Tic-tac, tic-tac, tic-tac...
Eu aos poucos me
acostumava com o silêncio daquele apartamento, mas, se acostumar, não significa
que doa menos.
Nicholas havia ficado comigo durante todo o tempo, mas isso
não acalmava a situação. Eu estava sem meu pai e agora sem meus irmãos também,
tudo se encaminhava para um desastre.
_ Ah não. – disse Nicholas, olhando a tela do computador,
estava lendo seus e-mails do trabalho. _ Me escalaram para fotografar a festa
de natal do governador esse ano. – disse.
_ Você odeia quando te pedem para fotografar esses tipos de
eventos. – lembrei-me.
_ Acho que vou recusar. – falou.
_ Mas você também me disse que é o tipo de trabalho melhor
remunerado nessa sua profissão.
_ É, mas... Sei lá, queria passar esse natal aqui. – falou.
_ Fora que está muito encima da hora, dez da noite eu tenho que já estar lá.
_ Te mandaram esse e-mail só hoje? – perguntei.
_ Não. – respondeu. _ Foi há três dias, mas ainda assim, eu
só li hoje, é isso que conta.
_ Vai Nick, nem mesmo vamos ter natal aqui nesse ano mesmo.
– dei de ombros.
_ E é mais um motivo para eu ficar aqui. – falou.
_ Vai, eu vou ficar bem. – ele fez uma careta. _ Não perde
essa oportunidade por mim não.
No final das contas Nicholas aceitou tirar as fotos na
festa, enquanto ele começava o lento processo de limpar as lentes de suas
maquinas fotográficas, super profissionais e caras, eu fui para meu quarto. Pela
primeira vez desde semana passada eu liguei o computador e entrei em minhas
redes sociais, ainda não sei se foi a melhor opção, o monte me mensagens de
força me fizeram bem e mal ao mesmo tempo, as palavras eram reconfortantes, mas
também era como uma maquina do tempo, me levava diretamente para o velório de
meu pai, a última vez que o vi.
Meu celular vibrou no criado mudo, peguei-o e era uma
mensagem de Joseph. Confesso que pensei que ele nunca mais voltaria a falar
comigo, mas cá estava ele novamente.
“Próximo da lista, diga apenas
sim ou não (sim, se for suspeito, não, se não for): Andrea Lonis”
Andrea Lonis era a secretaria do meu pai que havia sido
demitida três semana antes de sua morte, pois, descobriu-se que ela estava
vazando informações confidenciais do banco para outras pessoas, como
investidores e pessoas de outros bancos. Não sei se ela teria coragem de matar
meu pai, mas ela era uma mulher perigosa.
“Sim” – Respondi.
“Certo, próximo: Henry Black.”
Henry Black é um ex investidor do banco de meu pai, tirando
o pai de Camilla, ele era o que mais investida. Porém, por ironia do destino,
ou não, resolveu que não iria só investir em banco para acumular riquezas, mas
que também iria apostar em jogos, infelizmente não se deu muito bem nessa nova
empreitada, vendo que estava perdendo todo seu dinheiro, recorreu ao banco de
meu pai em busca de um empréstimo, meu pai deu o empréstimo, mas Henry não
conseguiu pagar as prestações, e teve sua conta cancelada e seus bens tomados.
“Sim”
“Mariah Benvides”
Mariah Benvides é a prima de segundo grau de Lara, essa
história já mais complicada, já que, quando aconteceu, eu ainda era muito
pequena, só sei que Mariah se apaixonou por meu pai antes de Lara, mas, como dá
para perceber, foi Lara que se casou com meu pai, e isso causou um grande
reboliço na família. Ainda assim não creio que o ressentimento tenha sido tão
forte e tão duradouro.
“Não” – respondi. “Você gostaria
de vir aqui?” – perguntei. Eu queria saber o porque de suas suspeitas e como
ele as conseguiu, pois, muitas delas foram particulares, nunca saiu na imprensa
nada sobre Mariah ou sobre Andrea.
“Quero passar o natal vivo” –
respondeu.
“Prometo não te matar, já me
conformei com o fato de você ser quem é” – falei.
