_
Jonathan, vá até a casa de Donna, peça carona a ela. – Demetria diz ao filho
sem tirar os olhos de mim.
_
E se ela não estiver lá?
_
Vá a pé. – ela se irrita e olha para ele.
_
Mãe!
_
Vá Jonathan! – o garoto bufa e aceita.
_
Tchau mãe. – ele a dá um abraço rápido e Demetria o retribui sem jeito. _ Tchau
tio. – diz e eu não consigo responder.
Respiro
fundo para retomar o controle de minha mente.
Eu
fico fitando Demi, eu não consigo reagir, ela parece acompanhar o filho com o
olhar, mas a todo o momento olha para mim, ela ainda parece assustada, mas a
cor já voltou a seu rosto.
_
Me falaram que existe uma explicação. – eu digo, após verificar que o garoto
está longe. _ Existe mesmo? – eu seguro o choro, não quero me desesperar. Tudo
bem, segundo todos, existe uma explicação, mas aquele garoto chamou o Nicholas
de pai e a Demetria de mãe, como manter a mente aberta?
_
Meu Deus, Joseph. – eu consigo sentir uma pontada de desespero em sua voz. _Você
não deveria ter vindo aqui assim. – ela diz.
_
Existe uma explicação ou não? – eu grito e isso a assusta. Ela olha para as
casas ao lado, provavelmente preocupada que os vizinhos me escutem.
_
Entre Joseph. – pede.
_
Existe uma ex...
_
Existe! – desta vez quem grita é ela, impedindo que eu repita a pergunta. _
Agora entre! – ordena séria, talvez o fato de ser mãe o tenha tornado mais
autoritária, pois ela jamais falaria assim comigo antes, mas também, creio que
ela nunca teria feito isso que ela fez comigo antes. Ou eu estaria enganado, e
no fundo Demetria e meu irmão sempre estiveram a me trair?
Eu
entro.
Assim
que passo pela porta há um pequeno e apertado corredor, onde posso pendurar
casacos, mas como está quente e não tenho nenhum casaco, não deixo nada.
Demetria me guia até a sala de sua casa.
A
sala é simples e pequena, uma TV suspensa na parede, de baixo da TV há uma
lareira a gás, há dois sofás, um de quatro lugares e um de dois, ambos parece
bem confortável, o lugar é bem iluminado.
_
Sente-se, eu vou ligar para o Nicholas.
_
Eu só quero a explicação.
_
E eu vou lhe dar, mas eu quero ligar para o Nicholas primeiro. – diz sem muita
paciência.
_
Eu não quero vê-lo.
_
Você não sabe se quer vê-lo.
_
Agora você sabe o que eu quero ou não ver? – pergunto._ Pois eu não queria ver
aquele garoto. – confesso talvez um pouco bruto demais.
_
Pois então você não deveria ter aparecido aqui sem avisar. – diz e o jeito que
ela fala me assusta. Ela havia mudado e muito.
_
Se eu tivesse avisado você me deixaria vir? – pergunto.
_
Não. – ela não hesita.
_
Eu precisava falar com você.
_
E você vai, mas eu vou ligar para o Nicholas primeiro.
_
Eu já disse que não quero vê-lo, só quero saber qual é a explicação.
_
Se você quer realmente que eu lhe explique você terá que fazer o que eu digo. –
diz e começa a ligar para Nicholas, ignorando-me.
Eu
não quero ver Nicholas, mas aceito. Enquanto Demi espera que ele a atenda. Vou
para o sofá, mas um detalhe na parede me chama a atenção.
É
um porta-retratos grande. No meio há uma letra “I” em preto e um coração
vermelho, ao redor do “I” e do coração há espaço para 6 fotos, um dos espaços
está vazio, há duas fotos de Demi, uma antiga, de como ela era quando eu estava
prestes a casar com ela, de cabelo longo e castanho escuro, a outra é de como
ela está hoje, de cabelo curto e preto, uma foto do garoto que vi na porta,
Jonathan, uma foto de Nicholas, que creio ser recente, pois ele usa um terno e
a única vez que o vi de terno foi na hora de experimentar o traje para meu
casamento. Mas o que me surpreende é uma foto minha, é uma foto que nem mesmo
lembro quando tirei, mas é minha.
_
É por isso que ele me reconheceu? – pergunto quando Demi chega a meu lado.
_
Sim. – ela responde.
_
Ele sabe quem eu sou?
_
Sim.
_
Sabe quem eu fui para você? – pergunto sendo mais especifico.
_
Não. – eu começo a rir, mas não porque acho algo engraçado, mas sim de nervoso.
_
Claro que não, não é? Ficaria mal falar que você quase se casou com um irmão,
que largou ele em coma e foi se casar com o outro e depois teve um filho,
construiu uma família. – digo nervoso.
_
Eu não me casei com o outro. – ela diz com a voz firme e calma, olhando para
mim fixamente.
_
Mas teve um filho do outro.
_
Eu não tive filho do outro.
_
A não? Então existe um terceiro?
_
Não existe um terceiro. – enquanto eu vou me estressando e aumentando o volume
de minha voz, Demetria segue com a voz firme e calma e isso me irrita ainda
mais.
_
Então como você me explica isso? Pois aquele garoto chamou o Nicholas de pai.
_
Porque Nicholas o criou como filho. – ela explica.
_
Então ele é o pai. – fico mais nervoso com sua enrolação.
_
Teoricamente, mas não biologicamente.
_
Acho que você esqueceu-se de avisar isso para o garoto. - ironizo.
_
Não esqueci não. Jonathan sabe que Nicholas não é o pai dele, mas como eu
disse: Nick o criou como filho. E Jonathan o chama assim por conveniência. – eu
viro a cara, nervoso, tudo parece mentira, minha mãe tinha razão Nicholas e
Demetria eram dois traidores.
_
Eu não te abandonei porque quis.
_
Ah sim claro, foi somente porque minha mãe lhe acusou de ser uma traidora, aí o
que você fez? Traiu-me!
_
Eu nunca te traí! – altera um pouco a voz. _ Você não faz ideia do que eu
passei. – sua voz volta ao normal.
_
Claro que não, eu não sei mesmo, mas já está bem claro que você me abandonou
porque sabia como todos iriam ficar quando descobrissem do seu caso com
Nicholas. Assim como minha mãe deve ter descoberto, não é? É por isso que ela
ficava daquele jeito quando eu tocava no seu nome ou no nome do Nicholas...
_
Eu não tenho nenhum caso com Nicholas, nem mesmo tive nada com Nicholas...
_
Pare de mentir! – berro.
_
Pare de gritar! – ela grita de volta.
_
Porque vocês fizeram isso comigo? – eu pergunto e Demi bufa.
_
Joseph! Não é o que você está pensando...
_
Isso é exatamente o que traidores dizem quando são flagrados.
_
Eu não flagrada, você não viu nada, você mesmo chegou falando que existe uma
explicação, mas você simplesmente não me deixa explicar!
_
Então me explique! Existe uma explicação, não existe? Então vamos, me dê essa
tal explicação! – sei que estou sendo grosso, mas não consigo me segurar.
_
Eu preciso que você se acalme primeiro. – ela diz.
_
Eu não vou me acalmar. Se ponha no meu lugar!
_
Não seja irracional, Joseph, o que eu vou te falar... Eu... Eu preciso que você
se sente.
_
Eu não vou me sentar! Eu acabei de descobrir que você tem um filho com meu
irmão, eu acho que aguento uma explicação, seja lá que merda que você irá me
falar. – ela fita a bengala em minha mão e hesita. _ A bengala não é nada, eu
aguento! – insisto e jogo a bengala no chão com força, arrependo-me
instantaneamente, mas uso toda minha força para me manter ereto e não deixar
que ela perceba.
Demi,
calmamente, se abaixa e pega a bengala na mão.
_
Ele tem 14 anos. – ela diz e estende a bengala para que eu pegue.
_
O que? – meu peito aperta e sinto que devo ceder e pego a bengala para voltar
me apoiar sobre ela.
_
Ele tem 14 anos. Nasceu na manhã dia 30 de maio de 2002. A manhã mais
conturbada, mas a melhor de minha vida – seus olhos lagrimejam e meu queixo
volta a cair. _ Seis meses e quatro dias, cinco horas e doze minutos após seu
acidente. – ela faz uma pausa. _ Sim eu contei. – Eu não sei como estou, mas
sinto como se eu não fizesse mais parte do meu corpo, eu não sinto nada, mas ao
mesmo tempo sinto tudo ao mesmo tempo. _Nasceu saudável, de nove meses. –
conclui.
Minha
mente entra em colapso, tentando fazer as contas.
Meu
acidente aconteceu no dia 26 de novembro de 2001, eu acordei no dia 29 de agosto
de 2016, sendo preciso, fiquei em coma por 14 anos e 9 meses e 3 dias. Jonathan
nasceu em maio, então hoje tem 14 anos e cinco meses e 3 dias de vida, se
colocamos mais 9 meses na conta, no total é, mais o menos: 15 anos e dois meses
desde o inicio de sua vida, o que significa que Demi já estava gravida quando
eu me acidentei.
_
Ele... Demi... – eu não sei o que dizer, nem mesmo o que pensar. _ Ele é...
_
Seu filho. – ela completa.
Continua
Oi
gente, sei que não tinha capítulo programado para hoje, mas, considere como se
meu espirito natalino vindo átona, então, considerem como meu presente de natal
para vocês.
Espero
que gostem.
Nessa: Postado,
muito obrigada por comentar
Babii:
Olha que você está boa para escrever uma história em? Bom, posso dizer que você
acertou em algumas partes aí em? kkkkkk Muito obrigada por comentar.
Acredite Nanda eu já pensei nisso eu amo escrever não história mas versos que pra mim são mais parágrafos aleatórios e esse tipo de coisa acontece comigo quando estou lendo minha mente cria milhões de hipóteses e falando nisso você tem razão 2 estavam certas o Jonathan é filho do Joe e o Nick ajudou a Demi mas não se casou com ela será que as outras estão certas
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