sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

9º Capítulo “Whatever Will Be” – Entre o Céu e o Inferno




                                  


  
Música Whatever Will Be de Vanessa Hudgens, sugestão da leitora Silvia.

Fazer o caminho de volta não fez com que as coisas melhorassem para mim, era como se a culpa, as palavras e os pensamentos tivessem grudado em mim como carrapato, e de mim não sairia, era algo que teria que viver com...

Assim que avião pousou no aeroporto, Kevin e Edgar logo foram para suas respectivas casas.

_ Quer carona até algum ponto? – perguntou Nicholas. Já estávamos do lado de fora do aeroporto, no estacionamento, para ser mais preciso.
_ Não, eu irie pegar um taxi. – respondi.
_ Cara, sério, me desculpe. – pediu Nicholas pela 12ª vez.
_ Já falei que está tudo bem...
_ Eu deveria ter deixado você resolver suas merdas por si mesmo. – lamentou-se novamente.
_ Você apenas fez o melhor, você me conhece bem pra saber que eu não iria resolver merda nenhuma. – falei, meu coração ainda doía, não só pelas palavras de Demetria a mim, mas também as minhas a ela.
 _ Isso não me faz menos intruso.
_ Você é meu padrinho de casamento, padrinhos estão aí para ajudar a manter um casamento de pé, pelo menos é assim que deveriam ser... Você só cumpriu sua tarefa. – falei, eu tentava consola-lo, mas quem realmente precisava de consolo era eu, eu não conseguia nem mesmo andar de cabeça erguida. O que eu tinha feito? O que eu fiz comigo? Com Demetria? Com Rachel?
_ Você amava-a, não amava? – perguntou Nicholas, após um incomodo silêncio. Eu hesitei a responder.
_ Eu ainda a amo. – respondi, por fim.
_ O suficiente para desistir do seu casamento? – eu não consegui responder. _ Eu posso pagar uma passagem para você voltar para lá, talvez ela te perdoe...
_ Não. – falei. _ O que aconteceu já foi. Agora é seguir em frente e ver o que acontece. O tempo é sábio, ele saberá o que fazer...

(...)

Chegar em casa pareceu fazer com que tudo ficasse pior, meus pais, já acordados, receberam-me alegres, querendo saber como a convenção do trabalho tinha sido, era como se fosse um mundo totalmente diferente. Para eles, eu ainda sou aquele moleque inocente, mais um filho para ficaram orgulhosos de. Mas eu nunca fui assim, eu já tinha me deteriorado, segundo suas crenças, antes mesmo de ir para Las Vegas, mas antes eu parecia não me importar com minha pulada das regras, mas também, século 21, a probabilidade de alguém casar ainda virgem está bem pequena em consideração do que era na época deles ou as dos meus avós, tudo bem que se eu levar em consideração que hoje em dia alguém ser traído já é até mesmo considerado parte da vida, o meu erro ainda continuava totalmente comum e perdoável. Mas o problema não era esse, não era a traição em si que me fazia sentir tão mal – com a consciência tão pesada, que mais parece um pesado pássaro negro trancafiado e triste. – mas sim o que fiz com Demetria, ver sua feição triste ao escutar minhas palavras de nojo, seu choro, as pessoas presenciando, mas uma vez, ela ser completamente humilhada, como esquecer que isso aconteceu? Como esquecer o que fiz?


Com a desculpa de estar cansado consegui me livrar do questionamento por um momento.
Subi até meu quarto, joguei minha mala no chão, sem nenhum cuidado, aproximei-me da janela e vi: lá estava eu novamente, na mesma Lewis de sempre, respirar aquele ar de cidade pacata é bom, mas minha alma invejava aqueles que vivem em Salt Lake City ou em Las Vegas, ver aquela gente totalmente livre, diferentes, sentia inveja até mesmo dos riscos, do perigo, pode ser bobo, mas nada é novo por aqui, nada muda, e não seria eu que poderia mudar o curso das coisas. Las Vegas não é minha casa e Demetria jamais poderia ser minha, era assim que tinha ser, eu tinha que novamente aprender que, seja bem ou mal, eu tenho que aceitar o que vier, respirar fundo, segurar a dor, ir em frente, se assim o destino mandar, não avançar, não tentar mudar o imutável.
Eu me comprometi a casar-me com Rachel, com Demetria ou sem Demetria, é isso que será.

(...)

Acordei com o barulho de alguém batendo na porta, olhei para o relógio em meu pulso e era meio dia em ponto, o que eu tinha dormido? Quinze minutos talvez... Mas provavelmente, para me sentir realmente relaxado, eu deveria ficar em coma por, sei lá, um ano talvez já melhorasse as coisas um pouco.
_ Pode entrar. – gritei, espreguiçando-me e só aí percebi que eu não tinha me trocado para dormir, isso incluí o sapato, que ainda estavam firmes em meus pés. Sentei-me, cotovelos apoiadas em minhas cochas e cabeça entre as mãos, talvez eu nunca consiga erguer-me da culpa e vergonha novamente, não importa o quanto eu durma.
Ao ver o pequeno ruído da porta se fechando olhei em direção a ela e surpreendi-me ao ver Noah parado por lá. Como já dito, ele é o mistério da família e nunca tivemos uma verdadeira relação de irmãos, é mais como “Vivemos na mesma casa, fique no seu canto enquanto eu finjo que não te acho super estranho que eu fico no meu e você finge que gosta de mim.” Provavelmente em toda a sua vida ele só tenha entrado em meu quarto umas  cinco vezes no máximo, isso quando ele era pequeno e parecia normal, estava aprendendo a andar, então ainda corria para todo lado, batendo a cabeça em todo lugar que fosse fisicamente possível, talvez por isso tenha ficado assim agora que cresceu.
_ Aconteceu algo? – perguntei ao perceber que ele não parecia ter a intensão de fazer algo mais do que ficar me olhando fixamente por tempo indeterminado.
_ Seu patrão ligou. – disse por fim. Ele já estava ficando um homenzinho, sua voz já estava mais grossa e parecia desproporcional para seu corpo de um pré-adolescente que não era muito ligado aos esportes.
_ Me ligou agora? – perguntei estranhado.
_ Não, ontem e antes de ontem. – disse. _ Estava procurando por você. – Meu coração gelou, tentei sorrir para disfarçar o nervosismo, mas pareceu só piorar as coisas, eu só torcia para que Noah fosse ingênuo o suficiente para ser enganado facilmente.
_ Estranho, nós estávamos no mesmo lugar. – ri.
_ Não estavam não. A não ser que você estivesse na casa dele. – falou tranquilo.
_ Ok. – suspirei, era incrível minha capacidade de me ferrar, talvez eu até merecesse... _ O que você quer para manter isso em segredo?
_ Eu por acaso te pedi algo? – perguntou, aparentemente ofendido. _ Só peço que você cuide da sua vida, você tem sorte de estar perto daquele telefone das duas vezes e não nossos pais. – falou, era a primeira vez o que via falar daquela maneira, na verdade era a primeira vez que o via completar duas frases seguidas, com mais de três palavras, perto de mim. _ Eu já tenho meus próprios problemas, não tenho tempo para cobrir os seus. – mas que problemas aquele moleque poderia ter? _ Ah sim. – disse, abrindo a porta novamente. _ Rachel está com a mamãe lá embaixo. – concluiu, antes de sair.