“Sabia que você não ia resistir
ao meu charme”
“Não é pra tanto, é só que
prefiro que seja uma conversa cara a cara, não te contratei para ficar trocando
mensagens comigo” – reclamei.
“Em uma hora estarei aí.” –
disse.
“Ok” – respondi.
Desliguei meu notebook, e levantei-me, eu tinha uma hora
para ir de lixo ambulante a alguém apresentável, afinal de contas,
não seria nada legal Joseph chegar aqui e me ver com: os olhos inchados, cabelo
desarrumado, e com uma blusa que é três vezes o meu tamanho.
Tomei um banho e lavei a cabeça o mais rápido possível,
escovei meus dentes, e me enrolei na toalha. Fui para meu quarto e tremi de
frio, tinha deixado a minha janela do quarto aberta e o vento frio após ter
saído de um banheiro quentinho não foi nada agradável. Levei mais uma jatada de
vento frio quando me aproximei da janela para fecha-la.
Voltei-me para meu armário e coloquei uma calça de malha
preta, ela é mais junta, então não fica ruim, e fora que eu estou em casa, e a
ordem do dia é ficar confortável e não super produzida. Coloquei uma blusa vermelha de manga, que tem
três botões, deixei os três abertos e peguei uma blusa de lã preta quem tenho
já nem sei a quantos anos, mas que nunca deixou de ser confortável. Dei uma secada no meu cabelo, já que a
combinação de frio mais cabelo molhado não traria bons resultados.
_ Você já está indo? – perguntei, ao ver Nick na sala. _ Vou
aproveitar uma carona com Pablo, e fora que vou ter que olhar as condições de
luz de lá...
_ O Pablo já está indo não é? – perguntei, esquecendo-me que
hoje era véspera de natal, todos iriam mais cedo para suas casas.
_ É, todos já foram,
só ele ainda está aqui. Eu pedi para Karla deixar uma refeição já pré-feita, assim que eu chegar dessa
festa, nós esquentamos tudo e teremos nosso natal. – sorriu grande. Eu
correspondi.
_ Vai demorar muito para chegar? – perguntei. Ele coçou a
cabeça e fez cara feia.
_ É.
_ Esse é significa
quantas horas? – perguntei com a mão na cintura.
_ Umas quatro ou cinco da manhã. – falou. _ É uma ótima hora
para começar um jantar de Natal, te juro, já fiz isso outras vezes e olha que a
comida era ruim, e não comida da Karla. – falou e eu sorri.
_ Será legal tentar, só não sei se eu conseguirei acertar o
garfo na boca, já que nessa hora eu já estou desmaiada na cama. – falei.
_ Eu te acordo. – falou e riu.
_ Não se atreva. – gargalhei.
_ Lembre-se, Natal é um dia de paz, não se pode bater no
primo. – falou de um jeito que me lembrou de quando eu era pequena e as
professoras ditavam as regras da escolinha, tipo: Não bater nos amiguinhos, não
mostrar a língua, levantar a mão quando quiser falar...
_ Lembre-se – comecei a falar, imitando-o. _ Natal é um dia
de paz, não se pode acordar a prima. – ele gargalhou.
_ Mas é muito preguiçosa viu (?) – disse gargalhando fraco.
_ Eu não sou preguiçosa, só acho que o sono de qualquer
pessoa deve ser respeitado.
_ Claro. – falou ironicamente.
_ Nem adianta negar, você sabe que concorda comigo. – falei
e ele só sorriu.
_ Senhor Nicholas, eu já estou indo, o senhor quer que eu te
leve a festa mesmo? – perguntou.
_ Ah, sim, quero. – respondeu atrapalhado e virou-se para
mim. _ As meia noite em ponto eu te ligarei ok? – disse me abraçando. _ Não
esteja dormindo. – beijou-me no topo da cabeça.
_ Tenha uma boa festa Nick.
_ Tenha um bom... – ele hesitou sem saber o que dizer. _ Uma
boa noite. – sorriu e eu correspondi. Deixei-o ir sem falar de Joseph, sabia
que se falasse ele iria implicar e acabar ficando.
