domingo, 26 de maio de 2013

5º CAPITULO “Ele que me aguarde” – APREDENDO A AMAR


“Filha de grande empresário e de diretora de TV sofre um grave acidente de carro, seu estado é grave”.
Acordei com uma dor intensa na cabeça, provavelmente deveria ser a ressaca de ontem, tentei não abrir os olhos, eu sabia bem que a luz poderia piorar tudo, porém algo estava diferente, eu estava sentindo umas agulhadas no meu braço e escutava aquele bip que as máquinas de batimento cardíaco fazem. Fora que minha cama costuma ser bem mais confortável...
Abri os olhos bem devagar, já prevendo o tinha me acontecido.
As lembranças vinham como flash na minha cabeça, nada muito nítido. Eu me lembro de estar dentro do meu carro junto aos meus amigos e que quem dirigia era Travis, lembro-me também que ele parou para brincar com Hanna e que se desconcentrou da direção. Todos estavam apenas brincando, mas quando eu olhei para frente eu vi outro carro vindo de frente para o nosso, nos havíamos passado para a contramão, eu gritei desesperada para que Travis voltasse para a nossa pista, mas já era tarde de mais, eu não me lembro de mais nada.
_ Senhorita Demetria Lovato? Estás acordada? – perguntou alguém, seja lá quem foi, já odiei por ter me chamado pelo nome que eu odeio. Gemi em resposta. _ Pois bem, senhorita Demetria, você poderia abrir os olhos?
_ Se você continuar me chamar de Demetria eu vou arrancar seus dentes com um alicate de unha. – eu falei, anda sem abrir os olhos. Meu pescoço doía, minhas pernas doíam. Tudo em mim doía.
_ Me desculpe senhorita Lovato. – falou. _ Você poderia abrir os olhos, por favor? – tornou a perguntar.
_ Não. – respondi. _ Minha cabeça esta doendo. – complementei.
_ Eu sei, mas eu preciso que você abra os olhos. – insistiu. Se eu estivesse em melhores condições eu, com toda certeza, iria brigar, mas infelizmente eu não estou muito bem agora e sou obrigada a obedece-lo. Abri os olhos com dificuldade, a luz não estava tão forte, mas foi o suficiente para que a dor piorasse. Olhei para cima e vi o homem de jaleco branco, no seu crachá estava escrito Dr. Cullen, ele sem duvidas é bem bonito, mas pude ver em sua mão um anel de casamento, infelizmente não era para mim. _ Muito obrigada por abrir os olhos. Além da dor de cabeça, você esta sentindo alguma coisa a mais? – perguntou ele.
_ Todo o meu corpo dói. – respondi.
_ Você consegue mexer os dedos? – perguntou. Mexi os dedos da mão. _ Consegue levantar os braços? – levantei, mesmo sentindo uma intensa dor. _ Consegue mexer as pernas? – eu consegui levantar a perna esquerda até um ponto, não foi algo muito alto, uns cinco centímetros talvez, aí comecei a sentir uma dor muito forte na coxa e parei de tentar levantar mais, já a perna direita nem se quer deu sinal de vida. Olhei para ele desesperada, pronta para entrar em colapso. _ Calma. – disse ele lendo minha expressão. _ está tudo bem. Isso é normal.
_ Normal? Minhas pernas não estão se mexendo! – gritei.
_ Calma, nós já prevíamos isso, você sofreu uma pequena sequela no musculo da perna esquerda e a sua perna direita esta quebrada. Você ficará aproximadamente três meses com a perna direita imóvel, enfaixada e faremos umas poucas seções de fisioterapia na perna esquerda, para que você possa recuperar seus movimentos. Por isso você terá que ficar pelo menos uma semana aqui.  – disse ele com calma. Eu não queria acreditar no que ele estava dizendo.
_ E você fala isso como se fosse à coisa mais normal do mundo? – gritei. Minha perna esta quebrada! Eu não conseguia move-las! E o cara de pau desde doutor me falava isso com tanta indiferença?
_ Não é tão raro ver situações como esta nesse hospital, somos referencia nacional... – disse Dr. Cullen.
_ Isso é uma piada de mal gosto, isso não é possível!
_ Calma.
_ Pega essa calma é enfia no...
_ Senhorita Lovato, se você não se controlar eu terei que lhe sedar. – disse ele. Eu fingi que me acalmei.
_ E meus amigos?
_ A maioria já deles já estão recuperados e já receberam a alta.
_ Além de mim tem mais alguém nesta situação? – perguntei.
_ Apenas a Senhorita Hanna Beth ainda esta internada.
_ Ela esta bem? – perguntei, lembrando-me de que ela era a mais apavorada com a velocidade e desatenção de Travis com a direção.
_ Nós não podemos garantir que os movimentos dela voltarão com a fisioterapia. – respondeu ele. _ Na tentativa de se salvar Travis jogou o carro para a direita, em direção do acostamento, porém o outro carro atingiu vocês, bem do lado dos passageiros, as mais atingidas foram você e Hanna... Você ficou desacordada por dois dias – explicou-me. _ Vocês têm sorte de estarem vivas...


Todos têm seus altos e baixos, e definitivamente, este é o meu baixo. Passar uma semana no hospital não estava nos meus planos, mas esta era a previsão dos médicos. Na TV eu era o destaque, várias reportagens com o meu nome eram feitas, algumas me colocavam como a inocente, dizendo que eu fui obrigada a entrar no carro e que não sabia que o meu amigo estava dirigindo bêbado, já outros me colocavam como a vilã, dizendo que eu era uma péssima influencia para a juventude. Meu pai me mataria por estar expondo o nome da família desta maneira.

_ Pequena Demi? – disse alguém após bater na porta, eu nem tive duvidas, era Maria, ela sempre me chamou assim e sua voz que, por tantas vezes me consolou e aconselhou, é inconfundível.  
_ Entre Maria. – pedi, ela veio e se sentou a cadeira de visitas. Eu me ajeitei na cama, para ficar sentada. _ Sem sermões, por favor. – ela me olhou feio, mas logo botou um sorriso na cara.
_ Eu fiquei tão preocupada minha menina. – disse ela, me dando um beijo na testa e acarinhando meus cabelos. _ Não se atreva a fazer isso comigo novamente.
_ Eu acho que você não vai precisar se preocupar muito com isso, nem sei se vou conseguir sair daqui. – falei, com a voz triste, olhando para minhas pernas.
_ Os médicos disseram que é reversível logo você vai poder estar andando. – disse.
_ E se eles estiverem mentindo? – perguntei.
_ Eles não iriam mentir para você meu bem. – conversávamos e o tempo todo ela me acariciava.
_ Meu pai deve estar muito bravo comigo.
_ Ele está na Florida, não falei com ele, mas não tenho duvidas de que ele esta bravo com você, e com toda razão. – disse ela. Não me surpreendeu, ele poderia esta bravo, mas tenho certeza que não esta nem um pouco preocupado, provavelmente esta aproveitando alguma praia de lá enquanto eu estou pregada nesta cama.
_ E minha mãe? – perguntei, já com medo da resposta.
_ Ela esta no meio de um projeto novo para um programa do canal Fox, ela anda muito ocupada, mas ela prometeu que viria. – respondeu. Surpresa seria se Maria tivesse dito que minha mãe estava vindo ou que já esta lá fora, mas não, como sempre ela tinha prometido, e eu sei que é mais uma promessa furada.
_ Eles nem vieram aqui, fazendo o papel de bons pais? – perguntei.
_ Não. Desta vez realmente não deu. – disse Maria, ela tinha um tom triste. Ficamos em silêncio por alguns segundos_ Tem uma pessoinha lá fora querendo te ver, você vai se importar se ela entrar? – perguntou Maria.
_ É a lerda da Madison, não é? – bufei.
_ Demi. – repreendeu-me Maria. _ A menina te ama.
_ Tudo bem, mas eu não vou garantir beijos e abraços. – falei, virando os olhos.
_ Só não a trate grosseiramente, ela chorou muito ontem... Por você Demi. – confesso que isso me deu um nó no coração, a pirralha realmente gostava de mim, mas do que eu jamais vou conseguir gostar dela.
_ Tudo bem, eu vou trata-la com muito carrinho. – Maria ficou me olhando desconfiada. _ Palavra de escoteiro. – disse levantando minha mão direita, com a palma para cima. Maria riu e saiu até a porta. Logo apareceu a carinha tímida da minha irmã, ela podia ter apenas 11 anos, mas ela é bem alta para a idade dela, já estava quase do meu tamanho. Ainda sim, tenho que confessar, ela até que é fofa.

_ Oi Demi. – disse ela, com um sorriso tímido.
_ Oi Maddie. – respondei educadamente. Ela me olhava admirada, mas parecia ter medo de mim.
_ Você esta bem? – perguntou.
_ Claro, estou bem melhor agora... Vem cá. – pedi e ela veio com um sorriso nos lábios. _ Sobe aqui.
_ Os médicos não vão achar isso ruim? – perguntou
_ Você e sua mania de fazer tudo certinho, em pirralha? – falei, sem nem mesmo pensar. Poxa, eu estava tentando ser legal com a garota e ela tinha que estragar o momento dando uma de certinha?  Olhei para Maria e o olhar dela era de recriminação, olhei para Madison e ela estava de cabeça baixa, provavelmente iria começar a chorar a qualquer momento. _ Vai, desculpa, eu ainda estou meio mal e por isso que falei assim. – eu disse, tocando-a na face, tentando fazer com que ela levantasse a cabeça. _ Se algum médico chegar é só você sair. – eu disse, dando um sorriso, assim que consegui fazê-la voltar a me olhar. _ Vem. – pedi, ela subiu na cama e se sentou ao meu lado.
Ela é bem tímida e foi bem difícil conversar com ela, não temos coisas em comum e ela sempre evita falar sobre os colegas. Assim como eu, ela foi criada por Maria, por isso nem mesmo dá para conversar sobre como foi as coisas em casa, sei que não teremos uma conversa, o jeito foi falar sobre minha vida. No fim só eu falava, mas ela escutava tudo com atenção, como se até estivesse gostando de me escutar. Outra coisa que nos diferencia, se eu fosse ela estaria mandando a pessoa calar a boca, odeio que só fique falando sobre si próprio, tenho mais o que fazer do que ficar escutando história de vida dos outros.
(...)
Assim que Maria e Madison foram embora, eu fiquei sozinha, eu esperei pela visita de algum dos meus amigos, eu havia pedido a Maria que os avisassem que eu estava bem e eu tinha certeza que eles viriam para me ver, porém eles não vieram, talvez não desse para vier hoje, quem saber amanhã eles viriam?

O resto do dia não poderia ser mais entediante, não tinha nada que prestasse na TV, eu não podia sair da cama, me deram livros, mas eu odeio ler, meu celular fora esmagado no acidente, e eu não podia ligar para ninguém, nem mesmo escutar música, minha chave não tinha sido encontrada e para trazer meu computador necessitaria chamar um chaveiro, já que eu nunca fiz copia da chave do meu apartamento. Maria prometeu que faria e me traria as minhas coisas amanhã.
No fim acabei deixando na TV mesmo, pelo menos eu teria o barulho das vozes para escutar e isso me deixava mais segura e confortável.
Eu ainda me pergunto se isso foi o pior ou o melhor que eu fiz para mim, logo no inicio do telejornal eu vi a chamada para o caso de meu acidente. Esperei.
“_ Agora voltamos a falar sobre o caso Demetria Lovato.” – disse a ancora.
“_ Hoje o empresário Eddie Lovato falou pela primeira vez, muito abatido ele passou várias informações pela impressa e também alertou aos pais sobre o perigo das falsas amizades.” – continuou o outro ancora.
“_ Foi um grande choque para toda família, infelizmente eu estou com um grande projeto em andamento, eu realmente tentei cancelar tudo e ir ao hospital, mas eu conversei com minha querida Demetria pelo telefone e ela me pediu para continuar com o projeto e para não parar, que ela estava bem. Eu estou aqui trabalhando a pedido dela, mas o meu coração esta lá com ela no hospital, é bem difícil para mim como pai fazer isso, mas é o necessário” – ele falava com o olhar abatido, parecia realmente triste, como se tivesse chorado muito... Só parecia. “_ Demetria sempre foi uma ótima filha, eu sei que ela nunca foi muito educada com a imprensa, mas ela sempre foi muito educada dentro de casa, porém nos último ano ela conheceu uns amigos que eu realmente não aprovei, e foi nisso que deu. Eu realmente espero que ela tenha aprendido a lição.” “Eu sempre fui o melhor pai que eu pude ser, eu e minha mulher sempre estivemos presente para quando ela precisasse e sei que isso foi bem importante para ela, só que agora que ela foi morar sozinha ela saiu um pouco do nosso controle, este foi o nosso erro, por isso eu peço aos pais que nunca deixem que os filhos saião de seu controle, é muito importante alerta-los e, se possível, afasta-los das más influencias, eu tenho certeza que agora eu recuperarei este meu erro.” “Por muita sorte Demi esta bem, os médicos disseram que vão mantê-la lá só para terem certeza que não ouve sequelas, mas ela esta bem, acordada, fazendo suas estripulias por todo o hospital, andando por toda a parte...”– disse meu pai.
Eu devo ter demorado uns três minutos para conseguir reagir. Eu disse para ele trabalhar? Ele tinha sido um pai presente? Eu saí do controle? Meus amigos são más influencia? Eu andando por todo o hospital? Meu pai só podia estar bêbado! Não, na verdade ele estava sendo apenas ele. O que eu esperava afinal? Que ele se redimisse em rede nacional? Claro que não, ele tinha uma reputação a manter, uma foto de família perfeita diante da sociedade, ele não iria desmanchar tudo isso por mim... Mas eu também não farei nada por ele... Ele que me aguarde.

                CONTINUA...


Como prometido, capítulo postado. Espero que tenham gostado. Acho que agora só voltarei a postar lá para quarta, mas talvez eu consiga postar antes.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.



Yumi H. e Rafa S.: Apesar de ser ruim eu ter-lhe feito chorar, fico feliz, porque isso quer dizer que você esta sentindo a minha fic J Postado. Muito obrigada por comentar. Bjss.
Silvia: Adorei seu comentário! Hahahahah. Fico feliz que tenha gostado do designe e que esteja gostando a da fic também. Muito obrigada por comentar. Bjss.

P.S.: Acho melhor eu construir um abrigo antibombas na minha casa hahaha. 

2 comentários:

  1. Ta muito perfeitoo serio *0*, nova leitora ><
    mal posso esperar pro joe aparecer e coitadinha da demi ela é muito chata mais coitada ninguem merece pais assim
    posta logo ! beijoooo

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  2. oi. começei a ler a fic agora e ameiiiiiiiii!
    vc escrever super bem.
    beijos e posta logo............

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