Eu não sabia onde que Joe estava com a cabeça ao
crer que Juan poderia nos trazer alguma novidade. Na verdade eu não sabia onde eu estava com a cabeça ao crer no Joe
crendo que Juan poderia nos trazer alguma novidade.
Não, eu não
estou sendo chata, tenho minhas razões para crer que havia me metido em uma
grande roubada.
O lugar era
abafado e cheirava a cerveja barata, ainda assim estava cheio, pior, as únicas
mulheres que havia ali, além de mim, eram três garçonetes, que pareciam tão
irritadas, que senti medo até de chegar perto... Bom, na verdade tinha outras
mulheres por ali, todas totalmente tontas de bêbada, um delas caída, quando eu
digo caída, eu falo largada no chão, totalmente desajeitada; outra estava
encima de uma mesa ameaçando fazer strip-tease. Concluindo, a única mulher que
não estava nem bêbada nem estressada ali, era eu. Pensando bem, a única mulher
que não estava bêbada ali, era eu.
Joe havia me
tirado de casa as oito de quarenta da noite para me trazer a um bairro
desconhecido, mas que não me parecia nem um pouco seguro, e não sem antes me
fazer ter uma discussão com Lara no telefone, exigindo que ela proibisse que os
seguranças fossem comigo e que não me seguissem. Se eu soubesse que era pra cá
que ele estava me trazendo, eu teria feito era o contrario, eu teria exigido a
presença daqueles malas. Os olhares que estava recebendo de alguns homens eram aterrorizantes,
nunca me senti tão assustada, era como se a qualquer momento eles fossem me
atacar.
Encontramos
Juan no balcão do bar e ele estava praticamente irreconhecível. Ele parecia bem
mais velho, tinha barba por fazer, os dentes estavam amarelados, duas entradas
de careca em sua cabeça, ele, que sempre, no trabalho, vestia um terno feito sobre
medida, agora estava com uma blusa de manga comprida xadrez toda remendada e um
calça jeans com a aparência de ser muito velha, fora que por ser de lavagem
clara evidenciava algumas manchas não muito bonitas.
_ Pequena
Lovato. – sorriu. Quando ele trabalhava como motorista da família, ele
costumava chamar a mim e a meus irmãos de Pequena/Pequeno Lovato. _ Você então
é Joseph, o qual me ligou? – Joe confirmou com uma aceno de cabeça.
_ Tem como a
gente sair daqui? – perguntei sendo direta, eu não suportaria ficar ali por
muito mais tempo. Juan pareceu parar para pensar um pouco, logo pegou um copo que
estava a sua frente no balcão, cheio do que para mim era cerveja, e bebeu tudo
em apenas um gole. ELE ESTÁ BEBENDO! COMO
QUE VOU LEVAR ELE A SÉRIO?
_ Vamos lá fora. –falou. _ É mais fresco. – fresco? Ele tem consciência
que está 12 graus lá fora?
Tá, melhor o
frio que ficar aqui sobre o olhar desses homens nojentos.
Do lado de
fora tinha uma mesa de madeira, sentamos nos bancos, Joe do meu lado e Juan a
minha frente.
_ Desculpa
estar desse jeito, estava fazendo uns serviços, não tive oportunidade de ir a
minha casa me trocar. – falou. Não atrevi-me a perguntar que serviços ele
estava fazendo para se vestir dessa maneira, era obvio que ele não era mais
motorista, e, no fundo, achei melhor não mencionar isso. _ Mas é bom. – ele sem
duvidas tinha bebido bastante, porém falava lucidamente, na verdade ele parecia
estar bem lucido. Vai saber como... _ Já faz um tempo que queria falar com você,
Pequena Lovato, mas tive medo que você não quisesse me receber. Mas como foi
você que me procurou... Melhor não perder muito tempo. – sorriu fraco, ele
parecia estar ficando um pouco apreensivo.
_ Você disse
que tinha algumas coisas para falar... – incentivou Joe, ao ver que ele parou.
_ Sobre Eddie...
_ É, tenho. –
pausou. _ Bom, eu trabalhei um bom tempo com ele. E quando aconteceu o acidente
eu fiquei muito irritado, mas eu nunca o odiei, ele foi um muito bom patrão
comigo, me ajudou muito todas as vezes que precisei. – pude perceber que ele
perdera um pouco do sotaque hispânico, sotaque no qual eu amava quando menor,
sempre ficava tentando imita-lo, mas claro que não saia nada com nada. _ Mas
Eddie, o que tem de bom, tem de azarento. – tentou rir, mas quando viu que nem
eu nem Joe o acompanhamos, parou. _ Já o vi, por varias vezes, preocupado por
alguém o ter apunhalado pelas costas. E quando eu digo isso, não falo só por
funcionários ou outros banqueiros, sócios. Na verdade, esses que deveriam ser
os “temidos” foram os que menos traíram seu pai. Amigos, ou pelo menos os que
se diziam ser amigo sempre foram os piores.
