A ansiedade tomava conta de mim, já se
passara mais um dia sem respostas, e eu seguia aqui, presa nesse deposito sujo, mas
agora tudo poderia mudar, o poder que ele estava me dando era bem maior do que
eu pensei que poderia receber. Seria fácil eu sair do plano, mais fácil do
deveria ser. Eu sabia que ele estava desesperado, se não ele jamais me pediria
que fizesse isso, porém nesse exato momento, eu era seu crime e também a sua
salvação.
_ Sim, com quem eu falo? – perguntou a voz do outro lado do telefone.
_ Aqui é a Demetria Lovato. – informei. Minha voz saiu um pouco tremula,
mas torci para que isso não me entregasse.
_ Pois não, o que precisa?
_ Preciso falar com o Carlos Berry. – falei. Carlos Berry era o terceiro mais importante
naquele banco, não cheguei a falar com ele pessoalmente, mas, segundo Logan,
ele seria o único capaz de tirar o nome de Logan da linha de fogo, o problema
era, Berry e Logan tinham uma história de inimizade, caso fosse o pedir algo,
ele não o daria, mas eu como dona majoritária do banco, poderia conseguir algo.
_ Espere alguns segundos. Verei se ele pode lhe atender. – O olhar de
Logan era apreensivo. Tentei evita-lo, para não ficar mais nervosa do que eu já
estava. O barulho do Banco ficava destorcido no viva-voz. _ É ela. É ela. –
escutei alguém sussurrar. Tencionei-me, Logan também ficou tenso, mas não fez
nada. _Senhorita, ainda está no telefone? – perguntou após alguns segundos de
espera.
_ Sim. – respondi.
_ Pode repetir seu nome, por favor? – pediu a atendente. Olhei a Logan e
ele acenou que “não”
_ Há algum problema? – perguntei, tentando evitar responder.
_ Só quero uma confirmação. – disse a atendente. Logan, sem esperar pela
minha reação, tirou o celular da minha mão, desligou-o, e o jogo-o no chão.
_ Vão me descobrir. – gritou. _ Já descobriram a ele, e agora serei eu! Eles
nos rastrearam, aquele idiotas nos rastrearam! – encolhi-me no meu canto. Agora
já não estava amarrada na cadeira, mas sentada em um colchão de ar que não
estava completamente cheio. Aos poucos Logan estava tentando deixar-me
confortável. Não sei se por bondade ou por agradecimento, afinal de contas, eu
iria tirar a investigação do nome dele, bem,
iria, não vou mais.
_ Talvez não. – tentei dizer, mas minha voz saiu como um sussurro.
_ Eu fui idiota. – riu nervosamente_ Completamente idiota. Arrisquei o que
eu não podia ter arriscado. – ele esbravejava excessivamente, o que me deixou
apreensiva. _ Você. – disse apontando para mim e dei um salto de susto no mesmo
lugar. _ Você vai ligar para Lauren, ou para a Lara, para o Nick se você
quiser. – ele estava bem nervoso. _ Você vai dizer que está bem, que estava
nervosa, que fugiu, mas que está bem. – e se jogou ao chão, procurando pelos
pedaços de seu celular. No final não tinha quebrado muito, mas agora tinha uma
bela de uma rachadura na tela. _ Ligue! – gritou ao ver-me sem reação.
_Logan, se eles já estão no banco, é obvio que eles estão e minha casa
também. – falei.
_ Mas você vai falar que está bem.
_ Usando seu número de telefone? – perguntei e ele tornou a
desesperar-se.
_ Meu Deus, mas que merda! – Eu sei que eu deveria ter ligado,
entregando-o logo, mas ele tinha uma coisa que eu queria e só após ele me
entregar à informação que eu queira eu iria poder me deixar ser livre. _ Nós
temos que sair daqui. – disse. Assustei-me com seu olhar, ele parecia
desesperado demais, e isso não era um bom sinal. Seja lá o que ele estava
pensando em fazer, não iria ser bom. _ Vamos! – gritou do nada e veio até a
mim, segurou-me firme pelo meu pulso e puxou-me. Senti meu braço destroncando e
uma dor muito forte passou pelo meu ombro, isso não pareceu impedir Logan em
nenhum momento. Ele não quis pegar nada que estava por ali, a não sua chave do
carro e... Bom, eu.
No fim das contas, eu não estava tão presa assim, sempre que Logan
entrava ele deixava a chave da porta do deposito na própria fechadura. Assim que ele abriu a porta já estamos do
lado de fora, o sol foi bem em meus olhos deixando-me cega, meu olho ardeu como
nunca, fechei os olhos e como naquele momento Logan corria, deixei que ele me
guiasse, correndo o risco de tropeçar e me machucar.