Quando cheguei à sala, Rachel se jogou em mim.
_ Joe, senti tanto sua falta. – disse enquanto me abraçava forte. _ Nossa eu tenho tanta coisa para falar, o casamento já é amanhã e teve algumas pequenas mudanças e eu tenho que ver se você aprova tudo. – ela falava sem nem mesmo dar espaço para respirar. _ Minha tia chegou, você precisa ver ela, você conhece ela? – perguntou, como se tivesse a intensão de me deixar responder, mas era claro que ela não iria deixar... _ Aposto que não se lembra dela, você tem uma cabeça tão avoada... Mas ela está me ajudando tanto, até mesmo a filha dela, minha prima, ela não iria vir por que ela teve uma discussão com a família, mas hoje mais cedo ela ligou e falou que vai vir, amanhã ela chega, ah! Em falar nisso, você poderia pegar ela no aeroporto? Ela não vem cá desde que pirralha, não deve lembrar mais como chegar aqui. E ela tem uma filhinha, você sabia disso? Ah não, claro que não, eu nunca falei muito sobre ela. – disse a última frase como se fosse uma resposta a si mesma. _ Mas ela sempre foi uma grande amiga, mesmo depois da briga, nós nos separamos um pouco depois disso, ela nem te conhece. Que horror, eu a amo tanto e não lhe apresentei a ela, mas o importante é que amanhã vocês irão se conhecer, ela super gente boa, fica tranquilo, você sabe, foi criada fora daqui, é outra mente... – eu apenas assentia enquanto ela não dava sinal de cansaço, eu comecei a fazer uma aposta comigo mesmo, por quantos minutos a mais ela conseguiria ficar falando, sem nem me dar uma oportunidade de falar um simples ‘oi’? Minha aposta era cinco minutos, talvez mais... _ Meu vestido chegou ontem! – disse sorrindo e batendo palminhas. _ Eu estou doida para você ver, claro que não agora, se não dá azar, mas eu sei que você vai chorar quando me ver entrar na igreja. Você vai chorar, não vai? Não precisa se fazer de machão, no dia do casamento todo homem pode chorar, nem que seja de tristeza, o que eu sei que não será seu caso, claro. Ai Joe, você não sabe o quanto eu estou ansiosa, como que você está conseguindo ficar assim? Parado? Calado? Não te dá vontade de gritar? – claro que dá, principalmente se for pra você calar a boca (pensei, mas claro que não falei.) _ Eu vou no salão de festa hoje, eles já começaram a arrumar as coisas, deixar tudo pronto para amanhã, você quer ir comigo? Você quase não participou das escolhas para enfeite, você precisa ver, talvez ainda dê para mudar alguma coisa. Você pode me pegar às duas da tarde? – não respondi nada, não achei que ela fosse parar para escutar a resposta, mas por incrível que pareça, ela se calou e olhou-me esperançosa. Bom, perdi minha aposta, foram ‘míseros’ 4 minutos falando como uma matraca.
_ Claro. – respondi.
_ Ah Joe. – pulou em meu colo e quase que nós dois caímos no chão. _ Eu sabia que você não iria me decepcionar, sabia que você é o homem perfeito? Eu não podia ter escolhido melhor... – mal ela sabia o quão ‘bom’ eu era. _ Você percebeu? Eu achei uma dieta de um chá que emagrece, eu já emagreci dois quilos desde a última vez que você me viu. Nossa Joe! Eu preciso marcar um cabelereiro para você, seu cabelo cresceu rápido, não dá para você entrar com o cabelo assim... – e continua...



Lotus Party é a único salão de festa em Lewis, fica bem na fronteira entre Lewis e a capital, é o tipo de lugar que só tem festas grandes quando todos os salões da capital estão todos ocupados, ainda sim é um luxo para quem nasce em Lewis, toda festa de casamento, tirando os festejados nos quintais das casas, são festejados lá, o lugar não é tão grande, mas acomodam umas 100 pessoas, miseravelmente bem.
Quando cheguei lá me assustei. Se aquilo era só o começo da arrumação eu mal podia imaginar como seria o final. As mesas já estavam postas e grandes vasos de vidro esperavam apenas pela colocação dos arranjos de flores – que serão postas amanhã. – as luzes já estavam postas, holofotes no teto e pelo chão contornavam a o lugar reservado para a pista de dança, no chão um tinha um adesivo grande, com as iniciais do meu nome é do dela, escritos em fonte francesa clássica. Tudo estava lindo e Rachel me mostrava tudo contando o porquê tinha escolhido, perguntando se eu gostava... Sua animação era linda, mas não me cativava.


Eu claramente estava com o medo do agora, eu sempre tive tudo planejado, mas de um instante a outros tudo havia mudado, eu havia mudado, meus sentimentos haviam mudado, no meio do caminho algo aconteceu, algo não previsto, um novo capitulo em uma história que há gerações não sofria alterações. Algo inédito; havia um traidor, um lobo na pele de carneiro.

(...)

Um novo dia tinha chegado e era ingenuidade pensar que havia alguma possibilidade de que seria um dia normal, não era. Agora eu tinha acabado de sair do salão para cortar o cabelo, já que Rachel se recusava casar comigo no visual em que eu estava, cheguei em casa e toda a família estava reunida, as mulheres faziam cabelo, pintavam as unhas, faziam escovas e penteados... O casamento ainda era daqui a sete horas, mas a ansiedade já tinha atingido a todos... Bom, a quase todos...
_ Joe, Rachel ligou perguntando se você pode pegar a prima dela no aeroporto agora. – disse meu pai, que estava com cabelo penteado e barba feita, ele ainda estava com o sapato na mão, o qual estava lustrando.
_ Claro, Rachel falou em qual setor ela estará me esperando? – perguntei.
_ Acho que terminal A2. – respondeu.


