domingo, 29 de junho de 2014

5. Em busca de um assassino – The Big Apple



Cheguei a minha casa e fui recebido pela minha querida – e curiosa – irmã menor.
                _ Onde você estava? – perguntou.
                _ Não era em casa, como pode ver. – respondi tirando o casaco e o jogando de qualquer jeito no pequeno armário logo na entrada da casa.
                _ Sair de casa tão cedo, deve ter sido uma pessoa, digo, uma mulher de muito poder, se é que me entende. – falou sapeca.               
                _ Na verdade eu não entendo. E você não deveria pensar coisas assim, você ainda é uma criança.
                _ Criança Joe? Sério isso? Eu não sou mais criança.
                _ Selena você sempre será um criança.
                _ Uma criança que já beija na boca e que já...
                _ Me poupe das porcarias que você faz com aquele brutamonte. – interrompi-a antes que me arrepende-se do que vinha depois. Sai para meu quarto, mas pude ouvir seus passos apressados atrás de mim.
                _ Então você não quer saber sobre a última novidade? – perguntou, parei onde estava e olhei-a. Que não seja casamento, que não seja casamento, minha pequena não pode casar com aquele merda.
                _ Nos separamos. – se isso for sonho não me acorde. _ Pode comemorar. Você sempre quis isso mesmo. – falou, ela não parecia realmente triste, mas podia sentir que ela não estava totalmente bem.
                _ É claro que isso merece uma comemoração. Jantaremos chinesa hoje e por minha conta. – sorri. Ela virou os olhos. _ Porque vocês se separaram? – perguntei.
                _ Talvez Deus tenha escutado suas orações?
                _ Bom, em alguma vez isso tinha que acontecer, não é? – respondi, Selena suspirou e deu um sorriso falso. _ Mas serio. O que foi que aconteceu? – falei me aproximando dela, dando um abraço de lado e guiando-a a meu quarto, ela começou a me acompanhar sem hesitar.
                _ Ele esta me proibindo de tentar seguir carreira de modelo.
                _ E por acaso alguém está te apoiando? – perguntei sincero, ninguém da família queria que ela fosse modelo, só uns amigos dela, tão sonhadores e inocentes quando ela, que achavam isso uma boa ideia.
                _ Não, mais eu não vou ficar com alguém que ameaça se separar ou me prender dentro de casa se eu tentar seguir em frente.
                _ Prender dentro de casa? – não há como negar, era uma ótima ideia.
                _ Cala a boca Joe. – ela de deu um leve tapa na barriga. _ E eu não sei qual é problema de vocês... – resmungou, assim como sempre fazia quando era esse o assunto.
                _ Eu não quero que você viva de água e drogas, vomitando o que não tem na barriga, só para tirar meia dúzia de fotos.
                _ Joe, eu não tenho problemas alimentares nem com drogas, e nem vou ter, você podia confiar um pouco em mim. – saiu do abraço e parou na minha frente, bem diante a porta do meu quarto, cruzou os braços e ficou séria.
                _ Selena, da última vez que te levamos a uma agencia, o cara falou que você tinha que emagrecer, você ficou louca fazendo umas dietas estranhas sendo que você já é magra.
                _ Eu tinha 14 anos Joe, eu era influenciável. – justificou-se.      
                _ E se o agente falar a mesma coisa? Eu sei que você vai fazer a mesma palhaçada.
                _ Eu sei os limites do meu corpo agora. Joe isso foi há cinco anos.
                _ Isso foi há cinco anos.
                _ A maioria das modelos de sucesso, na minha idade, já estava com carreiras internacionais – disse sem esconder a frustração.
                _ Mais um motivo para você desistir. – ela não respondeu, apenas colocou uma carrancuda na cara, se virou pro quarto dela – que fica bem ao lado do meu – e entrou batendo a porta com toda a força.
                Eu odiava isso, eu não queria ser o vilão da história, Selena é minha pequena, minha irmã mais nova, e eu, pelo menos por agora, tenho uma boa relação com ela, parece até injusto destruir isso por uma bobagem. Tudo bem que tiveram tempos em que eu não gostava dela, quando descobri que eu iria ter uma irmã e não um irmão foi uma loucura, eu não queria uma menina eu queria um menino, e quando ela nasceu fiz questão de não ajudar em nada, e ainda reclamar, hoje tenho pena dos meus pais, deve ter sido complicado me aguentar naquela época, mas desde que meu pai ficou doente eu me senti na responsabilidade de me aproximar dela, e mesmo agora que ele está curado eu ainda faço da minha missão protege-la. Ela tem tudo para ser modelo, ela é bonita e esse é seu sonho, mas deixa-la sucumbir em um mundo em que a imagem vendida é quase impossível, em que mulheres e até mesmo homens se tornam doentes no objetivo de chegar ao corpo perfeito, até que morrem sem conquista-los, pode parecer paranoia da minha parte, afinal de contas, nem todas as modelos são doentes ou morrem de anorexia ou bulimia, mas o índice é alto de mais para ser ignorado ou subestimado.
                _ Brigou com Selena novamente? – perguntou minha mãe, virei-me e vi-a com um cesto de roupas.
                _ Ela e a ideia de ser modelo novamente. Sempre acaba assim. – dei de ombros.
                _ Tenha mais paciência Joe, não é fácil para ela. – falou compreensiva.
                _ Eu sei, mas o que eu posso fazer?
                _ Deixe-a sonhar um pouco, sonhar nunca fez mal. – falou.
                _ Já está na hora de pô-la o pé no chão. – minha mãe riu, ela também não queria que Selena fosse modelo, mas de todos era a mais compreensiva, não queria, mas aceitava e se por acaso Selena pedisse ajuda, provavelmente ajudaria, mesmo contra sua própria vontade. Minha mãe, Denise, sempre foi assim, ela sempre mimou a mim e a Selena desde que cumpríssemos regras simples, nós teríamos tudo o que quiséssemos.
                _ E está na hora de você aprender a por sua roupa suja no cesto. Eu não vou ficar procurando por elas no seu quarto, vai saber o que posso encontrar.
                 _ Câmeras, muitas câmeras. – falei. Ela riu e fez uma cara de desconfiada.
                _ Leve suas roupas para a lavanderia enquanto eu estiver lá, se por acaso quiser elas limpas.
                _ Não precisa ficar com medo de entrar mãe.
                _ Se não levar você mesmo vai lavar. – falou saindo e ignorando a minha tentativa de fazê-la pegar as roupas e poupar-me do trabalho. Não acho que minha mãe seja empregada, mas eu sempre fui meio preguiçoso em tarefas de casa e quanto menos eu fazer, melhor para mim.

                O dia passou bem pacato, passei boa parte da minha tarde no meu quarto jogando videogame, eu sempre fui aqueles nerds que jogam o dia inteiro, não sou bom em matemática e nunca fiz uma faculdade, mas me mande jogar qualquer jogo que eu arraso.  Porém, hoje, eu não estava indo bem, eu só pensava na conversa que tive mais cedo, com Demetria Lovato, filha do falecido Eddie Lovato. Lovatos, atuais donos do Banco WNNLive, o banco do qual eu acumulo ódio e gratidão ao mesmo tempo.
                 Meu pai passou sua vida inteira trabalhando no WNNLive, nunca teve grandes oportunidades, passou sua vida inteira trabalhando quase como um escravo, o salário era pouco, mas o trabalho era muito, quantas vezes meu pai chegou cansado e com papeis de baixo do braço, ele podia não estar mais lá, mas ainda tinha muito trabalho a fazer... Motivos para que Eddie tenha sido assassinado por um empregado insatisfeito é grande, esse pouco caso com os funcionários do banco é histórico, mas todos aceitam tal humilhação na esperança de ser um próximo Eddie, todos ainda acreditam que se esforçassem um pouco mais ainda seriam donos do banco, seriam ricos. E foi nessa ganancia que meu pai adoeceu e foi parar no hospital, e foi justo nesse momento, em que eu me tornei um dos vários haters do Banco WNNLive, que eles se mostraram não serem tão ruins, assim que souberam da doença do meu pai, pagaram um plano de saúde para ele, não tenho duvidas de que sem esse plano de saúde meu pai não estaria vivo hoje, o contrato do meu pai não incluía auxilio doença, eles poderiam ter simplesmente deixa-lo morrer. Para mim foi como um “Hey, nós ferramos sua vida, então vamos tentar ajudar agora para não ficarmos como os caras ruins”.
                O que eu deveria levar em conta?
                Eles destruindo meu pai ou eles salvando o meu pai?

                Desliguei o videogame e abri o notebook, comecei a pesquisar sobre o Banco WNNLive, sobre Eddie e sobre sua família e após ler todas os artigos que pude encontrar, percebi que talvez Demetria não estivesse tão enganada, se apenas com uma pesquisa na internet eu achei 12 pessoas que teriam motivos de sobra para querer matar Eddie, o que mais poderia estar escondido entre os próprios familiares e no banco? Quantos inimigos a mais Eddie poderia ter cultivado? Até onde os inimigos dele chegariam?
                Pensei em como investigar isso mudaria minha vida, eu não estou com nenhuma investigação por agora, a última ligação que recebi tinha sido há duas semanas, um serviço pequeno e com remuneração baixa, Demetria seria a chave para que eu me tornasse um detetive renomado, eu me tornaria o detetive dos milionários.
                Peguei meu celular e enviei uma mensagem para Demi:
                               “Começaremos a investigar amanhã, nos encontramos no mesmo lugar amanhã as onze?”
                Não demorou muito para que recebesse uma resposta:            
                               “Combinado, amanhã as onze.”
                É isso, eu acabara de entrar em um desafio, amanhã sairei em busca de um assassino.

Continua

Capítulo postado, espero que gostem, como perceberam nesse capítulo tivemos a visão de Joe e não a de Demi como nos ouros capítulos, e já aviso que vai ter muito disso nesta fic, as vezes a história será contada por Demi, as vezes por Joe, talvez até por Selena e por Nick, já que eles também terão papel de destaque nesta fic.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsssss

Giovanna: Muito obrigada pelos elogios, espero sempre poder fazê-los jus, fico muito feliz que tenha gostado do encontro e espero que tenha gostado deste capítulo também, obrigada por comentar. Bjssss
Kika: Que linda sua tatuagem, eu também tenho uma no pulso, só que não é Stay Strong, é um clave de sol (não é aquela que esta no instagram, aquela é de caneta kkk, mas é igual aquela) bom, espero que tenha gostado deste capítulo, muito obrigada por comentar. Bjsss
Carine: kkkkk pode ser, vai saber? Mas você vai ver que ainda tem muitos suspeitos, faça sua aposta, espero que tenha gostado do capítulo, muito obrigada por comentar. Bjsss
Fabiola: Você não é a única que está suspeitando dela, mas ainda tem muita história pela frente, pode ser que você mude ou não de ideia, kkkkkk vejo que tu é apaixonada pelo Joe, espero que tenha gostado deste capítulo, muito obrigada por comentar. Bjssss

terça-feira, 24 de junho de 2014

4. Em busca da Verdade – The Big Apple




   Ele sorria amigavelmente, mas eu não demonstrava o mesmo.
             Eu não queria ser chata, mas quando Sofia falou sobre o detetive ele me pareceu ser eficiente, mas esse garoto que estava na minha frente não demonstrava ser muito confiável. Eu vou precisar de alguém muito bom e experiente para o trabalho que eu queria, não era apenas um caso de traição, mas de descobrir um autor de um assassinato.

             _ E então? Porque você me chama? – perguntou.
             _ Você é o detetive? – perguntei com um pouco de desdém.
             _ Sou. – confirmou.
             _ Quantos anos que você tem? – perguntei.
             _ 25. Algum problema?
             _ Bom...
             _ Você esperava alguém mais velho?
             _ Pra falar verdade, esperava sim. – ele sorriu.
             _ Eu tenho ótimas recomendações.
             _ Eu sei, te recomendaram muito bem.
             _ Quem me recomendou? – perguntou.
             _ Sofia Vargas. – respondi. Ele deu um sorriso entusiasmado.
             _ Ah! Sofia Vargas, cliente inesquecível.
             _ Inesquecível? – perguntei desconfiada.
             _ Inesquecível. – confirmou. _ uma mulher inesquecível. – olhei-o um pouco assustada.
             _ Vocês...?
             _ Ela é uma mulher bem fiel, já não garanto o mesmo do marido. – deu de ombros.
             _ Você é sempre assim? Tão... – eu não soube terminar a frase.
             _ Eu sei apreciar uma mulher bonita, apenas isso. – declarou.
             _ E esse seu sotaque falso? – perguntei ficando impaciente.
             _ Meu sotaque é inglês. – pareceu ofendido. _ Eu sou inglês. – concluiu. Eu suspirei frustrada, aonde eu tinha me metido? _ Não fique chateada, você também é bonita. – falou. Quem esse cara pensa que é? _ Mas eu tento respeitar as mulheres comprometidas. – disse apontando para meu anel de compromisso.
             _ Sofia é casada.
             _ Mas o marido dela é uma merda, por acaso seu namorado também é?
             _ Não! Ele é um ótimo homem.
             _ Então não precisa ficar ofendida.
             _ Eu não estou ofendida.
             _ Então qual é o seu problema? – exaltou-se.
             _ Meu problema é que eu estou perdendo meu tempo aqui com você. – bati a mão na mesa.
             _ Você me chamou aqui e eu poderia estar atendendo outro cliente. Um cliente que realmente me desse crédito. – contrapôs. Tentei me acalmar, agora ele já estava aqui, eu poderia tentar.
             _ Tudo bem, me desculpe, foi tudo bem inesperado. – comecei. _ eu preciso que você solucione um caso para mim. Um caso de assassinato.
             _ Para isso não existe a polícia?
             _ Eu estou tentando...
             _ Ok, não precisa ficar nervosa.
             _ Eu não estou nervosa! - ok, talvez eu estivesse, mas pudera, meu pai estava morto, um assassino estava solto, e a pessoa que eu estava contando para me ajudar era um merda. _ Meu pai foi assassinado.
             _ Eu pensei que ele tinha se matado. – interrompeu.
             _ Você sabe que meu sou?
             _ Demetria Lovato, filha de Eddie Lovato, banqueiro, morto há... – pareceu para fazer conta. _Três dias?
             _ E ainda assim você me trata assim?
             _ Eu não sou injusto, não trato melhor ninguém só porque minha casa é do tamanho do seu banheiro de empregada.
             _ Eu não estava... Deixa. Meu pai não se matou.
             _ E o que te leva a pensar isso?
             _ Meu pai não se mataria.
             _ Demetria, eu não conhecia seu pai, mas já foi comprovado, eu não te recomendaria...
             _ Eu estou pagando. – interrompi.
             _ E eu estou te ajudando a não gastar dinheiro atoa.
             _ Eu não estou gastando atoa. E se eu estiver, o dinheiro é meu, eu gasto onde quiser.
             _ Isso é uma péssima ideia.
             _ Eu não te contratei para que você me dê opiniões.
             _ Eu ainda não fui contratado. – observou.
             _ E como eu te contrato? – perguntei, pode parecer idiota, mas eu nunca me importei com contratos, no fundo isso é para que eu não me envolvesse em nada de negociações, eu sempre odiei tudo isso.
             _ E quem disse que eu quero ser contratado? – perguntou. Mas o que? _ Olha, admiro sua vontade, mas temos ser racionais, tudo bate: crises na empresa, uma festa em que toda a família está fora, empregados dispensados, ele sozinho, arma encontrada na mão do seu pai, pólvora encontrada na mão do seu pai... Tudo bate.
             _ Quer saber? Se você não quer, não tem problema, eu acho outro alguém.
             _ Porque você quer ser enganada?
             _ Eu só quero uma resposta!
             _ Mas a resposta já foi dita!
             _ Eu preciso de outra opinião. – ele se calou por alguns instantes.
             _ Tem algum suspeito.
             _ Ele ia ter uma reunião com algum empresário...
             _ E então qual é o problema? Foi esse cara.
             _ Foi uma conferencia pela internet.
             _ Oh. – pareceu decepcionado. _ Então... Mas um motivo para pensar que.
             _ Não diga. – interrompi, já prevendo sua conclusão.
             _ Ele pode ter recebido uma noticia ruim.
             _ Ou essa pessoa pode ter aparecido lá e o matado.
             _ Você é insistente, disso não há duvidas.
             _ Digo o mesmo de você.
             _ Tudo bem, você tem um ponto, bem ilusório, mas é um ponto. – falou. _ Eu te ligo. – levantou-se.
             _ Você o que? – perguntei, levantando-me também.
             _ Te ligo.
             _ Eu queria que você me colocasse na investigação.
             _ Como suspeita?
             _ Não,- mas que idiota. _ eu acredito que talvez tenha sido alguém da empresa, e eu posso te colocar lá dentro sem suspeitas.
             _ Você quer me ajudar na investigação?
             _ Sim.
             _ Você é pior do que eu pensava.
             _ Me diga que sim. E me fale o preço, eu pago, eu assino o contrato.
             _ Eu nunca disse que aceitei.
             _ Mas você disse que ia me ligar.
             _ Para dizer se eu mudei de ideia ou não.
             _ Você está negando trabalho?
             _ Eu gosto do que faço, mas não vou perder meu tempo em algo sem futuro. É muito melhor para mim arranjar serviços simples mas que levam a algum lugar.
             _ Você quer viver o resto da vida à procura de marido traidor?
             _ Eu, ao contrario que você, aprendi a me conformar com o que eu tenho.  – e saiu, fui atrás, mas fui impedida no meio do caminho por uma garçonete.
             _ Me desculpe senhorita, mas não pode sair sem pagar.


...

             Sem duvidas meu dia não tinha começado bem, e no fundo eu não esperava que algo de bom acontecesse, o que claramente não aconteceu.
             Não apareci na faculdade, não estava com cabeça para ver ninguém, sei que seria bom, distrair um pouco, mas talvez eu quisesse sofrer, talvez eu quisesse ficar no luto e senti-lo com toda a força. Talvez eu não quisesse ficar bem...

             _ Você não tomou café com a gente, nem almoçou. – reclamou Lucas.
             _ Desculpa Lucas, eu tive que sair.
             _ Você também não quer mais ficar aqui, não é? – perguntou.
             _ Venha. – pedi, eu estava no meu quarto, como grande parte do meu tempo ultimamente. Ele entrou e se sentou na cama, distante. _ Eu não disse isso. Eu sempre saí muito.
             _ Mas ninguém quer ficar mais aqui, mamãe também não esta parando em casa e agora ela quer nos levar para ficar na casa de praia. – falou.
             _ Ela quer o que? – surpreendi-me.
             _ É, ela disse que seria melhor se fossemos para lá.
             _ Mas ela não pode fazer isso.
             _ Eu já estou férias na escola, você nessa semana entra de férias na faculdade, nós iriamos para lá de qualquer jeito. Só que ela quer ir para não voltar.
             _ Eu vou falar com ela, ela vai mudar de ideia.
             _ E se for melhor irmos mesmo? – perguntou.
             _ Eu também não quero ficar mais aqui, tudo me lembra dele.
             _ Talvez mudar de apartamento não fosse uma má ideia. Mudar para a casa da praia iria complicar tudo, você e a Lauren teriam que mudar de escola, a própria Lara teria que sair do emprego... É calor do momento. O clima aqui está ruim, mas vai melhorar.
             _ Você acha que um dia vai melhorar? – não acho.
             _ Claro que vai. – ele não pareceu tão convencido, mas assim como ele, eu também não estava. _ Eu vou lá falar com a Lara, ok? Quer vir comigo? – perguntei.
             _ Não, eu vou para o meu quarto. – falou, olhei-o com um olhar triste, era sempre assim, nossos quartos haviam se tornado refúgios. _ Vai ter maratona de Naruto na TV. – disse como se quisesse se justificar.
             _ Tudo bem, mas tarde eu passo no seu quarto para um beijo de boa noite. – falei. Ele deu um sorriso de canto e saiu.

            
             Não achei Lara no quarto, mas sim no escritório do meu pai, eu não tinha entrado lá desde o dia de sua morte, mesmo depois de ter sido lavado o tapete ainda tinha a marca de seu sangue, o mais obvio seria tirá-lo, mas por alguma razão Lara queria que tudo continuasse da mesma maneira que estava.
 Ela se assustou quando me viu.
             _ Demi.
             _ Oi Lara, eu queria conversar com você. – falei. Ela estava sentada na mesma cadeira que meu pai se sentava.
             _ Entre. – disse. Fiquei em duvida, talvez fosse melhor irmos para outro lugar da casa, mas não adiantava fugir, adianta? Entrei apenas um pouco, de todos os cantos do apartamento, aquele era o que eu mais temia por agora, não sentei, apenas cruzei meus braços, como se isso pudesse me proteger ou me dar forças para aguentar firme.
             _ Lucas me disse que você quer mudar para casa da praia.
             _ Sim. – pareceu aliviada. _ Não esta fazendo bem ficar aqui. – falou.
             _ Durante as férias tudo bem, mas viver lá? É muita mudança para eles Lara.
             _ Eu sei, e eles estão precisando disso, nós estamos precisando disso. – ela gesticulava muito com as mãos.
             _ Eles vão ficar longe de todos que conhecem, dos amigos... Não é hora para isso.
             _ Eles podem fazer novos amigos e hoje, com o mundo tão conectado, não será um adeus.
             _ E eu? – perguntei.
             _ Oh Demetria, eu sempre cuidei de você e não será agora que eu vou te abandonar, você pode ter crescido, mas eu quero que você vá junto.
             _ Não é tão fácil para mim, mudar de faculdade? Existe todo um processo trabalhoso em cima disso, e isso vai atrapalhar toda a investigação...
             _ Investigação?
             _ Eu vou investigar a morte de meu pai.
             _ Você o que? Demi... Você... Você enlouqueceu? – perguntou se levantando da cadeira.
             _ Não, eu não acredito que ele tenha se matado, eu quero saber o que realmente aconteceu.
             _ Demi. – ela se aproximou de mim e tocou em meu rosto. _ Eu sei que não esta sendo fácil para você. – soltou-me. _ Eu era a esposa de Eddie, eu deveria ter visto que ele estava mal e eu não vi, eu não consegui ajuda-lo, mas aconteceu e eu não posso voltar atrás, eu estou tentando com todas as minhas forças não desmoronar, eu estou tentando seguir em frente e você quer mexer em tudo.
             _ Eu só quero uma resposta.
             _ Você já tem uma: Eddie se matou.
             _ Eu não aceito essa resposta.
             _ Eu não vou deixar que você mexa na memoria do seu pai desse jeito Demetria.
             _ O que você teme?
             _ Eu não tenho nada a temer Demetria, eu só quero ter um pouco de paz nessa família e isso não vai acontecer enquanto não pararmos de olhar para o que aconteceu. Nós temos que aceitar e seguir em frente.
             _ Eu não vou aceitar enquanto não saber a verdade. – Lara ficou rígida.
             _ Nós vamos para a casa de praia na quarta-feira, logo após a leitura do testamento, estamos combinadas? – perguntou-me firme.
             _ Eu não vou. – vi seu maxilar enrijecer. Ela andou mais perto de mim e quando estávamos cara a cara disse:
             _ Se você não for, esqueça-se de mim e de seus irmãos. – antes que eu pudesse reagir ela saiu do escritório. Não é possível que ela esteja falando serio? Porque ela não quer me ajudar? Eu entendo que ela esteja se sentindo mal ou até mesmo culpada, será que ela não vê que eu estou na mesma situação? Eu também queria ter ajudado. Eu perdi meu pai, nunca se substitui um pai, o que há de mal em querer saber a verdade? E se toda a investigação dar no mesmo qual é o problema? Eu só quero uma segunda opinião.
            
Eu ia saindo do escritório, quando senti meu celular vibrando no bolso da minha calça. Olhei e era uma mensagem:
                             “Começaremos a investigar amanhã, nos encontramos no mesmo lugar amanhã as onze?”
             Não pensei duas vezes antes de responder.
                             “Combinado, amanhã as onze.”
             Meu coração saltou, era o detetive Joseph, ele iria investigar, nós iriamos investigar, com o apoio de Lara ou sem ele, eu sairei em busca da verdade.

Continua

Peço desculpas por estar demorando a postar mesmo estando de férias, pensei que entrar de férias iria me dar mais tempo para escrever, mas esqueci-me de contar com minha criatividade que resolveu tirar uma folga também :\
Ainda assim espero que tenham gostado. Comentem/avaliem
Bjssss

Kika: Então espero que essas férias sejam a melhor de todas, também estou tentando aproveitar minhas férias ao máximo. Espero que tenha gostado, muito obrigada, bjsss.
Giovanna: Que bom que suas notas estão boas, e então o que achou do primeiro encontro entre a Demi e o Joe? Espero que tenha gostado, muito obrigada, bjsss.
Fabíola: No fundo Logan é uma boa pessoa, só que tenho que admitir, o Joe é melhor... Espero que tenha gostado, muito obrigada, bjsss.

Carine: Tentei postar o mais rápido possível e espero que você tenha gostado, muito obrigada por comentar, bjsss. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

3. O prazer é meu – The Big Apple




Narrar os próximos acontecimentos, sem duvida, será a coisa mais difícil que farei em toda minha vida.

Assim que Lara desligou o celular criou-se um silêncio na mesa, todos podiam sentir que havia algo errado, o olhar de Lara não deixava duvidas, seja lá o que Pablo tenha dito, havia sido ruim, muito ruim.
Lara respirou fundo e forçou sorriso.
_ Demi, Logan, vocês podem vir comigo ali por um instante? Sofia, Camilla, Sam, vocês se importam em ficar com os meninos? – perguntou educadamente.
_ Não tem nenhum problema.  – respondeu Camilla prontamente.
_Mas mãe, por que você não quer falar comigo presente?
_ Lauren, minha querida. – disse levantando-se e indo até a filha. _ Fique com seu irmão um pouco. – falou e saiu em disparada.
Sofia (sim, ela resolveu nos seguir), eu e Logan, saímos atrás, tentando acompanhar o ritmo dela, mas o salão de festa estava cheio e esbarrávamos em outros convidados, recebíamos olhares impacientes em troca.


Assim que chegamos ao saguão, pouco antes de chegarmos a porta de entrada/saída, ela parou e se dirigiu a Logan.
_ Peça para que tragam seu carro. – falou com urgência.
_ Lara, o que esta acontecendo? – perguntou Sofia, Lara a olhou assustada, nem percebeu que ela também havia vindo atrás dela. Ela hesitou, olhou para mim e eu senti um nó na minha garganta.
_ Eddie. – suspirou. _ parece ele levou um tiro.



...


Assim que chegamos ao prédio, saltei do carro mesmo sem ele estar devidamente estacionado, quase cai com o desespero, combinados com o salto; vi dois carros de policia e uma ambulância, entrei na portaria e lá havia um policial que me impediu de continuar subindo, Lara me alcançou logo depois, e nos duas, completamente desesperadas, começamos a gritar que éramos da família, imploramos por alguma informação, mas o policial não dizia nada além de “Vocês não podem subir” e “Não posso passar nenhuma informação”. Senti a mão de Logan me puxando para um abraço, senti meu olho ardendo, lágrimas caiam descontroladamente.

Eu não queria perder meu pai.

Eu não posso perder meu pai.


...


_ Sentem-se, por favor. – falou o Delegado Alfred. Depois de fazermos um escândalo querendo entrar no apartamento, a policia, que já estava no local, nos retirou de lá, também não foi uma tarefa fácil, se não fosse por Logan eu provavelmente teria sido algemada.
Logan e Sofia haviam voltado para a festa, ficariam lá e tentariam acalmar Lauren e Lucas, que não paravam de ligar e mandar mensagens atrás de respostas, ele não faziam ideia do que havia acontecido, deveriam estar agoniados por qualquer informação.
Eu e Lara sentamo-nos nas cadeiras que estavam à frente da mesa do delegado. A sala dele é pequena, cheia de papeis, armários cobriam grande parte da parede, e a janela fechada dava direto para um muro.
_ O que aconteceu com meu pai? – perguntei sem esperar muito. Ele suspirou.
_ Senhorita Demetria, certo? – perguntou, assenti fervorosamente. _ Recebemos uma ligação...
_ Eu sei que receberam uma ligação, eu quero saber o que aconteceu com meu pai. – falei, quase gritei, interrompendo-o.
_ Delegado, por favor, só fale que meu marido está bem. – a voz de Lara era chorosa, ele torcia por uma boa noticia, mas claramente já esperava uma ruim.
_ Ele levou um tiro... Na cabeça... Ele não resistiu.


...


Minha criação foi basicamente feita por meu pai, cresci vendo nele o herói que toda a criança vê, a diferença, talvez, seja que ele nunca deixou de ser meu herói, mesmo tendo crescido, continuei a ver meu pai como um grande homem, um homem de honra, um homem no qual se inspira...
Quando se assiste filmes ou desenhos ou se lê sobre heróis, pode se ter certeza de uma coisa, o heróis pode se machucar, pode sofrer, quase perder, ou até mesmo perder (nem que seja por apenas um momento), mas o herói, ele é imbatível.

Heróis não morem.


...


Rostos conhecidos e desconhecidos passavam perante o caixão, alguns paravam por mais tempos, as mulheres com roupas elegantes, choravam, homens de terno, alguns usavam óculos, talvez para esconder os olhos vermelhos de choro ou para esconder a falta de sentimento. Era claro que nem todos ali realmente estavam tristes. A maioria, arrisco-me a dizer, estavam apenas para fazer pose.
Muitos dizem que atrás de um grande homem, sem há uma grande mulher, mas, o que se esquecem de dizer, é que ao seu lado, sempre há um falso ou um traidor.


...

_ Conheci Eddie há muito tempo, me arisco a dizer que daqui sou o que o conheço há mais tempo. – disse Louis no altar, o padre havia dado espaço a ele, para que ele lesse sua carta fúnebre a meu pai. _ Quando o conheci Eddie ainda tenha 18 anos, dividia seu tempo entre o estudo, trabalhar como entregador de jornal e como atendente do Mcdonalds, eram tempos difíceis para ele, mas ele nunca desistiu. Com 20 ele terminou os estudos e conseguiu ser contratado como atendente em uma das sedes do Banco WNNLive, ninguém dava muito credito a ele, nem mesmo eu, ele era novo demais, tinha pouco que havia se formado, mas Eddie não deu a mínima para as previsões negativas, ele continuou e em dois anos ele se tornou gerente daquele mesmo banco em que começou, daí ninguém mais foi capaz de para-lo, cinco anos depois ele já tinha acesso direto a diretoria do banco na sua sede matriz, nesse meio tempo ele tinha casado e a sua mulher estava gravida, eram anos de ouro... Em nove anos ele havia conseguido chegar a um ponto em que muitos passam a vida para conseguir. Altos e baixos ocorreram depois disso, e mesmo os tempos mais triste de sua vida não o enfraqueceu. O que me lembro é que depois, após apenas mais cinco anos ele estava comprando, com um dinheiro e empréstimo feito em um banco adversário. – algumas pessoas deram risos abafados, muitos achavam a sua ação uma jogada de mestre, nunca deixaram que essa sua ‘travessura’ fosse esquecida. – 52% do Banco em que começou com um mero atendente desacreditado. Hoje ele é dono de 98%. – Louis parou um pouco, olhou para baixo e fechou os olhos, Louis realmente foi um grande amigo do meu pai, um que estava aqui com sentimentos verdadeiros. _ Eddie não merecia morrer. – disse e deu uma nova pausa. Lucas estava em meu colo, se agarrava a mim e não parava de chorar, Lauren, que estava do meu lado, segurava sua mão, ela claramente fazia um esforço enorme para não fazer um escândalo, mas eu podia ver seus olhos vermelho e inchados, cheios de lágrimas. Lara era outras que se segurava para não cair no choro, não estava conseguindo êxito, mas entre todos nós, era a que mais conseguia se controlar. _ Eddie foi um exemplo de superação, o que ele deixou para todos nós nunca será apagado. Prefiro acreditar que Eddie não morreu, apenas resolveu descansar. – a voz de Louis falhou, era claro que tentar se enganar não adiantava. _ Adeus meu grande amigo, até breve. – falou ele, olhando para meu pai no caixão. Algumas pessoas o aplaudiram enquanto ele saia do altar e o padre retomava seu lugar.
_ Agora, gostaria de dar a palavra para a família de Eddie, sua esposa e seus filhos. – falou. Levantamos vagarosamente, não deveríamos estar fazendo isso, não é algo com que sonhe no seu dia a dia, ninguém quer isso. Lara foi à frente, ela tinha o papel na qual ela escreveu sozinha tudo o que queria, nem eu nem meus irmãos tivemos cabeça para escrever algo. Lucas ainda se agarrava ao meu colo, segurei-o mesmo ele estando pesado, ele já não era tão criança assim, mas nesse momento ele nunca pareceu tão pequeno e indefeso.

_ Muitos de vocês conhecem o Eddie apenas como o homem pobre que ficou milionário, mas nós conhecemos o outro lado dele, um lado pouco visto, o lado pai e o lado marido. Nesses dois assuntos Eddie nunca falhou. Ele nunca ia dormir ou foi trabalhar sem dizer que me amava, sempre se preocupou comigo, sempre fez questão de estar ao meu lado, acompanhou a gestação dos meus dois filhos e fez o que podia para me ajudar no parto, ele nunca deixou que nada faltasse... Com pai, ele foi o mais perfeito que podia ser. Ele os educou sempre se lembrando de ensina-los o que é simplicidade, deu todas as oportunidade necessárias para que eles tenham um futuro brilhante, nunca faltou a um aniversario, a um almoço em família, a uma apresentação na escola... Eddie foi um homem sem igual, insubstituível, e nada do que eu diga aqui conseguirá medir sua generosidade, sua força e a falta que ele fará para todos nós. Eddie foi o eixo da nossa família. E agora Eddie será a luz que nos guiará, pois eu sei que ele nunca vai nos deixar...


...


_ Eu comprei pizza. – disse Nicholas, meu primo que veio para ficar conosco no apartamento por alguns dias. Nicholas sempre tenta animar a todos, e nesse momento ele estava se esforçando ao máximo, mas é claro que não adiantava muito. E ele sabia muito bem disso, ele também perdera o pai há dois anos, o meu tio, foi um tempo bem difícil para ele, assim como agora esta sendo para nós.
_ Posso comer no quarto? – perguntou Lucas desanimado.
_ Vamos comer na mesa, como sempre Lucas. – respondeu Lara firme.
_ Mas... – ele hesitou. _ Eu não gosto mais de comer na mesa... Papai não está mais lá.
_ Ele sempre fez questão de que todos sempre se sentassem a mesa na hora da refeição e vamos continuar fazendo isso Lucas. – disse Lara. _ Não vamos perder o que ele nos ensinou. – disse pondo fim a discussão.


Talvez eu tenha que concordar com Lucas, comer no quarto teria sido bem melhor, normalmente, em pleno almoço de domingo estaríamos comendo e sorrindo e conversando, saboreando a comida de papai, mas agora estávamos comendo uma pizza comprada em outro lugar, que não era ruim, mas não substituía o que nosso pai fazia, em silêncio, cada um comia olhando para o prato, olhar um para o outro era motivo de choro, pois a tristeza estava estampada na expressão de todos. O único barulho era dos talheres tocando o prato.

...

_ Eu não acredito que meu pai tenha se matado. – falei com Nicholas, agora já era tarde, quase sete da noite, todos estavam isolados em seus quartos, Nicholas estava conversando comigo, eu não conseguia dormir desde o acontecimento, meus olhos ardiam, meu corpo estava cansado, mas eu não conseguia relaxar, minha mente não parava de lembrar-me do que aconteceu, meu pai morreu, eu nunca mais o veria.
_ Nem eu creio que ele tenha o feito, mas... – hesitou. _ Foi o que o laudo acusou Demi. – disse delicadamente.
_ Eu não acredito nesse laudo. – falei.
_ Demi...
_ Eu sei que meu pai não se mataria Nick. – insisti.
_ Não há nada que possamos fazer Demi.
_ Eu preciso provar que meu pai não se matou. – encolhi-me ainda mais na cama, agarrando meus joelhos, Nick acariciava minha cabeça.
_ E como você pretende fazer isso Demi? – perguntou.
_ Não sei. – respondi frustrada.
_ Deixe quieto Demi, agora é seguir em frente. – disse.
_ Não Nicholas, eu não vou seguir em frente enquanto não saber a verdade. – falei, levantando-me.
_ E se a verdade for que ele cometeu suicídio?
_ Não é. – afirmei. _ Eu preciso honrar o nome do meu pai, provar que ele não se matou, não posso deixar que este seja o último feito dele.
_ Então é isso que você teme? Que todos se lembrem do seu pai como aquele que suicidou? – perguntou.
_ Não. – respondi. _ Eu só não quero que creiam em uma mentira, meu pai não se mataria.
_ Dizem que o banco estava em crise...
_ Meu pai não se mataria por isso! – exasperei. Vi a expressão assustada de Nicholas e tentei me controlar. _ Meu pai já passou por muito e sabia se virar bem, se o banco fechasse amanhã ele ainda teria condições de se virar, abrir um supermercado, não sei, vendesse esse apartamento, tirasse todo mundo dos cursos...
_ Talvez ele não quisesse isso.
_ E por acaso é melhor então se matar e deixar os filhos sofrendo assim? Nós não morreríamos se morássemos em um lugar menor, ou se ficássemos sem nossos cursos, se não tivéssemos empregados para nos servir, isso não nos faria falta, mas ele faz. – falei. Nicholas se levantou e me abraçou.
_ Você realmente quer buscar uma resposta não é? – perguntou.
_ Sim. – respondi enquanto voltava a chorar, minhas lágrimas molhavam sua camisa.
_ Você sabe o que fazer?
_ Não. – minha voz saia cortada pelo soluço.
_ Aceita uma dica? – perguntou me guiando até a cama novamente, sentei-me e tornei a encolher-me. Assenti sem dizer nada. _ Procure um detetive, algo assim, se seu pai foi realmente assassinado e nenhum legista conseguiu achar nada que comprovasse, é porque foi um crime muito bem planejado, você ou eu sozinhos não conseguiremos nada. – sugeriu.
_ Você vai me ajudar?
_ Eu estou nessa com você Demi, eu estou torcendo para que você esteja certa no final. – falou.
_ Obrigada primo.
_ Sem problemas prima, mas eu só te peço uma coisa. – falou.
_ O que?
_ Se o detetive confirmar o que os legistas já disseram, você vai aceitar e deixar isso para trás. – hesitei. _ Demi, eu também perdi um pai, eu já senti a sua dor, e eu só consegui me recuperar quando aceitei que não tinha mais volta, eu aceitei o que aconteceu. Você precisa fazer o mesmo.
_ Assim que eu tiver uma resposta eu aceitarei. – garanti.


...


Nicholas já havia ido para seu quarto e eu ainda não conseguia dormir, pensei no que Nick tinha sugerido. Um detetive, mas onde arranjar um detetive? Pensei e pensei até me lembrar de Sofia. Ela havia mencionado sobre um detetive na festa.
Peguei meu celular no criado mudo, ignorei as várias mensagens deixadas, que não me faziam nada melhor, achei o numero de Sofia e liguei. Demorou para que atendesse, mas logo pude escutar sua voz meio sonolenta.
_ Hola?
_ Sofia? Oi? Sou eu Demetria. – falei.
_ Demetria? Oh minha menina, aconteceu algo? Dígame que te pasa
_ Não, é... Não aconteceu nada mais. Eu só queria te pedir algo.
_ Claro, querida.
_ Você pode me passar o telefone do tal detetive que você falou?
_ Detetive? Logan está te traindo? – perguntou alarmada.
_ Não, não é isso Sofia... só me passe o número, por favor.
_ Tudo bem, espere só um pouco, eu vou pegar no número, mas que aquele hombre estiver te traído eu vou dar uma lição nele, tudo bem minha querida?
_ Tudo bem Sofia. – respondi e arisquei um breve sorriso no final.
A linha ficou muda por um tempo, mas logo ela voltou.
_ Pode falar? – perguntou.
_ Uhum. – confirmei. Anotei os números enquanto ela falava.
_ Era só isso, minha querida? – perguntou.
_ Só isso mesmo, muito obrigada Sofia.
_ De nada minha querida.


...

Acordei cedo e ignorei o café-da-manhã, saí direto para o lugar que havia combinado com o detetive, por mensagens, na noite anterior, eu não sabia se ele realmente iria comparecer, mas torci para que sim.
Dispensei Pablo e dirigi até Stumptown Coffee Roasters, onde marque o encontro, o lugar não é nem longe nem perto, fica na 18W com 29th.
Assim que cheguei sentei-me, um garçom veio me atender e eu pedi apenas um café puro, eu estava encapotada com várias camadas de roupas, não apenas pelo frio, mas também para que não fosse reconhecida tão fácil.
Eu olhava para o relógio a cada segundo, eu não conseguia me acalmar, meu café chegou, mas nada do detetive, eu comecei a estressar-me com seu atraso.


_ Psiu. – escutei alguém do meu lado, mas ignorei, não deveria ser para mim. _ psiu. – insistiu e olhei para minha direita. Havia um garoto, não deveria ter mais de 24 anos, ele sorriu para mim e eu fiquei sem entender nada. _ Olá. – disse. Ignorei-o e virei-me para frente, pelo canto do olho o vi levantando, assustei-me quando ele se sentou na minha frente na mesma mesa. Ele até que estava elegante vestido formalmente com um casaco longo por causa do frio, talvez fosse um estagiário em alguma empresa. _ olá. – repetiu. _ meu nome é Joseph, sou o detetive. – não falei nada. _ O prazer é meu.

Continua

 Capitulo postado, enfim Joseph apareceu, espero que tenham gostado.
Não se esqueçam de comentar e avaliar
Bjsssss


Carine: Nossa aí sim é ruim, eu pelo menos entrei de férias e pra mim esta está sendo a única vantagem mesmo... Bom, já que não podemos fazer nada, espero que pelo menos tenha gostado deste capítulo. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Kika: hahaha espertinha, então somos duas de férias, curta bem elas ok? Espero que também tenha gostado deste capítulo. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Giovanna: Nossa que chato, só dia 7? :o Bom, espero que esteja indo bem nas provas, e também espero que tenha gostado deste capítulo. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Fabíola: kkkk o Logan é gente boa, só meio chato, você ainda vai ter muitas razões para ama-lo e odiá-lo ao mesmo tempo dentro desta fic. Espero que tenha gostado do capítulo. Muito obrigada por comentar. Bjssss