_ Bem. – respondi. Ficamos em silêncio por um tempo. _ Joe. –
ele me olhou. _ Nos precisamos conversar.
Sentei-me
no sofá, um pouco distante. Joe colocou o telefone no centro de mesa e desligou
a TV, olhou-me, esperando eu começar a falar. Respirei fundo, ciente que nossa
conversa poderia significar nossa conciliação ou nosso termino.
_ Quais são suas reais intenções comigo? –
perguntei, minha voz saiu fraca, com medo de que sua resposta me fizesse
arrepender de ter perguntado.
_ Eu te amo. – respondeu. _ Eu não sei por
que você ainda duvida disso.
_ Porque você quer tanto ir para a
Inglaterra? – perguntei, tentando fingir que suas palavras não me tinham
causado nenhum efeito.
_ Estudar.
_ Tem mais algum motivo? – perguntei. Joe
hesitou.
_ Sim. – respondeu por fim.
_ Qual? – perguntei. Joe não respondeu
nada. _ Ou devo perguntar quem?.
_ É. Talvez seja ‘quem’ – disse dando de
ombros.
_ Ela ou ele?
_ Ela.
_ Oque ela é sua? – perguntei.
_ Alguém importante.
_ Porque você só não me falar.
_ Porque eu não posso.
_ Eu sou sua namorada, eu deveria saber
tudo sobre você. – indaguei um pouco exaltada.
_ Eu divido que você não tenha nenhum
segredo comigo. – acusou-me
_ Eu estou tentando ser o mais sincera
possível com você. – defendi-me.
_ E eu também. – gritou. _ Mas eu exijo um
pouco de privacidade, há momentos em que todo casal precisa ter seus próprios
problemas, suas próprias particularidades. Eu não sou obrigado a falar tudo.
_ Qual é o problema de eu saber dessa
garota, em? – gritei de volta. _ Você diz que me ama, mas fica de segredo com
outra mulher, você por acaso é doente?
_ Você não deveria tirar conclusões tão
rapidamente assim. – disse ele sério.
_ E o que você quer que eu pense? –
perguntei injuriada. _ Você não me fala nada! Você não explica nada!
_ Eu não vou falar nada enquanto não tiver
nada certo, ok? Eu não quero iludir nem machucar ninguém. – falou ele.
_ E você não esta me iludindo? Não esta me
machucando? – perguntei, meus olhos ardiam, eu queria chorar
descontroladamente, mas tentava com toda a minha força parecer forte e
inabalável.
_ Essa nunca foi minha intensão, Demi. –
disse ele, com a voz baixa. _ Machucar-te nunca foi minha intensão.
_ Pois é isso que você esta fazendo comigo.
– falei. Calamo-nos por alguns minutos, o clima era de tristeza para ambos. O
mais incrível era que um dia antes estávamos pensando em comemorar o nosso
primeiro mês junto, mas como presente, brigamos. Ótimo jeito de festejar... _
Só me diga que eu posso confiar em você. – pedi, minha voz já estava tremula,
era obvio que eu ia chorar. _ Só me explique algo, Joe, nada será pior que
isso. – implorei. Joe olhou-me com um olhar triste.
_ Não agora. – falou. _ Desculpe-me. –
pediu.
Era isso. Seja lá o que ele esconde de mim,
é mais importante do que nossa relação.
Sai da sala já chorando, tranquei-me no
quarto e chorei mais ainda, me sentia uma idiota por acreditar que eu seria
feliz com ele, eu deveria ir pra Las Vegas, apostar um pouco, do jeito que
tenho azar no amor, devo ser imbatível no jogo.
Pensei em ligar para Miley, em busca de
consolo, mas sei que ela iria vir aqui e arranjar confusão com Joe, pensei em
Maria, mas sei que ela tentaria intermediar uma conciliação, conciliação tal
que eu não queria.
Por fim continuei chorando sozinha, até que
meus olhos ficassem pesados de mais e eu dormisse. Pela primeira vez em um mês,
dormi sozinha, sem Joe ao meu lado.