Aproveitei o tempo que estava no carro indo ao aeroporto da capital para pensar, relaxar. Bom, eu iria me casar, isso deveria ser bom, não é? Da mesma maneira que de uma hora para outra eu comecei a gostar da Demetria, eu poderia voltar a amar Rachel, certo? O destino estava me dando à oportunidade de viver uma vida feliz, com a mulher certa, de construir uma família equilibrada e unida, de continuar a história da maneira em que ela deveria ser. Eu errei, aceitar que errei é o melhor a se fazer, se eu pudesse pedir perdão a Demetria, eu o faria, mas agora é tarde e ela não ouvirá, portanto perdoar a mim mesmo é a única maneira de conseguir seguir. O homem erra, todos erram, eu errei, mas eu tenho a chance de consertar tudo, e dizendo ‘sim’ a Rachel hoje, será a maneira certa de me relatar.


O aeroporto parecia bem mais movimentado hoje do que ontem quando eu cheguei, fui até ao terminal A2 e os passageiros já tinham desembarcado, eu nem me lembrava da prima de Rachel, só a vi quando muito pequeno, assim como sua mãe, a qual ainda não cheguei a rever, olhei em volta e desejei ter feito uma plaquinha escrito “Prima de Rachel”, eu não a iria reconhecer e nada me garante que ela me reconhecerá...
_ Pensei que iria me deixar plantada aqui te esperando, vamos, eu tenho que ver o casamento de minha prima. – disse alguém em minhas costas, a voz fez-me lembrar de algo que eu não desejava, não ela! Impossível. Virei-me para o encontro da dona da voz familiar, e lá estava ela, sua filha estava em seu colo e brincava com uma pequena boneca de pano, alheia a grande tensão que havia entre mim e sua mãe. Eu desejava ainda estar dormindo ou imaginando coisa, mas era claro que não, era por isso que o seu nome era familiar, era por isso que ela sabia sobre Lewis, ela era a prima de Rachel, a que teve uma briga com a família, tudo se juntava, tudo fazia sentindo.
A mim só restava uma opção. Respirar fundo e aceitar, pois o que tiver que ser será.
CONTINUA
Postado! E aí galera, o que vocês acham que vão acontecer? Façam suas apostas...
E aí, o que acharam da nova cor do cabelo da Demi? Eu confesso que adorei, mal posso esperar para vê-la ao vivo *--*
Não sei quando postarei o próximo, só espero ser mais rápida que deste.
Não se esqueçam de comentar/avaliar
Bjsss

Kika: Pois é, o capítulo não foi um capítulo feliz, mas que bom que você gostou... Eu confesso que não conhecia ele, acho que sua música não chegou aqui no Brasil :\ ainda terá mais um capítulo inspirado em uma música dele... Obrigada pela sugestão, vou escutar sim, pode deixar :D bjssss
Nessa: Bom, demorei um pouco, mas postei hoje, obrigada por comentar, espero que goste, bjsss
Samara: kkk me assustou, mas eu amei. Pois é, toda história tem seu momento triste... Eu nem sei como te agradecer pelo carinho, serio, fico MUITO feliz quando leio coisas assim, dá um up na motivação para continuar escrevendo, muito obrigada mesmo. Tenho sim: https://www.facebook.com/fernanda.carolina.3133?ref=tn_tnmn muito obrigada por comentar. Bjssss
Shirley Barros: Não precisa me pedir desculpas, linda, tudo bem... Realmente não foi um capítulo feliz, mas fico feliz por saber que mesmo assim você gostou. Realmente foi horrível para Demi, mas vamos ver o que vai acontecer... Bjsss
Êh Samara: Divulgado, pode deixar que eu vou dar uma olhada ;) bjsss
Fabiola Barboza: Postado linda, bjsss

domingo, 12 de janeiro de 2014

8º Capítulo “Curtição” – Entre o Céu e o Inferno





Música Curtição de Anselmo Ralph, sugestão da leitora Fátima

Demetria havia me apresentado a um paraíso do qual eu nunca tinha encontrado. Eu tinha tido a noite perfeita, a despedida perfeita.
Ah sim, eu quase havia me esquecido, isso era uma despedida.

_ Geralmente é o homem que faz isso. – falei. Eu ainda estava envolto pelas cobertas, agora totalmente amaçadas. Demetria já estava totalmente vestida, apenas calçava seus sapatos. Ela parou e olhou-me sorrindo.
_ Acredito que você não vai querer largar seu próprio quarto de hotel só para se livrar de uma garota, então acho que a função de fugir hoje será minha. – respondeu divertida.
_ Eu não ligo se você quiser passar a noite inteira aqui.
_ Eu já passei a noite inteira aqui, já são quase duas da manhã, eu não sei se você se lembra, mas eu tenho uma filha me esperando em casa. – disse.
_ Isso significa de que há poucas horas eu estarei voltando para meu estado. – falei sem muita animação. _ Sua filha vai sempre estar aqui com você, eu não, eu deveria ter preferencia. – sorri. Demetria jogou uma almofada em mim. Rimos.
_ ótima linha de pensamento. – ironizou. _ Ainda sim, tchau. – disse. Levantei-me e agarrei-a.
_ Pensa que vai ser fácil assim se livrar de mim? – perguntei, nos beijamos. O beijo ficava mais quente e mais quente, eu já estava nu e não seria nada trabalhoso despir Demetria novamente.
_ Tome um banho de água fria. – disse, separando nossos lábios.
_ Eu duvido que você realmente queira isso. – pisquei.
_ Eu querendo, ou não, é isso que vamos ter. – deu-me um selinho. _ Quando você irá sair do hotel? – perguntou.
_ Ás 8 da manhã. – respondi.
_ Talvez eu venha me despedir. – disse.
_ Eu ainda acho que você pode ficar. – falei.
_ Eu prefiro voltar. – outro selinho e soltou-se de mim. _ Até mais tarde Joe. – falou, pela primeira vez chamando-me pelo meu apelido.
_ Até mais tarde Demi. – despedi-me, chamando-a pela primeira vez pelo seu apelido.


(...)

Assim que Demetria foi embora, tomei um banho relaxante, por um momento eu tinha me esquecido novamente sobre a confusão que eu tinha arrumado.
Eu não tinha mais como fugir, eu me casaria com Rachel, mas como eu faria para arranjar desculpas para poder voltar a Las Vegas? Não seria justo nem a Rachel nem a Demi viver uma vida dupla. Mas eu não tenho coragem de dizer adeus a nenhuma das duas.



