quarta-feira, 6 de março de 2013

18º CAPITULO “Seria o melhor para ele.” - AMOR EM GUERRA


_ Eu prometo.
Naquela noite, quem ficou no hospital fora Eddie, mesmo com os protestos de todos, ele quis ficar lá. De todos, ele era o mais descansado e, apesar da idade, era o mais apto para passar a noite praticamente em claro, já que as cadeiras do corredor não eram tão confortáveis quanto as do quarto e impossibilitavam um sono, talvez um cochilo desse, mas apenas enquanto o sono não começasse a aprofundar, deixando com que a gravidade comande o corpo e acabasse  tombando para frente ou para os lados.
Paul já não dormira na noite anterior, e não se deixou dar nenhum cochilo durante o dia, provavelmente seu corpo estava a ponte de entrar em colapso e exigir um descanso imediato, tanto que deixa-lo dirigir de volta a Fort Bragg era algo perigoso; Denise até queria ficar, mas o estado dela, descansada, já era lastimável, sem descanso pareceria uma morta viva, não que já não lembrasse uma; Demi também poderia ficar, após ter tido a confirmação de que Joe estava ao seu lado, se permitiu ficar melhor, até mesmo se alimentou direito, o que a deu uma aparência mais saudável, porem todos se opuseram a sua vontade, não a deixando outra opção, a não ser voltar para casa.
No final quem acabou dirigindo a maior parte foi Demi, só quando chegou a seu prédio que passou o carro a Paul.
Logan já estava no apartamento de Demi, depois de ter descansado um pouco ele foi para lá, na intensão de cuidar de Oliver, e depois, mais tarde de Demi, já que lhe foi passada a informação de que seu pai ficaria no hospital.
Logan não sabia muito bem o que deveria fazer, agora não era hora para fazer piadas, mas deixar a irmã triste tampouco estava em questão.
O que o surpreendeu foi o fato dela parecer ligeiramente melhor do que a última vez que ele a vira.

Assim que entrou no apartamento, Demi cumprimentou o irmão, e teve uma rápida conversa com ele enquanto dava um pouco de atenção a Oliver. Depois ela foi para o banheiro, tomar um banho, demorado e relaxante.
Relaxar era algo que não estava no dicionário de Demi já fazia um bom tempo, mesmo antes do fatídico acontecimento a Joe, porem, hoje, após ter sua confirmação, Demi se permitiu relaxar um pouco.
Esta decisão não fora tomada apenas por ter sentido o toque de Joe, mas sim porque sentiu o toque de Joe em sua barriga. Isto para ela serviu como um aviso, com todo aquele tumulto Demi estava esquecendo-se de cuidar da saúde, prejudicando não somente a ela, mas também a criança que espera. Demi sabe que Joe quer a criança tanto quanto ela e é claro que a maneira que ela estava levando sua vida não permitiria que nascesse uma criança, pelo menos, não uma criança saudável. Com isso Demi decidiu mudar seu comportamento, voltou a permitir-se sentir fome e comeu como uma mulher gravida come, muito; permitiu-se sorrir um pouco, forçou-se a olhar estes últimos acontecimentos com melhor olhar, se é que isso é possível, deixou-se relaxar no banho, acariciou sua barriga, que já começava a dar sinais da gravidez, e falou com a criança, mesmo sabendo que nesta faze de desenvolvimento a audição do bebê não estaria nem mesmo se formando.
A noite estava atípica em Fort Bragg, fazia 21 graus – o que já caso de sair de casa com casacos pesados para o povo do sul americano – caia uma chuva, fraca, mas quando ventava dava a impressão de que a temperatura estava em negativos. Demi quando saiu do banho, vestiu-se da maneira mais confortável possível, calça e blusa, ambas de moletom, sendo que a blusa na verdade era de Joe, e ficava gigantesca em Demi, porem ela nem ligava, estava em casa, o único que poderia a julgar era o irmão, sendo que este não ligava muito para roupas, prova disso é que ele mesmo saiu pela rua com uma calça jeans, já desbotada e uma blusa, vermelha, que tinha um belo de rasgo na manga. Fora que Demi se lembra de que quando vestia aquela blusa, Joe sempre a achava fofa, pois a fazia parecer uma criança.