Se há uma coisa que qualquer mulher é
mestre em fazer, é passar a noite chorando, mas acordar como se estivesse em um
mundo de alegria. E foi isso que fiz, acordei péssima, mas caprichei na higiene
pessoal, passe uma maquiagem, leve, mas que escondesse as olheiras e
disfarçasse os olhos vermelhos, coloquei uma roupa mais arrumada, mesmo sabendo
que ficaria em casa, não deixaria Joe pensar que estou para baixo, terminamos,
mas eu continuo sendo Demi Lovato, rica, bonita e poderosa, é assim que tem que
ser, e não será um homem qualquer como Joe que irá destruir isso.
Ah, a quem eu quero enganar? Joe conseguiu me
tirar do meu eixo, eu não sou mais assim, o ser mais que alguém já não me é
compensador, o que me deixaria feliz é ter alguém, mas não qualquer um, ter
Joe.
Sai do meu quarto e fui para a sala, já era
nove da manhã, Joe sempre acordou cedo, porém não o encontrei lá, voltei para o
corredor e percebi que a porta de seu quarto estava fechada, hesitei em bater.
Tomei um susto quando tocou o interfone.
Fui correndo atender.
_ Senhorita Demetria, sua irmã esta aqui e
ela já vai subir, algum problema? – perguntou.
_ Não, nenhum. – respondi.
Desliguei o interfone e peguei a chave da
porta. Estranhei o fato de Madison esta lá, cogitei a ideia do porteiro tivesse
feito confusão, mas com quem ele iria confundir? Ele conhecia meus amigos muito
bem e ele é ótimo em decorar nomes e rostos de pessoas, chega ser uma coisa até
sobre-humana.
Abri a porta antes mesmo que ela tocasse a
campainha, assim que o elevador abriu, eu a pude ver, porém seu olhar não era
de alegria, ela estava chorando. Assim que me viu correu para me abraçar.
_ Madison o que aconteceu? – perguntei
preocupada. Ela não me respondeu, não parava de chorar. _ Vem, entre. – pedi,
vindo com ela para dentro do meu apartamento.
_ Me deixa ficar aqui até dar a hora de eu
sair da escola? – perguntou entre o choro.
_ Claro. – respondi, abraçando-o mais forte
ainda. _ Mas o que esta acontecendo? – perguntei novamente.
_ Cadê o Joe? – perguntou. _ Joe?! – gritou
ela, procurando-o.
_ Eu não sei, acho que ele esta no quarto
dele. – falei.
_ Eu posso ir lá? – perguntou.
_ É... Pode. – respondi sem vontade.
Madison se soltou do meu abraço e foi correndo para o quarto de visitas. Bateu
na porta desesperadamente e foi atendida. Eu a tinha acompanhado apenas até a
metade do caminho, não queria me intrometer, mas pude ver o que estava
acontecendo.
Joe abriu a porta assustado, estava com o
cabelo desgrenhado e tentava adaptar seus olhos a luz, usava apenas uma calça
de moletom cinza e o começo de sua cueca estava à mostra, já seu peitoral
estava todo descoberto. Não pude deixar de pensar besteiras, tudo bem que eu
estava chateada com Joe e agora eu estava preocupada com Madison, mas eu já
pude tocar naquele peitoral e já tive a sensação de ter Joe em mim, é claro que
minha mente foi diretamente àqueles momentos e puro prazer e paixão, momentos
que provavelmente eu não terei novamente, pelo menos não com Joe.
Não sei se ele chegou me notar por ali, mas
ele logo se inclinou um pouco para ficar na altura de Madison.
_ Maddie o que esta acontecendo? –
perguntou ele.
_ As meninas da minha escola. – falou ela
entre os soluços causados pelo choro, ela parecia estar se acalmando, apesar de
ainda chorar. Para mim aquela frase não fez sentido alguém, mas para Joe
pareceu ser o suficiente, pois ele a abraçou e a levou para dentro de seu
quarto.
Mas o que Madison queria dizer afinal?
