Música ‘Till I Collapse do Eminem, sugestão da leitora Diana.
Se há algo que aprendi, é que o tempo
nem sempre é seu amigo. Nem mesmo percebi o tempo passando quando Demi
levantou-se e começou se arrumar para ir trabalhar novamente.
_ Tem certeza que não pode faltar mesmo? –
perguntei. Ela já estava pronta para sair. Vestia suas roupas normais, porem já
se via um pouco da diferença, já estava um pouco maquiada, não com todos os
brilhos que ela usa na boate, mas já era bem mais forte do que costumava ver
nela.
_ Joe... Você não se cansa de receber um
‘não’ como resposta? – perguntou sorrindo.
_ Tentar não custa nada. – respondi.
_ Mas se eu falar que ‘sim’, irá custar
muito para mim, e você deveria entender isso...
_ Eu entendo, mas eu queria ficar mais tempo
com você, amanhã de tarde já terei que voltar para casa...
_ Eu vou tentar sair mais cedo hoje, talvez
dê para aproveitarmos mais um pouquinho.
_ Bom, você sabe meu telefone, eu te direi
onde estarei.
_ Você não irá ficar aqui? – perguntou com
surpresa.
_ Na sua casa?
_ É. – falou. _ Bom, você já está aqui não
está? – disse com certa timidez. _ Eu sei que não é muito chique, não chega nem
perto da comodidade de um hotel, mas você não precisa gastar dinheiro, tem tudo
o que você precisa para passar uma noite.
_ Mas... E sua mãe? – perguntei.
_ O que tem ela?
_ Ela não parece me querer aqui...
_ Ela te falou isso? – perguntou.
_ Não, mas...
_ Você tirou conclusões por si só. –
concluiu.
_ Eu só...
_ Fique, Joe, converse com ela se achar
melhor, ou não fale nada se preferir. Ela não é uma má pessoa. Ela não vai te
morder. – hesitei. _ Você vai ficar? – perguntou novamente.
_ Se acontecer algo...
_ Você poderá ir. – interrompeu-me. _ Se
você quer construir uma vida ao me lado, saiba que ela irá comigo, e tentar
evita-la não ajudará em nada. – suspirei.
_ Tudo bem, eu fico. – Demi sorriu grande. _
Você não se cansa de estar certa? – perguntei.
_ E você não se cansa de estar errado? –
riu. _ Brincadeira. – riu novamente.
...
Assim que Demetria saiu, eu fiquei parado,
sem saber o que fazer.
A mãe de Demi estava na cozinha, parecia preparar
algo para Gabriela. Que estava junto a ela, sentada em uma cadeira própria de
criança e rabiscando a um papel.
Sentei-me no sofá e fiquei por lá, tentei
mexer em meu celular, mas nada atraia minha atenção, não estava nem um pouco a fim
de ligar para minha família e ligar para meus amigos não era o meu plano
principal, apesar de saber que, pelo menos com eles, eu não seria julgado e
talvez até tivesse um apoio.
_ Está com fome, Joseph? – perguntou ela,
nem mesmo a vi se aproximar, mas ela já estava com ao meu lado e com Gabriela
no colo quando me fez tal pergunta.
_ Não, eu estou bem. – falei. Eu não estava
com o que se chame de fome, mas uma comida agora não me faria mal... Eu me
sentia novamente como uma criança na casa de um amigo, em que você fica com
vergonha de dizer que esta com fome ou de dizer que não gosta de tal tipo de
comida e acaba comendo assim mesmo, só para não parecer folgado ou mal educado.
_ Eu fiz apenas uma sopa simples, ela ainda
está quentinha, se você quiser é só falar que pego para você. – falou e se
retirou com a pequena nos braços, novamente para a cozinha.
Talvez eu estivesse exagerando, talvez ela
não vesse problemas em mim, talvez até me aceitasse.
Eu deveria fazer tudo o que estivesse em meu
alcance para poder me aproximar dela, eu sabia que Demi tinha total razão
quando disse que se eu a quisesse em minha vida, eu automaticamente deveria
incluir sua mãe, elas são realmente bem unidas e separa-las não faria bem a
ninguém.
Levantei-me do sofá e a passos lentos segui
em direção da cozinha, Gabriela novamente estava sentada em uma cadeirinha
especial, com uma mesinha própria na frente, na mesinha havia uma baciazinha
rosa. A fumaça que saia era perfumada e fez meu estomago roncar.
Gabriela olhou-me e deu um sorriso. Era
incrível como se parecia com a mãe quando sorria, provavelmente ela tinha
alguns trejeitos do pai, mas eu, mesmo sem conhece-lo, podia ver que tinha mais
a ver com Demi do que com ele.
