sábado, 29 de junho de 2013

16º CAPITULO “Dois planetas diferentes” parte 1 – Aprendendo a Amar


_ Certo. – concorda. Já era um começo. Ambos têm no passado coisas que preferem esquecer, ambos têm coisas no passado que nos prendem em nossos próprios medos, coisas que nos impedem de seguir em frente. No fim de tudo, nos entendemos. No fim das contas, nós somos iguais de maneira diferente.


03 de julho de 2006

O sol mal tinha se posto e Demi chegava a sua casa, nada comum, em pleno sábado ela jamais voltaria antes das quatro da manha de domingo, porém hoje era diferente, um jantar com a família de um sócio de seu pai atrapalhou seu fim de semana, voltava para casa a contra gosto, mas o que ela podia fazer?
Antes mesmo de entrar, viu Joe, no jardim da frente, saindo da grande casa.
_ Anda roubando as flores do jardim, né? – perguntou Demi a Joe, ao vê-lo com um lindo buque de rosas.
_ Me deixe quieto. – respondeu Joe azedo.
_ Tudo bem, desde que não roube meu computador...
_ Eu não estou roubando nada, comprei esse buque com o meu dinheiro. – falou Joe, fitando Demi com raiva.
_ Tudo bem, senhor estressadinho, poço saber para quem seria esse buque? – perguntou Demi.
_ Não lhe interessa. – respondeu Joe. Vestido elegantemente, cabelo bem penteado, no rosto tinha um sorriso bobo, que mesmo perto de Demi, insistia em manter-se. Ele estava feliz, amando, realizado...
_ Não me diga que será para Tiffany. – disse Demi. “Como ele podia ser tão idiota?” pensava ela.
_ É daí se for? Algum problema?
_ Nenhum, o idiota aqui e você mesmo. – disse Demi, dando de ombros. Demi fez menção de entrar em casa, mas Joe a chamou.
_ Qual que é o seu problema, garota? Porque você não quer admitir que eu e a Tiffany estamos felizes e apaixonados? – perguntou Joe, indignado.
_ Se você não se importa de ser o quinto por qual ela se apaixonou e que a esta fazendo feliz, só neste ano, não vai ser eu que vou reclamar... – respondeu.
_ Ah sim, porque você é uma santinha. – disse Joe, com a voz irônica.
_ Ah me desculpe, eu devo ser muito puta mesmo, por estar namorando o mesmo garoto há um ano, sem trai-lo e nem nada parecido. – falou tão irônica quanto Joe.
_ Você não a conhece. – disse Joe, começando a realmente perder sua calma, seu sorriso bobo já desaparecia de sua face.
_ Eu já estudo com ela faz três anos e você a conheceu em uma festa que eu dei a duas semanas, você realmente acha que a conhece melhor que eu? – perguntou ela.
_ Você sente inveja dela. – acusou Joe. Demi gargalhou.
_Só não diga que eu não lhe avisei. – disse Demi, após parar de rir, entrando em casa, deixando Joe sozinho.

Agora

O cheiro que vinha da cozinha era tentador, o tempo frio não sessara e jantar uma sopa pareceu um convite irresistível. Joe não pensou duas vezes antes de entrar na cozinha para preparar a sopa e eu não pensarei duas vezes na hora de saboreá-la.
As últimas horas que passei com Joe foram surpreendentes. Nos dois conversamos. Sim. Isso mesmo. Conversamos. Sem brigas, sem provocações ou lembranças de um passado que nos entristece, nos dois simplesmente conversamos como se fossemos amigos. Não me pergunte o que aconteceu, nem mesmo eu saberia explicar o que tinha acontecido. Ele não tentou me dar concelhos nem se mostrar superior por ter um diploma e eu conversei com ele sem jogar na sua cara nossas diferenças econômicas e etc. No final funcionou, nada de assuntos sérios, uma bobagem atrás da outra, uma gargalhada atrás da outra, um momento surpreendente.
Não posso negar, eu sempre tive um pensamento fixo sobre Joe, pensamento na qual adquiri desde o primeiro momento que o vi. Joe sempre foi chato, mal educado, um pobretão, se acha demais por ser nerd. Nada parecido com alguém que eu um dia me tornaria amiga. Mas tudo, exatamente tudo o que eu construí sobre ele desmoronou nestas ultimas horas. Seria isso possível? Como que de uma hora para outra eu tinha passado de principal inimiga de Joe para uma possível boa amiga?
Será mesmo que eu sempre o odiei?


_ Aqui esta. – disse Joe, entregando-me a tigela cheia de sopa, o cheiro me fez salivar no mesmo momento. Ele também trazia em sua mão sua tigela, tão cheia quanto a minha. Estampei um sorriso no meu rosto, em demonstração de agradecimento, ele me respondeu, fazendo o mesmo.
Algo realmente estranho estava acontecendo e eu não sabia dizer o que era exatamente.

