_ Não é nada
que não possamos fazer, mas eu não sei se seria o melhor...
_ Mãe, falando desse jeito você está me
deixando nervosa – admiti, interrompendo-a.
_ Desculpa-me filha. –
falou. Logo depois ajeitou os papeis do contrato na mão, colocou na ultima
folha. _ Vou ler a parte que mais interessa. – falou. Respirou fundo e começou
a ler. _ “[...] Sendo a/o artista contratado (a) com idade inferior a de 20
(vinte) anos, o contrato dever ser também assinado pelos dois responsáveis,
sendo aceito a assinatura de somente um tutor apenas no caso de óbito de um dos
responsáveis legais [...]”. – Não foi necessário que ela lesse mais, eu sabia
que graças a aquela clausula estaria tudo acabado. Abaixei a cabeça e me
segurei para não chorar. _ Demi – chamou minha mãe com a voz triste. _ Eu não
ligo de pedir para o seu pai assinar, caso você assim prefira. – falou ela.
_ Não mãe, eu não
quero que você o peça nada. – respondi.
_ Você queria tanto.
_ Tá tudo bem, eu não
tinha garantia que ia dar certo. – falei, tentando confortar tanta a ela quanto
a mim.
_ Quem sabe você terá
mais oportunidades, não é?! – falou tentando me animar.
_ É. – respondi.
_ Demi, pense mais um
pouco, eu juro que se você quiser, eu não me importo. – eu iria interrompê-la
para dizer, novamente, que não queria, mas ela cortou minha fala antes. _ Pense
um pouco no que você quer, não vá por mim ou por Dallas nem por nenhuma outra
pessoa, vá por você, eu sei que você estava gostando da ideia de ser lançada,
doí-me ver que isso pode ser interrompido por aquele traste – falou com ódio. _
mas eu sou capaz de enfrenta-lo para desta vez ele não atrapalhe a nossa vida
novamente. – falou.
_ Eu estou decidida.
–falei.
_ Não tire decisões
precipitadas
_ Mãe, antes de tudo
eu quero paz, a vida de todo mundo esta encaminhando é melhor deixar as coisas
como estão.
_ Ainda sim, dê-se
mais um tempo para pensar melhor, as coisas podem estar diferentes. – falou e
se levantou. _ Eu vou lá ficar com sua irmã. Vá também, antes que a comida
esfrie. – falou, entendi que ela estava me dando uma ordem, apesar de ela não
ter usado o tom de uma.
Ainda sim fiquei ali,
sentada, por um tempo, não mais que dez minutos, levantei-me desanimada e andei
para entrar na casa, com mais desanimo ainda. Este definitivamente não era o
meu dia de sorte.
Entrei na sala, minha
mãe e Maddie ainda estavam almoçando, Madison já quase terminava o seu prato,
minha mãe deu um sorriso rápido ao ver-me entrar. Coloquei a comida no prato e
sentei-me, se antes eu já não queria comer, nesse momento definitivamente era
ultima coisa que eu queria fazer na vida.
_ Você está triste
Demi? – perguntou Maddie.
_ Só estou um pouco
cansada. – menti.
_ Mas você não parecia
cansada quando chegamos.
_ Eu sei é que... –
tentei arranjar uma desculpa, mas nada me vinha à mente, não iria dizer a
verdade a ela.
_ Maddie deixe sua
irmã quieta. – ordenou, olhei minha mãe e ela me olhava com o olhar tão triste
quanto o meu naquele momento.
_ Desculpa. – falou
Maddie e voltou a comer. Comecei a mexer com a comida, até pegava a comida com
o garfo, mas a vontade de pô-la na boca não vinha junto.
_ Eu posso comer no meu quarto hoje? –
perguntei.
_ Pode. – respondeu
minha mãe, com má vontade. Levantei-me, peguei o prato e parti em direção do
meu quarto, cheguei lá tranquei a porta e coloquei o prato em cima do
criado-mudo, eu não iria comer, depois daria um jeito de jogar no lixo
escondido.