Mesmo sem ser convidada entre no quarto de
Joe. Apesar do sol já estar forte do lado de fora, dentro do quarto ainda
parecia noite, as cortinas, que tem blackout, impedem que a luz do sol entre no
quarto, estava fechada e as luzes estavam apagadas.
Madison estava no colo de Joe, e já estava
parando de chorar.
Joe me percebeu na porta e não pareceu se
importar.
_ O que esta acontecendo? – perguntei, já
cansada de esperar por uma resposta.
_ Entre. – pediu Joe. _ Vem cá. – hesitei
alguns segundos, mas fui, não havia nada de mal. Sentei-me em seu lado na cama
e Madison se ajeitou para que me pudesse abraçar também, o que fez com que
minha proximidade com Joe fosse maior ainda.
_ Demi. – chamou-me Madison assim que parou
de nos abraçar, tentei ajeitar-me na cama, para me afastar um pouco de Joe, mas
ainda sim eu conseguia sentir seu perfume, perfume da qual eu já tinha me
acostumado de ter por perto, a dormir e a sonhar com, perfume que me lembra de
bons momentos e do qual, agora, eu luto para me esquecer. _ Se o papai ligar
fale para ele que me pegou na escola, você pode inventar um desculpa para mim?
– perguntou com o olhar ainda molhado.
_ Sim, mas... Pelo menos me diga o que
aconteceu. – pedi. Madison hesitou um pouco.
_ As meninas da escola, elas estragaram
todo o meu trabalho e começaram a rir de mim, elas voltaram a fazer piadinhas.
– disse ela, tímida, sem olhar para mim. Eu senti uma mistura de tristeza, pelo
acontecimento, e ódio, nem mesmo conheço estas meninas, mas já as odeio com
toda minha força.
_ Esta tudo bem, Maddie, ela vão parar com
o tempo, ela irão perceber que você é uma garota muito especial. – disse Joe,
tentando controla-la. Madison deitou em seu peito.
_ Eu não sei por que elas fazem isso. –
falou voltando a chorar.
Joe e eu ficamos no quarto com Maddie até
que ela caísse no sono, assim que isso aconteceu ,ele e eu saímos de lá.
_ Desde quando isso está acontecendo? –
perguntei a Joe.
_ Há alguns anos.
_ E porque ela nunca me contou? –
perguntei.
_ Talvez você estivesse preocupada de mais
com você mesmo. – falou grosso. Foi como uma espada em meu coração. Tudo bem
que isso pode ser verdade, eu nunca liguei para Madison, e hoje nem mesmo sei
dizer o porquê, não somos nada parecidas, mas ela é um amor de pessoa, eu poderia
ter tentado me aproximar antes, porém mesmo assim, aquelas palavras, vindo da
boca do homem que eu ainda amo, foram as piores possíveis. Ele já tornara a me
odiar? Aquele realmente foi nosso fim? Não haverá mais volta? Engoli o choro e
fui para o meu quarto, tão distraída, nem percebi que Joe me seguiu. _
Desculpa-me. Eu me exaltei. – falou ele. Olhei-o nos olhos e meu coração se
amoleceu todo.
_ Tudo bem, você tinha razão. – falei. _
Maria sabe disso? – perguntei. Maria sempre foi como uma mãe, me recuso
acreditar que ela nunca tenha feito nada, ela jamais deixaria Madison sofrer
assim.
_ Não. – respondeu.
_ Minha mãe? – perguntei.
_ Sim.
_ Meu pai?
_ Sim. – respondeu.
_ Mas porque eles nunca fizeram nada então?
– perguntei injuriada, eles tinham dinheiro, poderiam fazer algo, processar os
pais destas crianças, falar com o diretor e exigir uma mudança no comportamento
das tais garotas, mudar Madison de escola, qualquer coisa que a livrasse
daquele tormento.
_ Não sei Demi. Eles são seus pais. – disse
simplesmente. Eles são meus pais. Não dava para esperar muito, não é mesmo?
Parei um pouco e pensei, Madison estava
sozinha nessa, assim como eu estive quando o merda do Zac fez o que fez comigo,
para conseguir me livrar de tal tormento eu precisei de ajuda e agora Maddie
também precisaria.
