segunda-feira, 21 de julho de 2014

8. De braços abertos – The Big Apple



Super Divulgação: http://historiasdasilvia.blogspot.com.br/ < super indico esta fic.


Mais uma vez eu me olhava naquele espelho e me fazia a mesma pergunta, você vai conseguir sobreviver pelas próximas 6 horas?
Uma blusa de frio branca de gola alta, um casaco por cima, preto, calça jeans, bota preta, cabelo solto, era incrível como eu parecia mais velha, era como se eu tivesse dormido uma garotinha e acordado uma mulher, para onde foi à garotinha? Eu a queria de volta.


Madame Catherine College¹ não é uma faculdade muito concorrida, talvez os poucos cursos que oferece atrapalhe o seu crescimento, mas também, um prédio estilo gótico de quatro andares, bem em E 33rd St com a 5th Ave, espremidos entre os outros edifícios, as possibilidades de crescimento eram pequenos. Mas o que Madame Catherine tem de pequeno, tem de exclusivo. Apenas pessoas ricas estudam lá, não existe bolsista nem desconto, lá, ou você tem, ou você não entra. Simples assim.
Eu nunca me encantei muito por esta universidade em particular, mas Senhora Lorene – ou se preferir, tataraneta de Madame Catherine, fundadora da universidade da qual estudo – foi uma das clientes de meu pai, quando ele ainda era gerente de banco, aparentemente eles construíram certa amizade, amizade forte o suficiente para que meu pai me jogasse para a universidade da qual ela é diretora atualmente, a universidade de sua família, que passa de geração a geração.

O fato de eu ter faltado as duas primeiras aulas da semana não foi exatamente pela tristeza, é mais por culpa do fato de que eu odeio quase todo mundo por ali, é uma escola de riquinhos, de riquinhos insuportavelmente chatos, poucos se salvam, fora que ter aula na semana de natal é injusto, as férias terminariam bem no dia 24, impossibilitando a todos de viajarem para curtir o natal, não que eu vá curtir o natal desse ano, meu natal havia sido cancelado semana passada.


Quando cheguei tudo ocorreu como o esperado, pessoas me olhavam com cara de pena enquanto eu passava pelos corredores, mas hora e outra, alguma pessoa que se achava intima o suficiente aparecia para me dar os pêsames.


Assim que a professora de História da Moda entrou na grande sala, com exatos 65 alunos ela logo pediu os trabalhos, um texto de no mínimo duas folhas manuscrito, sobre a moda dos anos 60. Eu havia passado minha noite tentando fazer um bom trabalho, afinal de contas, esta era uma matéria que esta me deixando em risco de ser reprovada, Sra. Smith, é aquele tipo de professora que faz tudo o que pode para te ferrar, e ela já havia me ferrado bastante durante o ano.

Com o passar dos horários fiquei aliviada ao perceber que nenhum professor ou aluno quis tocar no assunto “Morte de Eddie Lovato”. Os olhares não se sessaram, mas com o tempo pararam de incomodar tanto, é apenas questão de ignorar. Eu repetia para mim toda hora.