Não demorou muito para que entrássemos no carro, abri uma pequena fresta
dos meus olhos e percebi que aquele não era o carro de Logan, era outro bem
menos confortável. Parecia uma caminhonete, ou algo do tipo.
Nem mesmo tive tempo de colocar o sinto e Logan já havia pulado para
dentro do carro e ligando-o, saindo a toda velocidade.
Assim que senti meus olhos se acostumando com o dia claro, abri-os e
percebi que estávamos na rodovia, o que é logico, já que nunca estivemos fora
dela.
_ Onde estamos indo? – perguntei.
_ Norte, quanto mais norte melhor. – respondeu. Estávamos a toda
velocidade. O barulho do motor era bem alto, o que me incomodava muito.
_ E quando vamos parar? – perguntei.
_ No Canada.
_ Canada? – perguntei assustada.
_ Lá nós vamos nos hospedar em algum hotel, só para descansar e depois
iremos para qualquer país que seja antiamericano suficiente para não aceitarem
um pedido de deporte.
_ Logan, você pode estar exagerando, podem não terem conseguido rastrear
o telefonema.
_ Não Demi, foi tempo o suficiente! Ontem eu fui a sua casa durante a
noite, os policiais estavam lá, eles grampearam o telefone, e quando o telefone
tocou a eles mandaram que Nick atendesse
e que não deixasse a pessoa desligar em menos de 20 segundos. Eu não sabia que
eles tinham ido ao banco também, pensei que eles tinham ficado só na sua casa.
_ E o que você pretende? Ficar fugindo? Sério?
_ Me dê outra opção então. – gritou.
_ Voltar Logan, eu posso mentir se você quiser, e não dizer nada sobre o
sequestro. – falei, sem saber se eu seria capaz de mentir sobre isso.
_ Ah sim, claro, todos vão crer, principalmente agora que você deu um
telefonema pelo meu telefone. – disse claramente irritado com minha ideia._
Você quer voltar porque não vai ser você a presa.
_ Então me deixe voltar e vá para o Canada sozinho.
_ E porque eu faria isso? Você é meu curinga.
_ Um curinga, isso é tudo?
_ Isso é tudo que você se deixa ser. – disse. _ Você poderia ser o amor
da minha vida se você quisesse.
_ E é assim que você pretende me conquistar?
_ E o que você quer que eu faça então? – perguntou claramente frustrado.
_ Diga-me quem matou meu pai e me deixe ir. – Logan riu.
_ Não é assim que funciona Demi.
_ Eu fiz a minha parte. Eu mereço receber respostas.
_ Fez sua parte? Meu pescoço ainda esta na reta!
_ Eu não tenho culpa de você não ter olhado se os policiais estavam no
banco. – irritei-me. Logan pareceu pensar em minha resposta.
_ 2007. O que estava acontecendo neste ano? – perguntou.
_ Logan, só me responda. – será que ele não poderia apenas me dar uma
simples resposta?
_ Eu estou tentando. – alterou-se. Considerando nossa velocidade naquele
momento, percebi que não seria mal manter-me quieta. _ Eu quero que você
entenda a história, e ela começa, quer dizer, o conflito começa em 2007. Agora
me responda. O que estava acontecendo em 2007?
_ Não sei. – respondi sem entusiasmo.
_ Pense. – respondeu seco e obriguei-me a lembrar-me de algo marcante. _
Na sua família, não tente lembrar-se de coisas da economia ou alguma coisa no
noticiário. Concentre-se na sua família. – pensei por mais alguns segundos, mas
logo me lembrei.
_ Nascimento do Lucas. – afirmei.
_ Isso. Nascimento do Lucas. – disse e parou.
_ E? – incentivei-o a continuar.
_ Uns dois anos antes do nascimento do seu irmão, o casamento do seu pai
e sua madrasta entrou em uma crise, seu pai não sabia explicar exatamente porque,
mas no final de 2006 ele descobriu. Lara estava traindo ele. No começo ele
pensou em separar-se dela, mas logo depois Lara descobriu que estava gravida.
Ela alegou não saber quem era o pai e com isso Eddie decidiu esperar. Quando
Lucas nasceu, Eddie já estava tão envolvido com a gravidez de Lara que decidiu
não separar dela, registrou Lucas e não faz nenhum exame de DNA.
_ Com quem Lara traiu meu pai? – perguntei, tentando manter-me calma.
_ Lawrence. – respondeu. Senti meu sangue ferver em minhas veias.