_ Como foi sua noite? – perguntou Nick, assim que chegamos ao café da manhã. Minhas malas já estavam prontas e assim que tomássemos nosso desjejum partiríamos para o aeroporto. 
_ Boa. – “até demais” pensei, mas claramente não me atrevi a dizer. Hoje eu não estava com muita fome, por mais relaxado que tenha sido o banho e por mais que eu tenha dado um cochilo antes de descer, tranquilo era a última coisa em que eu estava, e alguma coisa me dizia que se eu tentasse engolir algo mais que a xicara de café que estava na minha mão agora, eu provavelmente iria vomitar.
Exagero? Bom... Talvez seja exagero... Pra você, claro. Eu não fui criado para lidar com situações como essa. Até um tempo atrás eu poderia narrar toda a minha vida, mesmo a parte futura dela, simplesmente olhando para meu pai, que fez o mesmo seguindo os passos do meu avô, que provavelmente seguiu os mesmos passos de meu tataravô e assim por diante.
_ E como foi com a garota? – perguntou. Nicholas parecia despreocupado, botava praticamente tudo o que via na frente em seu prato. Fui para a mesa, ignorando sua pergunta, e só Edgar já estava lá, comente ovo mexido e bacon, com um suco de laranja. Nicholas sentou-se do meu lado e insistiu na pergunta.
_ Bem. – respondi, olhei para a xicara e naquele momento nem ela parecia muito segura a meu estomago mais. Kevin chegou do nada e assim como Nicholas tinha pegado uma variedade grande de alimentos, só que em quantidade bem maior. Todos olhamos para seu prato, que mais parecia uma montanha de alimentos.
_ Que foi? Nosso último dia aqui, eu tenho que aproveitar a refeição. – deu de ombros ‘enfiando a cara’ na comida com vontade.
_ Sabe galera, o Joe estava me contando aqui como a garota reagiu bem à notícia que era a outra. – falou Nicholas, algo em seu tom de voz tinha mudado, como se ele estivesse começado a ficar um pouco irritado. _ Eu não estendo essas mulheres de hoje, não se dão a respeito mais. – completou. Eu queria dar um soco na cara de Nicholas por falar assim, ele não conhecia a Demi, não sabia o seu valor, não sabia nada sobre ela, ela não é uma vagabunda.
_ Mas temos que pensar que quem enganou ela foi o Joe, não foi ela que correu atrás. – disse Edgar, só para piorar meu estado de espirito.
_ Eu sei, mas eu acho estranha essa tranquilidade dela, nem um tapa básico deu ou choro, um escândalo, você sabe, coisas que mulher traída faz.
_ Talvez ela estivesse doida pra se livrar de Joe, ele deve beijar mal pra caramba, ela ficou foi aliviada de saber que nunca mais teria que encontrar esse baforudo. – disse Kevin, como sempre muito brincalhão.
_ Antes de tudo, eu não tenho bafo e depois ela ficou um pouco triste. – tentei defender-me.
_ Ah! É mesmo? – perguntou Nicholas com um tom agudíssimo de ironia na voz.
_ Até chorou. – tentei me mostrar mais convincente.
_ Claro. Quem não choraria? – Ele ainda usava um tom de ironia na voz.
_ Aconteceu alguma coisa? – perguntei dirigindo-me diretamente a ele. _ Porque você está agindo desta maneira?
_ Eu estou agindo normalmente Joe, só estou aliviado de saber que agora tudo foi esclarecido. – agora ele parecia normal. _ Você vai voltar para sua cidade, para a sua mulher e amanhã nós estaremos em seu casamento, comemorando sua realização matrimonial.
_ Que seja.  – falei sem saber o que realmente estava acontecendo. Mas seja lá o que fosse, eu não estava gostando.

(...)

Café terminado, eu voltei para meu quarto e apenas peguei minhas coisas e desci para o saguão. Fui o primeiro a chegar, ainda nervoso deixei minha mala perto do balcão de recepção e fui em direção da saída do hotel, no meio do caminho encontrei Nicholas indo em direção ao quarto.
_ Pensei que você estivesse se aprontando para ir. – comentei.
_ Sai rápido para comprar alguma lembrancinha para os parentes. – deu de ombros. _ Toma aqui. – disse dando-me uma caixinha pequena. _ Fique tranquilo, não tem nada que evidencie que é de Vegas, dê a Rachel. E isso aqui. – disse pegando uma sacola. _ Espero que sua mãe goste. – falou.
_ Obrigada cara.
_ É o mínimo que eu podia fazer.
_ Você já fez bastante, só por me trazer aqui. – falei, sem entendê-lo.
_ Espero que você continue com esse pensamento depois. – disse, deixando-me sozinho, sem oportunidade de dar uma resposta, se é que saberia o que dizer.


