quarta-feira, 13 de março de 2013

20º CAPITULO “Órfã da guerra” – AMOR EM GUERRA


Eu preciso encontrar a minha salvação, o mais rápido que eu puder, eu não tenho tempo a perder.
Demi parecia mais saudável, porem assustada quando entrou para me ver, ela já sabia sobre os planos dos médicos, sabia que eu poderia sofrer uma eutanásia, ela não queria isso, mas pouco pode fazer contra, já que nunca falei nada sobre isso, eu nunca considerei estar nesta situação.

_ Joe, eu não sei o que fazer. Eu estou com muito medo de lhe perder, eu não quero lhe perder. – falou Demi entre lágrimas. _ Eu sei que você esta aqui comigo, mas... Não é a mesma coisa... Eu nem posso te ver... É irracional. – falou. Eu a intendia perfeitamente, digamos que minha presença agora não mudava muitos as coisa, eu não posso me ajudar a melhorar, eu não posso ajuda-la, eu sou um inútil por aqui. _ Porque que as coisas têm que ser tão difíceis para nós? – perguntou depois de uma pausa. _ Sempre que estamos felizes tem algo que nos atrapalha. – falou. _ E nos ainda estamos aqui juntos, provando o quão forte é o nosso amor. – não pude deixar de dar um sorriso com esta fala, várias vezes alguém foi contra no nosso relacionamento ou brigamos por causa de pensamentos diferentes, a distancia sempre fora um tortura, mas mesmo assim nunca deixamos de amar um ao outro, nem se quer por um momento.
Outra pausa.
Demi estava como sempre, sentada na cadeira de visitantes, tocando minha mão e falando sempre perto do meu ouvido, como se isso fosse maior garantia de que eu a escutasse, eu posso escuta-la perfeitamente, estando ela sussurrando ou falando em um tom normal, mas eu nem ligo pelo fato dela estar falando tão proximamente, sempre amei sua voz, por vários meses era a única coisa que eu tinha dela, quando eu estava no exército um telefonema era como uma dadiva divina, escutar sua voz sempre foi motivo de alegria.
_ Uma vez, quando eu era pequena, me disseram que amar, além de tudo é sofrer, não tem como ser só feliz, sempre haverá um momento em que lágrimas nascerão por quem ama. Eu achei aquilo uma bobagem, amor é felicidade, é algo bom, eu nunca derramaria lágrimas por estar amando. – confessou. Ela nunca tinha me dito esta historia. _Aí eu te encontrei, foram tantos momentos de alegria, tantos momentos inesquecíveis, mas eu já derramei tantas lágrimas, por simplesmente te amar... Joe eu te amo demais, eu estou disposta a chorar o quanto for preciso, mas não por ter que te enterrar, mas sim por te ter aqui comigo, por favor, se você puder fazer algo, eu não sei, nem que seja se manter forte, nem que... Eu não sei... Eu... Só não me deixe sofrer por te perder, eu não resistirei. – falou, as lágrimas não paravam por um momento, ela estava desesperada, o medo de me perder já lhe havia dominado novamente, mal ela sabia que eu não podia fazer nada, me manter forte? Como? O que é preciso para fazer isso?
Aproximei-me dela e toquei sua mão, ela sentiu, mas de nada adiantou, ela continuou com seu choro incessável. Para mim o toque que eu a dei, tinha um significado, eu não sei o que fazer para me recuperar, isto é fato, porem prometo não desistir de procurar respostas ou soluções. Já que ela não pode me escutar, toca-la foi a maneira que encontrei para respondê-la, espero que ela tenha entendido.

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O resto do dia foi bem tumultuado, os parentes e amigos de Joe chegaram para visita-lo, o que levou os enfermeiros a loucura, já que não podiam permitir tanto estresse ao paciente, o resultado foi que nem todos conseguiram vê-lo e tentariam no próximo dia, isso provavelmente atrapalharia a Demi e aos pais de Joe, já que fora dado um limite de cinco visitantes por dia, e na espera já tinha umas 13 pessoas. Parentes, colegas de escola e do exército, todos lá torcendo pela sua melhora.
Era bom saber que Joe é tão querido, ter a presença de outros lá deu um animo, pouco, porem deu um animo a mais a todos.
 Porem uma visita em especial não alegrou a ninguém, principalmente a Demi.
Rick.
_ Eu não acredito que este homem veio. – falou Demi, a raiva tomou conta de seu ser.
_ Calma Demi, ele só veio visitar o Joe. – falou Liam, tentando acalma-la. Ele e Miley também estavam lá.
_ Ele nem liga para ele. – falou Demi furiosa.
_ Não é assim Demi, ele...
_ Nem tente Liam. – falou Demi, interrompendo-o. _ Nem você, nem Joe, nem ninguém me fará gostar dele.
_ Desculpe amor, mas nessa eu concordo com a Demi. – posicionou-se Miley.
_ Não é questão de gostar é só...
_ Cala a boca Liam. – ordenou Demi, que mantinha seu olhar em cima de Rick, observando cada passo dado por ele. Em uma situação normal, uma pessoa ficaria chateada com sua atitude, mas Miley e Liam acabaram rindo da situação e deixaram tudo quieto. Todos sabem muito bem que não se mexe com uma gravida, principalmente uma irritada. 
Rick percebeu o constante olhar de Demi e como resposta deu sorrisinho a ela, como se estivesse provocando. Se Demi tivesse uma arma em mãos, Rick seria um homem morto.
Demi queria gritar, expulsa-lo, mas não queria fazer escândalo, tendo que segurar todo o seu ódio por aquele homem em si.
_ Demi, eu acho melhor nos irmos para a lanchonete. – sugeriu Miley.
 _ Eu não estou com fome. – falou Demi, grossa, ainda com o olhar em Rick.
_ Mas eu estou. – disse, puxando a amiga pelo braço e a obrigando a ir junto. Os tempos são diferentes, mas a amizade “delicada” que uma sempre teve com a outra continuava a mesma.

Aos protestos de Demi, Miley conseguiu arrasta-la para a lanchonete do hospital.
_ Você não deveria ter me tirando de lá. – bufou Demi.
_ Mais um minuto lá e você explodiria. – disse Miley.
_ Eu queria ficar de olho naquele homem. – falou Demi, ignorando o último comentário da amiga.
_ Custa você se acalmar um pouco? Eu também não gosto dele, mas não vou ficar da maneira em que você fica ao chegar perto dele. – falou Miley.
_ Claro! – berrou Demi, sem se importar com os outros que estavam na lanchonete, que atraídos pelo seu berro começaram a olhar para elas. _ Não foi a você que ele disse que queria que perdesse o filho. – concluindo ainda com o tom alterado.
_ Agora você vai discutir comigo? – perguntou Miley indignada ao perceber a ação da amiga. Desde o começo queria Miley queria apenas ajudar a amiga, sabia que ela estava irritada, mas custava se acalmar um pouco?
Enfim levando em consideração a fala da amiga, Demi parou um pouco e respirou fundo.
_ Desculpe-me. – pediu Demi, abaixando o tom de voz.
_ Não esta sendo fácil para ninguém Demi. – disse Miley, com a voz doce. _ Eu sei que para você está sendo muito difícil, mas eu estou aqui, viu morena? – falou. Mais calma Demi se permitiu dar um sorriso fraco.

(...)

A semana parecia se arrastar. Nenhuma notícia, nenhum sinal de melhora. Os soldados já haviam voltado para suas respectivas missões no exército, dos parentes de Joe, os que tinham trabalho e escola acabaram tendo que voltar para suas casas, deixando para trás apenas os que já eram aposentados e os que eram donos do próprio negocio, o que permitia a eles que tivessem o luxo de não ir trabalhar quando assim decidissem. Miley sempre ia para o hospital depois de fechar o restaurante e ficava lá até a hora em que a amiga voltava a Fort Bragg, Logan acabou ficando responsável de cuidar da oficina, já que o pai se negava ficar sem ir para o hospital. Os noticiários já tinham parado de anunciar sobre a guerra, e as cartas, presentes e até dinheiro, dos americanos agradecidos pelo heroísmo de Joe, que começara a chegar depois de anunciado o coma de Joe, em cadeia nacional, haviam parado de chegar. A América já havia esquecido os heróis da pátria.
O dia da cirurgia de Joe se aproximava e com ela a tensão. Denise já havia começado uma novena para Joe, e incluiu todos nessa, e também fez promessa. Se a cirurgia fosse bem sucedida iria doar quilos de alimento para uma instituição de caridade, ela já fazia isso pelo menos uma vez no ano, mas como a idade não lhe permitia fazer penitencia física – apenas de que, se neste momento, isto fosse necessário, sem pensar suas vezes, ela faria – e a saúde, que se debilitou muito desde que recebeu a notícia da internação do filho, não lhe permitia uma restrição alimentar – apesar dela também ser capaz de fazer, caso soubesse que isso salvaria o filho.
Paul, apesar de ter acompanhado a mulher nessa, já tinha jogado tudo para o alto. Demi seguiu tudo com fé, a única coisa na qual ela podia se segurar naquele momento era em sua fé.

_ Eu fiquei sabendo de um caso em que um homem ficou em coma por 18 anos. – comentou Logan, hoje era a vez dele de ficar com Demi, enquanto o pai descansava um pouco, nessa noite quem iria ficar no hospital era Paul e, pela primeira vez, depois de muito insistir, Denise.
_ Sua intensão era de melhorar minha situação? – perguntou Demi, a fala do irmão dava a esperança de que mesmo que demore, ele pode acordar. Mas, 18 anos? Demi não sabia se conseguiria se manter 18 anos apenas com a esperança de que ele um dia possa acordar, e a criança que ela carrega? Joe não a veria crescer.
_ Acho que era. – falou ele, coçando a cabeça.
_ Ajudou. - mentiu ao ver que o irmão ficara chateado por não estar conseguindo ajuda-la.
_ Você sempre foi uma péssima mentirosa. – comentou. _ Por isso que o papai sempre descobria quando você fugia de casa para se encontrar com Joe. Eu nunca precisei te dedurar. – ambos riram.
_ Já você... – disse Demi, sugestiva.
_ Eu sempre fui esperto, somente isso. – disse Logan, agora feliz por ter conseguido amenizar o clima ruim.
_ Uhum.
_ Fala sério, eu mentiroso? – perguntou ele, fingindo indignação, mas acabou rindo no final, Demi também acabou dando uma risada.
_ Eu sou espero não ter que esperar todo este tempo. – falou Demi, depois de um tempo de ambos em silêncio.
_ Você não precisar esperar tanto. – afirmou Logan, mesmo sabendo que ele não estava em condições de afirmar nada. _ Ele irá acordar em breve.

(...)

Eddie, preocupado com a filha, marcou um médico para ela, já que ele agora estava com três meses de gravidez.
Aproveitando que o próprio hospital em que Joe está internado tem uma área reservada para fins da maternidade, levou Demi até lá.
O que se viu foi uma cena de se emocionar e talvez rir também.
Um homem, com quase 1,90 metros, chorando junto a filha, vendo o ultrassom do neto. Ah, como Eddie podia ser fofo quando queria.
 Sua altura poderia assustar muitos, pois poderiam achar que ele é muito bravo ou violento, mal sabem o quão sensível ele é, fazê-lo chorar não é tão difícil quanto possa parecer, mas ainda sim foi uma surpresa para Demi, quando olhou o pai chorando, sem sentir-se envergonhado por isso, porque conseguiu, assim como Demi, identificar onde estava a cabecinha do bebê.

_Você sabe que eu sempre vou estar aqui por você, não sabe? – perguntou Eddie a Demi, assim que saíram do consultório do médico, com a feliz notícia de que mesmo com todo o estresse que Demi estava passando, o bebê se desenvolvia bem.
_ Sei sim, você sempre esteve e eu sei que sempre estará. – confirmou Demi.
_ Saiba que no caso de Joe vier a faltar, eu prometo tentar ser o melhor avô possível para esta criança. – falou.
_ Você será de qualquer jeito. – respondeu ela. Pensar que talvez Joe viesse a faltar não era nada agradável, Demi tentava tirar esta possibilidade de sua mente. Porem para todos os outros esta preocupação já atormentava, e muito.
Existe uma criança que em cerca de 6 meses nascerá, e esta criança pode não ter a oportunidade de conhecer o pai pessoalmente, teria que se contentar com fotos e historia de como ele era, de como seus pais eram felizes juntos. Ela seria mais uma órfã da guerra.

                 CONTINUA...

Como prometido, postei. O capítulo não ficou muito bom, mas espero que ainda sim vocês gostem.
Se eu não postar um novo capítulo até sábado, eu só poderei postar na terça-feira.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss.


Juh Lovato: Tudo bem linda,  comente quando quiser, sem pressão, sei que você é minha fã numero 1 :D. Postado. Bjsss
Eriimiilsa: Bom, se os pais dele irão decidir por desligar as maquinas ou não, só com o desenrolar da historia que vamos descobrir.
Não sei se fico mal por estar te fazendo chorar ou se fico feliz por saber que você fica mexida pela minha historia, é sempre bom saber que alguém se “prendeu” a sua historia. Bjsss.
Polly Jones: hahaha, só futuro dirá o que vai acontecer. É bem triste para ela e ainda podem acontecer mais momentos tristes spoiler. Postado. Bjss.

2 comentários:

  1. Modestia né. Você dizer que não ficou muito legal.
    A declaração da Demi, Céus, lindérrima.
    Estou furiosa com a Miley, estava torcendo que a Demi expulsa-se o Monstro "Rick" se fosse eu proibia ele disse a aproximar, imagina se o Joe acorda e decide ficar ele já matou tanta gente que ainda joga Demi das escadas... pensamento ruim mas não gosto nada dele.
    E eu chorar é um optimo sinal

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  2. Adorei o capitulo.
    "O capitulo não ficou muito bom". O capitulo não ficou muito bom?? Ficou lindo!
    Que drama!
    Posta logo.

    Bjs :)

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