Eu não sei exatamente o que significa uma hora no mundo de Joe, mas no meu mundo uma hora significa sessenta minutos, e não oitenta minutos ou mais.
Eu estava andando de um lado para o outro da sala, pronta para atender o
interfone do porteiro perguntado se eu permitiria a entrada de Joseph, mas
nada, nem sinal daquele homem. Fui ao meu quarto, peguei meu celular para ver
se ele tinha desistido de vir e, nada, nenhuma mensagem.
Voltei para a sala a passos lentos, mas assim que escutei o
interfone comecei a correr feito uma louca.
_ Sim.
_ Joseph Jonas quer subir. – falou.
_ Pode deixar passar. – respondi e o porteiro desligou a
chamada, ele sempre era assim, economizava o máximo de palavras e gentilezas
possíveis.
Foi diretamente abrir a porta, quanto menos enrolação,
melhor seria. Não demorou muito para que as portas do elevador se abrissem e
mostrasse uma figura cômica. Cabelos molhados grudados na testa e nuca, o
casaco preto pingando no carpete do corredor, e ao andar seu sapato fazia um
barulho engraçado, ele estava totalmente encharcado.
_ Parece que a neve veio acompanhada de chuva desta vez.
_ Quer mais? – perguntei a Joseph, ele ainda tremia um
pouco, mesmo eu tendo dado as roupas de Nick (que coube perfeitamente nele)
para ele se trocar e secado o cabelo dele com um secador, o que foi bem
hilário, pois ele, no inicio, se recusou a deixar que eu fizesse, mas após ter
uma crise de espiro e perceber que passar a toalha não estava adiantando muito,
deixou. Até que ele estava certo em não me deixar querer secar seu cabelo, pois
agora ele está com um cabelo de Emo ou se preferir no melhor estilo Justin
Bieber no começo de carreira, só que moreno. Eu tinha feito chocolate quente
para ele (e para mim também, claro) e ele havia tomado seu copo sem pestanejar.
_ Tem mais? – perguntou.
_ Quando se trata de chocolate eu não economizo. – respondi. E ele sorriu e entregou-me seu
copo para que eu posse mais para ele.
Fui a cozinha, e coloquei mais tanto para mim quanto para
ele. Voltei e ele estava sentado, meio espremido no canto do sofá.
_ Quer que eu aumente o aquecedor? – perguntei,
entregando-lhe o copo.
_ Não precisa, eu já estou melhor. – falou. Sentei-me a seu
lado.
_ E então? Quais são os próximos da lista? – perguntei.
_ Ah sim. – disse pegando sua maleta que estava no chão ao
seu lado. Ele tirou o mesmo bloquinho da última vez, que, surpreendentemente,
estava completamente seco e o abriu. A Lista agora estava cheio de anotações,
feitas em letras minúsculas, tanto que não consegui ler, só sabia que eram
palavras. _ Bob Labealth. – falou.
Labealth é definitivamente um suspeito, rico, já foi acusado
de vários crimes: Direção perigosa; assedio sexual, agressão a dois
funcionários e desacato a autoridade. Como sempre teve bons advogados, sempre
escapou na melhor, a maior pena que ele já pegou foi fazer trabalho voluntario
por três meses. Meu pai e Bob nunca foram amigos, na época que meu pai começou
a comprar parte do banco, Labealth era um dos donos, tinha cerca de 20% do
banco. Meu pai conseguiu 28% do banco, na mesma época de Bob foi acusado de
assedio sexual sua primeira medida foi tentar tira-lo do banco, alegando que o escândalo
do qual ele estava envolvido afastaria os investidores. Bob tinha influencia,
mas meu pai tinha mais poder que grande parte dos outros donos, e com isso
Labealth foi expulso. Naquela época Bob jurou vingança. Demorou, mas talvez
tenha cumprido.
_ Acho que de todos, ele é o maior suspeito.
_ Também acho. – disse e fez um ‘+’ ao lado de seu nome. _
Gabriel Couric.