Agora sim eu poderia
fazer o que estava segurando, chorar. As lagrimas desciam com força e sem
parar, eu realmente estava gostando da ideia de lançar minha musicas, de cantar
com outros artistas, de poder ter uma carreira, me encantava a ideia de cantar
para um publico meu, se eu já me sentia bem estando cantando no bar, no meio de
um monte de gente que não me conheciam e que estavam lá pela comido e eu me
apresentando era só uma cortesia a mais que não lhes faria nenhuma falta caso
não existisse, imagina cantar para um publico que está lá por mim, porque se
conecta com minha musica, porque realmente gosta de mim. Enfim eu não teria
isso, eu nunca saberia o que é isso, graças a uma única clausula, não, não por
causa da clausula, mas sim por causa de uma única pessoa, uma pessoa que
poderia ser um herói para mim, uma pessoa na qual eu deveria amar e me sentir
protegida ao seu lado, uma pessoa que deveria estar sempre ao meu lado, que
deveria querer e me fazer feliz, mas não, é justamente essa pessoa que mais me
fez sofrer, não só a minha, mas a todos que o cercava, uma pessoa conseguiu
destruir com a própria família e mesmo depois de tudo, não se mostra
arrependido, seria essa única pessoa, que levando em conta a sua contribuição
para o mundo, não teria feito falta nenhuma, ao contrario, teria evitado muita
confusão e tristezas, essa misera vida inútil seria a responsável pela
destruição de um sonho.
No fundo eu sabia que
eu também tinha culpa, eu sabia que as coisas na minha vida não eram de dar
muito certo, esse era o meu carma, meus momentos de felicidades nunca duravam
mais que uma semana, e eu estava tentando me conformar com isso, pois sei que
nada que eu fizesse poderia mudar esse fato, mas ainda sim, eu me animei me
enchi de esperança de que eu poderia me tornar uma estrela, mesmo com toda
minha insegurança de não ser boa o suficiente, eu, pela primeira vez na vida,
estava confiante de eu poderia conseguir, mesmo que nada grande como estar
entre os tops dos tops, mas quem sabe ter o meu próprio grupo de fãs e
conseguir alguns pequenos elogios de algum critico de renome? Eu fui burra de
acreditar que esse carma que me segue desapareceria do nada, iludi-me rápido de
mais, novamente “quebrei a cara”. Até que agradeço em certa parte, já que era
para não dar certo esse era o melhor momento, antes que mais pessoas se
envolvessem ou que investissem todo aquele dinheiro em mim. Enquanto que o meu
carma afetasse mais a mim e não tanto aos outros eu me conformaria.
Ainda chorava entre
soluços deitada em minha cama quando recebo uma chamada de Joe, claro que eu
queria atender, mas eu não podia, poderia disfarçar felicidade, mas a minha voz
de choro me entregaria, sei que ele me escutaria caso necessário, mas eu teria
que lhe explicar coisas demais, coisas de um passado na qual toda a minha
família queria apenas esquecer. Não era certo com ele, mas era o melhor a se
fazer naquele momento, amanha lhe contaria uma historia qualquer como desculpa
e se Deus quiser ele me perdoará.
O dia passava e ele já
tinha tentado me ligar inúmeras vezes, até que ligou para o fixo, fiz minha mãe
lhe contar qualquer mentira que fosse justificativa para eu não atender suas
chamadas, nem sei que desculpa ela o deu, mas ele parou de me ligar, seja o que
fosse, tinha ajudado.
Olhei para o lado, e
em cima do criado mudo lá estava o prato e toda a comida ainda lá, já fria,
peguei o prato, e por coincidência achei uma sacola plástica, joguei a comida
dentro e fechei o plástico, assim que tivesse alguma oportunidade jogaria no
saco de lixo.
Eu já não chorava
mais, não adiantaria, eu apenas me concentrei em me conformar com tudo, em não
pensar no passado, apenas seguir, o sol já se punha e entrava pouca luz no meu
quarto, não estava totalmente escuro, mas em pouco tempo ficaria, nem olhei se
tinha algum dever, trabalho para se fazer ou alguma prova na qual eu teria que
estudar para amanha, não me interessava em nada nesse momento, mas eu precisava
me expressar me libertar daquele sentimento ruim de algum modo, eu não poderia
fazer besteiras, não queria, por isso escolhi a melhor forma possível, escrever.
Acredito já ter dito que escrever me
ajudava a expressar e nelas existiam muitas coisas nas quais não diria
normalmente, caso não já tenha dito isso, digo agora, escutar ou escrever
musica me acalma e me ajuda a passar por qualquer problema, pois me tira do meu
triste mundo e leva para o que se pode chamar de paraíso. Peguei minha mochila,
tirei o primeiro caderno que vi, sem me importar de qual matéria era, peguei o
lápis e pouco a pouco foi se formando os versos e as estrofes, não querendo me
gabar ou nada disso, mas acredito que Deus me deu um dom, o de escrever
musicas/poesias, desde pequena escrevia, claramente as musicas de antes eram
péssimas e me envergonharia se alguém um dia as lesse, mas o fato é, bastava eu
querer para que minha mente viajasse e me trouxesse as rimas e palavras certas,
fazendo com que saíssem as musicas, as únicas coisas na qual eu fazia e que me
orgulhava disso. O tema desta musica é meu pai, irônico, a pessoa que eu mais
queria, e deveria esquecer é agora a “estrela principal” de uma das minhas
composições. Mas era ele e sua imagem, que hoje me atormenta, que está em minha
cabeça, descarregar a raiva, a tristeza, magoa todos os meus sentimentos em
relação a ele em uma canção, me faria bem, e realmente me fez. Não que agora eu
estivesse feliz e saltitante, mas eu sentia como se tivesse tirado uma parte do
peso que estava no meu coração.
O silencio da noite
foi interrompida por alguém que batia em minha porta.
_ Sai! – gritei, eu
não queria ver ninguém.
_ Demi, sou eu Dallas.
– falou ela.
_ Sai! – gritei
novamente.
_ Para de ser chata
garota, você vai falar comigo de qualquer jeito.
_ Dallas, me deixa
quieta.
_ Por favor, Demi,
abre essa porta! – não a respondi. _ você sabe que eu sei abrir portas com
grampo de cabelo, então para adiantar abre logo! – falou ela, eu havia
esquecido, não sei aonde ela aprendeu, mas ela conseguia abrir qualquer porta
com grampo de cabelo. Dando-me por vencida levantei-me da cama e destranquei a
porta, deixei que ela mesma abrisse, voltei a me sentar na cama, encolhida,
encostada na cabeceira, ela entrou fechou a porta ligou a luz já que o meu
quarto já estava totalmente escuro e depois pegou a cadeira que fica na
escrivaninha e puxou para perto da cama.
_ A mamãe me contou. –
começou a dizer.
_ Eu sei.
_ Demi, eu não queria,
mas eu até acho que você deveria deixar a mamãe procura-lo.
_ Dallas você é louca?
– perguntei.
_ Eu sei Demi é
loucura, mas primeiro, com certeza ele assinaria...
_ Por interesse. –
falei a interrompendo.
_ Sim, por interesse,
mas o importante é que assinaria, te daria carta branca para cantar e ser uma
artista conhecida, e segundo, você sabe que a Maddie ainda o via como um pai,
que ela não passou pelo que passamos ela tem afeto por ele, me surpreende muito
que ela não tenha começado com a história de querer vê-lo, ela nunca ficava
mais de uma semana longe dele, mais cedo ou mais tarde ela vai começar a
procura-lo, se trazermos ele antes, não teremos que sofrer tentando a explicar
o porquê que ela não pode tê-lo por perto mais.
_ A Maddie está bem
ok? – falei, apesar de saber que ela poderia ter razão, Dallas e eu a
protegemos de qualquer tipo de sofrimento, Madison era uma completa princesinha
e digamos que Dallas e eu somos atentas soldadas prontas para defendê-la seja
de quem for nunca a deixamos sofrer por nosso pai e muito menos que ela
perdesse a visão de pai herói que toda criança tem.
_ Dependo do que é bom
para você. Você esta bem? – perguntou.
_ Sim, Dallas, eu
estou ótima. – menti irritada
_ Certeza? – perguntou
irônica.
_ Que foi Dallas? Se
você quer aquele inferno novamente, liga para ele, pede por seu papaizinho vir
aqui, destrói com tudo que você e a mamãe estão construindo, jogue no lixo as
suas conquistas, faça a Maddie descobrir o pai que tem. – gritei irritada,
esquecendo-me de que Madison poderia escutar, dependendo do local que estava em
casa.
_ Não, se eu vim para
cá, se nos mudamos foi para tentar nos afastar dele e de todos os outros que
nos perturbavam, mas ele é nosso pai Demi, e por mais que eu não queira, nós
ainda vamos precisar dele, prova disso é que agora a única coisa que te impede
de assinar contrato e uma autorização dele.
_ Eu não vou morrer se
não assinar esse contrato! - falei, ela
se calou por um tempo.
_ Demi eu não quero
ele de volta e entendo o seu ponto de vista. – falou agora calma. _ Mamãe
voltou a trabalhar, eu estou trabalhando e próximo ano eu pretendo começar a
estudar para me formar em alguma faculdade, a Maddie, por enquanto, está bem...
Mas e você? Você está estudando, tá, esta namorando o Joe que é um ótimo rapaz,
tá, mas e a musica? Eu não queria que você a deixasse.
_ Eu não vou deixar a
musica Dallas, eu só não irei grava-la.
_ Existem milhares de
pessoas pelo mundo a fora, trabalhando e duro para ter uma oportunidade que
praticamente se jogou em você, por mais que depois você consiga outra gravadora
ou consiga que a Hollywood Records te dê outra oportunidade, não será fácil, me
desculpe falar assim, mas você não é do tipo de pessoa que luta até o fim pelo
que quer quem me garante que você não irá desistir depois? Demi quando eles
investem em alguém, eles investem pra valer, se eles gostaram de você, vão
gastar rios de dinheiro até te fazer uma estrela, você pode falar que não tinha
nada garantido quantas vezes quiser que eu não vou acreditar, pode até não
entrar para história da musica, mas que é algo certo de sucesso é. – falou, e
mais uma vez ela estava certa. Ficou-se um silencio.
_ Você não cansa de
estar certo – falei derrotada.
_ Não. – falou
convencida, isso me fez rir, fraco, mas rir. _ Vai pensar? – perguntou.
_ Só uma coisa Dallas,
você esta certa, totalmente certa em tudo o que você disse, mas eu quero só te
fazer uma pergunta e dependendo dela eu tiro a minha decisão, pode ser assim?
_ Claro. – respondeu
_ Como você disse, a
mamãe voltou a trabalhar, a muito tempo que ela tinha parado e ela realmente
gosta do que faz, você começou a trabalhar e quer voltar a estudar próximo ano,
você sempre quis se formar em engenharia lembra? – perguntei. Ao relembrar ela
deu um sorriso automaticamente, esse sempre foi seu sonho.
_ Eu ainda quero –
respondeu. _ e vou. – falou convicta.
_ E eu não tenho
duvidas de que vai. A Maddie provavelmente dará problemas, mas agora ela está
bem e longe de qualquer risco, a mamãe deixou tudo para trás e veio para cá
para recomeçar, esse sempre foi o objetivo dela, era isso que ela disse assim
que entramos naquele avião, “Ao entrar nesse avião não estamos indo apenas rumo
a Los Angeles, estamos indo rumo ao recomeço de nossas vidas”, essa foram as
palavras dela, eu não sei você, mas eu não esqueci, posso até não ter mudado
tudo o que eu gostaria de mudar em mim, mas eu não me esqueci do proposito
desta mudança. Eu só lhe pergunto uma coisa agora, vale apena colocar tudo isso
em risco, risco não, pois eu tenho certeza que ele não mudou o jeito dele, vale
a pena destruir todos os sonhos de vocês duas, de destruir a imagem de bom pai
que a Maddie tem dele, pelo que eu quero, sendo que no futuro eu posso tentar
novamente? Eu não posso garantir que não irei desistir no primeiro tropeço que
eu der, mas eu posso prometer que vou tentar. Eu estaria sendo justa com você,
que em todo santo momento me ajuda sair das minhas confusões, que por mais que
seja chata e convencida, está comigo quando preciso, estaria sendo justa com a
mamãe que lutou para nos criar, que lutou para sair daquele inferno e nos
protegeu, protege e sei que entanto viva protegerá tanto a mim, quanto a você
quanto a Maddie com unhas e dentes? Estaria eu sendo justa com nós duas, que
mesmo sofrendo, em casa e na escola protegemos a Maddie no mundinho dela,
fazendo com que ela seja a única que ainda goste daquele homem? Eu estaria
sendo justa?
CONTINUA...
Mais um capítulo, ficou
menor, mas espero que tenham gostado. E aí? O que vocês acham que a Dallas
responderá? Muitas coisas acontecerão nos próximos capítulos. Não se esqueçam
de comentar/avaliar.
Bjssssssss
Yasmine Maciel: muito
obrigada por comentar J
fico feliz em saber que esta gostando.
Silvia: Muito
obrigada por comentar, claro que não tem problemas, inclusive agradeço por
estar tendo esse interesse na minha fic. Bjsss
cap perfeito...
ResponderExcluirtadinha demi,
bjo bjo e posta logo