_ E então, eu estava pensando em pedir uma pizza. – falou Logan, quando Demi voltou para sala.
_ Porque você não cozinha alguma coisa. – sugeriu Demi. _ Quero ver seus dotes culinários.
_ Bom... – Logan pensou um pouco. _ Tem miojo? – perguntou. Demi riu de canto e se jogou no sofá.
_ Você precisa aprender a cozinha maninho. – falou Demi, um pouco divertida. Mesmo com todos os problemas, o estado espiritual alegre de Logan, sempre animava, nem que seja um pouco, as pessoas a sua volta. Era algo tão natural que ele nem mesmo percebe seu “dom”.
_ Eu também sei fazer omelete. – falou convencido.  Demi riu. _ Não ri não, ela fica muito boa viu? – falou também se jogando no sofá, no pouco espaço que Demi deixou. _ Mas ainda sim eu acho que uma pizza cairia bem.
_ Acho que vou aceitar sua sugestão. – falou, deixando o irmão entusiasmado.
_ AE! – comemorou. _Sabia que minha irmãzinha não iria me decepcionar. – falou Logan, dando um beijo na bochecha de Demi e logo depois se levantando para telefonar para a pizzaria, na qual, de tanto pedir, ele já sabia o numero de cor e salteado.
_ Você e seu vicio em pizza. – falou girando os olhos.
_ Não é um vicio ruim. – disse enquanto não o atendiam.
_ Depende do ponto de vista.
_ Do ponto de vista do sabor é ótimo, para mim isso é o único que importa. – falou. E depois foi atendido.

Enquanto esperavam a pizza Logan e Demi começaram a assistir TV. Logan estava com o controle remoto e pulava qualquer canal que estivesse passando jornal, de manhã fora liberada a lista com os nomes das vitimas da batalha que culminara na morte do líder dos talibãs, com uma morte tão importante para o exército americano, as notícias não paravam de passar em todo qualquer lugar, o assunto já estava começando até mesmo a enjoar. Tentaram achar algum filme que eles dois gostassem ao mesmo tempo, mas foi uma briga só, um era violento demais, outro era meloso demais, outro era triste demais, outro era bobo demais. Acabaram por decidir que iriam assistir algum seriado pela internet.
_ Glee. – sugeriu Demi.
_ Gay. – falou Logan. _ The walking dead.
_ Não estou querendo de comer vendo zumbis. – falou Demi, fazendo cara de nojo.
_ Surpernatural. – sugeriu Logan. Demi fez um cara de duvida. _ Ah! Vai! Você gosta! – insistiu.
_ Se eu tiver pesadelo durante a noite você irá se arrepender seriamente. – ameaçou Demi, com direito a apontar dedo na cara do irmão e tudo.
_ Tudo bem, minha medrosinha. – falou Logan, ameaçando a morder o dedo que Demi o apontara, mas ela foi mais rápida e logo tirou.
 Quem vesse os dois neste momento jurava que nada de ruim acontecia na vida deles. Logo pensariam que os dois eram apenas dois irmãos, bobos, que simplesmente decidiram tirar um tempo para ficarem juntos, aproveitando o friozinho que fazia, e que estava a inibir até o mais corajoso e apaixonado casal que planejasse ir à praça.
Talvez por causa da chuva, a pizza demorou mais que o comum para chegar, eles já tinha conseguido assistir um capitulo e meio de Supernatural, e ambas as barrigas já roncava de fome.
No final das contas, tanto Logan quando Demi estavam gostando tanto do seriado, que nem mesmo fizeram uma parada para comer, comiam e assistiam ao mesmo tempo.
Comeram até o último pedaço e só foram dormir quando já era de madrugada. Por orientação de Eddie, Logan fora dormir com Demi, assim como o pai havia feito na noite anterior.
Nesta noite Demi conseguiu dormir mais rápido, mas isso não significa que ela não teve sonhos com Joe. Novamente ela sonhou com Joe, da mesma maneira que da última noite. O mesmo lugar, o mesmo sentimento de paz, o mesmo enredo.
Claro que depois de um dia cheio de esperanças, sonhar novamente que Joe desaparecia em sua frente não fora nada estimulador. Talvez fosse só seu subconsciente lembrando-a de que, mesmo que ele possa de alguma maneira estar presente entre ela, não significa que sua morte não possa acontecer. Nada ainda mudou, ele continua em coma e os médicos continuam sem dar muitas esperanças sobre sua recuperação.

DEMI

Quando acordei já se passava das nove, nunca fui de dormir tanto, com o tempo tinha adquirido uma mania de acordar cedo, mesmo quando estava muito cansada, até mesmo quando não era necessário. Bom, não posso reclamar deste tempo a mais na cama, ele me veio bem a calhar, há muito tempo não me sentia tão descansada...
Sei que Logan não acordou a muito tempo, ele, ao contrario de mim, tem a regra de quanto mais tarde acordar, melhor, provavelmente o único motivo dele já ter se levantado quando acordei, fora alguma ordem do papai. Logan pode ser o que for, mas sempre acata todos os pedidos do nosso pai.
Levantei, fiz minha higiene pessoal, mas não troquei de roupa. Agora estava um pouco mais quente que a noite anterior, mas ainda estava frio demais para tirar a roupa confortável na qual eu estava.
Ao me aproximar mais da sala comecei a sentir um cheiro bom vindo da cozinha, até aquele momento eu estava me sentindo saciada, mas aquele cheiro despertou uma fome de leão, parecia até que eu não via comida há dias.


_ Bom dia maninho. – cumprimentei-o, chegando à porta da cozinha.
_ Bom dia, pequena. – falou ele, se afastando do fogão, onde ele estava quando cheguei e vindo me dar um abraço e um beijo na testa.  _ Preparada para comer a melhor omelete já feita neste planeta? – perguntou ele, todo empolgado, voltando para perto do fogão.
_ Se o gosto for tão bom quanto o cheiro, eu estou mais que pronta. – respondi.

                                                                  (...)

Após comer a omelete, que, diga-se de passagem, foi o melhor que eu já comi na vida, tomei um banho e troquei de roupa, coloquei um vestido preto, que ia até meus joelhos, e com mangas de renda. Agora iriamos ao enterro de John e Gabriel, não será um momento agradável, já fui a outros enterros de soldados e é sempre uma comoção muito grade, porem desse dois seria um pouco mais difícil para mim, conheço e sei a historia de ambos, enterrar quem se conhece é bem pior do que aquele em que apenas ouvimos dizer em um noticiário.
Todos iriam, meu pai, Logan, Denise, Paul...
Assim que chegamos fomos recebidos pela mulher de John. Já se podia ver os efeitos daquela morte em sua aparência, Edna, mulher de John, já tem uma idade mais avançada, ela é três anos mais velha que John, seu rosto nunca teve nenhum sinal de ruga ou mancha, porem agora um forte olheira em seus olhos evidenciavam o cansaço e o choro, seus olhos estavam fundos e sem o brilho que se via antes, parecia já ter emagrecido uns cinco quilos. Seus filhos não pareciam menos destroçados, o menor chorava inconsolavelmente. De longe avistei Alice, em pé, ao lado do caixão de Gabriel, que logo seria fechado para o enterro, seu olhar estava distante, morto, ela parecia até mesmo uma bonequinha de porcelana, miúda, pálida e de aparência frágil.
Havia muita gente no local, a maioria eu já conhecia da reunião dos parentes de soldados, mas lá também estavam todos os soldados e comandantes desta última missão. A maioria, ao me reconhecer como mulher de Joe, vieram me cumprimentar e me dar forças, um dele fora Rick, eu nunca o tinha visto, ele não comparecera ao meu casamento e nunca o vi em alguma festa dada por Joe, apesar de sempre ter tido o nome na lista de convidados, porem, mesmo sem o conhecer eu já havia escutado muito sobre ele, seu jeito autoritário, serio e de poucos amigos. Sua aparência realmente não era muito agradável, não por ser feio, mas sim por ser meio assustadora. Grande demais, séria demais, tensa demais. Acho que nunca tinha levado a serio os avisos sobre sua arrogância, não até agora.
_ Um dia antes da batalha Joe veio falar comigo. – disse ele. _ Ele queria desistir do exército. - esta eu realmente não esperava, Joe estava querendo desistir do que ele mais amava? Era por causa dos meus pedidos? _ Existe um motivo especial para isso, não existe? – perguntou. Ele se demonstrava calmo, mas sua voz parecia um rosnado.
_ Sim. – respondi, minha voz parecia um pio perto da dele.
_ Posso saber qual? – perguntou, apesar de ser uma pergunta, seu tom me deu a impressão de ordem, era como se no caso de eu não respondê-lo seria punida de alguma maneira.
  _ Eu estou gravida. – respondi. Ele logo fez um cara, na qual eu não consegui identificar de quê, mas sei que não era uma feliz, ou talvez até fosse, mas sua carranca não permitiu que parecesse assim.
_ Uma pena. – suspirou. Como assim uma pena? Uma pena ele estar internado com eu estado gravida ou uma pena eu estar gravida?
_ Uma pena?
_ Joe será um soldado que fará muita falta, ele tinha um futuro glorioso dentro do exército. – explicou-se. Não, ele não estava se importando com minha gravidez, talvez nem mesmo com Joe, ele estava se importando com o exército. “Exército é a sua vida” sempre me falavam isso sobre Rick. Eles não estavam errados ao falar-me esta afirmativa.
_ Você queria que ele voltasse... Se ele se recuperar você o irá querer de volta não é? – perguntei.
_ Claro. – respondeu.
_ Mesmo sabendo que ele teria uma família.
_ Soldado não tem família. – respondeu.
_ Mas ele tem. – afirmei. Eu talvez o estivesse enfrentando, ele não precisava falar muito para calar qualquer um, mas eu estava pouco me importando. Joe está em uma cama de hospital, dois dos seus soldados estão sendo enterrados neste exato momento, será que ele não podia se mostrar um pouco mais triste? Um pouco mais indignado? Nem que seja um pouco de compaixão? O exército o havia endurecido tanto assim? 
_ Como eu disse um soldado não tem família. – repetiu. Calei-me por um momento, mas não porque fiquei sem respostas, mas sim por estar petrificada com tal falta de sentimentos por parte dele.
_ Ele voltaria por mim...
_ Ele cometeria um erro. – falou me interrompendo. _ Eu tentaria garantir a estada dele por mais tempo dentro do exército, tempo o suficiente para fazê-lo mudar de ideia, mas se ele estivesse decidido, mas cedo ou mais tarde ele acabaria voltando, seria um erro. Homens soldados não deveria construir uma família, não é justo com eles nem com vocês. – falou, mostrando um primeiro sinal de que talvez ele tivesse algum tipo de sentimento. _ Mas por pura burrice eles constroem, constroem famílias como se fosse imbatível. Está vendo isso aqui, este monte de lágrimas, seria muito mais fácil se não tivesse este monte de gente. – parou por um momento. _ Sinceramente, caso Joe acorde, eu não gostaria que sua criança nascesse. – falou sem pudor. Meu coração gelou naquele momento, como ele podia ter a coragem de falar isto comigo? Como alguém poderia desejar a outra um mal tão grande. _ Seria o melhor para ele.

                CONTINUA...

Postado. Sei que havia prometido postar até segunda-feira, mas estou começando a ficar cheia de trabalhos na escola e com isso meu tempo para escrever ficou meio limitado, mas espero que tenham ficado satisfeitos com este capítulo. Não estipularei prazo para o próximo capítulo, porque além de eu ainda não ter terminado todos os meus trabalhos eu ainda não sei se os professores passarão mais, porem prometo postar o mais rápido possível.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss.

3 comentários:

  1. Adorei o capitulo!
    Muito bom!
    Queria pedir um favor. Sei que você viu ou via o blog da Diana.
    http://dianaisabelpinto.blogspot.pt/ é esse. Ela irá fazer uma espécie de concurso em que irá colocar personagens que ela já criou e queria pedir, se não for incomodar, que quando pudesse entrar no blog dela, que na primeira pergunta que está no blog dela votasse no Henrique, no João e no Diogo Sagres. Claro, se nao gostar deles não precisa votar né mas se não tiver preferencia por nenhum agradecia que votasse nos 3. Obrigada.
    Posta logo.

    Beijos.

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  2. Que cara insensivel,agente entende vc,afinal nos tmb estudamos ta chegando as provas logo logo tmb ai ja viu né tem que estudar,pq a primeira coisa que meus pais tiram,é o computador se eu tirar nota baixa.

    xoxo Barbara =)

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  3. Monstro... é isso que eu acho desse Rick. é um merda....

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