_ O que você
quer dizer com isso? Você acha que quem matou Eddie pode ter sido alguém que
ele achava ser um amigo? – perguntou Joe.
_ Claro. –
disse. _ Naquele velório dele lá. – disse olhando diretamente para mim. _ A
maior parte dos que estavam ali já o traíram de alguma forma. Eddie era rodeado
de falsos, quanto mais de perto você olhar, maior sua chance de encontrar o
assassino dele. – disse firme.
_ E você tem
nomes? Os que você acha que seriam capazes de algo assim? – Juan riu como se
Joe lhe tivesse feito uma pergunta idiota.
_ Todos
aqueles que um dia frequentaram a casa dele e desapareceram por não declarada
razão.
_ Mas você
acha que essas pessoas seriam capazes de matar meu pai? Eles já o tinham
traído, não precisavam mais fazer algo assim. – indaguei.
_ Ah Pequena Lovato. – disse como se
estivesse com pena de mim. _ Você não faz ideia de quanta maldade às pessoas
são capazes de fazer. Muitos deles temiam seu pai, pois sabiam que se ele
abrisse a boca poderiam ser presos ou até perder tudo o que tem.
_Mas meu pai
nunca faria isso, tanto que ele não o fez.
_ Se existe
uma coisa aterrorizante, é a paranoia. Quando você faz uma coisa muito ruim, você
não fica com medo de descobrirem? – perguntou. Claro que sim, no momento eu
estou sobre essa pressão, para falar a verdade, quase todo mundo já sabia ou
pelo menos desconfiava sobre meu envolvimento com Joe, menos Logan, e a cada
dia eu pisava em ovos, temendo que alguém abrisse a boca ou que eu deixasse
escapar algo sem querer.
_ Sim, mas eu
não mataria alguém por isso. – respondi.
_ Talvez seus
erros não sejam tão grandes. – contrapôs.
_ Quando você
diz erros o que você quiser? –
perguntou Joe.
_ Roubos,
grandes roubos. Pessoas usavam da bondade do seu pai para engana-lo, seu pai
muitas vezes teve o nome relacionado em coisas sujas, pois pessoas os
colocavam. Seu pai quase já foi preso. – disse me fitando. _ ele nunca falou
isso, mas ele já esteve prestes a ir para cadeia por causa de um amigo que o envolveu em um esquema de
lavagem de dinheiro... Olhe com o advogado do seu pai, ele vai saber informar
melhor que eu.
_ O Harry. –
falei. _ ele não informou nada no dia da leitura do testamento.
_ Ele não iria
mencionar se não tivesse um motivo muito bom. – disse Joe. _ Você acha que
consegue falar com ele?
_ Sim, eu
ligarei para ele amanhã. – confirmei.
Fiquei
tentando assimilar as coisas aos poucos, e todos nós ficamos em silêncio por um
tempo, era como se todos estivessem pensando sobre isso.
_ Se eu fosse
você investigava a todos, até mesmo os que ficaram por perto. – por um lado,
Juan fazia todo o sentido, mas no fundo parecia paranoico demais. Como que tudo
isso poderia estar acontecendo com meu pai, bem ao meu lado, e eu simplesmente
nem mesmo desconfiar? _ Não poupe ninguém.
_ O que você
acha dos familiares? Estávamos suspeitando de Linda. – perguntou Joe.
_ Senhora
Devonne? – perguntou surpreso. _ Bom, ela definitivamente é uma suspeita.
Pensava em outras pessoas, mas Linda é uma pessoa em potencial.
_ Eu acho isso
um exagero. – resolvi opinar. _ minha avó não faria isso. Eu sei que ela odiava
meu pai, mas ela não faria isso.
_ Se eu fosse
você não a defendia tanto assim não. Ela te odeia também. – disse e me atingiu
em cheio. Joe olhou-me esperando pela minha reação, mas eu não fiz nada, não
havia nada a se fazer, era a verdade. _ Me desculpe. – falou. _ Eu falei sem
pensar.
_ Tudo bem. –
sorri, mesmo sabendo que minha voz entregava a minha tristeza.
_ Se te serve
de consolo, eu a acho uma boa suspeita, mas não creio que tenha sido ela. Pelo
menos não para mim.
_ Então quem
você acha que foi? – perguntou Joe.
_ Desculpe-me,
mas não vou dizer, não quero acusar ninguém, não tenho nenhuma prova contra
essa pessoa.
_ Você sabe
que isso faz com que você pareça estar blefando, não sabe? – atiçou Joe.
_ Eu sei. –
disse sem hesitar. _ Não estou aqui tentando convencer ninguém, só quero
alerta-los. Principalmente a você, Pequena Lovato, pois o inimigo está a seu
lado.
Continua
Ei pessoal, esperem mais um pouco que logo
posto o próximo capítulo.
Resposta aos comentários no final do capítulo
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Veii ainda acho q é a lara u.u. sei la so acho e se n foi ela n tenho mais ideia de quem possa ser u.u bjuus
ResponderExcluirAcho que Lara tem um caso com o Logan!
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