Quinta-feira
É a terceira chamada, na próxima eu sei que ela entrará no
meu quarto, furiosa.
Decido levantar da cama, em alguma hora terei que fazer isso
mesmo, então eu vou adiantar o começo da minha penúria.
Coloco o uniforme da escola, passo a minha base favorita no
rosto, uma sombra leve, para destacar meus olhos claros, lápis de olho, uma
batom, bem vermelho, como eu gosto, eu passo uma escova no meu cabelo loiro, só
para não deixa-lo desgrenhado, mas assim que termino, decido passar uma prancha,
é algo rápido, pois meu cabelo já é liso, só preciso tirar as ondulações que se
formam quando durmo com ele molhado, o que foi o que aconteceu hoje.
Assim que desço para o café da manhã, meu pai me olha e
sorri humorado, ele já sabe o que vem por aí e se diverte com isso.
_ Megan! – minha mãe grita. _ Vá tirar esse batom vermelho
agora.
_ Mãe, me deixa. – viro os olhos e me sento na cadeira para
tomar meu café da manhã.
_ Aron, faça algo. – minha mãe pede.
_ Filha...
_ Pai, não há nada demais, todas as meninas na escola usam.
– digo e meu pai olha para minha mãe, como sempre ele não consegue se impor.
_ Eu já fui muitas vezes na sua escola, Megan, e eu não vejo
nenhuma menina andando feito uma palhaça como você.
_ Eu não pareço uma palhaça. – digo pegando uma torrada e
passando geleia de morango nela. _ Pareço pai? – mordo a torrada.
_ Claro que não, filha.
_ Aron!
_ Mas, sem duvidas se maquiar assim não é apropriado para o
ambiente escolar. – diz, após ser repreendido por minha mãe.
_ Vocês são dois caretas. – reclamo.
_ Eu só quero que você se forme logo. – minha mãe resmunga.
_ Eu também.
_ Então vá tirar essa maquiagem, pelo menos o batom.
_ Isso não vai me atrapalhar nos estudos, mãe.
_ Não me fale isso, pois você viu o que aconteceu ano
passado. – ela se refere ao fato de eu ter repetido o ano no último ano da escola, isso junto ao
fato de já tido tomado uma repetência antes, no 7º Ano, fez com que eu me
tornasse dois anos mais velha que a maior parte das pessoas da minha classe,
portanto sou a mais velha.
_ Ano passado foi ano passado, agora está tudo bem... –
digo.
_ Isso é o que vamos ver.
_ Você é muito pessimista, mãe, se eu repetir o ano
novamente, vai ser por causa do seu agouro.
_ Agora a culpa é minha?
_ Claro que é. – riu.
_ Você sabe que isso é culpa sua. Não sabe? – ela o acusa.
_ Minha? Mas eu não fiz nada! – meu pai se defende.
_ Exatamente, você não deu limites a essa garota, por isso
ela está assim agora.
_ Mas...
_ Sem “mas”, você está no limite para não chegar atrasado ao
trabalho e você, mocinha, vá escovar os dentes e corre para o carro, essa sua
seção de beleza já lhe atrasou. – ela diz. Volto até meu quarto, mas não é para
escovar meus dentes, mas sim para pegar minha mochila e pegar uma bala.
Coloco a bala na boca e desço direto para a garagem.
Assim que entro no carro vejo que minha mãe já está lá.
_ Bala, Megan? De novo? Como você pretende ter dentes aos 30
anos?
_ Mãe, não exagere.
_ Não exagere? Eu aposto que se eu te levar no dentista hoje
ele vai achar um monte de carie.
_ Também não é assim. – ela dá partida no carro.
_ Não é assim? Você precisa ser mais responsável, Megan,
próximo ano você irá para a faculdade, como que eu lhe deixo ir se você não
sabe cuidar nem dos próprios dentes? – ela indaga.
_ Eu sei cuidar dos meus dentes, mas você mesmo disse que eu
estava atrasada, escova-los só iria me atrasar mais.
_ Então, da próxima vez, se maquie menos e escove mais os
dentes. – ela diz.
_ Você é muito chata. – digo e conecto meu celular no rádio
do carro.
_ Você e suas músicas sem nexo...
_ Tem nexo, mãe.
_ Essa, por exemplo, só têm batidas. Qual o nexo disso? –
ela pergunta.
_ Você sente a batida e quer dançar. – eu digo.
_ Pois eu prefiro dançar com uma música romântica, com
letras românticas... – eu aumento o volume da minha música. _ Não precisa
aumentar o volume disso, basta falar que eu entendo. – ela diz.
_ Ok, mãe, pare de falar. – ela faz cara feia, mas se cala.
Durante o percurso vejo-a mexendo, levemente, a cabeça ao
ritmo da música e quando a música troca, eu a vejo balbuciando a letra
completa, mesmo ela tendo reclamado, falando que eu não deveria escutar uma
cantora drogada, pois isso é uma má influencia para mim.
_ Tchau mãe. – digo assim que ela para na porta da minha
escola.
_ Boa aula filha. – ela responde.
Saio do carro e entro na escola.
Hoje as aulas são mais “calmas” tenho uma aula de Espanhol
no 1º horário, um de Artes no 2º, Filosofia no 3º, uma de física no 4º e dois
penosos horários de matemática para terminar.
Após as aulas vou para a lanchonete em que trabalho por meio
período durante a tarde. Trabalho lá como forma de punição a minha repetência
do ano passado. Sei que se formar nesse ano, eu poderei sair dessa espelunca e
isso me atrai mais até que o diploma.
Chego à lanchonete em que trabalho, eu vou até o vestiário
dos funcionários e troco o uniforme da escola pelo do trabalho. Enquanto o uniforme
da escola é confortável o da lanchonete, além de feia, é totalmente
desconfortável.
O ambiente da lanchonete tampouco é agradável, tanto que na
maior parte do tempo esse lugar anda as moscas.
Bruno se aproxima do balcão onde estou. Como sempre, ele
está sorridente.
_ Você ficou sabendo do evento que terá aqui? – ele
pergunta.
_ Que evento? – pergunto já respondendo sua resposta.
_ Sr. Gonzáles está planejando fazer um evento aqui.
_ Sr. Gonzáles sempre está planejando fazer algum evento pra
ver se alguém encara entrar aqui. – digo. _ E isso nunca vai para frente.
_ Desta vez parece que é sério, ele mandou fazer cartazes e
tudo. – ele diz.
_ Bom, nunca chegamos a este estagio mesmo. – pondero. _
Será um evento de quê? – pergunto.
_ Leitura de Poesias. – ele faz careta. _ Eu não entendi
muito bem o que isso significa.
_ Eu tenho quase certeza que Leitura de poesias é
basicamente pessoas lendo poesias. – digo obvia.
_ Ah, eu sei, mas é que parece meio desconfortável vir para
uma lanchonete como essa, com o ar-enfeite-condicionado, para alguém ficar
lendo poesias. – eu acabo rindo com o “ar-enfeite-condicionado”, essa é uma
piada interna que temos por aqui. Estamos no estado mais quente de todo o país,
numa lanchonete fechada, em que as únicas fontes de ar corrente são a chaminé
da cozinha, uma pequena janela nos banheiros (uma no masculino e uma no
feminino), e a porta quando ela está aberta. Claramente que apenas esses
buracos não são suficientes para refrescar o ambiente, então o Sr. Gonzáles,
dono do estabelecimento, comprou de segunda mão um ar-condicionado e ele mesmo
o instalou. Foi um alivio para todos, arrisco-me a dizer que conquistamos
alguns poucos cliente com isso, porém toda essa felicidade durou pouco mais de
um mês, do nada o ar-condicionado não quis mais funcionar, parou, reclamamos,
mas ainda assim não fizeram nada, apenas o deixaram lá, pregado na parede, como
um “belo” enfeite. Para se redimir por não chamar ninguém para vir concertar o
ar-condicionado, Sr. Gonzáles nos deu um ventilador portátil que funciona a
base de pilha. Não é muito útil, mas no desespero...
_ Eu não sei quem é o louco de fazer isso, mas se tiver
algum, ótimo, mais gorjetas. – digo e ele ri concordando.
_ Lara virá hoje. – ele diz. E eu viro os olhos.
_ Babe menos. – digo.
_ Não estou babando. – ele reclama.
_ “Lara virá hoje” – eu o zoo.
_ Nossa, você é chata mesmo em? – eu o mostro a língua. Não
posso dizer que tenho amigos no trabalho. Lara, que costumava trabalhar por
aqui, acredite ou não, por diversão, sempre implicava comigo, nós mais
brigávamos do que trabalhávamos, mas de certa forma nos dávamos bem, eu sei,
parece confuso, mas funcionávamos juntas. Bruno hoje ocupa a posição dela. Ele
não é de brigar, nem de implicar comigo, mas eu implico com ele e muito. Tem
Gloria, e ela é insuportável, não nos damos nada bem, só falo com ela quando
necessário.
_ É meu dom. – digo e ele ri.
_ Você tinha que ter algum, não é? – retruca e eu faço uma
careta.
_ Vou ignorar o que você disse. – digo _ Você deveria falar
com ela. – sugiro e ele olha para mim assustado.
_ Como assim?
_ Ela vai vim pegar a ultima parte do que o Sr. Gonzáles
deve para ela, depois disso, adeus Lara. – digo. _ Pode ser sua ultima
oportunidade de chama-la para sair?
_ Mas... – ele olha para baixo, sem saber o que fazer. _
Você acha que ela vai aceitar? – pergunta por fim. Eu acabo rindo de leve.
Gosto de brincar com ele, não por maldade, é porque ele é
fácil de ser zoado. Mas desta vez eu realmente queria ajuda-lo, pois, no fim de
tudo, ele era a única pessoa que conversava comigo por aqui e ele é legal.
Posso ter um lado do mal, mas não sou de toda ruim.
_ E porque não? Vocês dois se davam tão bem. – dou de
ombros.
_ É por que... Você sabe né? A Lara é a Lara e eu? Eu sou eu. – ele sorri cabisbaixo.
_ Não se diminua assim e muito menos coloque a Lara num
altar. – digo rindo. Tudo bem a garota é linda, olhos verdes, pele perfeita...
Mas poxa, eu já tinha visto meninas melhores, eu por exemplo.
Eu acabo rindo com meu
próprio pensamento.
_ Você me acha bonito? – ele pergunta com um sorriso torto.
Eu começo a devanear, Bruno não é feio, mas sem duvidas não é bonito. Ele tem
um cabelo preto e sedoso muito bonito, e tem olhos castanhos que o deixa com um
quê de inocência e isso é fofo, ele tem um corpo bonito, não é musculoso, mas
tampouco é gordo, porém ele tem um nariz gigantesco, fino e pontudo. Ele também
é extremamente branco, mas por viver quase sempre na praia, sempre está
bronzeado, mas quando eu digo bronzeado, eu não digo aquele bronze bonito, eu
digo algo vermelho alaranjado. Ele é basicamente um Cheetos humano. _ Eu já
entendi. – ele diz cabisbaixo após meu silêncio.
_ Não, não é isso... É porque você não é exatamente o meu
tipo, mas eu acho que você é o da Lara.
_ Sério? – um sorriso largo brota em seu rosto.
_ Sério. – eu digo.
_ Eu poderia convida-la para vir nesse evento que o Sr.
Gonzáles está programando para cá, não é?
_ O de leitura de poesias? – pergunto.
_ É. – ele dá de ombros.
_ Você é louco? – pergunto um pouco indignada.
_ Não é só que... Ah, não sei...
_ Por favor, Bruno, não me diga que você está com medo de
gastar?
_ Não é como se eu ganhasse muito por aqui, e você como
ninguém sabe disso, e a Lara também.
_ Bruno!
_ Megan!
_ Bruno!
_ Megan!
_ Bruno! Se for assim eu retiro o que disse.
_ Megan!
_ Bruno!
_ Mas eu não tenho dinheiro.
_ A Lara pode até não ser como eu, muito... Muito... – tento
achar a palavra adequada.
_ Fútil. – ele completa.
_ Exigente! – eu o corrijo e ele ri. _ Como eu ia dizendo: A
Lara pode até não ser como eu, muito exigente, mas ela vive numa família boa,
ela recebia pouco aqui, mas era por simples diversão, não por necessidade, ela
está acostumada com coisa muito melhor do que você está querendo oferece-la. –
paro de falar quando vejo que ele ficou bem triste.
_ Você acha que pode me ajudar? – pergunta. Normalmente eu
diria que não, mas como fui eu a causar sua tristeza, descido redimir.
