Joe novamente desceu ao pescoço de Demi, e lá
depositou alguns beijos e deu pequenas mordidas, Demi não sabia se Joe tinha
consciência do que estava fazendo, como aquele moço todo tímido poderia fazê-la
se arrepiar assim? Talvez fosse a bebida. Quem sabe o álcool liberta um Joe que nem mesmo Joseph sabe
que há dentro de si?
Aos poucos Joe para com as caricias e Demi já se
prepara para o que pode vir, mas tudo o que ela sente é o corpo de Joe ficando
cada vez mais pesado encima de si.
Demi demorou um tempo para aceitar o que tinha
acabado de acontecer. Joe, após deixa-la excitada, havia dormido, encima dela.
Demi custou para conseguir tira-lo de cima e
levantar-se, mesmo não tendo sido muito delicada ao movê-lo, Joe não havia dado
nenhum sinal de que iria acordar, Demi até desconfiava que ele estava começando
a roncar.
Ótimo.
Bom, nesta noite não teria mais Joe, disso Demi já
tinha certeza, frustrante, extremamente frustrante, tudo bem que não era algo
que ela esperava, principalmente sendo uma iniciativa de Joe, mas ela queria,
ela queria e muito, ela nem mesmo sabia disso, mas queria, ela precisou que a
chama fosse acendida para perceber que ela o desejava e muito. Poderia até ser
carência, como Camila havia dito, mas se fosse o caso, Demi então seria egoísta
e continuaria a usa-lo, não seria para sempre, não é? Ela, se tudo sair como planejado,
logo voltaria para sua cidade e assim, ela não mais o usaria, ela o deixaria
livre para viver, longe de seu egoísmo.
Pela primeira vez, desde que chegara a Califórnia,
Demi agradecia por seu apartamento ser pequeno, Joe poderia ser magro, mas era
pesado, e ainda que não fosse, Demi não é uma pessoa muito forte fisicamente,
qualquer coisa que ultrapasse oito quilos, para ela já não é carregável.
Ainda assim, com muito esforço, Demi, arrastou,
literalmente, Joe até seu quarto. Ela poderia tê-lo deixado na sala, arrasta-lo
para o sofá e deixá-lo por lá, porém além do sofá ser minúsculo para Joe, não
parecia justo deixá-lo lá. A cama de Demi era grande o suficiente para os dois.
Para deixa-lo mais confortável, Demi tirou seu sapato
e meias, com muita dificuldade tirou sua blusa, também visando o conforto dele,
quando chegou à calça, Demi entrou num dilema consigo mesmo, graças a “reforma”
no armário dele, feito por ela e Camila, as calças que Joe vinha usando estavam
mais justas, mas será que ela deveria tira-la?
Durante a noite Demi não sabia como agir.
Bom, Joe havia se declarado a ela e ela também havia
se declarado a ele. Então, pelos menos teoricamente, eles estavam namorando,
não é? Concluindo, qual seria o problema de chegar mais perto dele, dormir em
seus braços?
Porém, quando Joe se declarou ele estava bêbado, e provavelmente,
quando acordar, ele não terá a mínima ideia do que aconteceu. Se ele acordasse
com Demi dormindo de maneira tão intima com ele, ele poderia achar estranho, se
assustar, tornar a se afastar...
Bom, talvez fosse melhor apenas ficar no seu canto.
Pelo menos até saber o que ele realmente queria.
Joe acordou com uma baita dor de cabeça, ele não
sabia quanto tempo tinha dormido, mas ainda se sentia cansado. Assim que abriu
os olhos se assustou.
Ele conhecia aquele quarto, mas não era o dele, e
assim que olhou para o lado, Joe se assustou mais ainda, ele conhecia aquela
pessoa. É Demi, dormindo profundamente.
Não foi necessário muito esforço para que os flashes
de memória começassem a aparecer. Eram pequenas lembranças, que não diziam
muito para ele, mas duas em questão chamou sua atenção: eles haviam se beijado.
Se beijado de verdade, com vontade e bom, um beijo tão beijo não poderia ter acabado em outra coisa...
Não é possível - pensou Joe.
Ele queria ter este momento com Demi, e ele estava
parte feliz, porque eles tiveram, mas ele queria lembrar-se do que aconteceu,
ele não queria que sua primeira vez tivesse sido completamente apagada de sua
mente.
Ah Joe, porque você bebeu tanto?
– Bom dia. - Joe escutou uma voz sussurrar. Era Demi.
