sábado, 24 de janeiro de 2015

32. inimigo está a seu lado (parte final) – The Big Apple


Eu não sabia onde que Joe estava com a cabeça ao crer que Juan poderia nos trazer alguma novidade. Na verdade eu não sabia onde eu estava com a cabeça ao crer no Joe crendo que Juan poderia nos trazer alguma novidade.
Não, eu não estou sendo chata, tenho minhas razões para crer que havia me metido em uma grande roubada.

O lugar era abafado e cheirava a cerveja barata, ainda assim estava cheio, pior, as únicas mulheres que havia ali, além de mim, eram três garçonetes, que pareciam tão irritadas, que senti medo até de chegar perto... Bom, na verdade tinha outras mulheres por ali, todas totalmente tontas de bêbada, um delas caída, quando eu digo caída, eu falo largada no chão, totalmente desajeitada; outra estava encima de uma mesa ameaçando fazer strip-tease. Concluindo, a única mulher que não estava nem bêbada nem estressada ali, era eu. Pensando bem, a única mulher que não estava bêbada ali, era eu.

Joe havia me tirado de casa as oito de quarenta da noite para me trazer a um bairro desconhecido, mas que não me parecia nem um pouco seguro, e não sem antes me fazer ter uma discussão com Lara no telefone, exigindo que ela proibisse que os seguranças fossem comigo e que não me seguissem. Se eu soubesse que era pra cá que ele estava me trazendo, eu teria feito era o contrario, eu teria exigido a presença daqueles malas. Os olhares que estava recebendo de alguns homens eram aterrorizantes, nunca me senti tão assustada, era como se a qualquer momento eles fossem me atacar.

Encontramos Juan no balcão do bar e ele estava praticamente irreconhecível. Ele parecia bem mais velho, tinha barba por fazer, os dentes estavam amarelados, duas entradas de careca em sua cabeça, ele, que sempre, no trabalho, vestia um terno feito sobre medida, agora estava com uma blusa de manga comprida xadrez toda remendada e um calça jeans com a aparência de ser muito velha, fora que por ser de lavagem clara evidenciava algumas manchas não muito bonitas.
_ Pequena Lovato. – sorriu. Quando ele trabalhava como motorista da família, ele costumava chamar a mim e a meus irmãos de Pequena/Pequeno Lovato. _ Você então é Joseph, o qual me ligou? – Joe confirmou com uma aceno de cabeça.
_ Tem como a gente sair daqui? – perguntei sendo direta, eu não suportaria ficar ali por muito mais tempo. Juan pareceu parar para pensar um pouco, logo pegou um copo que estava a sua frente no balcão, cheio do que para mim era cerveja, e bebeu tudo em apenas um gole. ELE ESTÁ BEBENDO! COMO QUE VOU LEVAR ELE A SÉRIO?
_ Vamos lá fora. –falou. _ É mais fresco. – fresco? Ele tem consciência que está 12 graus lá fora?
Tá, melhor o frio que ficar aqui sobre o olhar desses homens nojentos.