Gabriel trabalha no banco e vive se metendo em confusões por
lá, ele é um dos proprietários de um das sedes do banco aqui em Nova Iorque, o
maior deles, diga-se por sinal. Ele nunca escondeu sua ganância, sempre quis
conquistar mais espaço entre os outros proprietários, mas nunca conseguiu,
pois, ele é ótimo em economia, mas péssimo em outras áreas. Uma vez Gabriel
quase conseguiu comprar uma segunda sede do banco, mas meu pai, sabe se lá
porque, vetou a venda. Gabriel ficou furioso e houve uma briga conturbada entre
os dois. Pode parecer estupido e não render tal suspeita, mas isso tudo
aconteceu a uma semana antes da morte de meu pai, Gabriel poderia muito bem ter
feito isso, a reunião que meu pai falou, poderia muito bem ter sido com
Gabriel, os dois ainda estavam discutindo naquela época.
_ Sim, Gabriel também é um ótimo suspeito. – falei.
_ Não tenho tanta certeza, apesar da história de briga entre
os dois, Gabriel me parece um babaca. – falou.
_ Ainda assim, eu não conheço muito Gabriel, mas ele estava
com um ódio de meu pai. – falei. _ E meu pai disse que teria uma reunião, podia
ser muito bem com Gabriel. Eles sempre estavam tendo reuniões, Gabriel queria
que meu pai mudasse de ideia, e eles sempre acabavam brigando no final. Poderia
muito bem ser essa a situação.
_ É, sem duvidas um ótimo suspeito. – falou e também fez um
‘+’ ao lado de seu nome. _ último da lista: Wilmer Valderrama. – falou.
Wilmer Valderrama, único proprietário do segundo maior banco
do País, e maior inimigo de meu pai, ambos nunca se deram bem, nem mesmo se
deram uma chance. Wilmer é conhecido por ser ótimo no gatilho, pois passa todos
os seus finais de semana caçando. Apesar de os dois não terem históricos de
brigas, Valderrama ainda é um suspeito a ser levado a serio.
_ Sim. – respondi apenas. Naquele momento deu um pique de
luz. Assustei-me. A luz voltou por alguns segundos, mas logo se apagou
novamente. Desta vez não voltou.
_ Acho que a tempestade prejudicou a energia. – falou.
_ Aff. Ótimo dia para isso acontecer. – falei, por causa da
tempestade o dia parecia mais escuro o que realmente deveria estar. Eu quase
não enxergava Joseph a minha frente.
_ Acho que não tem como continuar. – concluiu. _ Terei que ir para minha casa. –
falou.
_ Não sei como. – falei.
_ Como assim?
_ Não tem como você sair daqui. – falei ele desbloqueou a
tela do seu celular, dando uma pequena luminosidade no ambiente.
_ O que você disse? – perguntou sem crer em minhas palavras.
_ O elevador não funciona sem luz. – respondi.
_ Eu desço de escada.
_ Não tem escada.
_ Que? Como assim não tem escada? – levantou-se. _ Se
acontecer um incêndio o que vocês fazem? Morrem?
_ Dizem que o elevador daqui tem alguma proteção contra
incêndio então não seria perigoso pega-lo em meio a um incêndio. Eu nunca
testei e não pretendo também. – sua expressão era engraçada, parecia descrente,
confuso e com raiva.
_ Você só pode estar brincando com minha cara.
_ Nope. – respondi. Aparentemente minha calma só o irritava
mais. É meu amigo, o mundo dá voltas...
_ Aqui não tem gerador de energia?
_ Ummm
_ Você não sabe, não é? – perguntou ao ver minha hesitação
em responder.
_ Se a luz voltar rápido quer dizer que sim. – falei. Ele
suspirou bravo.
_ Que merda de prédio. – falou.
_ É um dos mais caros de Nova Iorque ok? – levantei-me
também.
_ E ainda assim é uma merda. – quase gritou.
_ E é nessa merda que você vai ter que ficar até a luz
voltar. – gritei. Ele olhou-me serio.
_ Você está fazendo isso de proposito não é? Só porque da
ultima vez eu acusei seu namoradinho e sua madrasta.
_ Você realmente acha que eu ia me dar ao trabalho?
_ Você me odeia e do nada me chama aqui?
