segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

13º CAPITULO “Ei amor...” – AMOR EM GUERRA



Eu estava o perdendo.


Minha cabeça já doía por causa do choro, e o fato de eu estar dentro daquele carro junto aquele homem não melhorava minha situação, eu queria chegar logo no hospital, mesmo sabendo que provavelmente Joe ainda não estaria lá. Maldita foi a hora em que o deixei ir, porque eu não insisti mais? Talvez se eu tivesse tentado mais um pouco, nem que fosse mais um pouquinho eu poderia estar agora com meu marido ao meu lado, sabendo que teríamos uma vida inteira pela frente, estaríamos, quem sabe, planejando o nome do nosso bebê, vendo as opções para nomes de meninas e de meninos já que ainda não sabemos qual é o sexo...
Ah a criança!  Por um segundo eu tinha me esquecido que eu carregava uma criança em meu ventre. Eu sabia que provavelmente a presença do pai em sua vida não seria muito grande, mas agora eu nem sabia se ela teria um vivo.

Fort Bragg não fica tão longe de Raleigh, mas eu tive a impressão que nunca estive numa viagem tão longa.
Eu já tinha chorado tudo o que eu tinha de direito, minha boca estava seca e meus olhos estavam inchados, eu deveria estar em um estado lastimável. Eu estava horrível, tanto por dentro quanto por fora.

O chegar ao hospital eu não podia saber quem estava pior, Denise ou eu, nem mesmo Paul que sempre mostrou ter um autocontrole quase que incomum, tinha os olhos vermelhos e, mesmo não estado chorando nesse momento, ele tinha a feição triste que eu já vi, junto a eles também havia outro soldado, assim como o que me deu a triste notícia, eu não o conhecia. Os dois se parecem muito, no sentido corpo forte, porem este era moreno escuto e um pouco mais baixo que o que me trouxe, provavelmente era ele que foi o responsável por avisar os pais do Joe.
Assim que Denise me viu ela correu para me abraçar. Não disse nada, eu apenas pude escutar sua respiração pesada, por causa do choro, se fundindo com a minha. Não havia nada para ser tido, já estava tudo explicado apenas em nossos olhares, nós nos entendíamos muito bem, sabemos o que a outra sente, compartilhamos a dor e medo de perder a pessoa que mais amamos.

JOE

Eu só podia estar louco, não havia nada que me fizesse entender o que estava acontecendo, nada que eu já tenha escutado falar poderia explicar esse fenômeno quase que sobrenatural.
Eu posso tocar em tudo, eu sinto tudo, sinto a textura, a temperatura, tudo como sempre senti, nesse ponto nada mudou, mas quando tento mover qualquer coisa, nada se move, é como se os objetos tivessem adquirido um peso incalculável que, nenhum homem, nem o mais forte do mundo, seria capaz de mover. Eu estava completamente impotente, eu não podia pedir ajudar pelo telefone, pois não consegui leva-lo a minha cabeça, eu não podia sair do apartamento, porque, além de não ter a chave, eu não conseguia mover a maçaneta, eu tentei até gritar, mas não surgiu nenhum efeito, e tinha Demi, que não estava aqui comigo. Ela voltaria? Ela sabia eu estava aqui a sua espera? Será que ela me daria às respostas que eu tanto anseio?
As horas estavam passando, e nada mudava. O telefone não parava de tocar, pela bina vi que foram 8 telefonemas de Eddie, 5 de Miley e, incríveis, 10 telefonemas da escola em que Demi trabalha. Com isso comecei a ficar preocupado não só comigo, mas também com ela, pois se eles estavam ligando para cá e porque não estavam com ela, e onde mais ela estaria? As ligações já tinha se sessado fazia mais o menos uma hora, mas minha preocupação não.
Mais uma hora, mais outra e mais outra, a impotência foi tomando conta do meu corpo, cada segundo parecia demorar um século para passar, Demi não dera nenhum sinal de vida, e nem mesmo algo indicava que ela voltaria, para piorar eu ainda não conseguia mover nada e Oliver se mantinha alerta as minhas movimentações, ele não latia, nem mesmo rosnava, mas continuava se esquivando de mim e se assustando a cada movimento meu.
Não estava sendo fácil para eu ficar sentado e esperar que alguma coisa acontecesse que pudesse explicar o que me acontecia.

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Joe só chegou ao hospital às uma da tarde, porem não liberaram visita de imediato, primeiro queriam analisar o estado de saúde dele, para garantir que a viajem não piorou seu estado, que já não lhe era muito favorável. Só aí Demi consegui ligar para a escola, dando a justificativa da sua falta, e foi consolada pela diretora da escola que lhe permitiu licença por tempo indeterminado, depois foi a vez de Miley, que entrou em estado de choque ao receber a notícia, e só não largou o serviço para ir se juntar a amiga nos hospital por causa dos pedidos de Demi para que ela continuasse onde estava e que não se preocupasse em se deslocar para tão longe, por último foi Eddie, Demi sabia que o pai ficaria tão transtornado quanto ela, só que não pelas mesmas razões.
Eddie fechou a oficina antes do horário normal e sem pensar duas vezes, junto a Logan, se dirigiram até o hospital, provavelmente correram a velocidade máxima permitida nas estradas, porque não demoraram tanto quanto se calculava para chegar.
 Assim que chegaram logo foram tentar consolar, tanto Demi quanto os pais de Joe, não tinham muito a falar, a notícia havia sido um baque para eles, Eddie sabia muito bem que um dia isso poderia acontecer e sempre temeu pela filha, mas por algum motivo o fato lhe havia pegado totalmente desprevenido, Logan não falava muito, ele sempre é bem brincalhão e bobalhão, mas tem consciência que aquele momento era sério e que nenhuma de suas brincadeiras seriam bem vindas, fora que ele tampouco estava no clima. Logan havia conhecido Joe antes mesmo de Demi, na verdade foi graças a Logan que eles foram apresentados um ao outro, e sempre que pode ajudou a irmã a se encontrar com ele, quando o pai a proibia, o considerava muito mais que um cunhado, saber que o amigo estava com risco de morrer era muito para ele, e pior, saber que a irmã, que Logan ama mais do que demonstra, iria sofrer muito se algo piorasse, e se não podia ficar pior ainda, Demi estava gravida, aquela criança poderia nascer órfão. As coisas estavam bem ruins.

DEMI

_ Demi você tem que comer filha. – pediu meu pai com a voz baixa. Eu estava sentada na cadeira, não tão confortável do hospital, junto a todos, perto do quarto em que Joe já estava internado.
_ Eu não quero pai. – respondi. A tristeza me impedia de sentir qualquer outra sensação, frio, fome, dor, nada, em mim só havia tristeza.
_ Não vai ajudar muito morrer de fome. – insistiu ele.
_ Se eu comer alguma coisa eu não lhe garanto que ficará em mim. – disse. Meu estomago não parecia com vontade de receber nada e provavelmente rejeitaria caso eu insistisse.
_ Ainda sim, não é só você que precisa ficar saudável, lembra-se da criança. – falou ele, só aí me dei conta, parecia que com toda esta confusão eu fui aos poucos me esquecendo de que não se tratava apenas de mim, havia alguém a mais, que precisava tanto de mim quanto eu podia imaginar, precisava de uma atenção e carinho na qual, agora, eu não podia lhe dar. _ Só tenta. – pediu, me dando a marmita que o hospital oferecera para os visitantes. Assim como eu, Denise também não tocara na comida, ela mal de movia, a respiração estava fraca, piscava pouco, como se a todo o momento estivesse pensando em algo e se mantinha na mesma posição desde que separamos o nosso abraço, sentada curvada para frente, olhando para baixo e com o lenço na mão, para enxugar suas lagrimas.
Peguei a marmita e abri-a, ainda estava quente, não tinha nada demais, arroz, feijão, uma salada de alface e tomate e um pedaço da coxa de frango assado. Empurrei a comida, o máximo que consegui goela a baixo, e no final, apesar do meu esforço, não fora muito, deixou mais da metade, meu pai acabou deixando passar, pois viu que eu tentei comer.

Só depois de três horas da chegada de Joe que o médio veio dar notícias sobre seu estado.
_ Os senhores são os parentes do paciente Joseph Jonas, não é? – perguntou se aproximando.
_ Sim. – respondeu Denise aflita, dando um sinal de vida, se levantando e se pondo a frente do doutor. _ Somos nós mesmos, me diz se ele está bem, ele acordou? Ele está estável? – perguntava desesperada, não se permitindo respirar entre as palavras, e impedindo o medico de dizer alguma coisa. _ Por favor, diga que ele esta melhor. – pediu, juntando as mãos como quem reza. Paul tentando controla-la, a pegou, gentilmente, pelos ombros, e a puxou, cuidadosamente, afastando-a do doutor e se aproximando mais dele. O medico respirou fundo e começou a dizer.
_ Meu nome é Ian, estou cuidando do caso de Joseph. – se apresentou, mesmo sabendo que ninguém ali estava realmente interessado em saber quem ele era, a única coisa que todos queriam era saber sobre o estado de Joe. _ Joseph está em como e o estado dele é grave, porem estável. – disse ele, tomando cuidado para não nos deixar piores do que já estávamos. _ Ele está respirando e se alimentando por aparelhos, ele teve uma costela quebrada, mas não atingiu nenhum órgão. – disse. _ Ele sofreu um traumatismo craniano, ele foi atingido por um tiro na cabeça, e se não fosse o capacete que ele usava teria sido fatal, porem não foi o suficiente para que a bala atingisse seu crânio, apenas amorteceu. – explicou. _ A primeira cirurgia já foi feita, e foi realizada com sucesso, haverá uma nova cirurgia daqui a uma semana. – concluiu.
_ Ele vai acordar? – perguntei. O doutor não respondeu de imediato, talvez ainda não tivesse certeza de nada naquele momento e por isso sua resposta fora vaga.
_ Ele ainda está vivo, não podemos destacar esta possibilidade.
_ Se ele acordar vai ter alguma sequela? – perguntou Denise.
_ Isso nós só saberemos se ele acordar. – respondeu. Não sei se todos perceberam ou se só eu escutei o ‘se ele acordar’, não havia um ‘quando ele acordar’ era apenas um ‘se’ abrindo uma chance de que este ‘se’ se tornasse um ‘nunca’.
_ Não já podemos visita-lo? – perguntou Paul.
_ Eu liberarei um por um, mas eu quero que vocês prometam que não irão toca-lo na intenção de abraça-lo, ou algo que possa fazer um movimento brusco em seu corpo, ele precisa ficar quieto.
_ Nos prometemos. – disse Denise, se soltando das mãos de Paul, que ainda estavam em seus ombros, e tornando a se por a frente do doutro. _ Eu posso ir? – perguntou.
_ Claro. – falou ele gentil. _ Venha comigo.

Esperei pacientemente pela visita de Denise, que deve ter ficado mais de 30 minutos lá dentro, saindo apenas após a chegada de Paul a porta do quarto de Joe, pedindo para que ele o pudesse ver, acredito que caso Paul não tivesse feito isso, Denise estaria lá até agora, não a culpo, tampouco garanto que sairei quando chegar minha vez. Paul foi mais breve, 15 minutos foi o suficiente para que ele saísse, enxugando os olhos, a visão do filho internado com certeza o fez desmontar a pose de homem forte, ele também sofria, sofria tanto quanto eu e Denise.

Assim que fui permitida a entrar no quarto, eu fui a passos receosos, eu queria vê-lo, mas no fundo sentia medo do que eu iria encontrar, tinha medo de não ser forte o suficiente.
Abri a porta do quarto e o vi lá, deitado na cama, com a cabeça enfaixada, com fios para todo lado, um para a respiração, alimentação, soro, sangue, batimentos cardíacos, leitor do funcionamento cerebral... Aproximei-me dele e o toquei no braço. Minhas lagrimas logo brotaram, ele estava ali, era o mesmo homem que eu deixei embarcar naquele avião, porem agora, ele estava imóvel na minha frente, incapaz de se mover, incapaz de respirar ou se alimentar sozinho, tão impotente quanto eu, que queria de qualquer maneira cura-lo, fazê-lo acordar, mas não conseguia nem mesmo parar de chorar.
Eu não sabia se ele podia me escutar, eu não sabia se ele podia me sentir, mas eu torcia para que houvesse uma parte, por menor que fosse, consciente o suficiente para sentir minha presença ao seu lado. Peguei a cadeira do visitante e coloquei o mais próximo da cama possível, coloquei minha mão encima da sua mão e a cariciava enquanto comecei a falar perto de sua orelha.
_ Ei amor...

                CONTINUA...
Cedo ou tarde
A gente vai se encontrar,
Tenho certeza, numa bem melhor.
Sei que quando canto você pode me escutar
                               ♪ Cedo ou tarde – NX0

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Bom gente, tentei escrever este capítulo mais rápido possível, para não lhes deixar sem nada até o próximo domingo, mas espero que mesmo tendo sido feito as pressas vocês gostem.
Agora só volto a postar domingo, mas tentarei o máximo possível postar no sábado, porem só garanto capítulo novo no domingo ou segunda.
Não se esqueçam de comentar/Avaliar.
Bjsss

Silvia: Oi, quanto tempo. Pois é, senti falta da sua fic, mas que bom que você voltou J Fico feliz que tenha gostado dos capítulos. Bjss. 

3 comentários:

  1. Adorei os capitulos. Desculpa o atraso a comentar.
    Posta logo.

    Bjs :)

    P.S - Posso divulgar teu blog?

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  2. OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG

    VOLTEI \O/ =))

    TRISTE , ISSO COM O JOE =/ ELE NÃO VAI MORRER , VAI ??? #NÃOPODE

    POSSSSSTA LOGOOO , BJSS , DA SUA FÃ NUMBER ONE =))

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  3. Selo no meu blog para ti:
    http://historiasdasilvia.blogspot.pt/2013/02/selos.html

    Adorei o capitulo. Muito bom.
    Beijos :)

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