_ Demi? – já estava saindo do prédio depois do dia exaustivo, mas quando reconheci a voz não hesitei em virar-me para trás e cumprimenta-la.
 _ Camilla. – falei e sorri. Camilla Belle, assim como eu, foi ‘jogada’ pelo seu pai nessa faculdade, sendo que o curso dela, jornalismo, é não é lá grandes coisas por aqui, no começo do ano quase tinha sido cancelado por falta de aluno.
_ Não pensei que você voltaria tão cedo. – falou.
_ Trabalhos. – resumi.
_ Ah, claro, os benditos trabalhos que marcam propositalmente perto das férias.
_ Pois é. – falei sem muito entusiasmo, nem era por culpa dela, mas o dia tinha sido meio cansativo, e eu estava sentindo falta da proteção da minha casa, das paredes do meu quarto, da minha cama.
_ Eu estava pensando em ir a sua casa, mas...
_ Você sempre será bem vinda. – falei, percebendo sua indecisão.
_ Eu sei, mas, talvez esse seja um momento da família.
_ Eu nem sei mais se ainda há uma família.
_ Oh Demi. – abraçou-me. _ Lara e as crianças devem estar arrasadas.
_ Lara quer mudar-se. – falei e ela soltou-me do abraço e olhou-me espantada.
_ Para muito longe? – perguntou claramente preocupada.
_ Para a casa de praia. – respondi.
_ Bom, pelo menos eu poderei te visitar de vez em quando. – sorriu fraco.
_ Eu não sei se eu vou.
_ Você pretende ficar aqui? Deixar eles?
_ Não sei. – suspirei. _ Podemos mudar de assunto?
_ Claro. – ela sorriu. Ela também estava incomodada com o assunto, não tanto quando eu, mas, incomodada.
_ E como está o Sam? – ela sorriu boba, como que ela ainda se nega a dizer que está apaixonada por ele?
_ Ele vai vir me buscar hoje, alias. – disse olhando para o relógio. _ Ele já está atrasado. – falou.
_ Como sempre. – ela riu e eu a acompanhei.
_ Você vai querer carona? – perguntou. _ Quando ele chegar.  – completou.
_ Não, Pablo já está me esperando. – falei, ela olhou para o outro lado da rua e percebeu o carro da família estacionado.
_ Ah, estou te atrapalhando não é?
_ Ah sim claro que você está. – rimos. _ Você nunca vai ser uma atrapalhação Camilla.
_ Awn sua linda. – sorriu. _ Mas vou te deixar ir, pois nada como um carro quentinho nesse frio. – falo.
_ Eu estou sentindo falta mesmo é da minha cama. – comentei.
_ Eu que o diga. – rimos. _ Depois do natal eu passo lá viu? – abraçou-me novamente.
_ Sem problemas. Vai ser ótimo ter aquelas noites de amiga novamente. – correspondi ao abraço.
_ Dessa vez só filme de comedia. – falou.
_ Fechado.


...


Se eu achava que iria voltar para casa, enganei-me, havia esquecido completamente que hoje seria o dia da leitura do testamento. Pablo levou-me diretamente para o escritório do advogado da família Harry Alder. Harry é um homem velho, com os cabelos totalmente branco, alto e bem magro, quase esquelético, sua figura é meio assustadora, mas a sua elegância, fora do comum, é hipnotizante, sempre bem vestido, coluna reta, voz na altura certa, nunca grita, nunca fala baixo demais, sempre autoritário, sério, nunca faz piadas e tem certa neura com horários, tudo sempre tem que ser pontual, atrase e se prepare para receber olhares reprovativos.
E sim, é esse exatamente esse olhar que eu estou recebendo agora.