Corri para sala e peguei o telefone,
disquei rapidamente o número e esperei.
_ Minha querida demizinha, o que lhe fez
lembrar-se de mim? – perguntou Travis, do outro lado.
_ Preciso da sua ajuda. – falei.
_ Que tipo de ajuda.
_ Algo que faça umas meninas do colégio de
Maddie aprenderem o que é bom pra tosse. – falei.
_ Estarei em sua casa em 15 minutos. –
disse Travis.
_ Obrigada.
_ Não há de quer. Até mais. – despediu-se.
_ Demi, eu não acho isso uma boa ideia. –
falou Joe, que pode escutar a nossa conversa no telefone.
_ Ele me ajudou com Zac e ele pode me
ajudar com Maddie. – falei.
_ Eu só não acho que seja certo.
_ Quando vezes mais você quer que ela
chegue aqui chorando, em? O que vai adiantar então? – perguntei.
_ Isso não é mais recomendável a se fazer.
_ Me deixa fazer do meu jeito. – pedi. _ Eu
enfim parei de olhar para meu próprio umbigo e estou olhando para ela e é assim
que eu consigo ajudar, depois com o tempo eu tomo umas aulas de ética com você.
– Joe riu. _ Mas por agora é isso que eu posso fazer. – falei. _ Você me
permite? – perguntei.
_ Só não mate ninguém.
_ Joe! Também não é assim. – falei
injuriada, e ele riu. _ Nossas brincadeiras não bem inocentes.
_ Ah claro, camisas rasgadas, pó de mico...
– eu ri ao lembrar-me daquilo.
_ Disse o rei das baratas. – rimos juntos.
_ Me diz se você não gostou? – perguntou
humorado.
_ Meu estômago ainda embrulha só de
lembrar. – falei. Eu e Joe paramos e nos fitamos intensamente por um instante.
Todas aquelas lembranças pareciam tão distantes, mas eram tão recentes, dois
meses se passaram apenas, a mais o menos dois meses eu me surpreendi com ele
aqui em meu apartamento e hoje eu faria de tudo para voltar no tempo e ter
aproveitado melhor, apenas me resta um mês ao seu lado e ainda sim não do jeito
que eu gostaria que fosse.
_ Parece que foi há tanto tempo. – comentou
Joe, como se tivesse lido minha mente.
_ Tanta coisa mudou.
_ Tantas coisas aconteceram.
_ Eu queria poder voltar no tempo. – falei
baixo, mas Joe escutou.
_ Por quê? Para não entrar aquele carro?
_ Não. – respondi. _ Para consertar as
coisas. – falei, Joe continuou a fitar-me. _ Para consertar nós dois.
CONTINUA...
Feliz dia 20 de agosto, dia do 21º
aniversario da Demi \o/
Hoje o capítulo foi dedicado a esta data, tão
especial aos lovatic.
Bom, espero que tenham gostado.
Apesar de ainda ter 3 dias restantes para o
termino da enquete, acredito que será o jeito 1 a ganhar, por isso já digo que
a fic terá apenas uma temporada, com aproximadamente 45 capítulos, isso quer
dizer que esta chegando ao fim, mas que ainda temos um bom caminho pela frente.
Eu já tenho ideias para a próxima fic, assim que esta fic entrar em sua última
semana eu dou mais informações.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
P.S.: A todos os autores das fics que eu
costumava comentar, eu até a próxima semana acredito ter conseguido recuperar o
tempo perdido e voltarei a comentar novamente, não as abandonei não, viu?
Bjsss
Kika & Paty: Bom... pode ser o que você falou, ou não,
vamos esperar para ver o que acontece ;D Tudo bem, desculpas aceitas. Muito
obrigada pelo carinho. Bjssss
PERF-ECT
ResponderExcluirAmei, que pena que eles estam chateados, espero que se resolvam rapidamente
Ainda nem acredito que a Demi está a fazer 21 anos, que orgulho.
Eu tenho um feelling que é aquilo que eu falei xD
Ainda bem que me desculpas:)
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Bjssss