A mãe de Demetria olhou-me, e ao contrario
da neta, não esboçou nenhum sorriso.
_ Quer algo? – perguntou. Na sua voz não
havia nenhum gesto de sentimento, não parecia feliz ou triste, apenas
perguntava. Isso me deu certo receio de continuar, e se sua gentileza não fosse
real, mas sim por pura educação, já que não havia escapatória para ela?
_ Acho que vou repensar sobre a sopa. –
falei hesitante. _ Tem um cheiro tão bom que abriu meu apetite só de sentir. –
falei dando um sorriso, tentando parecer mais amigável e, quem sabe, despertar
um pouco da sua simpatia.
Ela não disse nada, largou a colher que
usava para alimentar a Gabriela, se levantou e pegou uma vasilha para por para
mim, colocou duas conchas cheias de sopa na vasilha.
_ Quer mais? – perguntou.
_ É... Acho que está bom... – falei. Ela
pareceu perceber um pouco da minha hesitação e se virou, colocando mais duas
conchas cheias. Fui até a ela para pegar a vasilha. _ Não, vá para a mesa, eu o
sirvo lá. – falou, com um tom calmo, mas que lembra muito da ordem de uma mãe,
firme.
Obedeci-a, andei pela frente até chegar à
mesa e sentei-me. Ela pôs a vasilha na mesa e fez menção de sair.
_ Dianna. – chamei-a.
_ Sim. – respondeu, voltando-se a mim.
_ Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta...
_ Pode falar. – disse calma.
_ O que você acha da minha relação com a sua
filha? – perguntei, senti-a ficar tensa. _ Eu quero que você seja honesta na
resposta. – completei. _ É muito importante para saber sua opinião sobre
isso... – Dianna hesitou mais um pouco antes de falar.
_ Eu espero que você não ache que eu estou
feliz com isso. – falou dura. Um silêncio incómodo se instalou na sala, meus
piores temores estavam lá, prestes a se concretizar.
_ Eu queria que você soubesse que eu amo a
sua filha.
_ Eu sei.
_ Eu não quero machuca-la...
_ Você já a machucou. – respondeu. Meu
coração acelerou, senti minhas mãos ficarem frias.
_ Eu já resolvi tudo, não a farei sofrer
mais.
_ Jonathan disse a mesma coisa quando voltou
da cadeia. – falou. Acho que ela percebeu minha confusão e completou. _
Jonathan é o pai de Gabriela.
_ Eu não sou o Jonathan. – defendi-me.
_ E eu agradeço a Deus todos os dias por
isso.
_ Eu jamais faria o que ele fez com
Demetria.
_ Eu sei. – respondeu. _ Você não me
conhece, mas eu te conheço, quando saí de Lewis você ainda era um bebê de
fraudas, mas eu conheci seus pais antes deles se casarem e eu sabia muito bem
que seus filhos seriam criados com mãos de ferro, como manda a tradição da boa
família tradicional de Lewis. Sei muito bem que não és Jonathan e que não faria
o que ele fez, mas eu também sei que não é de sua índole fazer o que fez com
Demetria e Rachel.
_ O que indica que não farei novamente, que
foi um erro único. – falei.
_ Se Rachel lhe beijasse agora, você a
afastaria ou corresponderia? – perguntou.
_ Eu... Afas... – fui interrompido por ela.
_ A verdade, Joseph, eu não contarei nada
desta conversa a Demetria, apenas se você quiser. – hesitei.
_ Eu... Não sei. – falei por fim. Dianna não
sorriu, mas por algum motivo me pareceu satisfeita com a resposta.
_ Conheço muito minha sobrinha, posso ter
perdido muito da vida dela, mas presenciei o suficiente para saber que ela é
tinhosa, não vai desistir tão fácil, nem mesmo aceitar a traição da prima. E me
perdoe, mas não acho que vá consegui-la afastar... Se ela insistir demais... –
deixou a continuação no ar. Lembrei-me do meu encontro com Rachel, e em como
caí em suas investidas sem muita resistência, era claro que Dianna conhecia
tanto a mim quando a Rachel. _ Infelizmente Demetria me puxou no quesito dedo
podre no que se diz a homem. Sofri muito com o pai dela, e infelizmente ela
sofre o tanto quanto com o pai de Gabriela... Eu só espero que você o faça
feliz o suficiente, para que compense o sofrimento que virá depois. – falou e
novamente fez menção de sair.
_ Isso quer dizer que vai aprovar meu
relacionamento com ela? – perguntei, levantando-me da cadeira, ela não olhou
para mim, continuou de costas em direção da porta da cozinha.
_ Não aprovo, mas não impedirei nada. –
disse e voltou para a cozinha.
