficou bem gatinho. – disse uma das aulas do segundo ano, interceptando ele no corredor da escola, agora já era hora da saída, e a escola estava praticamente vazia, ainda havia alguns alunos por ali, apenas aqueles que estavam enrolando para ir embora, ou a espera de alguém que os fossem buscar. Ao lado da garota, tinha duas outras garotas, que Joe sabia que era da mesma turma que ela. Ele sabia que o nome dela é Amanda, e sabia que uma das amigas era Stefanni, mas não fazia ideia do nome da terceira, por ser sempre muito quieta ele raramente tinha que chamar sua atenção o que fazia com que ele não tivesse necessidade de decorar seu nome. Joseph hesitou. O que falar numa situação destas? No final ele apenas sorriu e tentou desviar-se da aluna. – Sabe, eu adoro homens mais velhos. – Joe arregalou o olho?
– Oi? – perguntou claramente chocado.
– Você é o tipo ideal, mais velho, bonito e tímido. – Joseph ficou estático, era algum tipo de piada? Talvez fosse, Stefanni e a outra menina estavam dando risinhos e tentando esconder isso com as mãos. Porém... Bom, Amanda parecia bem séria. – Meus pais iriam adorar saber que eu estou saindo com alguém responsável. Seria a primeira vez. – riu. – Não vai falar nada? – perguntou um pouco irritada com a falta de reação de Joe.
– Você está bem? – perguntou por fim.
– Claro que estou, muito melhor agora que você respondeu. – sorriu sugestiva.
– Olha, sinceramente, eu espero que você esteja brincando. – falou tentando não parecer grosso, mas acabou não obtendo muito sucesso. As três amigas olharam para ele atônitas.
– Você está me recusando? – perguntou como se fosse o maior absurdo da terra.
– Sim? – respondeu ele indeciso. As amigas se entreolharam.
– Você é um tapado. – disse por fim e se retirou, junto com as amigas. Joe demorou um pouco para se mover. Mas que merda era essa que acabara que acontecer? Seja lá o que fosse, que isso nunca mais tornasse a se passar.


Demi sabia que Joe já estava quase chegando do trabalho, ela já havia pensado em varias maneiras de ir tentar falar com ele, mas não sabia como fazer sem assustá-lo, se ela, que já passara por isso antes, já estava assustada, imagina ele, que seria a primeira vez?
Respire fundo Demetria.
Camilla tentara ajudar a amiga, e graças a ela, Demi tomara a coragem de conversar com Joseph, poderia ser um passo perigoso, ao mesmo tempo em que ele poderia se sentir bem, até quem sabe, um pouco lisonjeado, ele também poderia sentir medo, e se afastar dela. Demi não sabia se era um risco que valia a pena correr, mas no fundo ela precisava disto, ela havia passado o dia inteiro pensado no que quase aconteceu e que em como, no fundo, ela gostaria muito que o quase aconteceu fosse um aconteceu.
Como sempre, Joseph foi pontual, Demi, sabiamente, já o estava esperando do lado de fora, e assim que as portas do elevador se abriram, revelando a figura dele, o coração dela disparou. Demetria não sabe, mas assim que Joseph a viu, esperando por ele, o coração dele também disparou.
– Ei. – sorriu tímida. – Como foi o trabalho hoje? – perguntou assim que ele saiu do elevador e se aproximou dela, porque era tão difícil? Por um momento Demi desejou ser Camilla, sem duvidas a amiga já teria dito tudo na cara.
– Foi... Estranho. – confessou e sorriu para amenizar. – E o seu... Dia?
– Um pouco... Complicado. – respondeu. Ambos se fitaram em silêncio, um esperava que o outro tomasse a iniciativa. – Sobre ontem. – começou Demi, por fim. – Eu acho que deveríamos conversar.
– Eu também estava pensando sobre isso. – confessou ele.
– Sério? – perguntou com uma pontada de alivio e felicidade na voz.
– É. – respondeu tímido. – Acho que... Algo de...
– Estranho? – sugeriu ao ver a dificuldade dele.
– Sim, algo de estranho aconteceu. – falou.
– Eu talvez saiba a resposta. – disse Demi, se aproximando dele. Algo de estranho definitivamente estava acontecendo, Joe instintivamente se aproximou de Demi, era como se de uma hora para outra o corpo dela tivesse se transformado em um imã e o ele fosse o metal a ser puxado. Isto não parecia certo e nem de longe normal, mas ainda assim parecia bom.
– E qual seria? – perguntou ele, agora os dois estavam se fitando tão de perto, tão perto que Joseph podia sentir a respiração de Demi em sua face.
Demi não pensou duas vezes. Precipitado? Muito, claramente muito precipitado, mas pareceu tão certo naquele momento. Enfim o quase aconteceu se tornaria aconteceu.
Demi o tascou um beijo e Joe, mesmo sem experiência, deixou-se levar, pareceu tão natural para ele, foi como se ele tivesse nascido para este momento, como se tudo o que ele precisava na vida fosse aquele beijo.

Continua
Ei meu povo. Estão gostando? Espero que sim.
Comentem ;)



Caah: Não roulou na hora, mas depois rolou kkkk Espero que tenha gostado. Bjsss

Katiele: Desejo atendido kkkk Espero que tenha gostado do capítulo. Bjsss

3 comentários:

  1. Ameeeeeiiii!!! Perfeito!!!
    Posta o mais rapido q poder bjs bjs

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  2. Ameeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiii....finalmente o beijo kkk...espero que eles fiquem junto logo...
    Posta logooooooooooooooooooooooooooooooo pleaseeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

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