Mesmo a sopa estando quente eu comecei a comer, nem mesmo me importei se eu iria queimar minha língua, eu não teria forças para esperar esfriar mais, não com a tigela tão perto de mim. Joe pegou o controle da TV e sentou-se na poltrona que ficava bem perto do sofá, onde eu estava praticamente jogada, - digamos que a minha convivência com Joe me deixou com hábitos não tão bons -. Eu já estava preparada para o ver pondo no telejornal. Como ele conseguia assistir aquilo todos os dias? É sempre a mesma coisa, violência, pobreza, tristeza, roubo, politica, nada que realmente me interesse, mas para minha surpresa eu estava enganada desta vez.
_ O que você quer assistir? – perguntou ele, olhei-o esperando a brincadeira por trás da pergunta, mas ele parecia mais sincero que nunca.
_ Você não vai assistir seu jornal? – perguntei.
_ Bom... Pensei que você não gostasse de jornal. – disse ele.
_ Eu realmente não gosto, mas você gosta. – falei.
_ Pois então, hoje vamos ver algo que você queira assistir. – disse ele. Será que você consegue entender a gravidade do “Algo realmente estranho estava acontecendo”, agora?
_ Bom... Eu não sei, não costumo ver muito TV. – falei, eu raramente ficava em casa, mesmo tenho uma TV enorme, eu não a utilizava muito. _ Só vejo algumas séries, de vez em quando.
_ Você sabe se alguma delas passa hoje? – perguntou. Pensei um pouco e logo me lembrei da propagando que eu havia visto no dia anterior.
_ Eu vi que daqui a pouco começará uma maratona de Doctor Who. – falei.
_ Doctor Who? – perguntou Joe, seus olhos se arregalaram no mesmo instante e ele inclinou seu corpo a mim, como se estivesse a ponto de me atacar. Fiquei assustada, eu tinha falado algo de errado? _ Você gosta de Doctor Who? – perguntou ainda no mesmo estado, eu ainda tinha duvida se seu tom era de surpresa, felicidade ou se era de reprovação.
_ Gosto. – falei sem jeito, já com medo de sua reação. Ele tornou a se ajeitar na poltrona e sorriu largo.
_ Não creio. – disse boquiaberto. _ Quem poderia imaginar que Demetria Lovato gosta de Doctor Who? – perguntou, ignorei o Demetria, ainda tentando entender o seu espanto.
_ Há algum problema? – perguntei.
_ Não, nenhum. – disse empolgado. _ Eu também amo Doctor Who, eu só não achava que você poderia se interessar por uma série dessas. – falou ele, tinha um brilho nos seus olhos, nunca o vi tão empolgado ao falar comigo, tínhamos encontrado uma coisa em comum que não nos envergonhava e na qual poderíamos compartilhar bons momentos e conhecimentos.
_ O que você achava que eu iria gostar em? – perguntei humorada.
_ Sei lá, pensei que você preferisse ver programas de fofoca. – falou.
_ De vez em quando é legal. – falei, ele riu.


O resto da noite passou voando, Joe e eu devoramos a sopa, enquanto assistíamos seis episódios de Doctor Who. Já se passava de uma da manhã, quando enfim fomos dormir. Joe retirou minha tala para que eu pudesse tomar um banho e trocar de roupa, nada muito agradável quando se esta no frio, apesar de que minha banheira com água quente não me deixava reclamar.
Dormi feito uma pedra, não estava cansada, nem nada parecido, mas eu me sentia tão tranquila e leve que dormi sem pestanejar.

Acordei tarde, como de costume, levantei-me sem pressa, minha rotina de não ter para onde ir já me estava me deixando mais preguiçosa do que de costume. Fiz minha higiene pessoal, penteei meu cabelo, para aparecer mais apresentável na sala, mesmo sabendo que só teria Joe para me ver.
Hoje seria um dia diferente de todos aqueles que eu já passei junto a ele, disso eu não tinha duvidas. Tudo indicava para um dia cheio de conversas descontraídas.


_ Bom dia, dorminhoca. – disse Joe humorado, assim que eu cheguei à sala, ele estava de pé, perto da porta de vidro que dá para a varanda do apartamento, a vista é linda, lembro-me de que nos meus primeiros dias neste apartamento eu estava completamente apaixonada com a visão que eu tinha, passava boa parte do meu tempo aqui, olhando todo o horizonte, à noite, as luzes da cidade se misturam com a natureza, da grande praça que há frente a meu apartamento, um mistura do que há de mais lindo da modernidade da cidade, com a tranquilidade e bela simplicidade da natureza.
_ Bom dia, galo da madrugada. – falei. Rimos. O dia não estava frio como o do dia anterior, mas ainda não estava nada parecido com o calor que costuma fazer na Califórnia, tudo bem que estamos no inverno, claramente que as temperaturas iriam cair, acho que estou tão acostumada com altos graus célsius que quando o vento bate mais frio o meu corpo estranha.  
_ Para sua felicidade hoje você terá seção de fisioterapia. – disse ele.
_ Ah não. – reclamei.
_ Daqui a quatro dias você irá ao seu médico, fazer uma avaliação, se não estiver evoluindo, seu pai me corta o pescoço. – falou Joe, se aproximando de mim.
_ Não seria uma má ideia. – falei brincando. Ele fez um biquinho, como se estivesse chateado com minha fala. Eu ri.
_ Confesse você não conseguiria ficar sem ver esse rostinho lindo aqui. – disse ele, ainda mais perto.
_ Ha Ha Ha. – ri. _ Nem um pouco convencido. – falei.
_ Para você ver o que a convivência faz com as pessoas. – disse ele. Provavelmente eu deveria ficar ofendida, mas eu estava com um bom humor tão grande que acabei rindo. _ Como ainda sobrou um pouco do bolo que a Maria trouxe eu não fiz nada de café da manhã, quer que eu esquente o leite para você? – perguntou.
_ Não. – respondi. _ Hoje eu esquentarei meu próprio leite. – falei. Ele riu. _ Não ri. É serio, eu quero esquentar meu próprio leite. – eu falei, dando-lhe um tapa no ombro. Nunca fui de querer fazer nada, mas como eu disse, as coisas andam estranhas e eu estou com um humor invejável. Fazer algumas coisas fora do meu comum poderia ser divertido.
_ Tudo bem, como quiser. – falou ele, levantando as mãos, em sinal de paz. No mesmo momento fui para a cozinha, peguei a mesma caneca que vi Joe esquentando o leite na manhã passada e peguei o leite na geladeira. Joe me observava, sem dizer nenhuma palavra. Coloquei o tanto que achei necessário de leite na caneca e parei. _ Precisa de alguma ajuda? – perguntou Joe, ao perceber que eu tinha parado.
_ Eu preciso colocar mais alguma coisa? – perguntei, me sentindo uma inútil por não saber nem mesmo esquentar um leite. Não parecia ser uma coisa difícil, mas ainda sim eu mostrava dificuldade.
_ Acredito que não, você pretende misturar com Toddy depois, não é? – perguntou.
_ Sim. – respondi.
_ Então não precisa por mais nada. – falou ele. Minha face deveria já estar da cor de uma pimenta de tão envergonhada. Guardei o leite na geladeira e peguei a caneca cheia de leite, coloquei na boca do fogão e...
_ Como é que liga esse fogão? – perguntei. Joe riu alto. Eu nunca tinha usado aquele fogão na minha vida, quando eu precisava esquentar alguma coisa ou eu desistia e comprava em algum lugar que já vendesse quente ou eu punha no micro-ondas. _ Pare de rir. – pedi. _ É sério. – Joe segurou o riso e foi me ajudar.
_ Seu fogão é automático. – explicou-me ele. _ É só girar aqui e aperta esse botão. – falou, demonstrando-me como fazer.
_ Ainda bem que não precisa de fosforo, é muito perigoso. – eu disse. Joe olhou-me.
_ O perigoso não é o fosforo, o perigoso e você com o fosforo. – falou ele rindo.
_ Ahahaha, engraçadinho. – eu disse, dando língua.
_ Bom, acho que você tem futuro. – disse Joe ainda rindo. Agora sim, ele irá fazer piadinha sobre mim o resto de sua vida.
_ Pare de ser chato e pegue um pedaço do bolo para mim. – ordenei.
_ Porque você não pega? Você esta tão independente hoje. – disse ele, seu tom não era de reprovação, mas sim, divertido.
_ Descobri que lhe deixar sem trabalho é prejuízo para mim. – respondi. Rimos. Joe assentiu e pegou o bolo, que estava guardado na geladeira, cortou alguns pedaços e distribuiu em dois pratos, um para mim e um para ele. Quando ele guardou o bolo, o leite começou a ferver.
_ Você sabe desligar o fogão? – perguntou, pronto para rir, caso eu respondesse que ‘não’.
_ Sei. – respondi satisfeita. Essa parte eu já tinha visto Maria fazer e sei que era apenas girar o botão do painel.
_ Menos mal. – falou ele, desvalorizando meu feito.
_ Admita, eu não sou tão ruim assim. – falei, tudo bem que meu começo havia sido vergonhosa, mas o final merece algum credito. Joe me olhou, sem responder nada, é claro que para ele eu era um caso perdido no quesito cozinha. _ Vou considerar o seu silêncio como uma resposta positiva. – falei, enquanto misturava o Toddy no leite.
_ Como preferir. – falou dando-me o prato com dois pedaços do bolo de Maria. Na fome acabei começando a comer ali na cozinha mesmo, de pé. Mesmo sendo bolo de ontem, o saoer continuava bom e o leite com Toddy nem se fala, digamos que eu sei esquentar um leite.  _ Demi. – chamou-me Joe, após estarmos um tempo calado.
_ Sim. – respondi. Joe esteve do meu lado o tempo todo, comendo junto comigo, porém sem tomar nada.
_ Você esta bem? – perguntou. Estranhei sua pergunta. Tudo bem que eu estava agindo de maneira diferente, mas não era motivos para ele ficar preocupado comigo.
_ Sim. – respondi. _ Por quê?
_ Você não esta sentindo nenhuma dor? – perguntou ele. Parei um pouco. É verdade. Eu não tinha percebido, eu não tinha sentado desde que sai da cama, mas minha perna, sem a tala, não estava doendo, coisa que sempre acontecia, quando eu ficava mais do que uns poucos minutos de pé.
_ Não. – respondi feliz. _ Não esta doendo. – falei sorrindo. Joe também sorria, se eu estava evoluindo era graças ao seu trabalho, é claro que ele ficou muito feliz com minha resposta. _ Minha perna esta ótima. – falei empolgada.
_ Nada, nada? – perguntou Joe, feliz e incrédulo.
_ Nada, nenhuma dor. – falei.
_ Demi isso é ótimo. – falou empolgado, dava para ver que ele estava muito feliz, um sorriso enorme estava estampado em seu rosto e não era para menos.
Na empolgação Joe pegou-me e abraçou-me, elevando-me em seus braços para que ficássemos na mesma altura. Talvez fosse uma reação exagerada para apenas uma perna que não doía mais, porém não dá para negar, estávamos felizes demais, isso indicava que em pouco tempo eu teria minha vida de volta e que Joe conseguiu sucesso em sua primeira paciente.
O abraço de Joe era forte. Estávamos muito perto um do outro, eu podia sentir seu perfume, podia sentir o calor de sua respiração em meu colo, podia sentir a força de seu olhar.
Talvez eu devesse culpar a proximidade, talvez eu culpe a felicidade.
Não houve palavras, aproximamos mais os nossos rostos, até que...

                CONTINUA...


Capítulo postado, eu espero que vocês tenham gostado. Como já devem ter percebido o capítulo será dividido em duas partes. Espero que vocês não me matem, mas eu não faço a mínima ideia de que dia eu voltarei a postar, talvez eu só volte a postar na quarta-feira, sei que vai demorar, mas eu estou completamente enrolada na escola :/ Pelo menos as féria estão chegando e aí eu vou poder postar com mais frequência ;)
Não se esqueçam de comentar/avaliar.

p.s.: Para quem me segue no twitter, eu fui suspensa, não sei quando poderei voltar a utilizar minha conta :/ Espero que o mais rápido possível. Se quiserem se comunicar comigo me adicionem no facebook, aceito todos :) 

Bjsss




Sammara: Postado. Muito obrigada. Espero que tenha gostado. Bjss
Yumi H. e Rafa S.: Postado. Muito obrigada por comentar. Bjss

Lali: Postado. Muito obrigada por comentar. Bjss 

8 comentários:

  1. adorei!
    A fic da perfeita, to amando demais <3333
    posta logo por favor, estou curiosa, haha '



    beijos, :*

    ResponderExcluir
  2. "até que..." como assim você para aí?!
    Isso é sacanagem u_u
    trate de postar logo, mocinha.
    hahaha
    Beijos.

    ResponderExcluir
  3. até q??
    isso não se faz..... ;/
    Postaaa logooo pleaseee

    ResponderExcluir
  4. Que lindo!
    Adorei o capitulo!

    Nanda, foi criado um blog de critica de fanfics onde eu sou uma das donas do blog. Se quiser se inscrever é só entrar.
    http://criticasdefanfics.blogspot.pt/
    Não se esqueça de ler as regras antes de tudo.

    Posta logo.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  5. - Ei, eu sempre leio sua fic e sinceramente? Ela é perfeita. Não comento porque sempre leio a noite pelo celular, e pra comentar é muito complicado. Mas juro que sempre que der veio comentar.

    Continua, porque esse capítulo foi a+, Jemi ♥ Amo Demais.

    ResponderExcluir
  6. Cara que perfeito! Eu acho que já sei o que vai acontecer... posta logo!
    beijos ♥

    ResponderExcluir
  7. não estou conseguindo ver a parte 2 , o que faço ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. link para a parte dois: http://fanmadehistorias.blogspot.com.br/2013/07/17-capitulo-dois-planetas-diferentes.html

      Excluir