segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

14. Uma noite quase especial – Não Existem Poesias



Camila não sabia, mas para Demi, o dia dela havia sido muito especial.
Demi não sabia, mas para Camila, o dia, de certa maneira, havia sido especial e, estava para ser mais especial ainda.
Camila e Demi estavam completamente apaixonadas, nenhuma das duas tinha duvidas sobre esta afirmação, e ambas, uma mais que outra, estava sendo correspondida.
Demi, não só tinha recebido uma declaração de Joe, como também tinha tido uma tarde de amor com ele. Já pra Camila tudo ficou um pouco subentendido no começo.
Durante a sessão de fotos, Sam, a fitava com ferocidade, observando cada detalhe, como se a analisasse, ele a via profundamente. Sim, talvez ele tenha feito isso com todas as outras modelos do dia, afinal, antes de tudo, ele estava ali a trabalho, assim como ela.
Porem, quando a sessão acabou e todos se preparavam para ir embora, Sam se aproximou de Camila, puxando assunto. Os dois acabaram conversando sobre o único assunto que ambos tinham em comum, Demi. Camila não se sentiu mal por isso, ela é boa no "assunto" Demi, e se este fosse o único assunto que teria com Sam, pelo menos por agora, falar sobre a amiga não teria problema.
Por incentivo de Camila, os dois trocaram telefones e Sam, muito educadamente, ofereceu carona para Camila, que não foi boba, e aceitou na hora.
Estar dentro do carro de Sam, com ele dirigindo, foi um pouco estranho, nada como ela pensava que seria, ambos estavam calados, e por incrível que pareça, Camila não sabia o que falar... Bom, na verdade ela sabia muito bem o que falar, mas chegar com "queria ter noites sujas com você", não seria a melhor maneira de conquista-lo, então, só por agora, seria melhor este clima meio tenso, do que estragar toda e qualquer outra chance entre os dois, já era o bastante ela ter comentado sobre o tamanho do pé dele.

_ Eu estava pensando... – começou Sam, quando já estavam a meio caminho de chegar a casa de Camila. _ Minha modelo precisa de um rosto... – deixou aberto, para livre interpretação de Camila, que demorou um pouco para entender.
_ Eu acho que poderia te ajudar neste quesito.
_ Sinceramente, acho que você realmente seria a pessoa ideal para me ajudar neste quesito. – falou.
_ Sério? – Camila sentiu seu coração disparar. _ E por quê? – tentou se fazer de desentendida.
_ Você é uma boa modelo, é uma pessoa legal, acho que... Bom, você é bem bonita. – corou um pouco.
_ Você acha mesmo?
_ Acho. – confirmou, ainda meio tímido. Camila apenas sorri, mas por dentro ela está a ponto de explodir.
_ Sabe, eu te acho bem bonito. – disse ela em resposta, deixando Sam sem palavras por um curto instante.
_ Muito obrigado. – Sam não é exatamente tímido, mas por algum motivo Camila o fazia sentir-se assim.
_ Mas...  E como você estava pensando em... – deixou em aberto.
_ Você já posou parar um ilustrador? – pergunta. Camila se surpreende.
_ Nunca.
_ E o que você acharia de posar pela primeira vez?
_ Acho que seria uma experiência incrível. – Sam sorri.
_ E você está livre hoje? – perguntou sem perder tempo. Já era noite, e no fundo Camila já se sentia cansada, mas tampouco era tão tarde assim, mesmo se chegasse em sua casa agora, ela ainda não dormiria, no máximo se jogaria na cama, e passaria o resto da noite pensando no dia de hoje.
_ Estou. – respondeu.
_ E você se importaria em posar para mim hoje? – perguntou Sam, cuidadosamente.
_ Não. – disse Camila.
Ambos sorriram.