_ Lawrence? – gritei, o que assustou a Logan. _ Eu não acredito. Como
que aqueles dois tiveram coragem! – eu sentia um nojo tão grande de pensar em
todos os momentos em que estivemos no mesmo teto, em todo o momento que pensei
que Lara amava meu pai ou que Lawrence era de confiança.
_ Posso continuar? – perguntou, receoso.
_ Vai. – respondi, já me preparando para o pior.
_ Lawrence por um tempo deixou quieto, mas já faz uns três anos que ele
retornou exigindo um exame de DNA, querendo reconhecer Lucas como filho.
_ Uma pergunta. – interrompi-o. _ Quando Lucas nasceu o caso de Lara
tinha com Lawrence, acabou?
_ Segundo todas as fontes, sim. – respondeu.
_ Quais fontes?
_ Seu próprio pai, Lawrence... – respondeu e esperou um pouco pela minha
reação, não houve nenhuma. _Algo mais?
_ Não.
_ Eddie sempre teve medo de Lucas não ser seu filho, ele ama aquele
moleque, era obvio que ele não queria correr o risco de perder a guarda do
garoto, então recusou. Isso causou fúria em Lawrence, e eles vinham brigando
desde então. – fez uma breve pausa quando ultrapassou um carro. _ Não faz muito
tempo que Eddie decidiu denunciar Lawrence por estar o ameaçando, Lawrence
estava conseguindo, com seus advogados, evitar um confronto na justiça, mas em
novembro do ano passado foi marcada uma audiência. Lawrence ficou extremamente irritado com a
iniciativa do seu pai que começou a atormenta-lo mais ainda. Na última semana
de vida de seu pai, eles tiveram uma briga muito forte, até mesmo violenta,
Lawrence saiu na pior, e depois de toda esta raiva acumulada ele resolveu
cumprir as ameaças. Planejou tudo para que parecesse um suicídio e fim da
história.
_ Como você descobriu tudo isso?
_ Uma parte seu pai mesmo compartilhou, outra parte descobri com o
próprio Lawrence.
_ Como você conseguiu estas informações de Lawrence?
_ Todo homem tem seu preço.
_ Como ele conseguiu que parecesse um suicídio? – perguntei.
_ Eles realmente tiveram um encontro naquela noite, Lawrence fingiu
querer uma reconciliação. Quando chegou lá, continuou fingindo uma amizade, até
que Eddie ofereceu-o Whisky, o que é bem normal, você sabe. Aparentemente seu
pai se distraiu de seu copo por algum tempo, tempo suficiente para que Lawrence
colocasse um sonífero na bebida do seu pai, seu pai nem desconfiou, tomou,
desmaiou, e com isso Lawrence, pegou uma arma que havia comprado ilegalmente,
usando uma luva, para não deixar vestígios, matou seu pai, e colocou a arma na
mão do seu pai, para que parecesse suicídio. Não foi muito difícil no final.
_ Quanto você deu a ele para que ele confessasse? – perguntei.
_ Eu prometi dar a ele informações sobre sua investigação com aquele lá.
– disse.
_ Só? – perguntei surpresa.
_ Ele já tem dinheiro, não há dinheiro que eu pegue que o compre.
_ Pegue? Não seria roube?
_ Eu prefiro o termo pegue, soa mais simpático. – sorriu, mas não
respondi, não estava no clima para sorrisos.
_ Na investigação Joe comprovou que a investigação da policia pode ter
sido comprada. Você sabe algo sobre isso?
_ A última autopsia foi feita pelo primo de Lawrence, então não foi
muito difícil.
_ Mas e as câmeras? As entrevistas que desapareceram? – eram tantas
perguntas, e Logan parecia saber tanto...
_ Câmeras: O chefe de segurança foi comprado. Entrevistas: O delegado
foi comprado. Eu já disse Demi, todo mundo tem seu preço, e quando se tem
dinheiro, não é tão difícil de encontra-lo.
_ E Lara, ela sabia sobre o assassinato?
_ Segundo Lawrence, ela não sabia que ia acontecer, mas após o ocorrido,
ela soube.
_ E nem falou nada. – falei, mas para mim mesmo que para ele.
_ Se ela falasse algo, tudo ia vir à tona Demi, imagine como o Lucas se
sentiria?
_ Ele não pode saber sobre isso. Lawrence tem que conseguir escapar. –
falei, sentindo um aperto no meu coração por ter que abrir mão do meu objetivo
de justiça a morte do meu pai. Logan não disse nada, e quando o olhei vi que
ele estava bem tenso, talvez fosse pela fuga, mas ele não estava assim antes. _
Por favor. – comecei já segurando o choro e a fúria. _ Não me diga...