Continuei indo para fora e logo pude ver Demi, ela estava escorada em uma das pilastras na entrada do hotel. Sua expressão não era feliz, talvez ela estivesse sentindo o mesmo que eu... Ou não.
_ Demi, como você prometeu, aqui está você. – falei aproximando-me dela. Ela continuou da mesma maneira, não reagiu. _ Aconteceu alguma coisa? – perguntei, ao vê-la daquela maneira, ela estava de cara fechada, séria, parecia querer me ignorar. _ Demi?
_ Porque você veio a Las Vegas? – perguntou, seu tom era sério.
_ Você já sabe. – falei. Demi continuou em silêncio. _ Para a despedida de solteiro. – continuei. _ Do meu amigo. – completei de sobre salto.
_ Seu amigo? – pela primeira vez olhou-me e me arrependi disso, ela estava amarga, eu podia sentir um fogo, mas não de paixão ou excitação, mas de puro ódio. _ Ou seria a sua despedida de solteiro? – cruzou os braços no peito.
_ Demi, olha...
_ Não me chame de Demi. – interrompeu-me. _ Por quê? – perguntou. _ Isso é um tipo de jogo? Meta?
_ Não, Demi, digo, Demetria.
_ Eu me abri com você. – ela estava quase gritando. _ Eu confiei em você, eu contei sobre o tinha me acontecido, porque você quis continuar ainda? Porque você não foi pra outra com um histórico menos...
_ Me deixe explicar...
_ Você um merda. – gritou, apesar de cedo, já havia um fraco movimento pela rua e todos pararam instantaneamente para ver quem gritara.
_ Vamos conversar.
_ E assim que você vai começar um casamento? – ela não parecia me escutar, ela estava decidida a gritar para o mundo o quão idiota ela achava que eu era, e talvez eu realmente fosse. _ Mentindo? E o que você iria fazer depois em? Até onde você pretendia levar essa história? – continuava a gritar.
_ Se acalme. – pedi, alterando-me um pouco, todos paravam para olhar.
_ Você engana a todos assim é? Quantas outras você conheceu por aqui? Qual número eu sou? – perguntou.
_ Demetria, por favor...
_ Como será quando sua noiva descobrir? Utah certo? Ia ser bem legal se eu chegasse lá, não? – perguntou. Ela estava me... Ameaçando?
_ Você não se atreveria. – falei.
_ Ah não? O que me impede agora? – enfrentou-me. Ela olhava-me com pura raiva, nunca tinha visto uma mulher daquela maneira. Sabe o olhar de Marissa, que havia me irritado tanto ontem? Pois eu sentia falta dele agora.
Continuei a fita-la e só então percebi que ela não estava falando mentiras, ela realmente queria ir para Utah com o intuito de atrapalhar meu casamento.
_ Você nem sabe onde eu vivo.
_ E se eu tiver descoberto?
_ Você não...
_ Lewis. – disse. Senti meu coração dar um tranco _ Amanhã, às sete da noite. Igreja Batista de Lewis. – falou, ela agora parecia ter ficado triste, mas eu ainda podia ver a raiva em sua voz.
_ Você queria o que em? – perguntei. Eu tinha consciência que já tinha estragado tudo e que agora, mais que nunca, eu só tinha uma alternativa, fazer com que Demi nunca mais quisesse chegar perto de mim, nem mesmo com o intuito de me destruir, causar-lhe-á nojo, mais do que já esta sentindo, de mim. Por mais que me doesse, eu tinha que acabar com aquilo agora, se eu quisesse salvar meu casamento, aquele era o momento. _ Você acha que eu iria querer largar tudo por uma stripper endividada, com uma mãe doente e com uma criança a tira colo? – perguntei tentando parecer enojado com a situação, as minhas palavras pareceram logo fazer efeito em Demi.
_ Você...
_ Você acha que em algum dia alguém vai querer algo serio com você? – continuei com a minha estratégia de magoa-la, mesmo que isso doesse também em mim. Cada palavra que saia da minha boca era um soco que eu levava bem na boca do estomago. Demetria calou-se, sem respostas, sem reação. _ Acorda garota. Volta para o seu drogado, é só ele que um dia vai querer algo com você, outro nunca terá nada com você, nada serio pelo menos.
_ Pois seja lá o que aconteceu, acabou é passado. – disse, tentando se reerguer. _ Ela não merece isso.
_ Não venha se fazer de vitima. Nem tente falar que eu te magoei. Você nem mesmo sentia algo por mim de verdade, não é você que sempre foi arredia? Que não acreditava em ninguém, agora você vem e age como se cresse em mim? Me poupe. Ninguém obrigou a ninguém.
_ Você não é mais criança para saber que o que você fez é errado, você não está enganando só a mim, também está enganando a sua mulher, não venha colocar a culpa em mim. – gritou de volta. Aproximei-me mais de Demetria e entre dentes falei:
_ Vai para o seu homem, que eu iriei para a minha mulher, fica com o seu homem, que eu iriei ficar com a minha mulher, ame ele, porque eu vou amar a minha mulher, da maneira que ela merece. – acrescentei. _ Trate-o bem, ou não, se quiser, que eu iriei tratar a minha mulher como a rainha que ela é. Porque ela não se esfrega pra ninguém, nem se exibe.
_ Você criado em um lugar tão religioso. – começou a dizer, por um momento estranhei ela saber sobre a cultura religiosa de Lewis, mas eu estava tão estressado com as minhas palavras a Demi e tão magoado por saber que ao contrário de mim, Demetria queria dizer tudo o que ela estava dizendo que acabei ignorando naquele momento. _ E faz coisas como essa. Que Deus lhe perdoe.
_ Ele irá me perdoar, por eu nunca mais vou pensar em olhar para alguém como você. – falei. Novamente Demetria se calou, nenhuma reação dela, agora era o meu momento. Minha cartada final. _ Foi apenas uma Curtição.
CONTINUA

Final nada feliz esse em? Bom, ainda sim espero que vocês tenham gostado.
Não esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssss

Kika: kkkkk Ainda bem que você me perdoou né? \O/ Não se se você vai gostar tanto desse, mas espero que goste pelo menos um pouco. Obrigada por comentar. Bjssss
Natalia_lovato: Aparente meu computador resolveu me deixar na mão bem nas minhas férias, injusto, mas pelo menos agora está tudo bem ;) eu nem estou comentando no seu blog ( alias nem no seu nem no de ninguém L) mas assim que eu estiver com os capítulos todos em dia eu voltou ok? Obrigada por comentar. Bjsss
Samara: Meu Deus, eu juro, você me deu um susto e tanto, por um momento eu realmente pensei que você não tinha gostado o_o Provavelmente eu continuarei a demorar, mas não vou ficar mais tanto tempo igual antes. Obrigada por comentar. Bjsss
Karol Rodrigues: Fico feliz que tenha gostado, bom tudo pode acontecer agora, isso só vamos ver nos próximo capítulos ;) . Obrigada por comentar. Bjsss

Silvia: Tudo bem, eu também não estava comentando mais na sua fic, peço desculpas, foi a correria do fim de ano e o problema no meu computador, eu vou voltar a ficar realmente ativa no blog, de nada você sempre estará na minha lista de quem repassar os selos J Obrigada por comentar. Bjsss

sábado, 4 de janeiro de 2014

7º Capítulo “Crazy for love” – Entre o céu e o inferno

Divulgação









Música Crazy for love do Never Ilic feat. Zie, sugestão da leitora Silvia

Uma dança, uma conversa e um beijo. Isso foi o precisou para que eu estivesse completamente fixado em Demetria, o inferno parecia me consumir quando eu não estava perto dela. Talvez eu estivesse louco, e Demetria fosse a minha droga, mas também meu tratamento.


_ Joe, cara, onde que você passou o dia ontem? Eu e o Kevin ficamos te procurando o dia todo! – reclamou Nicholas. Assim que eu apareci para tomar café da manhã.
_ Eu estava por aí. – dei de ombros, pegando um pedaço de bolo e uma xicara de café com leite.
_ Por aí onde? – perguntou enquanto enchia o prato e torradas e após pegar um potinho de geleia de goiaba.
_ Por aí. – limitei-me a responder. Peguei duas panquecas e coloquei no meu prato e como cobertura, eu escolhi o de Nutella. Satisfeito com a quantidade de alimento, fui sentar-me junto aos outros, Nicholas veio logo atrás e continuava a tentar descobrir onde eu estava. _ Eu não entendo o porque de tanta implicância, você, o Kevin e o Edgar saem o dia inteiro, por acaso eu sou obrigado a ficar no hotel? – perguntei um pouco bravo.
_ Não é nada disso cara. Eu venho para Las Vegas pelo menos duas vezes ao ano, o Edgar já veio aqui varias vezes, assim como o Kevin, você é a primeira vez, se você se perder, vamos ser obrigados a procurar a policia e se envolvermos policia nisso sua família toda vai descobrir que você não estava indo para uma viajem de trabalho, mas sim para uma despedida de solteiro na cidade do pecado. – justificou-se.
_ Eu estava com alguém que conhece a cidade. – confessei. Todos pararam o que estavam fazendo e olharam para mim.
_ Você por acaso conhece essa pessoa? – perguntou Kevin.
_ Conheço. – tentei defender-me, tecnicamente eu não estava mentindo.
_ Joe, eu nunca pensei que ia querer isso. Mas, essa pessoa é um homem, não é? – perguntou Nicholas. Eu hesitei.
_ Joe, você irá se casar. – disse Edgar.
_ Eu sei disso, vocês já podem parar de me lembrar. – reclamei.
_ Olha aqui, você que foi idiota e pôs o anel no dedo daquela mulher, agora honre. – falou Nicholas.
_ Disse o homem que me pagou uma dança de stripper para mim. – Retruquei.
_ Uma coisa é uma mulher dançar pra você, outra bem diferente é você sair com uma, enquanto está prestes a se casar. – contrapôs.
_ Você fala assim como se eu tivesse transado com ela.
_ E você transou? – perguntou.
_ Não. – respondi. Todos respiraram aliviados juntos, parecia até que tinha sido algo ensaiado. _ Só beijei.
_ O que?
_ Joe, não.
_ Você só pode estar brincando com a nossa cara! – todos tornaram a ficar tensos.
_ Eu sei o que eu estou fazendo, e hoje mesmo eu vou esclarecer tudo para ela. – falei. Meu coração se apertou só de pensar na reação de Demetria, eu torcia para que ela não estivesse sentindo por mim o mesmo que eu sinto por ela, pois se sim, eu estaria a machucando mais uma vez. Ao mesmo tempo, também torcia para que ela estivesse sentindo o mesmo que eu, pois queria poder aproveitar o dia com ela.
_ Simples assim? – perguntou Kevin
_ Simples assim. – confirmei.
_ Hoje mesmo. – confirmou Nicholas.
_ Hoje mesmo. –confirmei com um nó na garganta.



