sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

18. Segunda-feira de segunda - Não Existem Poesias

O domingo de Demi, poderia ter facilmente ficado no primeiro lugar de piores dias da sua vida. Mesmo Camila tendo passado parte da tarde com ela em sua casa, tentando diverti-la, mesmo as risadas sinceras, pareciam falsas. Mas nada, nada, poderia superar sua segunda-feira.

Demi acordou cedo, ela estava ansiosa, ela mais que nunca queria lançar seu livro, assim, ela poderia finalmente voltar para sua casa, na sua cidade, junto a seus parentes, longe de qualquer chateação.
Ela se arrumou vagarosamente, tomando um longo banho, penteou seu cabelo sem pressa, escolheu sua roupa com calma, tentando parecer matura, mas sem ficar com jeito de velha, ou parecer brega. Acabou optando por vestir um vestido cinturado, que ia até um dedo acima do joelho e um terminho preto por cima, salto baixo, e um colar simples de uma pedrinha de bijouteria em formato de coração, de maquiagem apenas  um batom claro e uma base de leve.
Saindo mais cedo, evitando chegar atrasada, graças imprevistos, como da última vez. Antes de entrar no elevador, Demi dá uma rápida parada frente a porta de Joe, ela não bate, nem fica por muito tempo, apenas a olha, pensando nele, tentando se convencer de que fez o melhor para ela. Ela não poderia continuar em um relacionamento em que não exista confiança, não era saudável, não era divertido, não era certo, e por mais que ela gostasse de Joe e o quisesse de volta, ela tinha que se manter firme, ela não viera para cá para namorar e sim para lançar seu livro, e era isso que faria.

O prédio da editora ficava no centro da cidade, o acesso era fácil, foi preciso apenas um ônibus para que ela chegasse a seu destino. Ao entrar percebeu que não precisava ter se preocupado tanto com a aparência. Ela sabia que esta era uma editora conhecida por focar-se aos jovens, e eles levam isso bem a sério. Todos ali vestem roupas despojadas, nada de terno e gravata ou saia de secretaria, os tênis eram Converse, Vans e algumas mulheres usavam rasteirinhas, nada de salto, as roupas eram coloridas, emblemas de bandas e filmes eram encontrados em várias camisas de funcionários de lá, calças jeans estilosas, rasgadas e de cores fortes andavam de lá para cá, deixando Demi ainda mais nervosa. Era obvio que ela estava descolada ali. Apesar de ainda estar sentido um pouco de frio, Demi tira seu casaco, ficando apenas com o vestido, o que a deixa com o visual um pouco menos sério.
_ Posso ajuda-la?  - pergunta uma garota simpática. Ela parecia ter a idade de Demi, e usava óculos.
_ Sim. Eu tenho uma entrevista com o editor George. - responde.
A garota pega seu ipad e parece mexer sem muita pressa.
_ Demetria Lovato, correto? - pergunta.
_ Sim. - confirma.
_ No segundo andar, primeira direita, George estará te esperando. - sorri.
_ Obrigada. - agradece Demi e logo após se dirige ao elevador.
Ao chegar ao segundo andar, percebe que é um lugar brm espaçoso e vazio. Penas um sofá e uma mesa secretaria de secretaria, depois uma grande porta e tem o nome de George escrito.
_ Lovato,  correto?  - pergunta outra secretaria, esta com idade mais avançada.
_ Sim. - confirma Demi.
_ Por favor,  me acompanhe. - diz se dirigindo a porta de George. _ Boa sorte. - diz, ao abrir a porta, dando espaço para Demi entrar. Demi sorri agradecendo.

_ Lovato. - a comprimenta alegremente o que ela acredita ser George. Na sala ainda havia outras três pessoas, dois homens e uma mulher.
George é um homem de meia idade, porém muito charmoso.
_ Este. - diz apontando para um dos homens que estava sentado em um pufe,  mas se levantou para cumprimenta-la. _ É Antony. - diz George.
_ Olá.
_ Olá. - Antony é um homem negro  alto e forte, totalmente careca, parece ser sério, mas assim que abre um sorriso para Demi, ela relaxa um pouco.
_ Esta é Debora. - diz e Debora, que não é muito mais alta que Demi, a abraça forte e sorridente.
_ Este é Louis. - diz, apontando para um homem, que parece mais velho, tem uma grande entrada de careca e a maior parte de seu cabelo é branco.
_ Perdão por não me levantar, estou com a coluna doendo. - se desculpa.
_ Sem problemas. - diz Demi.
_ E finalmente, este é Gabriel. - apresenta. Gabriel é um cara jovem. Provavelmente o mais jovem de todos naquela sala, talvez até mais jovem que Demi.
_ Olá. - a cumprimenta com um aperto de mão.