Demi já estava desesperada, ela tinha tanto para falar com Camila, e passara o fim da tarde e a noite inteira tentando falar com a amiga. Ela tinha tanto para contar... Ela estava tão feliz... Ela precisava compartilhar este momento com a sua melhor amiga.
A medida que as horas foram passando, e a preocupação de Demi foi aumentando, Joe, que ainda estava eufórico com tudo o que havia passado naquele dia, começou a se preocupar também. 
Ambos então saíram em uma caçada a Camila.
Foram em sua casa e, nada.
Foram ao seu trabalho e, nada. Porém lá, descobriram uma dica importante, ela teria uma sessão de fotos hoje.
Demi e Joe foram até a agencia de Camila que estava fechada.
Agora já era muito tarde, e Demi estava a ponto de ter um colapso nervoso, Joe queria acalma-la, mas nem mesmo sabia como.
Os dois, já exaustos, se dirigiram novamente a seus apartamentos, Joe, queria ficar com Demi, conforta-la, mas Demi acabou convencendo-o que era melhor ela ficar sozinha. Um beijo longo e calmo foi trocado na despedida.

Mais meia hora havia se passado, já se passava de meia noite e nenhuma ligação que Demi fez, fora retornada.
Ainda desesperada, Demi, tornou sair pela cidade a procura de Camila, porém, desta vez sem Joe.
Ela não sabia muito bem onde começar a procurar, mas sabia de alguém que talvez pudesse ajuda-la.
Demi sabia que Sam tinha contatos, ele conhece editores de livros, revistas, pessoas importantes da T.V.. E se por acaso ele conseguisse descobrir para qual revista Camila tinha sido convocada para sessão de fotos?
Pegando a última linha de ônibus do dia, Demi, vai até a rua em que Sam mora, ela nunca esteve ali, havia perdido esta oportunidade, mas ela guardara o endereço e com a ajuda da internet, visualizava no mapa, para não se perder.
A rua era movimentada, o que de certa maneira era reconfortante, estava de noite, e andar por uma rua que você não conhece, sozinha, não é legal.
Ao encontrar o número certo, Demetria se surpreendeu com a casa, parecia pequena, porem grande ao mesmo tempo, era de uma arquitetura moderna, se destacava em meio as casas de madeira, lojas e pubs ao lado, que pareciam terem sido construídos a séculos atrás.
Demi bateu a campainha, sem nem mesmo saber o que iria falar.
E bateu novamente.
Será que ele não está em casa? – pensou após um tempo de espera.
Mais uma tentativa. Aquela seria a última, afinal de contas, Camila sabia como se virar, não é? Ela já vivia aqui sozinha a tanto tempo, porque se preocupar tanto? E pior, porque envolver Sam nisso?
_ Oi. – Sam abriu a porta surpreso, ofegante, com o cabelo desgrenhado e camisa quase toda desabotoada, estava um pé com meia e o outro sem. Ele sorriu sem jeito ao ver que era Demi.
_ Ai, perdão. – pediu Demi. _ Não queria te acordar.
_ Não, não se preocupe, não estava dormindo. – a acalma. Demi, mais aliviada, se aproxima, fazendo menção de querer adentrar a casa de Sam, porém ele não a abre caminho, demonstrando que, pelo menos ainda, não a quer lá dentro.
_ Eu preciso que você me ajude. – pede, ignorando todo o resto. _ Minha amiga desapareceu e acho que só você pode me ajudar.
_ Sua amiga? – pergunta Sam confuso.
_ Sim, eu tenho uma amiga aqui, ela é modelo e ela foi trabalhar, mas não voltou, nem atende os telefonemas, ela não é assim, e eu acho que você é o único que pode me ajudar. – Demi falava sem nem mesmo se permitir respirar entre uma palavra e outra. _... Na verdade você já a conhece, ela derrubou café, quero dizer cappuccino, em você quando nos conhecemos...
_ Espere aí. – Sam a interrompe. _ Você está falando da Camila? – Demi se assusta.
_ Sim. – responde, mas como ele sabia de quem se tratava? Será que ela havia a apresentado e não se lembrava?
_ Ela está bem. – diz Sam por fim.
Mas o que? – pensa Demi.
_ E como você sabe? – pergunta Demi, sem entender mais nada.
_ Porque eu estou aqui, tampinha. – diz Camila, surgindo na porta, ao lado de Sam, com uma cara fechada, pronta para pular no pescoço da amiga.
É. Ela está bem.



Continua

Olá, espero que tenham gostado, hoje mais tarde postarei sobre a maratona.
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