Eu tinha muito a pensar, a sopa estava
ótima, mas meu estomago estava revirando junto com minha mente. Se eu e
Demetria fossemos ficar juntos, não seria nada fácil, dos dois lados da família
tínhamos resistência, a Dianna parecia disposta a me aturar, mas isso não
tornaria a nossa convivência agradável e Demi um dia perceberia isso, e
provavelmente me largaria pela sua mãe, não que eu a jugue por isso, mas é
claro que é algo que não quero que aconteça.
Tomei a sopa e lavei a vasilha, Dianna estava
pondo Gabriela para dormir. Olhei pela janela, que dava direto para a parede do
prédio ao lado, porém, ao se aproximar, era possível ver uma pequena brecha da
rua, nessa pequena brecha vi um homem, escorado em um carro velho, olhando
diretamente para a janela em que eu estava. Seus braços estavam cruzados e sua
expressão estava séria.
_ Se eu fosse você, sairia daí. – falou
Dianna, surgindo do nada, como, pelo jeito, sempre. Olhei para ela assustado,
mas após o susto desaproximei da janela. Ela me olhava, novamente com uma
expressão vazia. _ Aquele é Jonathan. – falou. Demorei um pouco para perceber o
que ela estava tentando me dizer.
_ O homem lá fora? – ela apenas assentiu.
Gabriela não estava ao seu lado, por isso concluí que ela já havia adormecido.
_ Temos que chamar a policia, não? – perguntei preocupado, Dianna riu fraco e
foi em direção a janela, acompanhei-a com o olhar. Queixo erguido e expressão
raivosa, essa era a sua mensagem corporal enviada a Jonathan.
_ Ele não fará nada a você, não aqui dentro.
_ Mas ele pode fazer algo a Demi...
_ Ele faz algo a Demi e morrerá logo depois,
a vida de Jonathan depende da Demi continuar na boate, morta ou ferida, ela não
irá e ele morrerá.
_ Mas porque Demi não para?
_ Porque ele seria apenas a primeira vitima.
A cabeça de todos que ele um dia conheceu esta em perigo, e a única que nos
salva é minha filha. – saiu da janela e foi se sentar na cadeira de balanço ao
lado do sofá.
_ Eu quero falar com ele. – falei, após uns
segundos de silêncio.
_ Não seja tolo, Joseph.
_ Eu só quero conversar.
_ E você acha que ele só vai querer
conversar com você? Reze para sair vivo dessa. – falou.
_ Mas ele não pode fazer nada comigo, pois
isso afetaria também a Demi que iria tomar as minhas dores e desistir de
poupa-lo e assim fugiríamos mais rápido. – falei.
_ Você realmente nasceu em Lewis. – falou e
ligou a TV. _ Jonathan foi estupido o suficiente para ficar devendo um
traficante perigoso, mas isso não significa que ele não seja perigoso. Você nem
nunca deve ter visto uma arma na sua frente, irão rir da sua cara, enquanto lhe
chutam no chão. – falou tranquila. _ Eu, velha, doente, os causaria mais medo,
pelo simples fato de morar aqui e ainda estar viva.
_ Eu já senti muito medo em minha vida, está
no momento de parar.
_ Péssimo momento pra ser corajoso.
_ Não senhora Dianna, este é o meu momento.
– respondi com uma convicção que nem mesmo eu sabia que tinha.
...
A medida que me aproximava de Jonathan
comecei a repensar em toda essa coragem, ele não era mais alto que eu, mas sem
duvidas era mais musculoso e tinha uma cara fechada de dar medo, eu podia
sentir minhas entranhas tremendo, mas agora já era, eu estava ali, frente a
frente com o ‘inimigo’, eu tinha que encontrar a minha força interior, jogar
todo meu medo fora e ter motivação para não desistir. Eu não iria sair dali sem
lutar, perdendo ou não eu deveria continuar tentando, pois eu não sei se um dia
terei a mesma oportunidade novamente.
_ Então você é o novo brinquedinho da minha
mulher? – perguntou assim que me aproximei.
_ Se você está falando da Demi, sim... Só
que você está meio mal informado, pois ela não é mais sua mulher e eu não sou apenas
um brinquedinho. – Jonathan continuou com uma cara de superioridade, me encarando
de cima a baixo.
_ Você não é daqui, não é?
_ Não, algum problema? – perguntei com a
mesmo sonoridade superior que a dele.
_ Se fosse você teria mais cuidado ao falar
comigo. – disse se desencostando do velho carro e dando um passo para frente,
se aproximando de mim.
Pelas sombras eu vi pessoas se aproximando,
não muitas, mas o bastante para aumentar a tensão. Na sua maioria homens, com
típicas roupas largas, cuecas a mostra e bonés de aba reta, comuns em guetos.