Acabado os cumprimentos, Demi se junta a eles nos pufes espalhados pela sala s  George.
_ Demi, todos aqui leram, ou pelo menos passaram o olho. - riem. _ pelo arquivo com seu livro, que nos foi enviado pelo ilustríssimo ilustrador Sam. Aqui, diferente de algumas editoras, gostamos de ter várias mentes diferentes avaliando os livros que chegam em nossas mãos. Todos aqui já temos nossas críticas, porém não sabemos uns as dos outros, descobriremos aqui, junto a você, mas antes, gostaríamos de ouvir a história de você. Porque você a escreveu, porque cada personagem ser do jeito que é, porque tal história, venda este livro para nós, nos convença que este livro pode ser o livro do ano. - diz George. O coração de Demi dispara. Ela sabe o que dizer, mas seria seu discurso bom o suficiente para convencê-los, caso não tenham gostado do livro?
Demi começa pela razão que começou a escrever o livro, explicando de onde se inspirou com os personagens principais. Depois começou a explicar o porquê ela acreditava que se tratava de um bom livro. Todos a escutaram sem objeções, apenas ela falou por minutos a fio. E quando finalmente acabou, foi cercada por um silêncio que a deixou desesperada.
_ Demi. - começa Antony. _ Sem dúvidas é uma história inspiradora, me surpreende que uma pessoa tão jovem tenha escrito algo que nos faz pensar tanto sobre o presente e o futuro. Mas eu não sei se sou o único a pensar assim, mas apesar de linda, não é uma história que atraía muitas pessoas, somente a um grupo muito seleto, não sei se valeria a pena o investimento. - naquele momento o mundo de Demi foi ao chão.
_ Concordo. - começou Debora. _ pelo menos em parte. Acho que não é uma história muito procurada pelos jovens de hoje, mas com a propaganda apropriada poderia atrair alguns leitores e com certeza seriam surpreendidos pela qualidade da escrita e poderíamos fazer esse nicho crescer, precisamos de algo novo, os livros de sucesso ultimamente tem tido uma base muito parecida, precisamos urgentemente de algo novo.
_ Infelizmente a juventude de hoje não esta a procura de reflexão em uma história, mas sim super poderes e bombas, poderíamos tentar vender aos mais velhos, mas não sei... Velhos não são um grupo de leitores muito lucrativo, são muito, mas se limitam muito ao livro, não são de ir em entrevistas ou coletivas, nem comprar produtos extras... - diz George e tudo o que Demi quer é pular da janela.
_ Discordo. - diz Gabriel. _ Acho que é um livro promissor. Pode ser um daqueles livros que subestimamos, mas que no fim se mostra campeão de vendas.
_ E você vê este livro como campeão de vendas? - questiona Antony.
_ Sim, e também o vejo como um livro adaptável para filme. Sério daria um ótimo filme.
_ Sem duvidas Gabriel tem razão, é um livro que daria um ótimo filme, mas a propaganda envolvida para conseguir fazer com que esse livro seja vendido em quantidade suficiente para que algum diretor queira adapta-lo. - diz Louis. Demi se sente encolhendo naquele pufe, cada vez ficando menor e menor. Eles falavam como se ela nem estivesse aqui, toda aquela magia do começo tinha se quebrado.
_ Por acaso temos uma decisão? - pergunta George.
_ Por mim é um sim. - diz Gabriel.
_ Por mim não. - diz Antony.
_Por mim é um sim, com ressalvas. - diz Louis.
_ Debora?
_ sim. - diz. Demi sorri, talvez ainda tenha uma esperança.
George a fita sem expressão.
_ Bom. Peço perdão, mas para mim é um não.
_ São três sim e dois não. - diz Louis.
_ Mas o seu sim foi com ressalva. - contrapõe Antony. Todos olham para George.
_ Temo que tenhamos que dizer não, pelo menos por enquanto, podemos enviar o livro a outro departamento, talvez juntando os votos saía um resultado melhor.
_ Não acho que outros departamentos aceitariam esta história. - diz Debora._ Você sabe como eles são rigidos. É melhor resolvermos isso agora.
Todos olham para Demi.

_ Alguém disposto a investir nesta história?
_ Sozinho, um tiro no escuro?
_ Se não chegamos a um acordo em conjunto, creio que separarmos seria o melhor a se fazer.
Todos se calam.
_ Ninguém? - insiste. _ Gabriel?
_ Não sozinho. - diz. _ Se alguém aceitar se juntar a mim...
_ Alguém? - pergunta George, porém ninguém se manifesta. É isso, o livro de Demi não será lançado, e a razão é simples, ninguém realmente pagaria para lê-lo.

                            Continua

Ei galera, postando do celular, porque to sem notebook de novo?  (Alguém quer me dar um de presente? ). Bom feliz natal para todos. Mais capitulo mais tarde.

3 comentários:

  1. Aff q povo ruim :( ja ta sem joe e agora o livro n vai ser publicado, q bad. Posta logo logo bjs

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  2. Cadê o próximo?? Ta devendo 2 capítulos já ein, to no aguardo kkkk

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  3. Tomara que a Dem consiga meu.
    E que ela perdoe o Joe e rápido.

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