10 da manhã. Eu não parava de pensar, o que eu estava fazendo? O que eu quero no final das contas? Eu não quero largar Demetria, mas eu não posso deixar Rachel. Eu não tinha muito tempo para me decidir, na verdade, eu não tinha o direito de me decidir... Só me resta uma única opção: Aproveitar o meu último dia com Demetria.


Podia até mesmo ser um déjà-vu, o mesmo caminho, a mesma decoração, novamente o pouco movimento – talvez fosse típico do horário. – e lá estava Marissa no balcão, limpando-o, assim como no dia anterior. Ainda esta cedo e Demi só chegaria a, aproximadamente, meia hora.
Aproximei-me do balcão, Marissa instantaneamente me olhou, porem desta vez me atendeu com simpatia.
_ Em que posso ajuda-lo? – perguntou.
_ Eu quero falar com o dono do estabelecimento. – pedi. Marissa olhou-me como se não tivesse me escutado direito.
_ Aconteceu alguma coisa? – perguntou depois de uma pausa. _ Tem certeza que não podemos resolver seu problema? – perguntou.
_ Não, não aconteceu nada. Eu só quero falar com ele. – falei.
_ Qual o assunto? – perguntou, agora ela já não estava mais tão gentil como antes.
_ É particular. – respondi.
_ Vou perguntar se ele poderá lhe atender. – disse e entrou por uma porta. Alguns minutos depois ela voltou com uma cara carrancuda. _ Ele irá lhe atender. – disse. _ Só uma coisa... Eu não sei quem você é, mas se você fizer alguma coisa para machucar a minha amiga você vai se arrepender amargamente, eu não vou deixar que ela sofra novamente. – disse, eu fiquei mudo, ela poderia ser apenas uma mulher, ser mais baixa que eu, não ter uma aparência muito forte, mas sem duvidas me causou medo, seu olho demonstrava toda uma raiva que eu nem mesmo sabia que podia existir em uma pessoa.
_ Eu... É... – eu tentei defender-me, mesmo sabendo o final dessa história.
_ A Demetria parece confiar em você e isso é algo que ela não fazia já faz um bom tempo, seja lá o que você fez com ela, trate de concertar.
_ Mas... Eu... Eu não...
_ Me poupe da sua gagueira. – disse interrompendo-me novamente. _ Ela pode lhe achar diferente, você pode dizer que é diferente, mas eu só consigo ver um belo de um mentiroso na minha frente. – disse. Não falei nada. Ela estava certa afinal. Marissa abriu um compartimento na bancada do balcão. _ Entre por essa porta. – apontou. _ no canto direito você verá uma escada, suba ela e você vai entrar em um corredor, siga o corredor até o final, é a última porta. – falou a contra gosto.

Entrei pela porta e dei de cara com a cozinha, cheia de grandes panelas, fritadeiras, o lugar era quente e mesmo com apenas uma janela, não muito grande, era bem iluminado, mas isso parecia piorar a situação, já que juntava o calor do fogo com o calor das lâmpadas; subi as escadas de ferro, os degraus não eram muito espaçados, eu subia quase que usando as pontas dos pés, a todo o momento parecia que eu iria cair, não havia corrimão e isso é aumentou meu medo, tive que me escorar na parede, para tentar manter-me equilibrado, assim que a escada acabou dei-me de cara com o corredor, não era muito grande, tinha apenas umas duas salas, um do lado esquerdo e o outro do lado direito, o do lado direito tinha uma pequena placa escrito “banheiro de funcionários”, na outra porta não tinha nada escrito, assim como ela disse, no final do corredor estava o escritório, bem na porta estava grudado adesivos que, acredito que deveria dizer “Senhor P. Gomes” porem, como estavam descascados se lia “ennor P Gumes”. Bati na porta com três toques rápidos.
_ Pode entrar. – escutei uma voz um pouco rouca gritar. Abri a porta, que rangeu como aquelas portas de filmes de terror, minha primeira impressão do lugar foi um caos, ao contrario da parte do bar, o lugar não era muito limpo, ao contrario da cozinha, não era muito iluminado, além disso era abafado, tinha apenas um ventilador de teto ligado, rodando em uma velocidade muito baixa, porem fazia um barulho indicando que em algum ponto ele estava bambo, mais velocidade e ele cairia, a mesa tinha uma pilha de papeis, um armário de ferro no canto estava amaçado e enferrujado, podia ser ver que algumas bolsas e mochilas estava, por lá, um rádio estava ligado baixo, e tocava um música country na qual não reconheci, pela fumaça que saia de uma cinzeiro ele estava fumando ou tinha apagado um cigarro a pouco tempo. Assim como Demetria havia dito ele tinha uma grande careca e cheirava a nicotina, ele era bem gordo e dava para escutar sua respiração alta e difícil, provavelmente a combinação de obesidade com o vicio em cigarro não fez muito bem a seu coração e pulmão. _ Pode se sentar, meu caro. Em que posso lhe ajudar? – disse e sorriu, sua voz era bem rouca, mas ainda sim forte, deu para ver seus dentes, que eram bem arrumados e grandes, seriam perfeitos e de dar orgulho ao seu dentista se não fossem tão amarelados. Sentei-me na cadeira que até que era bem confortável, era apenas aquelas cadeiras de escrivaninha, em que eu lembro-me bem de adorar ficar rodopiando quando era menor.
_ Eu gostaria de saber qual é o preço de uma funcionaria. – perguntei sem saber se minha fala tinha feito sentido.
_ O preço de uma funcionaria? – perguntou, era claro que eu não tinha explicado de uma maneira compreensível.
_ O dia dela, se eu tirasse uma funcionaria do senhor por um dia, quando você me cobraria? – perguntei.
_ Me desculpe meu jovem, não vedo funcionarias. – disse.
_ Eu sei, eu só quero levar uma delas para sair hoje, mas ela não irá se estiver trabalhando e quero pagar o dia dela para que o senhor a dispense por hoje. – expliquei-me.
_ Isso não é possível. – falou.
_ É sim. – contestei. _ Basta o senhor querer.
_ Você por acaso pensa que essa lanchonete é uma baderna em que qualquer um entra e leva quem quiser? – perguntou.
_ Não senhor, é o meu último dia aqui em Vegas, eu só queria me despedir da maneira adequada.
_ Você ainda é jovem pode voltar mais vezes... – deu de ombros. Ele não parecia muito aberto a conversar. _ Se for apenas isso, por favor, se retire. – falou, pegando uma carta e abrindo-a, logo vi que era uma conta e me lembrei de algo importante que poderia ser minha cartada final.
_ Eu fiquei sabendo que sua mulher estourou o limite do cartão. – falei, Gomes tirou seu olhar da conta a sua frente e olhou-me nervoso, porém não disse nada. _ Eu posso pagar para você... Se você me liberar sua funcionaria, claro. – disse. Gomes ficou calado por um instante.
_ Não seja bobo, nem mesmo sabes quanto que é.
_ Então me diga quanto. – falei. Gomes jogou a conta na mesa e se debruçou um pouco na mesa afim de se aproximar de mim. _ Pagamento em cheque, cartão ou dinheiro? – perguntou.

