Tarde de mais
para que meu grito de pavor fizesse algum efeito...
15
de maio de 2005
Aquele seria o grande dia de sua vida. Toda a
escola estava presente e todos os colegas de sua classe já tinham se
apresentado, agora era a vez de Demi subir ao palco e prestar sua homenagem ao
dia das mães.
Demi
sempre se recusou a participar destas homenagens, não por ela ser tímida, longe
disso, mas pelo simples fato de que ela sabia que a sua mãe não estaria lá para
vê-la. Demi se recusava a preparar-se para fazer uma apresentação a alguém que
nem se quer vai tentar estar presente, porém, neste ano tudo havia mudado
consideravelmente, Diana resolver dar uma diminuída no ritmo do trabalho, após
ficar doente de cama, e com isso teve breves momentos de aproximação das filhas
e, em uma conversa no café da manha do dia 5 de maio, Diana prometera a filha
que ai a comemoração do dia das mães de sua escola.
Normalmente
Demi não acreditaria na mãe, não era a primeira promessa que lhe era feita, e
grande parte, se não todas, não eram cumpridas, mas, talvez, pelo fato da mãe
não ter nenhuma reunião ou viagem marcada por pelo menos duas semanas, a menina
tenha tido a esperança de que desta vez ela cumpriria sua promessa.
10
dias, apenas 10 dias para se preparar. A garota ensaiava a música que escolhera
cantar em homenagem a mãe a todo o momento, não se deixava ter um minuto se
quer de descanso, queria que a apresentação fosse perfeita. A mãe que lhe tinha
colocado na aula de violão, piano e canto, mas a mesma nunca ouvira a filha
cantar ou tocar algum instrumento, esta seria a primeira vez, e Demi queria que
a mãe vesse que o dinheiro que ela estava investindo nela não era em vão.
Além
da apresentação os professores pediram aos alunos que fizessem uma decoração
especial para que fosse posta no encosto da cadeira de cada mãe. Demi
trabalhara duro na decoração, ela não sabia muito sobre a mãe, mas tinha
consciência de que Diana gostava muito de rosas e brilho. Em dois dias o quarto
da menina se transformou em um inferno de rosas e glitter cor dourado, Demi
costurou rosas, de plástico, mas ainda sim lindas, no pano base, que seria
posto no encosto, e como detalhe pintara as pontas das rosas com o glitter
dourado, ficou como um grande buque de rosas vermelhas com detalhes dourados
nas pontas, todos os professores ficaram impressionados com a beleza do
encosto, uma até mesmo perguntou se por acaso ela tinha comprado em algum lugar
ou se tinha mandado alguém fazer por ela, mas era obvio que fora a própria menina
que fez o encosto, sua mão cheia de machucados de furos de agulha e com
vestígios do glitter que se recusava a desgrudar de sua mão eram provas de seu
empenho. Tudo fora feito por ela, sem nenhuma ajuda.
Mas
tudo valeria a pena, a mãe a veria cantar, toda dor e tempo perdido valeriam a
pena. Após 12 anos, finalmente Demi teria a atenção da mãe.
Demi
nunca esteve tão nervosa em sua vida, ela sempre foi bem aparecida, falar em
publico não era problema para ela, mas hoje era um dia especial, uma pessoa
muito especial estaria entre a plateia.
Demi
subiu no palco e parou no centro, se sentando na cadeira posta lá para que ela
pudesse sentar-se e apoiar seu violão em sua coxa. Antes de começar a cantar
Demi olhou para a plateia, a procura de sua mãe, que estaria sentada em sua
cadeira especial, não foi difícil de achar, Demi tinha olhado onde sua cadeira
tinha sido posta para que ela encontrasse a mãe com mais facilidade. Todos
esperavam a menina começar sua homenagem.
O
coração de Demi se despedaçou em trilhões de pedaços, seus olhos ficaram
embaçados no mesmo instante, como ela pode ser tão burra? Não havia ninguém lá,
apenas ao lado de sua cabeira especial, tinham outra cadeira simples, sem
enfeite nenhum, onde Maria estava sentada, com o sorriso no rosto e tentando
incentivar a menina, dona do coração quebrado, a cantar.
Sua
mãe não tinha vindo, todo o seu trabalho fora em vão, mas Maria, como sempre,
estava lá para ver a garota. Demi respirou fundo, tentou controlar sua vontade
de choro e começou a cantar.
Maybe I didn't treat you
(Talvez eu não
tenha te tratado)
Quite as good as I
should have
(Tão bem quanto
deveria)
Maybe I didn't love you
(Talvez eu não
tenha te amado)
Quite as often as I
could have
(Com tanta
frequência quanto poderia)
Little things I should
have said and done
(Pequenas coisas
que eu deveria ter dito e feito)
I just never took the
time
(Eu simplesmente
nunca me dei ao trabalho)
Demi
lembrasse de uma vez ter visto sua mãe escutando esta música de Elvis Presley, Always on my mind, ela
parecia gostar muito dela enquanto a escutava e por esta razão Demi a
escolhera.
You were always on my
mind
(Você sempre
esteve em meus pensamentos)
You were always on my
mind
(Você sempre
esteve em meus pensamentos)
Talvez
a letra não fosse o que realmente estivesse acontecendo, Demi já tentara por
várias vezes tratar a mãe bem e ter uma boa relação com ela, mas nunca obteve
sucesso.
Maybe I didn't hold
you
(Talvez eu não
te abracei)
All those lonely, lonely times
(Todos aqueles
solitários, solitários momentos)
And I guess I never
told you
(E eu acho que
nunca te disse)
I'm so happy that
you're mine
(Que sou muito
feliz por você ser minha)
If I made you feel
second best
(Se eu te fiz
sentir como segunda opção)
Girl, I'm so sorry I
was blind
(Garota, me
desculpe eu fui cego)
Talvez
o certo seria se Diana estivesse cantando esta canção para Demi, pois era ela
que fazia isso com Demi, mas a garota por varias vezes sentiu como se ela fosse
a culpada por tudo isso, que fosse por sua culpa que seus pais nunca estavam em
casa. Afinal de contas, eles sempre lhe diziam que para que ela pudesse ter a
boa vida que têm, eles tinham que trabalhar muito.
Carry, tell me that
your sweet love hasn't died
(Diga-me,
Diga-me que seu doce amor não morreu)
Give me, give me one
more chance
(Me dê, Me dê
mais uma chance)
To keep you satisfied, satisfied
(De te manter
satisfeita, satisfeita)
O
final da canção saiu de Demi com dificuldade, o choro contido lhe causou um
aperto na garganta.
Assim
que tocou os últimos acordes da canção saiu do palco em disparada, nem mesmo se
permitiu ficar para escutar os aplausos dados de pé pelos outros pais, a
apresentação tinha sido linda, a voz de Demi era muito boa e todos ficaram
impressionados com seu talento com o violão, a melodia soou encantadora.
Demi
foi para o canto da coxia, lugar que seria difícil de ser encontrada, e lá
começou a chorar, encolhida. Ela podia ver os aplausos e também alguns cochichos
sobre sua reação ao final da apresentação.
Seu
coração estava tão despedaçado.
Alguns
longos minutos se passaram, encolhida ela pode ver os passos apressados das
professoras, procurando-a, e também pode ver seus amiguinhos sendo abraçados
pelas suas mães emocionadas com as homenagens. Logo depois sentiu braços a te
acolher. Era Maria.
_
Foi para você Maria. – disse Demi entre suas lágrimas. _ Foi para você que eu
cantei.
_
Obrigada pequena, foi lindo. – disse Maria, lhe dando um beijo na testa e lhe
abraçando mais forte.
Depois
aquele dia Demi nunca mais pegou no violão ou no piano e também nunca mais foi
à aula de canto...
Agora
Os
jornais não paravam de anunciar. Este era o tipo de acontecimento que fica
estampado nas capas de jornais e por semana sendo repetidas nos jornais
televisivos, até que ninguém mais aguente ouvir os nomes das vitimas.
“Filha de grande empresário e de diretora de
TV sofre um grave acidente de carro, seu estado é grave”.
CONTINUA...
Postado. Espero que tenham gostado, amanhã mesmo já vai ter capítulo
novo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss
Yumi
H. e Rafa S.: Seu palpite estava certo. Muito obrigada por comentar. Bjss
Juh
Lovato: Realmente os pais dela têm a ver com a sua personalidade. Seu
palpite pode estar certo, mas vamos esperar para ver se vai mesmo ou não ;)
Muito obrigada por comentar. Bjss.
Silvia:
De nada linda. Bjss.
Eu só estou com os olhos cheios d'água. Sou meia boba pra chorar, então... haha
ResponderExcluirTadinha da Demi :/
Posta logo, beijos.
Primeiro, adorei o cabeçalho...não, melhor dizendo, adorei tudo. O visual está perfeito!
ResponderExcluirSegundo, a fic está começando perfeita como sempre!
E acho que é só isso!
Não, esqueci de dizer: Posta logo! Não devia terminar o capitulo aí porque vou acabar por morrer! Devia ter cuidado com a saúde dos seus leitores porque se alguma vez uma bomba ir parar em sua casa não estranhe :D
Beijos.