Não
nego, fico um pouco perturbado com o que Marissa me falou, mas isso não me
impede de continuar.
_
Aqui está sua passagem. – Wagner me entrega as passagens de ônibus para cidade
em que Demetria vive hoje. Ele está tenso, nervoso, ele sabia que ao me ajudar
se colocaria em uma situação complicada com minha mãe.
Estamos
sentados no banco de espera da rodoviária, hoje é dia de semana e por isso está
vazio.
_
Você pode falar que eu te enganei. Que você descuidou e que fugi. – digo.
_
Sim claro, eu chego lá e digo: Ei tia, sabe seu filho que passou 14 anos em
coma, que anda de bengala, que não consegue correr, e também não consegue subir
uma escada sozinho, então ele fugiu de mim, um cara que faz uma corrida de 16
km toda manhã, pratica Muay Thai duas vezes por semana, desculpa tá? – ele diz
irônico, eu acabo rindo. _ Sua mãe vai me castrar – ele diz.
_
Daqui a cinco dias eu tenho uma fisioterapia marcada, prometo voltar antes. –
garanto.
_
Se eu me esconder no inferno sua mãe me acha. Não subestime alguém que largou
tudo por 14 anos por vocês. – ele diz e eu fico em sem resposta.
_
Você acha que eu devo desistir?
_
Não, desculpa, é só que... Vai ser difícil ficar aqui e encarar sua mãe, mas
você precisa disso Joseph, é necessário. – responde. _ Olha. – ele diz pegando
seu celular no bolso de sua calça. _ Pegue. – eu pego. _ É seu agora.
_
Você está me dando o seu celular? – pergunto chocado.
_
Já esta na hora de trocar mesmo, já está ficando ultrapassado, mas pra você
qualquer coisa é nova. – diz sério, mas eu acabo rindo, e ele após perceber o
que falou começa a rir também. _ A intensão não é ofender, você sabe não é?
_
Não fico ofendido. É a realidade. Meu celular era duas vezes mais largo que o
seu e isso de tela Touch? Eu lhe agradeço e tudo, mas nem vou saber como mexer
nisso. – confesso.
_
Olha, vou lhe ensinar a dar telefonemas, a receber telefonemas e se localizar
no mapa, qualquer outra coisa, pergunte quando chegar ao seu destino, sem
duvidas terá alguém até mais entendedor que eu para lhe ensinar mais. – ele
diz.
_
Demi agora gosta de tecnologia? – pergunto. _ Ela mal gostava de tirar fotos. –
observo e Wagner me olha sério, pensativo.
_
Acho que... Hoje em dia até quem não gosta muito teve que se render a
tecnologia. – Ele diz sem jeito.
_
Você acha que ela vai me receber bem?
_
Posso ser sincero? – ele pergunta.
_
Bom, já perguntei, acho que aguento a resposta. – digo não muito seguro.
_
Não me pergunte o porquê, tudo bem?
_
Acho que sim.
_
Não é o suficiente.
_
Não vou perguntar nada. – ele acena com a cabeça e demorar alguns segundos para
falar algo.
_
Ela, na medida do possível, vai te receber bem. – ele diz. _ O problema é como
você vai receber ela.
Passo
a viagem pensando no que Wagner me disse. A esta altura já tenho algumas
certezas, primeiro que Demi não me odeia, apesar de querer certa distancia, e
ela também não me abandonou por que cansou de mim, mas sim porque foi obrigada
por não aguentar minha mãe, isso me faz sentir certo alivio, pois isso
significa que serei bem recebido e que talvez (sim eu sei que é sonhar demais),
mas só talvez a gente possa recomeçar. A outra certeza é que algo de estranho, ou
pelo menos algo que me chocará aconteceu, e que isso pode fazer com que eu me
torne o problema.
Wagner
me explicou como fazer telefonemas, usar o mapa e, como demorou para chegar a
hora do embarque, a escutar música, ele baixou algumas músicas que eu lembrava
de gostar, foram apenas 6 músicas, pois confesso que não lembro da maioria das
canções que eu costumava gostar, por conta própria Wagner também baixou mais umas
4 que estão na moda, só para que eu pudesse começar a me atualizar. Marissa foi
ao apartamento e pegou algumas roupas de Wagner para que eu pudesse levar, já
que as minhas estavam no apartamento com minha mãe e ela ainda não poderia
desconfiar. As roupas ficariam largas, disso não tenho duvida, mas pelo menos
servem, e acredito que seja melhor largo do que apertado. Os dois me deram 350
dólares para o caso de emergências, sem duvidas eu teria que agradecê-los muito
posteriormente.
O
ônibus em que estou viaja praticamente vazio, apenas 15, das 38 cadeiras
disponíveis, estão ocupadas. Já é noite quando o ônibus sai da rodoviária.
Ajeito-me na cadeira para que eu possa dormir, ultimamente não tenho dormido
muito, mesmo não tendo muito para fazer e geralmente estar bem cansado, não
consigo me relaxar o suficiente para dormir, talvez seja minha cabeça que ainda
não aceitou que passei os últimos 14 dormindo. Mas hoje, particularmente,
gostaria de dormir, viagem de ônibus por si só já cansa e eu já não estou na
melhor da minha forma, eu não quero que a primeira vez que me Demetria me vê em
14 anos, eu esteja parecendo um zumbi.
Não
sei em que momento eu dormi, mas sei que cai no sono, pois a viagem que é de 8
horas parece passar em no máximo 2 horas.
Olho
no relógio do celular que Wagner me deu e são 6 da manhã.
Demetria
sempre foi de acordar cedo, ela nem mesmo precisava de despertador, mas será
que ela continua assim?
Ligo para Wagner
(na verdade ligo para o número salvo com o nome: Marissa ♥. Wagner havia me dito que eu poderia ligar
para ela que um dos dois atenderia) não sei se ele ou
ela está acordado, mas sinto que preciso avisa-lo que cheguei e que estou bem.
Ele
não demora a atender.
_
Joseph, você chegou?
_
Sim, cheguei. – respondo.
_
Você está bem? – ele parece preocupado.
_
Estou sim, vou para casa da Demi agora. – digo. _ Como está minha mãe?
_
Não sei. – confessa. _ Vim para casa de minha mãe e eu disse que você estava
junto comigo, falei que você estava muito chateado, minha mãe está ajudando e
por isso ela concordou, mas eu não duvido nada que ela apareça aqui hoje, e se,
bom, quando isso acontecer, terei que
dizer a verdade.
_
Tudo bem, tente me dar o máximo de tempo possível, eu acredito que resolverei
tudo aqui rápido.
_
Joseph, sinceramente? Eu não acho que vai ser algo rápido, você tem muito a
conversar. – ele diz.
_
E iremos. – confirmo. _ Muito obrigado por tudo primo. – digo, já com a
intensão de desligar.
_
Eu prometi a seu pai que lhe ajudaria, e vou fazer isso. – ele responde. _ E
Joe, lembre-se: Existe uma explicação.
Jogo
no mapa o endereço de Demetria. Ela mora a uma boa distancia, talvez para o Joe
de 14 anos atrás a distancia não fosse um problema, mas hoje já não ando
distancias longas, e ter que ficar desfilando por aí com uma bengala não é
legal, eu já não sou novo, mas não sou velho o suficiente para andar de
bengala, até agora ninguém na rua comentou, mas eu posso ver os olhares
estranhos.
Vou
até o estacionamento e procuro por um taxi, quando encontro um e digo o endereço
torço para que ele não pegue o caminho mais longo, pois o dinheiro que Wagner e
Marissa me deu teria que ser suficiente para minha estada aqui. Pois, caso Demi
não me quisesse em sua casa eu teria que procurar um hotel e sabe-se lá quanto
é a estadia em um hotel nos dias de hoje, fora a passagem de volta, caso tudo
desse desastrosamente errado.