_ Quero deixar claro que, quando esse testamento foi escrito pelo senhor Eddie Lovato, ele estava totalmente lucido e consciente física e psicologicamente. – disse, como se em algum momento meu pai tivesse ficado doido. _ Esse testamento é totalmente valido e é sua última palavra, suas vontades devem ser cumpridas assim como é especificado. – falou e abriu o envelope marrom em que se encontrava o testamento.
Era incrível, isso era tudo. O que estava ali é tudo o que meu pai construiu. Tudo o que nos resta de meu pai. Passamos nossa vida toda construindo e acumulando, para que? Para virarmos um pedaço de papel?
 _ Para meu único sobrinho, Nicholas Jerry Lovato, deixo minhas ações em mineração, da quais acredito que são lucrativas o suficiente para dar-lhe uma melhor condição de vida... – olhei para Nick e vi o quão ofensivas eram aquelas palavras ‘melhor condição de vida’ o irmão do meu pai não era rico, e não deixara muito para Nicholas, e com a profissão de fotografo, ele nunca pode se render ao luxo, mas ele sempre foi orgulhoso do que conquistou e lembro-me muito bem dele reclamar com Eddie sempre que meu pai falava que ele deveria se formar em algo que lhe pudesse render um emprego no banco, pois meu pai faria de tudo para coloca-lo no maior cargo possível, pois segundo ele ‘Nicholas tem uma péssima condição de vida’, sendo que Nicholas tem mais condições financeiras do que meu pai tinha no começo de vida. _ E que ainda poderão render-lhe bons lucros por muito tempo. Deixo também minha coleção de quadros, sei de sua paixão pela arte da pintura e fotografia, tenho grandes nomes em minha coleção, acredito que será de bom agrado ao seu gosto tão refinado, mas até que o meu, para tal arte. – pelo menos essa parte ele tinha acertado em cheio. _ Deixo também em sua responsabilidade cuidar de minha mulher e de meus filhos na minha ausência, sei que Lara é uma mulher forte e independente, mas ainda sim, prego pelo seu bem estar, e deixo em sua mão que ela sempre esteja bem. – finalizou. Todos ficaram em silêncio, Lara estava com os olhos mareados e Nicholas meio que sem reação, quadro? Ótimo. Ações? Fazer o quê? Ser o homem da família? Assustador. _ A Lauren Lovato, deixo uma poupança com cerca de 4 milhões de dólares, na qual, espero que seja gasto sabiamente, com estudo ou com urgências financeiras, das quais não creio que acontecerão, mas que não custa prevenir. Deixo a mesma quantidade a Lucas Lovato.  Deixo também, em nome dos meus três herdeiros, a escritura do apartamento em Nova Iorque e a casa da praia, em East Hampton. – finalizou-se a segunda parte. _ A Lara Lovato, deixo uma poupança de 20 milhões de dólares, e também lhe deixo minhas ações no mercado financeiro, sei que é arriscado, graças as crises econômicas que estão afetando ao mundo, mas acredito em sua recuperação sem que haja muitos danos. Deixo-lhe também as joias da família, muitas são de valores altíssimos no mercado, em caso de necessidade, leilões seriam muito lucrativos. Deixo-lhe também como comandante da família, responsável pelos empregados e da casa em si, lembrando que há uma conta especial para gastos como este, que atualmente acumula cerca de 200 mil dólares. – finalizou-se. _ Quero lembrar-te. – disse Harry, agora não lia o testamento. _ que este testamento foi feito há dois anos, os valores claramente estão reajustados e, graças a sua destreza nos negócios, estão maiores dos que os valores ditos nesse testamento. – e sem esperar por uma resposta – não que iria ter alguma – voltou a ler o testamento. _ A Demetria Lovato, deixo-lhe uma poupança de 3 milhões de dólares, creio que seja o suficiente para que termine seus estudos. Deixo-lhe também o meu cargo de proprietário majoritário do Banco WNNlive...
_ O QUE? – interrompi, olhei-o boquiaberta e ele simplesmente deu uma olhada do tipo ‘cala a boca e me deixa terminar de ler’. Todos me olhavam assustados também, como assim eu ser proprietária de um banco? Eu não sei nada de banco, mal sei tirar dinheiro no caixa sem pedir ajuda.
_ Sei que esta missão é bem complicada... – ignorou-me e retomou sua leitura. _ Pois vejo que Demetria não tem nenhum interesse em nada do banco, mas tenho para mim que ela tem o que acho necessário para ser uma boa banqueira, cabeça tão dura quanto a minha, uma intuição que quase nunca falha e bons amigos, amigos que, para minha sorte, tem algum conhecimento sobre como se funciona um banco, – amigos? Porque ele não colocou o nome do Logan logo? _ e que lhe ajudarão a seguir em frente, continuando o legado do banco e fazendo-o crescer mais ainda. – terminou. _ Quero lembrar-te, senhorita Demetria. – olhou-me irritadiço. _ que seu pai estava totalmente lucido e consciente de suas decisões, se quiser vender sua parte, é uma opção bem rentável, apesar de que seu pai há deixado claro que prefere que tome posição no banco e que o continue seu legado.


...


Saímos do escritório de Harry em silêncio, entramos no carro em silêncio, ficamos o caminho todo em silêncio. O silêncio só foi cortado quando chegamos, e vi as malas todas já dispostas na sala.
_ Lara? – deixei que Nicholas e meus irmão entrassem e fosse para outro lugar, deixando-me sozinha com Lara.
_ Eu espero que você já tenha feito as suas também Demetria. – disse, sem eu nem continuar a falar, ela já sabia o que eu iria dizer.
_ Você sabe que eu não vou.
_ Por causa da faculdade. Eu espero.
_ Não.
_ Você então vai continuar essa investigação?
_ Vou. – Lara parecia se segurar. _ Porque você não quer saber da verdade? Porque você se recusa a acreditar que meu pai não se matou.
_ Eu acredito em você ok? Eu não acho que seu pai se matou, eu só. – hesitou. _ Eu só quero que isso acabe. – sua voz saiu fraca. _ Descobrir quem matou seu pai não vai trazê-lo de volta!
_ Mas vai honrar o seu nome! – gritei.
_ Você quer honra-lo ou vinga-lo? – perguntou. Eu não soube responder, o que eu queria no final das contas, vingança? Honra? Qual é a grande diferença no final?
_ Eu quero justiça. – chutei.
_ Tem certeza que é só isso Demetria? – perguntou, mas antes que eu tentasse responder, continuou. _ Você não percebe Demetria? Que todos nós estamos nos perdendo? Perdemos seu pai, eu estou perdendo meus filhos. – suas lágrimas caiam, mas sua voz continuava firme. _ Eles vivem trancados no quarto, mal comem, falam que está tudo bem, mas eu vejo os olhos vermelhos e inchados de chorar e você, você colocou algo na cabeça, e esta se perdendo por causa disso. – falou. _ Eu não se já te perdi completamente, mas eu não vou perder meus filhos. Eu vou para casa de praia, e se você não quiser ir, não vá, fique e encontre o que você tanto quer, seja justiça, honra ou vingança, faça o que bem entender. – falou. _ Eu não te apoio agora, mas quando você quiser voltar a ser aquela menina que eu criei desde pequena, saiba que eu estarei te esperando, de braços abertos.

Continua

Eu sei que esse capítulo não ficou tão bom, mas levando em consideração que estou escrevendo ao invés de estudar, ele até não está tão ruim. Se tudo sair como o planejado, no próximo capítulo terá um momento fofo de Jemi. Comentem.
Bjssss


Kika: Fico feliz que tenha gostado, no próximo capítulo todos os suspeitos, pelo menos os encontrado por Joe, vão ser revelado, e provavelmente você terá mais ideia de quem suspeitar. Muito obrigada. Bjsss
Fabíola: Fique tranquila, pois serão poucos os capítulos narrados por Selena ou pelo Nick (sim, ainda terá capítulos narrados por ele), a maior parte mesmo será na visão da Demi e de Joe. Espero que você tenha gostado. Muito obrigada. Bjsss
Estela: Sem problemas Estela, comente quando quiser e se puder, como já disse, também estou com dificuldades em comentar nos blogs que costumava ler, pensei que ia conseguir fazer tudo nas férias, mas ainda ficou faltando alguns, prometo que sempre que tiver um tempo tentarei ler lá e comentar. Muito obrigada. Bjsss

Silvia: Não precisa de se desculpar, te entendo completamente, apesar de eu ainda receber comentários, tenho percebido um número cada vez menos também, não sei se é a fic ou se são os seguidores mesmo... Divulguei aqui, espero que dê algum resultado, pois tu merece. Muito obrigada. Bjsss.

2 comentários:

  1. U.U Amei demais :)
    Wow, quero ver só, para ver se acertei em algum suspeito ou não.
    Não tens de que :)
    Bjs

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  2. Hum.. Estou em dívida em relação a Lara!! Tipo uma hora eu suspeito outra não! Aí aí .. Bom estou ansiosa!!
    Continua
    Fabíola Barboza :*

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