_ Pelo jeito você contratou um bom detetive. – foi tudo o que ele disse.
Eu não sei o que mais me doía, saber que agora Lucas saberia da verdade
e isso o machucaria muito, ou saber que eu poderia estar livre agora, no fim
das contas eu não teria necessitado de Logan para saber da verdade. E agora tão
pouco sei o que posso fazer.
_ Você poderia ter me dito! – berrei.
_ Eu não vou deixar você voltar Demi.
_ Ela o ajudou em algo? –perguntei. _ Lara, ela sabia de Lawrence, ela o
ajudou?
_ O telefone de ameaça, é falso, os dois só armaram aquilo para que você
parasse de investigar sobre a morte de Eddie. Os seguranças na verdade eram
pagos por Lawrence. – suspirei fundo sentindo a dor de ter sido tão enganada.
_ Ah mais algo que eu precise saber? – perguntei.
_ Acredito que não.
_ Ele está preso?
_ Sim, e Lara sobre custodia. Estão querendo incrimina-la como cúmplice,
mas por enquanto ela está presa preventivamente e só. Nick está com seus
irmãos. – disse, já se antecipando a minha próxima pergunta.
_ Deixe-me voltar, Logan, eles precisam de mim. – choraminguei.
_ Não, Demi, não! – não consegui dizer mais nada, o choro por fim tomou
conta de mim, deixei-me ser levada, eu sabia que eu tinha que fazer algo,
impedir que ele me levasse longe demais, mas naquele momento o choro era a
minha única opção.
Um barulho estranho começou a soar, primeiramente pensei que o motor da velha
caminhonete que estávamos estava com algum problema, mas foi só olhar em volta
para ver que era algo bem maior.
Um helicóptero vinha em sentido contrario a nós, o helicóptero da
policia. Logan começou a frear, mas ao olhar para o retrovisor, voltou a
acelerar. Atrás de nós vinham uns três carros de policia, a toda velocidade,
com as sirenes ligadas.
_ Logan, se entregue, é o melhor. – comecei a dizer. Havia uma esperança
para mim, os polícias estavam ali por mim. Se eu não estivesse tão chocada com
tudo, até mesmo me arriscaria a sorrir.
_ Não! – gritou em completo desespero. Ele acelerava, mas o carro não
mais respondia, estava em seu limite. Eu olhava para todo canto tentando uma
rota de fuga. Percebi que o carro não estava com as portas trancadas. Eu
poderia muito bem acabar caindo e me machucando, talvez até algo pior do que
machucar-me, mas ficar ali no carro também era um risco. O helicóptero estava
bem baixo, e se aproximando muito rápdo. Era obvio que eles estavam tentando
forçar Logan a parar o carro, mas eu estava ali dentro, eu o via, e eu sabia
que ele não iria parar. Tudo se encaixava para um desastre.
Talvez, se eu só abrisse a porta, o distraísse o suficiente para que ele
desacelerasse, não?
Bom. É minha única opção naquele momento.
Respirei fundo, e abri a porta, instantaneamente Logan largou o volante
e agarrou-me.
Claro que esta era a combinação para o desastre.
Ao vir agarrar-me, ele acabou fazendo com que o volante virasse para a
direita. Era velocidade demais.
O carro começou a girar. Os barulhos se confundiram em minha cabeça:
sirenes, helicóptero, motor, lataria, grito. O aperto de Logan ficou mais leve.
Agora estávamos de cabeça para baixo e logo depois de lado, rodando, e assim
por umas... Não sei... Três vezes? Talvez mais, porém, não posso dizer com
exatidão, a escuridão foi tudo o que vi.
Continua
Oi gente, desculpa por não ter postado
no sábado, o tio da minha mãe morreu e com toda esta confusão fiquei sem cabeça
para postar algo.
Bom, o último capítulo esta pronto,
faltando apenas a revisão, ainda assim postarei só amanhã.
Bjss
Thais: Capitulo postado, e sim, ela ajudou,
espero ter tirado as outras duvidas e a história ter se encaixado. Muito obrigada
por comentar. Bjss
Kah: kkkk poderia estar bem melhor, mas fico
feliz que goste tanto. Capitulo postado. Muito obrigada por comentar. bjjsss
Caah: kk suas duvidas sobre ela no final
estavam corretas, bom, achar acharam, só não foi da melhor maneira. Muito
obrigada por comentar. bjss
Naooo nao quero acreditar q ja ta acabando :(
ResponderExcluirMeu deus posta mais logo, quero saber o q aconteceu, sabia que Lara tinha dedo nisso
ResponderExcluirPosta logo :(
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