_ Eu te chamei porque eu tinha duvidas e queria que você me
respondesse cara a cara! – ele desbloqueava a tela do celular toda vez que
apagava, e cada vez parecia mais bravo.
_ Aé? Então cadê as perguntas? – perguntou. Oops.
_ Se você acha que eu estou mentido, fique a vontade, vá lá
fora, tente sair daqui, ache a escada. – nós dois nem mais falávamos, mas sim
gritávamos.
_ Pois é isso que eu vou fazer. – disse e se dirigiu para
fora estressado. Deixei-o ir sem segui-lo, queria ver ele quebrar a cara e
voltar todo arrependido pedindo abrigo.
Um minuto...
Dois minutos...
Três minutos...
Quatro minutos...
Cinco minutos...
Será que ele tinha conseguido sair daqui?
Fui até a porta e encontrei-o sentado (lê-se jogado), no
chão do corredor, claramente derrotado.
_ Eu avisei. – falei.
_ Eu sei. – disse entre dentes.
_ E porque não entrou de volta? – perguntei.
_ Para não te dar o prazer de falar – fez uma breve pausa. _
“Eu avisei”.
_ Eu falei do mesmo jeito. – sorri.
_ Percebi. – ficou mais bravo ainda.
_ Ei, nós vamos ter que nos dar bem, e já que você vai ter
que ficar aqui...
_ Não obrigado.
_ Acalme-se estressadinho... O aquecedor do prédio todos
está desligado, você deve estar morrendo de frio, mesmo estando agasalhado. –
falei. _ E para nossa sorte aqui tem uma lareira que é tanto elétrica quanto
manual, pelo menos podemos nos aquecer. – sorri tentando parecer convidativa,
mas ele continuou com a cara de bosta. _ Eu vou fazer mais chocolate quente. –
tentei melhorara a oferta. Joseph suspirou e se levantou, abri espaço para ele
voltar.
Lareira ligada, canecas cheias de chocolate quente, estávamos
ambos sentados no chão, lado a lado, de frente a lareira e com um silêncio meio
chato... O porteiro já tinha nos informado que: O gerador tinha mantido todo o
prédio com energia por uns quinze minutos, mas teve sobrecarga, já que ninguém
nesse prédio economiza luz. – palavras do porteiro. Que abuso, se tivessem me
avisado eu tinha desligado as coisas desnecessárias...
_ Desculpa por lhe fazer perder sua véspera de Natal aqui. –
falei, tentando quebrar o gelo, já era quase oito da noite.
_ Meus pais vão me perdoar... Em algum dia... Eu espero. – segurei o riso. _ Você ia passar o seu
Natal sozinha?
_ É, com Lara e meus irmãos na praia e Nick trabalhando... –
eu tive tempo o suficiente para falar sobre os últimos acontecimentos.
_ Mas e Logan? – perguntou.
_ Provavelmente esta na fazenda dos pais.
_ Provavelmente?
_ Ele sempre passa o Natal por lá.
_ Mas nesse ano, com o acontecido, teria sido legal dele
ficar.
_ Eu sei. – falei. _ Na verdade eu nem sei do paradeiro
dele.
_ Como assim?
_ Eu não o vejo nem falo com ele desde o velório. – Joseph
não disse nada, mas eu sabia o que ele estava pensando._ Eu sei: Suspeito. –
falei.
_ Demetria, quando eu falei que ele era suspeito não foi tão sério assim, minhas suspeitas com
ele foram bobas.
_ Mas faz sentido, meu pai morreu e ele desaparece. Eu não
acredito em coincidência Joseph...
_ Ele não tem um motivo real para matar seu pai.
_ Mas, não faz sentido o desaparecimento dele. – suspirei
frustrada.
_ Você por acaso o procurou? – perguntou. Hesitei.
_ Não.
_ Então não o culpe, talvez ele esteja tentando te dar um
espaço, para superar.
_ Me dando um espaço? Eu não pedi para ele me dar um espaço.
_ Mas talvez ele ache que você precisa. – falou. Suspirei.