Do lado de fora tinha uma mesa de madeira, sentamos nos bancos, Joe do meu lado e Juan a minha frente.
_ Desculpa estar desse jeito, estava fazendo uns serviços, não tive oportunidade de ir a minha casa me trocar. – falou. Não atrevi-me a perguntar que serviços ele estava fazendo para se vestir dessa maneira, era obvio que ele não era mais motorista, e, no fundo, achei melhor não mencionar isso. _ Mas é bom. – ele sem duvidas tinha bebido bastante, porém falava lucidamente, na verdade ele parecia estar bem lucido. Vai saber como... _ Já faz um tempo que queria falar com você, Pequena Lovato, mas tive medo que você não quisesse me receber. Mas como foi você que me procurou... Melhor não perder muito tempo. – sorriu fraco, ele parecia estar ficando um pouco apreensivo.
_ Você disse que tinha algumas coisas para falar... – incentivou Joe, ao ver que ele parou. _ Sobre Eddie...
_ É, tenho. – pausou. _ Bom, eu trabalhei um bom tempo com ele. E quando aconteceu o acidente eu fiquei muito irritado, mas eu nunca o odiei, ele foi um muito bom patrão comigo, me ajudou muito todas as vezes que precisei. – pude perceber que ele perdera um pouco do sotaque hispânico, sotaque no qual eu amava quando menor, sempre ficava tentando imita-lo, mas claro que não saia nada com nada. _ Mas Eddie, o que tem de bom, tem de azarento. – tentou rir, mas quando viu que nem eu nem Joe o acompanhamos, parou. _ Já o vi, por varias vezes, preocupado por alguém o ter apunhalado pelas costas. E quando eu digo isso, não falo só por funcionários ou outros banqueiros, sócios. Na verdade, esses que deveriam ser os “temidos” foram os que menos traíram seu pai. Amigos, ou pelo menos os que se diziam ser amigo sempre foram os piores.
_ O que você quer dizer com isso? Você acha que quem matou Eddie pode ter sido alguém que ele achava ser um amigo? – perguntou Joe.
_ Claro. – disse. _ Naquele velório dele lá. – disse olhando diretamente para mim. _ A maior parte dos que estavam ali já o traíram de alguma forma. Eddie era rodeado de falsos, quanto mais de perto você olhar, maior sua chance de encontrar o assassino dele. – disse firme.
_ E você tem nomes? Os que você acha que seriam capazes de algo assim? – Juan riu como se Joe lhe tivesse feito uma pergunta idiota.
_ Todos aqueles que um dia frequentaram a casa dele e desapareceram por não declarada razão.
_ Mas você acha que essas pessoas seriam capazes de matar meu pai? Eles já o tinham traído, não precisavam mais fazer algo assim. – indaguei.
_ Ah Pequena Lovato. – disse como se estivesse com pena de mim. _ Você não faz ideia de quanta maldade às pessoas são capazes de fazer. Muitos deles temiam seu pai, pois sabiam que se ele abrisse a boca poderiam ser presos ou até perder tudo o que tem.
_Mas meu pai nunca faria isso, tanto que ele não o fez.
_ Se existe uma coisa aterrorizante, é a paranoia. Quando você faz uma coisa muito ruim, você não fica com medo de descobrirem? – perguntou. Claro que sim, no momento eu estou sobre essa pressão, para falar a verdade, quase todo mundo já sabia ou pelo menos desconfiava sobre meu envolvimento com Joe, menos Logan, e a cada dia eu pisava em ovos, temendo que alguém abrisse a boca ou que eu deixasse escapar algo sem querer.
_ Sim, mas eu não mataria alguém por isso. – respondi.
_ Talvez seus erros não sejam tão grandes. – contrapôs.
_ Quando você diz erros o que você quiser? – perguntou Joe.
_ Roubos, grandes roubos. Pessoas usavam da bondade do seu pai para engana-lo, seu pai muitas vezes teve o nome relacionado em coisas sujas, pois pessoas os colocavam. Seu pai quase já foi preso. – disse me fitando. _ ele nunca falou isso, mas ele já esteve prestes a ir para cadeia por causa de um amigo que o envolveu em um esquema de lavagem de dinheiro... Olhe com o advogado do seu pai, ele vai saber informar melhor que eu.
_ O Harry. – falei. _ ele não informou nada no dia da leitura do testamento.
_ Ele não iria mencionar se não tivesse um motivo muito bom. – disse Joe. _ Você acha que consegue falar com ele?
_ Sim, eu ligarei para ele amanhã. – confirmei.
Fiquei tentando assimilar as coisas aos poucos, e todos nós ficamos em silêncio por um tempo, era como se todos estivessem pensando sobre isso.
_ Se eu fosse você investigava a todos, até mesmo os que ficaram por perto. – por um lado, Juan fazia todo o sentido, mas no fundo parecia paranoico demais. Como que tudo isso poderia estar acontecendo com meu pai, bem ao meu lado, e eu simplesmente nem mesmo desconfiar? _ Não poupe ninguém.
_ O que você acha dos familiares? Estávamos suspeitando de Linda. – perguntou Joe.
_ Senhora Devonne? – perguntou surpreso. _ Bom, ela definitivamente é uma suspeita. Pensava em outras pessoas, mas Linda é uma pessoa em potencial.
_ Eu acho isso um exagero. – resolvi opinar. _ minha avó não faria isso. Eu sei que ela odiava meu pai, mas ela não faria isso.
_ Se eu fosse você não a defendia tanto assim não. Ela te odeia também. – disse e me atingiu em cheio. Joe olhou-me esperando pela minha reação, mas eu não fiz nada, não havia nada a se fazer, era a verdade. _ Me desculpe. – falou. _ Eu falei sem pensar.
_ Tudo bem. – sorri, mesmo sabendo que minha voz entregava a minha tristeza.
_ Se te serve de consolo, eu a acho uma boa suspeita, mas não creio que tenha sido ela. Pelo menos não para mim.
_ Então quem você acha que foi? – perguntou Joe.
_ Desculpe-me, mas não vou dizer, não quero acusar ninguém, não tenho nenhuma prova contra essa pessoa.
_ Você sabe que isso faz com que você pareça estar blefando, não sabe? – atiçou Joe.
_ Eu sei. – disse sem hesitar. _ Não estou aqui tentando convencer ninguém, só quero alerta-los. Principalmente a você, Pequena Lovato, pois o inimigo está a seu lado.

Continua
Ei pessoal, esperem mais um pouco que logo posto o próximo capítulo.

Resposta aos comentários no final do capítulo 33

2 comentários:

  1. Veii ainda acho q é a lara u.u. sei la so acho e se n foi ela n tenho mais ideia de quem possa ser u.u bjuus

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  2. Acho que Lara tem um caso com o Logan!

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