quarta-feira, 29 de maio de 2013

6º CAPITULO “Não se pode sentir falta do que nunca se teve” – APRENDENDO A AMAR


Claro que não, ele tinha uma reputação a manter, uma foto de família perfeita diante da sociedade, ele não iria desmanchar tudo isso por mim... Mas eu também não farei nada por ele... Ele que me aguarde.

23 de agosto de 2010
Para Demetria, aquelas festas eram sempre o mesmo tedio, um velório era mais animado. Normalmente ela fugia para algum lugar escondido de todos, na maioria das vezes conseguia fazer com que algum amigo penetrasse na festa e ia se divertir com ele. Mas desta vez não dava, ela havia prometido ao pai se comportar bem e ficar a festa inteira. Seriam horas de chatice, mas Demi faria qualquer coisa por um apartamento só seu.

_ Por essa eu não esperava. – disse um homem, se sentando ao lado de Demi, na área do bar. Demi queria encher a cara, mas como sabia que não podia fazer feio, estava apenas tomando coquetéis sem álcool. Demi o olhou, porém não o reconheceu. Era um homem mais velho, a barba não estava feita, mas ainda sim não parecia sujo, até que tinha seu charme.
_ Oi? – perguntou Demi, como não se lembrava dele, pensou que talvez ele tivesse se enganado e estivesse falando com a pessoa errada.
_ Demetria Lovato em um jantar de empresários, e não desapareceu nos primeiros cinco minutos?
_ HaHa engraçadinho... – disse Demetria, como sempre, sem humor.
_ Desculpe, só achei isso bem anormal. – falou ele, fazendo sinal para que o garçom o desse mais uma dose de whisky.
_ Quem é você afinal? – perguntou Demi.
_ Wilmer Valderrama. – respondeu ele. _ Eu me lembro de você nos jantares empresariais, quando era bem pequena, você cresceu muito.
_ Eu sei que fiquei gostosa.
_ Uau, não nega o sangue. – disse Wilmer rindo.
_ Como assim? – perguntou Demi.
_ Os Lovatos, são sempre assim. Confiantes, cheios de si, você teve a quem puxar. – falou ele, tomando sua dose de whisky.
_ Eu não sou parecia com meus pais. – reclamou Demi.
_ É sim. – respondeu Wilmer, encarando-a.
_ Pois saiba que eu sou bem diferente deles, você não me conhece para dizer alguma coisa. – falou Demi, já irritada.
_ Eu conversei com você por apenas dois minutos e já consegui reviver dose anos de trabalho como empregado do seu pai. – disse Wilmer, Demi o olho sem entender nada. _ Eu sou sócio do seu pai, ou o subordinado, como alguns dizem, estou acima de todos, menos de seu pai, e ele é bem carinho com os seus empregados. Se é que você me entende. – explicou-se
_ Eu não sou igual a ele. – tornou a dizer, agora mais calma, entendendo o lado de Wilmer. Seu já tinha fama de ser o pior patrão para se ter.
_ Tudo bem Demetria, se você prefere assim. – Wilmer deu de ombros. _ Talvez você não seja tão ruim, só quase.
_ Você não sabe do que esta falando.
_ Ok, eu te desafio a provar que é diferente. – falou Wilmer, se aproximando mais ainda de Demi e a olhando fixamente, encarando-a, chamando-a para o seu jogo.
_ Eu não tenho que provar nada a você. – disse Demi, entre os dentes.
_ Que foi? Tem medo de perder? – perguntou Wilmer, se afastando novamente e tomando o último gole de whisky que estava em seu copo.
_ O que eu vou ganhar com isso?
_ Gananciosos. – falou Wilmer. _ Você é realmente uma Lovato.
_ Tudo bem. Eu vou te mostrar que sou diferente. – disse Demi se aproximando de Wilmer. Wilmer riu.
_ Boa sorte.
_ Só uma coisa antes. – disse Demi. _ Porque você esta me dizendo isso tudo? Se eu falar com meu pai você pode ser despedido.
_ Apesar de ser uma Lovato, você parece ser de confiança.

Agora

Não deveria ser nem mesmo oito da manhã quando os enfermeiros começaram a me acordar. Isso chega a ser maltrato, desde que eu me formei no Ensino Médio nunca mais acordei antes das dez, mas também nunca dormi antes das três da manhã. Eu realmente queria dar um tiro nesses enfermeiros abusados, mas não pude fazer nada, tenho que aceitar que eu estou sobre os seus comandos por agora.
Hoje seria um dia bem cansativo, terei minha primeira seção de fisioterapia, eu realmente não sei o que esperar, no fundo eu tenho medo de que não funcione.

A minha saída da cama foi algo traumatizante para mim, eu tive que ter ajuda dos enfermeiros para me carregar e me levarem para onde eu deveria ir, em uma cadeira de rodas, eu nunca tinha passado por isso antes, nunca me senti tão inútil.

Nada seria fácil, fisioterapia não é aquela coisa legal e devagar que pode parecer, mas sim chata e dolorosa. Meus movimentos estavam travados, minha perna sentia dificuldade em obedecer meus comandos, porém quando obedecia a dor era intensa. Meus ossos pareciam estar moídos, qualquer movimento doía, eu pedia para parar, mas os fisioterapeutas não deixavam. Foi um pesadelo, eu nunca passei por algo assim, e definitivamente eu não quero passar por isso novamente, o problema é que eu sei que amanhã terá mais.

_ É apenas o começo, com o tempo você nem vai mais sentir dor minha menina. – disse Maria. Assim que cheguei da seção de fisioterapia ela já estava lá no meu quarto, foi legal, porque ela me ajudou a subir na cama e eu me senti melhor com ela, pois me fez lembrar o tempo em que eu era criança e não conseguia subir na cadeira, de tão pequena que eu era, e ela me ajudava a subir.
_ Pois eu já quero desistir. – eu disse desanimada.
 Maria não é mais aquela mulher de antes, já tem mais de 40 anos e seus cabelos brancos já aparece em sua raiz, seu corpo está mais gordo, não muito, mas não é tão esbelto como antes, ainda sim ela continua sendo uma mulher muito linda e, em termos de bondade e eficiência, ela continua tão boa quanto antes. Como havia prometido, fez a copia da chave do meu apartamento e me trouxe as coisas que eu pedi, como meu notebook e meu tablet, pelo menos assim eu poderia me comunicar com meus amigos.
_ Só para te preparar, amanhã sua mãe virá aqui. – avisou-me Maria.
_ Ah não! – resmunguei, não tinha como ser pior. _ Tem certeza? Não é mais uma promessa dela? – perguntei, minha mãe tem um histórico de tratar e não cumprir bem extenso.
_ Sinto lhe informar pequena Demi, desta vez eu tenho certeza que ela virá. – respondeu. Bufei. _ É só deixa-la falar o quando quiser e não a respondes de forma mal educada, assim ela não fala muito e com isso você terá mais descanso.
_ Assim eu espero. – eu disse. Pensei em perguntar sobre meu pai, mas fiquei com medo, provavelmente ele ainda estaria na Florida, curtindo o estado, fingindo ser o pai bonzinho e desolado pelo meu acidente. _ A lerda não veio? – perguntei. Maria olhou-me feio, mas respondeu.
_ Quando eu vim, ela ainda não tinha chegado da escola. – respondeu. _ Por quê? Por acaso gostou de passar um tempo com sua irmã? – perguntou Maria, com um sorriso enorme.
_ Claro que não. – respondi. _ A menina não fala nada, parece até que é muda.
_ Mas você sentiu falta da presença dela. – afirmou Maria.
_ Não é nada disso... Eu... Só... – eu não sabia o que dizer, eu nunca gostei daquela pirralha, porque eu estava perguntando por ela? Maria deu um sorriso, ela vencera, eu realmente senti falta da presenta de Madison.
_ Não precisa dizer nada, eu sei das coisas. – falou convencida. Virei os olhos. _ Infelizmente eu acho que já vou ter que ir, seu pai vai voltar amanhã, preciso por as coisas em ordem para quando ele chegar.
_ A casa sempre esta organizada e ele nunca repara em nada, você não precisa se preocupar com nada. – disse, tentando convence-la de ficar mais um pouco.
_ Ainda sim, eu sou paga para isso, não posso relaxar no que faço. – respondeu-me. _ Amanhã eu venho junto a sua mãe e prometo ficar mais tempo. – disse Maria.
_ Não Maria. – falei manhosa.
_ Demi, eu não vou cair nessa, não hoje. – falou. _Tchau minha pequena. – despediu-se, dando-me um abraço.

Assim que Maria saiu eu tive aquele sentimento de vazio, tudo bem que agora eu tinha meu computador e também tinha meu tablet, mas eu estava me sentindo pior que ontem, talvez o fato de estar parada por tanto tempo no mesmo lugar tenha me dado um tedio muito grande.
Liguei meu notebook e fui logo entrando no facebook. Eu não sei dizer o que estava realmente esperando, mas fiquei bem decepcionada, será que ninguém se lembrou de mim? Quatro mensagens. Pode parecer o suficiente, mas eu tenho 2.743 amigos no facebook e apenas quatro se mostraram preocupados comigo. Eu nunca me senti tão vazia...
               

Eu fiquei pensando em justificativas para tal abandono. Meus amigos não são o tipo de gente muito politizada, nem mesmo muito informada, provavelmente nunca assistiram um jornal, talvez nem tenham ficado sabendo do meu acidente. Aposto que se eles soubessem minha caixa de mensagem estaria lotada, eu tenho muito amigos e eles são bem fieis a mim, claro que ficariam bem preocupados.

_ E aí? Posso entrar? – disse Wilmer na porta.
_ Já está dentro. – respondi, ele entrou de vez. Minha amizade com o Wilmer foi a mais inesperada possível. Nos três primeiros minutos que passei com ele, eu o odiei, porém, de um momento para outro percebi que ele é uma pessoa legal, apesar de já ser um pouco mais velho, ele é bem jovial, tem um espirito de um garotão qualquer, é até difícil imaginar ele trabalhando no meio daquele monte de velho, barrigudos e rabugentos, que trabalham junto a meu pai.
_ Há boatos de que você vai virar freira. – disse ele, assim que se aproximou da minha cama. Em sua mão tinha um buque de rosas e um balão escrito “Melhoras, te amo”. Olhei-o confusa. Ele me entregou o buque e o balão, achei bem fofo, apesar de isso parecer romântico demais para mim e eu não sou uma pessoa muito romântica, fora que não cairia muito bem para nós, já que somo apenas amigos.
_ Muito obrigada, são lindas. – eu disse.
_ Eu sei que você odiou, você odeia esses tipos de coisa. – respondeu ele.
_ Não, serio, eu gostei. – insisti. Tudo bem que eu nunca gostei destes tipos de presente, sempre preferi coisas mais caras, mas eu achei bem fofo. Ele me olhou desconfiado. _ Ok, agora me diga, como assim, freira? – perguntei, enquanto punha o buque no criado mundo, ao lado da minha cama.
_ Seu pai, prometeu que lhe iria por em um convento, para ver se você toma jeito. – eu ri.
_ Ele que sonhe. – falei. _ Nunca que vou para um convento, muito menos tomar juízo.
_ Eu sei bem disso. – Wilmer disse. _ E essa perna em? Falaram-me que você não esta conseguindo movimenta-la. – falou.
_ Eu estou com muito medo. – falei. _ A fisioterapia foi dolorosa.
_ O importante é que não é um caso muito grave, logo você recupera seus movimentos e vai parar de sofrer. – falou ele. _ Você tinha que ver quando você chegou nesse hospital, você estava mal, os médicos estavam desesperados achando que você iria morrer. – falou.
_ Você esteve aqui? – perguntei.
_ Eu, Maria, Madison e uns dois amigos seu. – respondeu.
_ Amigos? – perguntei.
_ É, uma menina e um menino, Maria disse que eram seus amigos.
_ Você sabe quem eram? – perguntei.
_ Não, não cheguei a conversar com eles. Só sei que a menina era um pouco maior que você, tinha cabelos longos, ondulados, castanho escuro, ela parecia ser boa pessoa, bem calminha... Calminha demais para ser sua amiga. – falou ele. Rimos. Eu não conseguia pensar em quem ele estava falando. Quando eu saísse do hospital eu iria procurar saber quem fora.
_ E o garoto? – perguntei.
_ Parecia que eu o conhecia de sua casa, acho que já o vi em alguma festa lá. – comentou. _ Se não me engano ele mora lá, pois veio junto a Maria. – falou. Eu fiquei estática, será que ele estava falando de quem eu estava pensando? _ Mas então, seu pai vai organizar uma coletiva de imprensa, assim que você estiver melhor, para explicar melhor o que te aconteceu.
_ E eu com isso?
_ Ele vai querer que você fale. – respondeu. Eu já dei um sorrisinho malicioso, seria uma ótima oportunidade para dar-lhe o troco. _ Ele quer que você fale o que ele determinar que você deva falar. – esclareceu Wilmer, percebendo minhas intensões.
_ Eu nem disse nada.
_ Mas eu te conheço o suficiente para saber o que você pensou.
_ Você viu o que ele disse para os jornalistas? – perguntei, sem esconder minha indignação pelo fato.
_ Vi. – respondeu. Sua expressão facial já dizia que ele sentia o mesmo que eu.
_ Você sabe que tudo aquilo que ele disse foi mentira, não sabe?
_ Ele tem uma reputação a manter. – disse.
_ Você concorda com ele? – perguntei.
_ Só acho que isso era o esperado. Não concordo, mas não me surpreendi. Lamento se você esperava por algo diferente. – respondeu. Eu sabia que ele estava sendo sincero, e ele realmente estava certo no que dizia. Eu sabia muito bem que ele agiria desta maneira, sempre tentando manter seu nome limpo. Não sei por que fiquei tão revoltada, será que eu realmente achava que desta vez seria diferente? _ Eu sei que você sente falta dos seus pais, mas...
_ Muito pelo contrario, eu não sinto falta deles. – interrompi Wilmer
_ Demi, não negue...
_ Wilmer. – interrompi-o. _ Não se pode sentir falta do que nunca se teve.

                CONTINUA...

Demorei, mas postei, o capítulo foi meio ruim, mas espero que tenham gostado.
Bom, tenho algumas coisas a dizer: Primeiro, estou muito feliz, cheguei aos 33 seguidores, eu quero muito agradecer a todos que me seguem, fico muito feliz que vocês parem um tempo de sua vida para poder ler minha historia, espero sempre estar melhorando por vocês. Segundo: queria muito agradecer aos blogs, Histórias sobre Jemi e Uma escolha por amor, pela divulgação, muito obrigada mesmo. Terceiro: Para a felicidades de vocês, eu acho, amanhã mesmo eu já vou postar o próximo capítulo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjss.


Lari  ∞ : Seja muito bem vinda, nova leitora, fico muito feliz que esteja gostando tanto. Postado, espero que goste. Bjss

Vitoria Oliveira: Seja muito bem vinda, fico muito feliz em saber que estas gostando da fic, espero que possa continuar gostando. Muito obrigada. Bjsss.

2 comentários: