_
Porque você acha isso? – tento disfarçar, prometi a Demetria esperar, não posso
fazer isso com ela.
_
Minha mãe disse que meu pai sofreu um acidente e por isso não podia me ver, e
você sofreu um acidente e ficou em coma, e você agora chega me fazendo
perguntas... – Jonathan é esperto e já tinha ligado os pontos, eu poderia
mentir para ele, tentar falar que era pura coincidência, mas isso poderia
prejudicar nosso relacionamento no futuro, não poderia? _ E o Nicholas é seu
irmão, faria mais sentido do porque ele ter me adotado.
_
Para você está tudo bem? – pergunto, não quero que ele fique bravo nem comigo,
nem com Demi ou Nick. Ele balança os ombros.
_
Acho que sim. – eu não sei o que dizer, ele parece não se importar, o que
parece bem estranho para mim, ele acabou de descobrir a verdade sobre seu pai e
ele está tranquilo? Será que ele já desconfiava?
_
Se você pudesse não falar nada com sua mãe, só por hoje, ela... Ela não queria
que você soubesse assim... – peço.
_
Tudo bem, o jantar já passou mesmo, não é como se eu fosse conversar com ela.
_
Já é muito tarde? – pergunto.
_
Já é quase uma da manhã. – responde.
_
E você está acordado numa hora dessas por quê?
_
Não estou come muito sono. – dá de ombros.
_
Sua mãe não lhe disse que eu queria falar com você, não é?
_
Não. – ele assume.
_
Então você mentiu para mim?
_
Você também mentiu sobre o além. – ele me acusa, mas depois se recompõe. _ Mas
você queria falar comigo, não queria? – pergunta.
_
Sim. – digo.
_
Então no fim eu só te ajudei.
_
Você me quer ter como pai? – pergunto.
_
Você parece legal. – Jonathan diz. _ Mas eu gosto do Nicholas. – eu entendo o
que ele quer dizer, eu poderei me aproximar dele, mas está bem claro que
Nicholas sempre será seu pai.
_
Eu não pretendo lhe afastar dele. – eu digo. _ Nem de sua mãe.
_
Mesmo se a Denise pedir? – ele pergunta e eu não entendo.
_
Como assim?
_
Se a sua mãe pedir para que você pegue minha guarda, você vai negar?
_
Você conhece minha mãe?
_
Mais o menos, eu já a vi uma vez... – ele diz.
_
No enterro do vovô.
_
Você foi?
_
Sim, meu pai, quer dizer... Meu...
_
Pode continuar a chama-lo de pai, tudo bem. – eu digo, não posso exigir que ele
mude o seu habito de um dia para o outro, por mais que eu queria que ele um dia
seja capaz de me chamar de pai.
_
Meu pai me levou. – ele diz.
_
E porque você acha que minha mãe iria querer sua guarda?
_
Porque ela já quis antes?
_
Como assim?
_
Sei lá, sua mãe é louca. – a maneira em que ele fala lembra o lado cômico de
Demi, se eu não tivesse tão chocado com o que ele me disse, eu teria rido.
_
O Nicholas e sua mãe, eles tem algo? – pergunto.
_
Eles não dormem mais juntos, então acho que não.
_
Não dormem mais? Então eles já dormiram juntos? – pergunto e sinto medo da
resposta.
_
Sim.
Eu
não consigo dormir direito, fico pensando que estou vivendo em uma
montanha-russa, uma hora sinto-me traído por Demetria, depois me sinto traído
por minha mãe, e agora volto a me sentir traído por Demetria, cochilo de leve
de vez em quando, mas passo a maior parte da noite acordado.
Sinto
o efeito disso de manhã, quando vejo já são 8 da manhã, levanto-me depressa,
vou até a cozinha e encontro Demetria começando a tirar a mesa do café-da-manhã.
_
Cadê o garoto? – pergunto.
_
Bom dia também. – ela diz.
_
Cadê o garoto? – ela para e me olha desconfiada.
_
Foi para a escola. – responde.
_
Que história é essa que minha mãe queria a guarda dele?
_
Ah. – ela relaxa. _ Logo após a morte do seu pai ela pediu a guarda dele.
_
Você disse que ela nunca teve interesse nele.
_
E nunca teve mesmo, ela entrou na justiça com um pedido de guarda, com isso
conseguiu meu telefone e eu fui obrigada a voltar para aquela cidade, junto a
Nicholas e Jonathan, e para quê? Para nada! Ela nem mesmo compareceu perante o
conciliador. Mas meu telefone? Esse aí ela compareceu direitinho. – ela diz.
_
E porque você não me falou essa parte? Porque eu devo confiar nisso agora?
_
Pergunta para ela, ou pergunta para o Nicholas...
_
Para o Nicholas, seu amante?
_
Joseph, serio?
_
Ele disse que vocês dormiam juntos. – digo.
_
Como assim “ele disse”? – arrepio-me ao perceber a mudança em sua voz e
postura. Pronta para atacar. _ Quem te disse tudo isso? Não foi sua mãe? – ela pergunta,
dando-me a chance de concertar tudo isso, mas eu não arredo o pé, desta vez eu
quero a verdade, não importa o quanto doa.
_
Foi ele, Jonathan me disse.
_
Você contou para ele?
_
Ele já sabia, eu não precisei dizer nada.
_
EU TE PEDI APENAS UM DIA JOSEPH, um dia!
_
Ele apareceu de noite no meu quarto, eu não ia falar, não era minha intensão...
_
Você não podia ter feito isso. – ela grita, posso ver que ela está desesperada.
_
Ele ficou bem. – digo para acalma-la.
_
Não Joseph, você não o conhece, ele estava estranho hoje cedo, eu pensei que
era por causa das provas, mas não... Eu não acredito nisso!
_
Ele ficou bem, ele aceitou bem, eu juro!
_
Eu já disse que você não o conhece! Você
não sabe o que é Jonathan bem e Jonathan mal! Você não sabe de nada Joseph!
Nada! – tremo de medo, eu nunca, nunca vi nem mesmo imaginei ver Demetria
tão nervosa e gritando tão alto.
Eu
fico sem saber o que fazer, eu quero contesta-la, mostrando que sei sim, mas eu
na verdade não sei, fora que ao vê-la daquele jeito, raivosa, vermelha de
raiva, sinto que se eu respirar um pouco mais alto eu ganharei um soco na cara.
Demetria
se apoia na mesa, respira fundo, tenta se acalmar.
_
Não foi por mal. – digo ao ver que ela começa a retomar seu controle. _ Eu vim na
esperança de poder recomeçar com você e eu sei que até então eu não tenho feito
por merecer, mas eu tinha essa esperança, mas para isso eu preciso saber. Quem
você ama? – Demi suspira e olha para mim, vejo que ela vai responder, mas antes
o telefone toca. Ela hesita, e decide atender a chamada.
Ela
me deixa sozinho na cozinha e vai até a sala pegar o telefone.
_
Alo? – escuto ela atender. _ O que? – sinto a urgência em sua voz, alguma coisa
ruim aconteceu.
Continua
Babii: Denise realmente surpreende cada dia mais. Muito obrigada por comentar ;)
Marina: Muito obrigada por avisar ;)
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