As luzes já haviam
sido apagadas, mas eu ainda estava acordada, ficava imaginando como estavam
todos, como seria minha vida daqui para frente, estes foram os mais longos três
meses da minha vida, porem foram justamente os mais decisivos, graças a estes
últimos três eu teria certeza que abri as portas para viver bem por muitos e
muitos anos.
Passei a manhã inteira ansiosa, eu não sabia
o que poderia esperar, seria eu capaz de me manter saudável fora das paredes
desta clinica? Doutor Robert tinha razão, as coisas iriam ser diferentes, aqui
estávamos cercadas de atenção, livres de qualquer pressão negativa, tínhamos
regras e constante acompanhamento psicológicos, pessoas capacitadas para te
orientar nos momentos em que nos sentíamos mal. Lá fora eu teria que enfrentar
a mídia e suas regras do que é bonito ou não, e as pessoas que me rodeiam, por
mais que possam tentar, jamais conseguiriam dar conselhos tão bons como os
profissionais desta clínica.
No total eu tinha
ficado três meses e alguns dias, foram 84 dias e aproximadamente 1992 horas,
esse foi o tempo que eu precisei, algumas saiam com menos, outras com muito
mais, mas, ainda sim, para mim foi muito tempo, nunca tinha ficado tanto tempo
longe de casa, mas sei que foi necessário e agora, em questões de horas, eu
poderia revê-los, reveria a todos que tanto amo e sinto falta, meu coração
saltitava de felicidade e o meu sorriso insistia em não querer sair do meu
rosto. Eu havia mudado muito nesse tempo. Apesar de todas as minha duvidas
sobre o que pode acontecer comigo assim que eu sair daqui, eu me sentia muito
confiante comigo mesma, mais confiante de como eu estava, sobre o que eu
queria. Meu corpo, de nada parece com o que eu tinha antes, eu tinha ganhado
formas, formas de mulher, mulher que eu estava me formando, eu não era mais
aquela garotinha medrosa eu sou agora uma mulher.
Apesar de ser meu
ultimo dia naquele lugar, eu tinha que continuar seguindo todas as regras e
horários até a chegada de quem iria me buscar, porem eu não iria reclamar,
afinal era o ultimo dia, logo sairia pela porta da frente, de maneira diferente
de que entrei, e veria todos os qual sentia falta. Eu me orgulho muito por
isso, fui capaz de reconhecer que estava doente e fui forte o suficiente para
me recuperar.
Apesar de saber que o
tempo estava na mesma velocidade de sempre, eu não pude deixar de achar que a
tarde estava demorando a chegar. Como era de regra, todos os dias éramos
acordadas as 07h30min da manhã, fazíamos nossa higiene, tomávamos o café da
manhã e logo íamos para as nossas primeiras atividades, eu já tinha feito tudo
isso e estávamos nos nossos raros tempos livres, antes do almoço, eu estava
numa espécie de sala, em que tinha um grande sofá e uma TV de plasma, que era
totalmente censurada, não se podia ver nenhum programa que pudesse, mesmo que
indiretamente, incentivar a beleza magra, como por exemplo programas de
concurso de beleza, modelos... Perto da TV tem um grande relógio e eu não
tirava os olhos deles, eu nem sabia que hora que eles iriam chegar, só sabia
que seria na parte da tarde, e até onde me ensinaram, parte da tarde é a partir
de meio-dia, então eu ansiava por esse horário mais que nunca, mesmo sabendo
que isso significava que em meia-hora seria servido o almoço, mas também eu nem
mais ligava para isso, meu corpo já comportava o volume de alimento que eles me
ofereciam e eu já aceitava todas as refeições sem me sentir mal por isso, eu
sem sombra de duvidas estou melhor.
Às 16h38min, enquanto
eu estava em uma das últimas atividades diárias, que no caso de hoje era
pintura, eu não tenho nenhum talento para pintura, mas depois da atividade de
musica, essa era a minha preferida, uma das ajudantes que trabalham lá me
chamou.
_ Seus familiares já
vieram lhe buscar, enquanto eles conversam com o Doutor Robert vá buscar suas
coisas, depois vá para a sala antes da recepção para encontra-los lá. – falou
ela em tom de ordem, as ajudantes de lá eram legais, mas estavam sempre ficavam
dizendo tudo em tom de ordem para conseguir respeito das pacientes, o que não é
nada fácil quando se tem um monte de meninas se negando a comer mais, ou
querendo vomitar de qualquer jeito. Porem essa era uma ordem na qual eu teria
prazer em exercer, sai da atividade e fui rápido ao meu quarto, peguei a minha
mala, que já estava pronta desde a noite anterior, e sai correndo para a tal
salinha que fica perto da recepção, eles ainda não estavam lá, ainda
conversavam com doutor Robert. Esperei por mais alguns minutos até escutar uns
passos vindos em direção da sala, virei-me para porta para ver quem era e logo
pude ver minha mãe. A saudade era tão grande, corri para sua direção e nos
demos um abraço forte, cheio de saudades, um abraço tão forte quanto da ultima
vez, eu estava tão feliz em vê-la e estava me sentindo melhor ainda por que
agora eu poderei ser uma filha melhor para ela, ela não precisaria mais ficar
se preocupando pelo fato de eu não comer o suficiente, agora eu poderia ser um
bom exemplo para Maddie...
Quando separamos o abraço pude ver Paul, que
logo veio e me abraçou, eu também sentia sua falta e não tinha palavras para
agradecer o que ele tinha feito por mim, se não fosse por ele eu jamais poderia
ter recebido esse tratamento e consequentemente jamais estaria me sentindo como
estou agora.
_ Então Demi, foi
dinheiro jogado fora? – lembrou-me ele do que eu disse quando me traziam para
cá. Eu ri, envergonhada.
_ Definitivamente não.
– respondi. _ Muito obrigada Paul. – agradeci, mesmo sabendo que essas palavras
não era nada em comparação ao que ele fez por mim.
_ Bom Demet... Demi. –
começou a dizer doutor Robert, o qual, de tão feliz por ver minha mãe e Paul
novamente, não tinha perceba a presença até aquele momento. Rimos, na final das
contas, ele não se acostumou a me chamar pelo apelido. _ Estás liberada da
clínica, passei todas as recomendações e cuidados necessários para sua mãe e ao
senhor Paul, já está combinado que terás acompanhamento fora daqui e apesar de
ter sido um prazer ter lhe conhecido, não quero lhe ver tão cedo novamente,
pelo menos não aqui. – falou. Dei-lhe um sorriso e um abraço de despedida.
_ Muito obrigada por
tudo doutor. – falei.
_ De nada linda. –
falou com um sorriso no rosto.
O caminho de volta foi
mil vezes mais agradável do que o de ida, conversamos o tempo todo, contei
sobre tudo o que tinha me acontecido e eles me atualizaram sobre o mundo.
Eu, para minha
surpresa, tinha me formado com louvor, e, para minha tristeza, perdi uma bela
festa de formatura, que na qual recebi homenagem de meus colegas. Dallas e Joe
estavam fazendo faculdade, os dois conseguiram bolsa em uma das melhores
faculdades de Los Angeles, Dallas fazendo engenharia, o que sempre foi seu
sonho e Joe administração, eu confesso ter ficado surpresa com essa noticia,
nunca pensei que esse era o desejo de Joe, ele, mesmo já estando no último ano
do colégio, sempre se mostrou bem indeciso sobre o que iria fazer, porem nunca
me passou pela cabeça que ele escolheria administração, mas logo percebi que
teve dedo de Paul nessa decisão, pois fazendo administração, Joe poderia
continuar com a empresa que Paul construiu, Travis, Taylor e Drew, mesmo tendo
tido os melhores advogado cuidando do caso deles, pegaram 3 anos de prisão, no
fundo eu achava pouco, mas era melhor que nada e seriam três anos livre de
represarias, meu pai não teve tanta sorte, pegou incríveis doze anos, mas essa
pena poderia ser reduzida pela metade, no caso de bom comportamento e no caso
dele aceitar fazer serviços comunitários, o que é claro que ele iria fazer,
porem só seria avaliada esta possibilidade depois dele cumprir 1/3 da pena,
isso quer dizer 4 anos de prisão, Dallas e Kevin iriam se casar no meio do ano,
e queriam, bom, na verdade exigiam que um dos pradinhos do casamento fosse eu e
Joe, era claro que eu aceitaria. Mas no final das contas eu queria mesmo era
ver todo mundo. Apesar da viajem de volta ter sido legal a minha ansiedade para
chegar fez com que o tempo continuasse a passar devagar.
Quando chegamos perto
da minha rua, o céu já estava escuro, afinal já era quase meia noite, as luzes
da casa estavam acessas, Paul parou o carro na frente da casa, saímos. Porem
antes de entrar eu peguei a mala e só aí fomos entrar.
Estavam todos lá, com
um sorriso imenso por me ver, Dallas, Maddie, Nick, Frankie, Kevin e ele, Joe,
que estava vestido elegantemente, e parecia estar mais lindo que antes, se é
que era possível isso.
Abracei a todos, que
se mostravam felizes com a minha melhora, e deixei Joe por ultimo, pois nosso
reencontro seria o mais especial, de todos, ele era o que há mais tempo eu não
via, além de ser o que eu mais devia desculpas, apesar dele já ter dito que me
perdoara.
Quando cheguei perto
dele para lhe dar um abraço e um beijo, o mais intenso possível, ele fez sinal
com a mão para que eu não me aproximasse mais. Parei e olhei-o confusa, o que
tinha acontecido, eu fiz algo de mal? Ele tinha desistido de mim? Vi-o pegar
uma caixinha do bolso de sua calça e ele logo começou a falar:
_ Eu nunca tive
duvidas do quanto eu te amo, e nem do que eu seria capaz para te ver bem,
porem, alguns meses atrás eu quase lhe perdi, eu me vi sem chão, e percebi que
o meu amor por você é maior do que eu já imaginava. Você não sabe o quão
orgulhoso eu estou de te ver assim, saudável, feliz e tão linda quanto antes. –
sorri involuntariamente com suas palavras. _ Eu agora tenho certeza que você é
a mulher na qual eu devo e quero viver pelo resto de minha vida. – Joe começou
a se ajoelhar em minha frente. Meu coração foi a mil, estaria ele fazendo o que
estava pensando? _ Se você acha que esse
homem que vos fala e merecedor de tal felicidade, aceita ser minha noiva? –
falou abrindo a caixinha que havia pegado de seu bolso e revelando um belo anel
de noivado, o qual não lhe deve ter custado pouco. Eu queria chorar de emoção e
pular de felicidade, meu raciocínio estava fora de mim, eu não podia querer
nada mais que isso.
_ É claro que sim, eu
aceito! – respondi com um sorriso de um canto a outro da cara, eu estava tão,
mas tão feliz, eu mal conseguia expressar o qual feliz estava. Joe se levantou
e colocou delicadamente o anel em meu dedo, dando um beijo em minha mão, onde
estava o anel, logo depois me deu o outro anel para que eu colocasse no dedo
dele. Depois nos beijamos, o beijo mais intenso possível, nem mesmo nos
importamos pelo fato de ter mais gente na sala, sendo eles duas crianças e
nossos pais, só queríamos matar a saudade que sentíamos um do outro.
_ Eu vou te amar por
toda a minha vida. – falou Joe, ofegante, por causa do beijo. Voltamos a nos
beijar, mas desta vez mais rápido.
_ Eu te amarei por toda a eternidade. – falei.
Agora, saudável, noiva, com todos os problemas resolvidos eu enfim posso dizer
que estou pronta para recomeçar.
Último capítulo postado,
eu espero não ter decepcionado, estou começando a escrever uma nova fic, e
amanhã já postarei a sinopse.
1º Gostaria de agradecer
todo o carinho que recebi por vocês através de comentários, significaram muito
para mim.
2º Gostaria de dizer que
fiquei muito feliz, pois dia 15/12 a pagina bateu o recorde de visualizações
(217 em um dia!!!) fiquei muito feliz e agradeço @ZfestivalBR pela indicação,
com certeza isso ajudou muito.
3º Gostaria de agradecer
a cada um que segue o blog.
Bjsssss
Juh Lovato: Simplesmente
não tem como não gostar das suas fics
Fico muito lisonjeada com seus elogios, e também sem saber
como agradecer tanto carinho.
AWWWWWWWM EU TENHO UMA FÃ *-------*
Espero que você também goste da próxima fic e que não tenha
ficado decepcionada com esse final.
Bjssss linda.
Ownnnn ... Que lindo esse cap ... Feliz pela dem ter saido da clinica !! =D e o que foi esse pedido de casamento ?? Omggg ... Eu quase chorei de tão lindo que foi ! Meu deus , é tão bom ver Jemi juntos ! Muito mesmo *-*
ResponderExcluirE vc não me decepcionou com esse final ... Eu amei okay ! E vc não tem uma fã kkk vc tem uma SUPER fã ! *-*
estou ansiosa para a próxima fic *-* bjssss minha linda
cap perfeito...desculpa nao comentar antes, li so agora....voltei e vou ler a nova fic
ResponderExcluirbjo bjo