_ Eu tentarei após o natal. – falei. Ficamos em silêncio por
um tempo. _ Obrigada, pela ajuda, você dá um ótimo conselheiro amoroso. – ele
riu.
_ E olha que eu odeio essas coisas de romance. – disse.
_ Isso porque você nunca se apaixonou de verdade.
_ E agradeço a Deus por isso. – falou convicto.
_ Quero estar presente no dia que você se apaixonar, só para
ver a sua cara de bobo.
_ HAHA. – brincou, mas no final acabamos rindo de verdade.
De repente a luz voltou, meus olhos arderam, pois a luz da lareira estava fraca
e não me preparou o suficiente para a claridade que o exagerado de luzes na
sala provocaria. E pelo jeito que Joseph estava piscando os olhos rapidamente,
ele também sentiu o mesmo que eu.
_ Bom, acho que agora você vai poder voltar para casa... E
não perdeu sua véspera de natal todo aqui. – falei e sorri, fingindo uma
alegria, claro que eu queria que ele fosse, mas eu tinha gostado desse nosso
momento aqui, não tínhamos brigado, conversamos pouco, mas o que conversamos
foi legal, teria sido legal passar mais tempo assim com ele.
_ Pois é, levantou-se. Posso ir com a roupa do seu primo? –
perguntou. Levantei-me também.
_ Claro. – Eu o acompanhei até a porta e ele já ia saindo
quando se virou e propôs.
_ Você quer ir passar o natal em minha casa? Eu te trago de
volta.
_ Eu? Tem certeza? – perguntei.
_ Porque não?
_ Pelo que você falou é uma festa bem particular da sua
família... – falei. Ele sorriu.
_ Hoje você também poderá fazer parte da minha família.
Continua
Olá a todos, vocês
devem ter percebido que não postei no dia que prometi, mas desta vez não foi
por falta de criatividade ou por problema no computador, mas sim por que eu mesma
quis. Sei que não sou a única escritora de fics a reclamar, mas ainda assim,
isso frustra. Muitos já me disseram seus motivos, mas e os outros? Porque o
número de comentários tem diminuído tanto? É a fic? Sou eu?
Eu sempre gosto de
ler suas opiniões e amo receber suas sugestões, sinto muita falta de entrar
aqui no blog e ter o prazer de lê-los, mas isso não está tão legal quanto antes.
No último capítulo recebi dois comentários, tenho muito a agradecer a Kika e a
Fabíola, por favor, não pensem que eu estou a desmerecê-las, agradeço a vocês
por tirarem um pouco do seu tempo para comentar, mas eu confesso que me
acostumei a receber dois comentários só no primeiro dia de postagem e não dois comentários
no total.
Se for questão de
tempo, eu peço então para os que não comentam que pelo menos avaliem, para quem
não sabe como é só marcar nas “Reações”:
Pois pelo menos assim saberei genericamente o
que vocês acharam do capítulo, não demora nem mesmo dois segundos direito, mas
já vai melhorar bastante já que nem isso eu estou vendo ultimamente.
Peço perdão se estou
parecendo chata, mas nesse ano eu estou fazendo o meu melhor para tentar
entregar os capítulos, estou no 3º anos, o Enem tá chegando, eu tenho cursos na
maioria dos dias da semana, eu escrevo no tempo que sobra entre os estudos, eu
queria conseguir postar com mais frequência, mas se eu começar a escrever só
por entregar, todo o prazer de escrever vai se perder, e não foi para isso que
eu criei esse blog.
Não sei se o problema
é a fic, sei que ela esta andando meio devagar, mas é porque eu achei que essa
história precisava ser assim, já que há muitos acontecimentos, posso tentar
acelera-la um pouco e diminui-la, mas isso faria com que eu cortasse alguns
personagens da história, mas se vocês preferirem assim, eu faço.
Obrigada, até o
próximo capítulo.
Kika: Esse são os
suspeitos, pelo menos os que Joe achou, e aí, desconfia de algum? Muito
obrigada por comentar. Bjssss
Fabíola: kkkk
realmente ela é assim mesmo, bom, pode ser que sua mudança de ideia seja apenas
um truque, o que você acha? Muito obrigada por comentar. Bjssss