Eles pareciam ameaçador, mas sua aproximação não pareceu amedrontar Jonathan, o
que me dizia que, em uma possível briga, eles ficariam do lado dele e não do
meu.
_ Eu não vou ter medo de um homem que
depende de uma mulher para manter-se vivo. – falei. Foi o primeiro momento que
vi a sua cara superioridade dar sinais de abalo, ele deu mais um passo para
frente, e cuspiu no chão, quase pegando em meu pé.
_ Acho que você não sabe com quem você está
falando. – disse.
_ Eu tenho certeza com quem eu estou
falando, você que não sabe com quem
fala. – a ‘plateia’ em volta de nós, se agarrava a cada palavra, fazendo ruídos
baixos, mas ainda assim auditáveis, de vaia, de riso ou de uma falsa ‘dor’
quando a tirada era pesada.
_ Sei o suficiente para saber que você só
sai daqui de duas maneiras: correndo, cagando de medo, ou morto.
_ Isso é uma ameaça? – perguntei.
_ Se você entende isso...
_ Vou te ajudar com uma coisa... Eu não dou
a mínima para você. – falei, bom, metade disso era verdade, eu não dou a mínima
para ele, mas isso não significa que não temesse o que ele poderia fazer, o
cara é perigoso, mas perigoso que eu, mas eu já estava nisso, tentando
conseguir o máximo possível, e quando acabar eu saberei dizer que é o fim.
_ Aé? Então vou fazer você se importar
agora. – falou arregaçando as mangas da blusa. Ali eu já soube o que vinha
depois. Mas eu não arredei o pé. Se ele quiser me atacar eu irei revidar, até o
telhado sair fora, até as luzes se apagarem, eu, eu não vou cair, eu vou ficar
de pé, me sentir como se ninguém me atingisse, eu iria lutar até eu ter um
colapso.
CONTINUA
Olá galera, primeiro quero dizer porque não postei no final
de semana passado, bom no final de semana eu não estava em casa, mas sim no
interior daqui de Minas, e lá estava sem sinal de internet, por isso não foi
possível postar, fora que o capítulo ainda não estava todo finalizado, ainda
faltava algumas partes aqui e ali.
Porque eu estou postando hoje? Porque amanhã novamente eu
iriei viajar, só que desta vez será para São Paulo (capital) só voltarei na
terça e como já que estou bem atrasada com vocês é melhor postar agora mesmo.
Bom, esse capítulo foi um pouco complicado de fazer, a música
me dá muitas oportunidades e opções, e eu tentei aproveitar a maioria das
ideias, mas ainda assim ficou coisa faltando, pois fiquei com medo de ficar
grande demais e eu acabar me perdendo no meio do caminho, eu estou pensando em
fazer uma parte dois desta canção, mas isso eu ainda olharei, por isso não
colocarei ‘parte 1’ ou ‘parte 2’.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjssss
Erii: Pois então se prepare, que essa música do Anselmo será daqui
a dois ou três capítulos, tudo depende se farei parte dois ou não desta música.
Kkkk pois é estas arrasando, sempre em primeiro aqui :D Muito obrigada por
comentar. Bjsss
Kika: Ei Kika, que saudade, já ia até mandar uma mensagem no face
perguntando se estava tudo bem, mas que bom que você voltou. Muito obrigada por
comentar. Bjsss
Samara: Bom, vontade de continuar postando por muito e muito tempo eu
tenho, temos que ver se o tempo vai permitir, já que próximo ano já vou estar
na faculdade, então não sei como vai ser minha vida, mas fique tranquila que eu
vou tentar postar sempre que puder, mesmo quando eu já estiver velhinha se possível
kkkkkkk como sempre, fico muito agradecida com seus elogios e nem mesmo sei
como responde-lo. Muito obrigada mesmo por tudo. Bjssss
Shirley Barros: KKKK e então como esse capítulo lhe deixou? Tá feliz? Está
triste? Tenho vontade sim, e claro que você pode dizer suas ideias, estarei
sempre a escuta-la. Meu face é: https://www.facebook.com/fernanda.carolina.3133?ref=tn_tnmn
e meu whasapp é: 51 31 75957000. P.S.: Também amo essa música *-* . Muito
obrigada por comentar, Bjssss.
Hello capitulo perfeito
ResponderExcluirAmeii
Saudade mesmo era eu que tinha de comentar aqui
Despareci por causa de coisas da escola e isso...
Tu postaste no meu dia de anos mas mesmo assim acho que vou ser a 1° a comentar
Bjs e posta logo ^_^
Perdi o poder :(
ResponderExcluir2 capítulo a, vou ter um treco. team Rachel :)))
Diverte-te nests Viagem e volte a tempo para Divar. Beijos