– Bom dia. - respondeu ele, sem muita coragem de
olha-la nos olhos.
– Ei. - ela
tocou o queixo dele e fez uma leve pressão para que ele se virasse para ela.
Demi sorria, ela não é estava mais brava nem mesmo chateada, talvez tenha sido
melhor assim, primeiro os dois deveriam esclarecer tudo, e se possível, com
ambas as partes sóbrias. – Está tudo bem? - perguntou, Demi falava bem baixo,
já tinha passado por ressacas e sabe que a cabeça de Joe poderia estar a ponto
de "explodir".
– Sim. - Respondeu, mesmo não sendo total verdade.
– Alguma dor? - perguntou, se especificando.
Dor no coração por ser incapaz de lembrar a noite
linda que tivemos.
– Minha cabeça. - fez careta. Demi riu.
– Vou te dar um remédio que vai te ajudar. Se você
quiser tomar banho... É bom para dar uma acordada. - sorriu e se levantou.
– Demi. - Joe se levantou, mas apenas para se sentar
na cama. – que horas são? - perguntou. Demi pega seu celular na cadeira bamba
de madeira, que fazia o papel de seu criado mudo.
– Onze e quarenta.
– O que? - Joe se levanta em um pulo, no final não
precisaria de um banho para acordar, mas logo foi obrigado a sentar-se
novamente, fazendo uma careta, no final, o remédio ainda seria bem vindo.
– Você... Tinha que ir trabalhar, não é? - perguntou sem jeito, só se lembrando agora
de que ainda era sexta-feira.
– Sim. - Joe nem sabia como assimilar seu erro. Logo
ele que já tinha quase dispensado o despertador, pois sempre acordava antes
dele tocar, e hoje, pela primeira vez em sua carreira profissional, ele não só
havia acordado tarde, ele simplesmente tinha perdido todo o turno da manhã de
aulas e pior, não tinha avisado ao diretor.
Joe estava ferrado.
– Vai ser muito ruim para você?
– Eu tinha varias aulas hoje. Perdi todas do turno da
manhã.
– Será que você não pode falar com o diretor? –
sugeriu, mesmo sabendo que no mundo real isso não funciona.
– Agora? Acho que não vai adiantar muito... Afinal, o
que eu vou dizer? Que fiquei bêbado? Que tipo de desculpa é essa?
– Você não precisa dizer a verdade. - Joe suspirou
frustrado.
– Ainda não entendo como fui perder a hora assim. -
disse com a mão na testa.
– Bom, foi uma longa noite. - disse Demi.
Claro, pensou Joe, uma longa noite da qual ele não se
lembrava de nada.
– Pois é, foi uma noite... Longa. - não sabia o que
dizer. Será que já tinha passado muito tempo para ele perguntar a ela se ela
havia gostado? Será que ele já havia perguntado isso para ela? Será que ele fez
algo errado? Afinal de contas ele nunca tinha transado antes, a probabilidade
de algo ter dado errado, era bem grande.
– Eu posso te ajudar a arrumar uma desculpa para seu
chefe. – sugeriu Demi.
– Não sei... Talvez eu deva encarar seja lá o que
vira para mim hoje à tarde. – respondeu.
– Você sabe o que faz. – concluiu Demi.
O clima estava estranho, ambos não sabiam como entrar
no assunto, e isso parecia um absurdo, afinal, na noite anterior eles não foram
nem um pouco tímidos.
– Joe. – começou Demi. – Sobre ontem...
– Demi. – interrompeu. – Eu... – travou. Como falar
que ele não se lembrava do que havia acontecido?
– Você se arrependeu? – perguntou Demi, já com medo
da resposta.
– Não é que eu me arrependi... – Joe tentou se
explicar. De certa maneira ele havia se arrependido, ele não queria que
acontecesse assim, com ele bêbado... Mas... Bom, não tinha um mas, Joe estava arrependido.
– Isso
quer dizer que... – Demi estava triste, porque ele tinha falado tudo aquilo se
ele não queria? Porque ele tinha se entregado tanto a ela, se não tinha
intenções de ficar? – Que vai ficar por isso mesmo? – Joe mirou a ela, sem
saber o que falar. Que tipo de homem ele seria se falasse que “sim, isto é tudo”?
– Acho que... – suspirou. – Não sei...
Continua
Ei, não me matem, daqui a pouco posto o próximo capítulo.
Sei que muitos aí não vão gostar do capítulo como ficou, mas garanto que
tenho minhas razões.
No próximo capítulo eu respondo aos comentários ;)