A
viagem dura pouco mais que vinte minutos, e agora tenho menos 30 reais,
deixando com os restantes 320.
A
casa em que ela vive é pequena, mas parece boa, o bairro é bem tranquilo e
parece ser familiar, isso me faz hesitar, ela tem outra família, é claro que
ela tem outra família. Quero dar meia volta, mas o taxi já foi embora e eu já
fui longe demais para desistir. Olho no relógio falta 15 minutos para 7 da manhã.
Tento
pensar que Wagner e Marissa não me deixariam ir tão longe se esse fosse o caso.
Marissa pareceu ainda ser amiga de Demi, a não ser que o atual marido dela seja
bem ruim, ela não iria querer que eu atrapalhasse o casal, iria?
Vou
até a porta, encosto meu ouvido na porta, se eu escutasse algum barulho eu
poderia tocar a campainha, pois saberia que ela estaria acordada.
Não
escuto nada, então não bato, mas fico por ali, na porta da frente, eu esperaria
por mais alguns minutos antes de tentar novamente.
Talvez
eu tenha me distraído olhando pra as casas vizinhas, mas não vejo que alguém
abre a porta.
_
Posso lhe ajudar? – pergunta um garoto, ele é jovem, entrando na adolescência.
_
An, me desculpe. – peço. _ Eu acho que estou no endereço errado. – digo e
começo a me virar para ir embora, será que eu bati na porta errada? Será que o
taxista me trouxe para o lugar certo? Será que Demetria se mudou e não falou
com Marissa?
_
Ei, espere. – o garoto me chama, ele ainda está na porta. _ Você é o irmão do
meu pai, não é?
_
Como?
_
O irmão do meu pai. Você era o cara que está em coma, quer dizer, que estava em
coma. – ele se corrige. Eu fico paralisado, meu queixo cai, minha cabeça dói. _
Nicholas, você é o irmão do Nicholas, não é? – pergunta, tentando ser mais
especifico.
_
Sim. – minha voz mal sai, o Nicholas tem um filho? Mas porque diabos estou na
casa de Nicholas?
_
Jonathan, você é louco de sair sem sua mochila, como você chega à escola sem
seu material, e anda logo você já está atrasado. – grita a voz feminina que eu
não esqueceria nem que se passassem 100 anos. Vejo-a apontando na porta,
entregando a mochila ao garoto e sinto como se meu coração tivesse parado.
_
Mãe, olha mãe. – o garoto ignora a repreensão da mãe e aponta para mim.
Seus
olhos se arregalam a me ver e ela fica totalmente branca, provavelmente estou
do mesmo jeito.
_
Joseph? – ela pergunta incrédula.
_
Demetria. – eu digo sem duvidas.
Continua
Babii: Olha
que talvez você esteja certa em? Será que a Demi realmente trocou de irmão? Nós
próximos capítulos essa história vai se desenrolar melhor. Muito obrigada por
comentar
Nessa: Vish,
será que se casaram mesmo? Ou será que algo mais aconteceu? Muito obrigada por
comentar
Marina: Muito
obrigada mesmo ♥♥
Aônimo: Capítulo postado ;)
Thayla: Não
morra, capítulo postado k. Muito obrigada por comentar
Aaaaaaah já to ansiosa para o proximoo
ResponderExcluirAhhh Merda,OMG,Aí Deus, Droga... Eu entendi tudo que droga,Primeiro a Denise colocou culpa do acidente na Demi e no Nick, segundo a Demi descobri que estava grávida foi conta pra Denise e a Denise disse horrores aposto que até tenha mandado a Demi abortar,Terceiro Demi contou tudo pro Nick que pra ajudar se casou com ela e a Denise não tem e nem quer ter contato eles por que ela ainda culpa eles e por causa disso tudo ela não quer que o Joe saiba a verdade e quando ele souber aposto que vai culpar a Denise por tudo e vai escatitar com ela... Aí Meu Deus
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