Cheguei
a minha casa e fui recebido pela minha querida – e curiosa – irmã menor.
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Onde você estava? – perguntou.
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Não era em casa, como pode ver. – respondi tirando o casaco e o jogando de
qualquer jeito no pequeno armário logo na entrada da casa.
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Sair de casa tão cedo, deve ter sido uma pessoa, digo, uma mulher de muito
poder, se é que me entende. – falou sapeca.
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Na verdade eu não entendo. E você não deveria pensar coisas assim, você ainda é
uma criança.
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Criança Joe? Sério isso? Eu não sou mais criança.
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Selena você sempre será um criança.
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Uma criança que já beija na boca e que já...
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Me poupe das porcarias que você faz com aquele brutamonte. – interrompi-a antes
que me arrepende-se do que vinha depois. Sai para meu quarto, mas pude ouvir
seus passos apressados atrás de mim.
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Então você não quer saber sobre a última novidade? – perguntou, parei onde
estava e olhei-a. Que não seja casamento,
que não seja casamento, minha pequena não pode casar com aquele merda.
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Nos separamos. – se isso for sonho não me
acorde. _ Pode comemorar. Você sempre quis isso mesmo. – falou, ela não
parecia realmente triste, mas podia sentir que ela não estava totalmente bem.
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É claro que isso merece uma comemoração. Jantaremos chinesa hoje e por minha
conta. – sorri. Ela virou os olhos. _ Porque vocês se separaram? – perguntei.
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Talvez Deus tenha escutado suas orações?
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Bom, em alguma vez isso tinha que acontecer, não é? – respondi, Selena suspirou
e deu um sorriso falso. _ Mas serio. O que foi que aconteceu? – falei me
aproximando dela, dando um abraço de lado e guiando-a a meu quarto, ela começou
a me acompanhar sem hesitar.
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Ele esta me proibindo de tentar seguir carreira de modelo.
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E por acaso alguém está te apoiando? – perguntei sincero, ninguém da família queria
que ela fosse modelo, só uns amigos dela, tão sonhadores e inocentes quando
ela, que achavam isso uma boa ideia.
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Não, mais eu não vou ficar com alguém que ameaça se separar ou me prender
dentro de casa se eu tentar seguir em frente.
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Prender dentro de casa? – não há como negar, era uma ótima ideia.
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Cala a boca Joe. – ela de deu um leve tapa na barriga. _ E eu não sei qual é
problema de vocês... – resmungou, assim como sempre fazia quando era esse o
assunto.
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Eu não quero que você viva de água e drogas, vomitando o que não tem na
barriga, só para tirar meia dúzia de fotos.
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Joe, eu não tenho problemas alimentares nem com drogas, e nem vou ter, você
podia confiar um pouco em mim. – saiu do abraço e parou na minha frente, bem
diante a porta do meu quarto, cruzou os braços e ficou séria.
_
Selena, da última vez que te levamos a uma agencia, o cara falou que você tinha
que emagrecer, você ficou louca fazendo umas dietas estranhas sendo que você já
é magra.
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Eu tinha 14 anos Joe, eu era influenciável. – justificou-se.
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E se o agente falar a mesma coisa? Eu sei que você vai fazer a mesma palhaçada.
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Eu sei os limites do meu corpo agora. Joe isso foi há cinco anos.
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Isso foi há só cinco anos.
_
A maioria das modelos de sucesso, na minha idade, já estava com carreiras
internacionais – disse sem esconder a frustração.
_
Mais um motivo para você desistir. – ela não respondeu, apenas colocou uma
carrancuda na cara, se virou pro quarto dela – que fica bem ao lado do meu – e
entrou batendo a porta com toda a força.
Eu
odiava isso, eu não queria ser o vilão da história, Selena é minha pequena,
minha irmã mais nova, e eu, pelo menos por agora, tenho uma boa relação com
ela, parece até injusto destruir isso por uma bobagem. Tudo bem que tiveram
tempos em que eu não gostava dela, quando descobri que eu iria ter uma irmã e
não um irmão foi uma loucura, eu não queria uma menina eu queria um menino, e
quando ela nasceu fiz questão de não ajudar em nada, e ainda reclamar, hoje
tenho pena dos meus pais, deve ter sido complicado me aguentar naquela época,
mas desde que meu pai ficou doente eu me senti na responsabilidade de me
aproximar dela, e mesmo agora que ele está curado eu ainda faço da minha missão
protege-la. Ela tem tudo para ser modelo, ela é bonita e esse é seu sonho, mas
deixa-la sucumbir em um mundo em que a imagem vendida é quase impossível, em
que mulheres e até mesmo homens se tornam doentes no objetivo de chegar ao corpo perfeito, até que morrem sem
conquista-los, pode parecer paranoia da minha parte, afinal de contas, nem
todas as modelos são doentes ou morrem de anorexia ou bulimia, mas o índice é
alto de mais para ser ignorado ou subestimado.
_
Brigou com Selena novamente? – perguntou minha mãe, virei-me e vi-a com um
cesto de roupas.
_
Ela e a ideia de ser modelo novamente. Sempre acaba assim. – dei de ombros.
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Tenha mais paciência Joe, não é fácil para ela. – falou compreensiva.
_
Eu sei, mas o que eu posso fazer?
_
Deixe-a sonhar um pouco, sonhar nunca fez mal. – falou.
_
Já está na hora de pô-la o pé no chão. – minha mãe riu, ela também não queria que
Selena fosse modelo, mas de todos era a mais compreensiva, não queria, mas
aceitava e se por acaso Selena pedisse ajuda, provavelmente ajudaria, mesmo
contra sua própria vontade. Minha mãe, Denise, sempre foi assim, ela sempre
mimou a mim e a Selena desde que cumpríssemos regras simples, nós teríamos tudo
o que quiséssemos.