(...)

Em apenas algumas horas eu havia aprendido valiosas lições.
1º Nunca dê um cartão para sua mulher, não se você quiser que seu salario dure mais de uma semana.
2º Quando se trata de esperar por Demetria, meia hora pode ser tornar tão longas quando 30 horas.
3º Um olhar nervoso de uma balconista é muito constrangedor. Principalmente se ela tiver certa.



Quando Demetria entrou na lanchonete meu coração disparou, eu não sabia como ela iria reagir. Ela poderia ficar feliz, pois teria o dia de folga, mas também poderia ficar bem nervosa.
Quando ela já estava perto do balcão eu a alcancei. Ela olhou-me surpresa, mas logo sorriu.
_ Você pretende me encontrar todos os dias aqui? – perguntou.
_ Se eu pudesse; Sim. – respondi.
_ Bom, fico feliz em te ver, mas agora eu não lhe darei atenção. – disse.
_ Me dará sim.
_ Ei, é hora do meu trabalho, mas tarde conversamos e você poderá me levar para onde você quiser.
_ Você tem o dia livre hoje. – falei, pegando-a pelo braço, delicadamente, já que ela tinha dado menção de ir para o balcão.
_ Eu não tenho dias livres. – respondeu.
_ Agora tem, e será hoje. – insisti. _ Falei com seu chefe, pode perguntar para ele. – Demetria me olhou por um tempo, sem dizer nada, mas pela sua expressão eu podia ver que ela não estava tão feliz assim.
_ O que você fez? – perguntou com uma falsa tranquilidade.
_ Eu apenas pedia a seu chefe um dia de folga para você. – respondi.
_ Você é idiota? – perguntou, engoli o seco, eu claramente não a conhecia, eu tinha a esperança de ganhar um “muito obrigado” ou talvez um beijo, um abraço, na pior das hipóteses, mas um “Você é idiota?” não estava nos meus planos. Demetria revirou os olhos, ao ver-me paralisado. _ Quanto você deu a ele para que me liberasse? – perguntou.
_ Eu paguei o cartão que a mulher dele estourou. – disse, cada palavra saia um volume a baixo da primeira, enquanto a cada palavra o rosto de Demetria ficava mais vermelho de raiva.
_ Você é mais idiota do que eu pensava.
_ Eu só quero passar um dia especial com você. Eu volto para Utah de madrugada.
_ Você pode voltar depois, Utah não é tão longe assim, só algumas horas de carro. – disse. _ Você está agindo como se fosse uma despedida. – falou, mal sabia que realmente era uma despedida. Ela olhou para minha feição – que era a mais triste possível. – e pareceu se acalmar instantaneamente. _ Você está doente? Tipo estado terminal? – perguntou claramente preocupada.
_ Não. – respondi um pouco assustado.
_ Porque é uma despedida? O que aconteceu? – perguntou.
_ Eu não disse que é uma despedida.
_ Mas também não disse que não é. – contestou instantaneamente.
_ É que eu não poderei vir aqui tão frequentemente, só isso. – disfarcei.
_ Por quê?
_ Trabalho, eu trabalho muito. – menti. Ela suspirou, não pareceu acreditar em mim. Alguns segundos – torturantes. – se passaram antes que ela reagisse novamente.
_ Onde você pretende me levar hoje? – perguntou, não com muito gosto, mas ainda sim eu sorri, teríamos o nosso dia juntos.
_ Você gosta de uma pitada aventura?

(...)