_ Como posso te ajudar? – pergunto.
_ Você também não trabalha por necessidade. – ele comenta.
_ Eu sei.
_ Mas sim por castigo.
_ Eu sei. – digo um pouco menos paciente.
_ Você poderia me ajudar a pagar algo melhor...
_ Você só pode estar brincando.
_ Só metade, ou só as suas gorjetas, eu fico te devendo uma.
– ele implora.
_ Não deva nada a ela, pois ela cobra com juros altíssimos e
injustos. – vejo Bruno ficar branco, mesmo por baixo do seu bronzeado
alaranjado.
É Lara.
_ Não te falaram que escutar conversa do outros é errado? –
eu digo, disfarçando e ela se aproxima, abraçando a Bruno, que ainda não reagiu
do susto.
_ Quando se trata de salvar o amigo de pessoas como você. –
ela responde fazendo careta.
_
Toda vez que eu penso que não terei que te ver novamente meu coração palpita de
alegria. – eu digo sorrindo falso.
_
Acredite, o sentimento é reciproco. – ela responde.
_
Quer saber? Eu vou deixar vocês dois conversando sozinhos e vou trabalhar. –
digo.
_
Trabalhar? Não tem ninguém aqui. – ela diz. _ Você vai entrar em alguma rede
social, isso sim.
_
Como você a aguenta? – dirijo-me a Bruno.
_ Ele é legal, você não. – Lara
responde por ele.
_ Tchau para você tá? – digo sem
paciência. _ E você, Bruno, hoje eu saio mais cedo. – digo.
_ Isso quer dizer...
_ Sim, isso mesmo, você é legal.
– digo e vejo que Lara faz careta. _ Não tenho o porquê ser chata com você.
Digo e entro para parte da
cozinha, Glória está por aqui, o que automaticamente deixa o ambiente
carregado, mas finjo que não a vejo e começo a mexer no celular.
O dia não exige muito de mim,
como sempre, poucos clientes parecem, decido sair duas horas mais cedo do que o
normal, já que Bruno irá cobrir esses horários para mim em troca do meu salário
e gorjetas.
Ligo para meu pai, para que ele
me busque e enquanto ele não chega, troco de roupa, apenas tiro a blusa da
lanchonete, já que essa além de apertada e feia, também me espeta.
Quando saio dos banheiros dos
funcionários, para ir embora, passo na frente da lanchonete e lá vejo um
cliente bem incomum, ele está bem vestido, parece ter dinheiro. Ele é bonito,
seu cabelo é loiro, um loiro dourado, incomum, mas lindo.
_ Meu Deus, que homem é esse? –
Bruno escuta.
_ Não é? Como um cara desses veio
parar aqui? – pergunta.
_ Tinha que ser justo na hora que
eu decido sair? – fico injuriada. Bruno ri.
_ Pensa pelo lado positivo, você
não está trabalhando, pode ir falar com ele. – sugere.
_ Deu certo com Lara, não deu? –
pergunto.
_ Sim. – ele sorri. _ Eu ainda
nem acredito.
_ Se eu não tivesse ligado para
meu pai, eu até arriscaria, mas se ele descobrir que eu estou dano em cima de
um cara mais velho...
_ Seu pai é gente boa.
_ E muito, mas ele é bem ciumento
em certos assuntos.
_ Bom, quem sabe ele volta. Aí
você tem sua segunda chance.
_ Se depender do clima e da comida
ele provavelmente não volta não. – digo e Bruno ri.
_ Tchau Bruno. – digo.
_ Tchau Megan. – ele responde.
Vou até a porta, mas faço questão
de mudar a rota, apenas para passar na mesa em que o cliente lindo está
sentado, a me ver ele sorri e posso jurar que ele pisca para mim, seus olhos são
verdes, um verde penetrante. Me seguro para não pirar, como um homem tão lindo assim
pode existir?
Saio e fico na porta esperando
por meu pai. Ainda são 17 horas, mas o céu já está quase todo escuro,
provavelmente vai chover, o que seria bom, já que está muito quente.
Aguardo por quase 5 minutos,
antes de receber o telefonema de meu pai.
_ Pai onde você está? – pergunto
“Filha, onde você e está?” – ele pergunta.
_ Na porta da lanchonete. – digo.
_ Como sempre. – completo.
“Não filha, eu estou na porta da
lanchonete” – ele diz.
Olho de um lado para o outro,
tentando encontrar seu carro, mas não vejo.
_ Pai, eu não estou vendo seu
carro. – digo. _ Você tem certeza que está no lugar certo? – pergunto.
“Eu te busco todos os dias,
Megan, eu sei onde você trabalha!” – ele se exalta.
_ Pai, se você quiser, eu posso
pegar um ônibus. – digo, talvez ele não esteja querendo me buscar e por isso
brinca comigo.
“Filha...” – ele para alguns
segundos.
_ Sim, pai?
“Você realmente está na frente da
lanchonete, não está?” – pergunta, seu tom de voz muda, ele parece preocupado e
isso automaticamente me preocupa.
_ Sim. – respondo, estranhando
sua pergunta.
“Filha. Corra”
_ Oi?
“Corra”
_ Como assim? Correr para onde? –
posso perceber que ele está nervoso, existe uma urgência em sua voz, mas não
sei o porquê dele está agindo assim.
“Tente ir para um lugar seguro e
quando chegar lá, me diga onde é que eu te busco, mas corra”.
_ Não pode ser para dentro da
lanchonete?
“Não, filha, nem para a
lanchonete, nem para nossa casa, vá para outro lugar” – fico sem saber o que
fazer.
_ Pai, o que está acontecendo?
“Corre, filha, corre!” – ele
grita. Eu entro em desespero e começo a correr. Não sei para onde devo correr,
nem o porquê de eu estar correndo, a rua está movimentada e eu acabo trombando
com várias pessoas pelo caminho, mas corro. Corro, pois vejo que meu pai está vendo
algo que eu não consigo ver, algum perigo, não sei dizer o quê e tampouco sei
se quero saber.
Começo correr sem direção, mas
logo vejo que posso ir para escola, não é muito longe daqui, lá tem seguranças
em todas as entradas e câmeras em quase todos os corredores, lá é seguro.
Viro a esquina que liga a rua em
que estou até a entrada lateral da minha escola.
Tropeço. Olho para trás e me
sinto uma idiota ao ver que não há nada no chão e que eu provavelmente tropecei
em meu próprio pé.
_ Ei, quer ajuda? – alguém me
sede a mão para me ajudar a levantar. Quando olho é o mesmo homem que estava na
lanchonete. Como ele chegou aqui tão rápido?
Levanto-me rápido, a adrenalina
da corrida ainda está no meu corpo, porém isso me faz sentir tontura.
_ Você está bem? – ele pergunta.
_ Vi você correndo.
_ Não é nada. Só preciso chegar a
um lugar. – digo. Há alguns minutos atrás eu teria adorado esse cenário, ser
salva por um home tão lindo... É uma situação digna de contos de fadas, mas a
incrível rapidez dele, que a pouco estava comendo tranquilamente no bar, e a
coincidência de ser logo ele a me ajudar, me incomoda, algo estava acontecendo,
meu pai sentiu ou viu isso, e eu sei que ele está certo.
_ Você está fugindo de alguém? –
ele insiste, tendo soltar minha mão da dele, pois a tonteira já passou.
_ Não. – respondo fria. _ Preciso
ir. – insisto e ele me solta.
_ Você não precisa ir a lugar
nenhum. – ele diz olhando-me fixamente com seus lindos e amedrontadores olhos
verdes.
_ Vou sim. – irrito-me e dou um
passo para frete, porém não vou mais além. Volto a sentir tontura.
O que está acontecendo?
_ Ei. – o homem diz. _ Não
precisa ter medo.
Apago.
Acordo.
Não sei onde estou, mas posso
dizer pelo frio que sinto que não estou em casa.
Não me levanto, mas olho para o
lado e aí vejo que não estou sozinha.
Continua
Oi
gente, capítulo postado, espero que vocês tenham gostado. Sei que eu deveria
ter postado ontem, mas me confundi com as datas.
Comentem
o que acharam, isso é muito importante para mim.
Obrigada.
Menina do céu você quer me matar logo no primeiro capítulo, o que foi isso amei amei amei confesso que fiquei perdida com esse final mas meu deus q capítulo!bjs
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