_
E está na hora de você aprender a por sua roupa suja no cesto. Eu não vou ficar
procurando por elas no seu quarto, vai saber o que posso encontrar.
_ Câmeras, muitas câmeras. – falei. Ela riu e
fez uma cara de desconfiada.
_
Leve suas roupas para a lavanderia enquanto eu estiver lá, se por acaso quiser
elas limpas.
_
Não precisa ficar com medo de entrar mãe.
_
Se não levar você mesmo vai lavar. – falou saindo e ignorando a minha tentativa
de fazê-la pegar as roupas e poupar-me do trabalho. Não acho que minha mãe seja
empregada, mas eu sempre fui meio preguiçoso em tarefas de casa e quanto menos
eu fazer, melhor para mim.
O
dia passou bem pacato, passei boa parte da minha tarde no meu quarto jogando
videogame, eu sempre fui aqueles nerds
que jogam o dia inteiro, não sou bom em matemática e nunca fiz uma faculdade,
mas me mande jogar qualquer jogo que eu arraso.
Porém, hoje, eu não estava indo bem, eu só pensava na conversa que tive
mais cedo, com Demetria Lovato, filha do falecido Eddie Lovato. Lovatos, atuais
donos do Banco WNNLive, o banco do qual eu acumulo ódio e gratidão ao mesmo
tempo.
Meu pai passou sua vida inteira trabalhando no
WNNLive, nunca teve grandes oportunidades, passou sua vida inteira trabalhando
quase como um escravo, o salário era pouco, mas o trabalho era muito, quantas
vezes meu pai chegou cansado e com papeis de baixo do braço, ele podia não
estar mais lá, mas ainda tinha muito trabalho a fazer... Motivos para que Eddie
tenha sido assassinado por um empregado insatisfeito é grande, esse pouco caso
com os funcionários do banco é histórico, mas todos aceitam tal humilhação na esperança de ser um
próximo Eddie, todos ainda acreditam que se esforçassem um pouco mais ainda
seriam donos do banco, seriam ricos. E foi nessa ganancia que meu pai adoeceu e
foi parar no hospital, e foi justo nesse momento, em que eu me tornei um dos
vários haters do Banco WNNLive, que
eles se mostraram não serem tão ruins, assim que souberam da doença do meu pai,
pagaram um plano de saúde para ele, não tenho duvidas de que sem esse plano de
saúde meu pai não estaria vivo hoje, o contrato do meu pai não incluía auxilio
doença, eles poderiam ter simplesmente deixa-lo morrer. Para mim foi como um “Hey, nós ferramos sua vida, então vamos
tentar ajudar agora para não ficarmos como os caras ruins”.
O
que eu deveria levar em conta?
Eles
destruindo meu pai ou eles salvando o meu pai?
Desliguei
o videogame e abri o notebook, comecei a pesquisar sobre o Banco WNNLive, sobre
Eddie e sobre sua família e após ler todas os artigos que pude encontrar,
percebi que talvez Demetria não estivesse tão enganada, se apenas com uma
pesquisa na internet eu achei 12 pessoas que teriam motivos de sobra para
querer matar Eddie, o que mais poderia estar escondido entre os próprios
familiares e no banco? Quantos inimigos a mais Eddie poderia ter cultivado? Até
onde os inimigos dele chegariam?
Pensei
em como investigar isso mudaria minha vida, eu não estou com nenhuma
investigação por agora, a última ligação que recebi tinha sido há duas semanas,
um serviço pequeno e com remuneração baixa, Demetria seria a chave para que eu
me tornasse um detetive renomado, eu me tornaria o detetive dos milionários.
Peguei
meu celular e enviei uma mensagem para Demi:
“Começaremos a investigar amanhã, nos
encontramos no mesmo lugar amanhã as onze?”
Não
demorou muito para que recebesse uma resposta:
“Combinado, amanhã as onze.”
É
isso, eu acabara de entrar em um desafio, amanhã sairei em busca de um
assassino.
Continua
Capítulo
postado, espero que gostem, como perceberam nesse capítulo tivemos a visão de
Joe e não a de Demi como nos ouros capítulos, e já aviso que vai ter muito
disso nesta fic, as vezes a história será contada por Demi, as vezes por Joe,
talvez até por Selena e por Nick, já que eles também terão papel de destaque
nesta fic.
Não
se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsssss
Giovanna:
Muito obrigada pelos elogios, espero sempre poder fazê-los jus, fico muito
feliz que tenha gostado do encontro e espero que tenha gostado deste capítulo
também, obrigada por comentar. Bjssss
Kika:
Que linda sua tatuagem, eu também tenho uma no pulso, só que não é Stay
Strong, é um clave de sol (não é aquela que esta no instagram, aquela é de
caneta kkk, mas é igual aquela) bom, espero que tenha gostado deste capítulo,
muito obrigada por comentar. Bjsss
Carine:
kkkkk pode ser, vai saber? Mas você vai ver que ainda tem muitos suspeitos,
faça sua aposta, espero que tenha gostado do capítulo, muito obrigada por
comentar. Bjsss
Fabiola:
Você não é a única que está suspeitando dela, mas ainda tem muita história
pela frente, pode ser que você mude ou não de ideia, kkkkkk vejo que tu é
apaixonada pelo Joe, espero que tenha gostado deste capítulo, muito obrigada
por comentar. Bjssss