_ Ai meu Deus, isso está ficando muito alto. – berrou ela. Demetria me agarrava com todas suas forças, eu mal conseguia respirar, eu não sabia que ela tinha tanta força nos braços, mas se pensar bem, o fato dela fazer pole dance, sua força nos braços era inevitável. Ela parecia uma criança com medo. _ Tem certeza que esse cara sabe pilotar essa coisa? – perguntou.
_ Sim, ele é profissional nisso. – respondi pela terceira ou quarta vez.
_ Mas e se batermos em um fio elétrico?
_ Estamos mais altos de os fios, você não vê?
_ E se um avião nos atingir?
_ Estamos fora da rota de aviões.
_ Fique tranquila moça, na altura em que estamos se cairmos, ainda temos 7% de chances de sobreviver. – falou o balonista. Demetria olhou-o apavorada.
_ Sabe de uma coisa? Eu pensei que você era mais corajosa. – falei.
_ Eu sou corajosa. – tentou defender-se e soltou-me. Respirei fundo, não por tedio ou por tristeza, mas sim porque agora meus pulmões estavam livres para se expandirem. _ Eu só nunca voei de balão antes e da TV não parece ser tão alto assim. – disse olhando para a imensidão a nossa volta.
_ Você conhece Las Vegas muito bem, acho que essa era a única maneira de te impressionar. – dei de ombros. Las Vegas é bonita, olhando de baixo, mas inexplicável, olhando de cima, seus grandes cassinos, prédios, o Lake Las Vegas, as montanhas pelo horizonte e o deserto bem ao longe...
_ Eu nunca vou entender porque você faz isso por mim. – disse ela, enquanto admirava a paisagem.
_ Você nunca acredita quando eu tento lhe dizer. – reclamei.
_ Me conhece há alguns dias, você esta apaixonado por mim e hoje, provavelmente, será a nossa última vez juntos. – observou.
_ Eu não queria que você olhasse por esse ponto. – falei.
_ E por qual ponto você quer que eu olhe? – perguntou, olhando-me.
_ Eu quero que você pense que eu te fiz feliz.
_ Você não percebe que é esse o exato problema? – perguntou. _ Você me fez feliz.
_ Eu pensei que esse era o ponto positivo.
_ Seria, seria o ponto positivo se fosse durar. Amanhã eu terei que acordar e viver minha vida como se nada tivesse acontecido. Quando eu, enfim, acho alguém que parece valer apena investir, isso acontece. – disse injuriada, meu coração foi aos pedaços, eu estava louco por Demetria e ela também estava por mim, ela estava se abrindo para mim, só para que no final eu lhe dê uma facada.
_ Isso também é difícil para mim. – falei. _ Eu não gostaria que isso terminasse assim.
_ Desculpe te desapontar, mas a vida não é o conto de fadas que você idealiza. – disse. _ Essa é minha vida, nunca tive muita sorte mesmo. – Demetria aproximou-se mais do canto da cesta e observava a paisagem a baixo, porém agora não havia mais o brilho em seu olhar, aquele paraíso a nossos pés não a encantava mais, até mesmo por mim passava despercebido.
Eu estava perdendo o controle, se é que eu tive algum desde que encontrei Demetria. Eu sentia como se ela tivesse sido o motivo pelo qual eu acordava todos os dias, era como se o destino, Deus ou o grande azar de Demetria para o amor, tivesse me feito especialmente para ama-la. Eu queria pega-la pela mão e fugir com ela, para outra cidade, estado, país, continente, se fosse necessário, eu não queria que nada fosse capaz de nós separar. Eu estava com medo que ela me deixasse, eu não poderia contar para ela. Não, eu a amo!
_ Eu voltarei por você, eu sempre voltarei para você. – aproximei-me dela, peguei seu rosto e a beijei.


O caminho de volta para o hotel, para meu quarto pareceu ser de poucos centímetros, nem mesmo sei como chegamos lá, mas nem mesmo me importava, o importante era que ela estava ali, comigo, seminua em minha cama.
Apesar de ter hesitado no começo, - repetindo a todo o momento que não era o tipo de mulher que dava para o primeiro homem que a prometesse amor eterno – ela estava totalmente solta e relaxada, gemíamos de prazer, e eu já não tinha mais nenhuma duvida, eu estou louco de amor. Louco de amor por Demetria.

CONTINUA

Antes de tudo, peço desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar, várias coisas aconteceram no final de ano, computador estragou, fiz apresentações de natal, no ano novo fiquei responsável por varias coisas, já que minha família iria se reunir aqui em casa, eu não tive tempo para muita coisa, e não ajudou muito eu ter ficado para recuperação. Graças a Deus passei de ano e nesse ano farei o 3º ano e ENEM, já peço desculpas, porque claramente terei que estudar bastante e isso atrapalhará na fic. Não pretendo para de postar, pelo menos não agora, mas se no futuro eu ver que não dará mesmo, talvez eu sinta obrigada a dar um tempo por aqui.
Bjsss

Carine Santana: Hahaha sem duvidas, ele nem mesmo se lembra mais da Rachel direito, desculpe pela demora, muito obrigada por comentar. Bjsss
Kika: Que bom que você gostou, desculpe pela demora a postar, muito obrigada por comentar. Bjsss
Shirley Barros: Você pode pensar em pedir pra alguém te ajudar, a te manter no caminho ;) desculpa pela demora a postar. Bjsss
Lααrıı: Divulgado, linda, Desculpa pela demora a postar. Bjsss
Maria Carolina: MUITO obrigada pelo carinho.  Eu vou em BH, minha cidade :D aqui não tem setor é só comprar o ingresso e chegar mais cedo para tentar pegar a grade ;). Desculpa pela demora a postar. Bjsss
Mayla: Perdeu a cabeça mesmo, agora vamos ver o que ele fará. Tenho 17 anos ;)
Anônimo: Não tem mais como colocar músicas, as sugestões já se encerraram, mas eu pretendo fazer isso novamente, fique esperta e peça como sugestão, ok? Muito obrigada :D
Samara: Muito obrigada pelo carinho, espero que tenha gostado deste capítulo também, desculpa pela demora a postar. Bjsss
Lulli Lovato: Seja bem vinda Lulli, muito obrigada pelo carinho, desculpa pela demora a postar. Bjsss
Polly Louvain: Pode deixar, volta aparecer por lá, desculpa pela demora a postar. Bjsss


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Selinho



- Regras:

Tem que passar a tag para 5 blogs;
Repassar com o selinho (imagem);
Colocar o link de quem criou e de quem passou;
Assim que receber a tag, tem que repassa-lo no prazo de 1 semana;
Avisar ao blog que tem tag para eles;
Tem que criar 5 perguntas das quais os blogs escolhidos terão de responder.

Quem criou: Lado Negro
Quem passou: Simplesmente Demi

Qual foi a melhor história (sendo de livro ou fanfic) que você já leu?
R: Eu vou escolher a Última Música, porque eu amo o Nicholas, foi uma história que eu me conectei em alguns sentidos, mesmo eu tendo chorado que nem um bebê foi um livro lindo.
Com quem você teria certeza que passaria o dia rindo (sendo famoso ou não)?
R: Minha amiga Julia
Qual é a música tema da sua vida?
R: Essa é difícil de responder, tudo depende do meu estado de humor, então, não sei falar uma.
Quem você chamaria para o seu casamento se pudesse? O Obama ou a rainha Elizabeth II?
R: Eu não consigo escolher entre os dois.
O que achou do filme Em chamas? Se não assistiu, se sinta envergonhado. E se não gostou, leia o livro, porque tenho certeza que mudará de ideia em 413 páginas (:
R: Como uma tributo, sem duvidas eu adorei, eu nunca vi uma adaptação ficar tão perfeita, os atores estão de parabéns, os roteiristas estão de parabéns, os diretores estão de parabéns, quem fez os efeitos do filme estão de parabéns. O livro é perfeito o filme é perfeito <3 1="" a="" ansiosa="" esperan="" o:p="" para="" parte="" super="">
Perguntas:

1.       Você acredita no sobrenatural?
2.       Se um dia você pudesse mudar o mundo, quais seriam as três primeiras coisas que você faria?
3.       Qual foi o melhor presente que você já ganhou?
4.       Do que você mais sente falta?
5.       Do que você tem mais medo?

Repassando: