sábado, 7 de dezembro de 2013

6º Capítulo “First Time” – Entre o Céu e o Inferno





Música First Time do Jonas Brothers, sugestão de um leitor anônimo.


Um beijo. Era só isso que eu queria, e eu podia ver que ela queria isso também.
Centímetros, milímetros nos separava, eu podia sentir sua respiração quente em minha pele. Meus pensamentos que me condenavam pela minha ação não podiam me atrapalhar agora, nada poderia nos atrapalhar, a não ser, ela.
_ Vamos atravessar? – disse cortando o clima, ela olhava para baixo, não me deixava fazer contato visual. Eu não respondi. Atravessamos a rua em silêncio, e assim fomos por alguns minutos.
_ Já decidiu para onde quer ir? – tentei quebrar o silêncio.
_ Me desculpe. – pediu. _ Tente me entender. É o melhor para nós dois. – falou, eu não queria admitir, mas ela, mesmo que sem saber, estava totalmente certa. _ Daqui a dois dias você irá embora, tudo vai voltar ao normal, você irá para seus clássicos da Disney e eu voltarei para meu drama mexicano. – rimos.
_ Eu que peço desculpas. Eu prometi para você amizade, te pedi um voto de confiança e, digamos que eu queria ultrapassar os limites da amizade. – falei.
_ Sem problemas. – continuamos a andar, passamos direto da frente da casa de Stripper e consequentemente do hotel em que eu estava hospedado.
_ A sua amiga não gostou muito de mim, não é? – perguntei.
_ Minha amiga?
_ É, aquela, é Marissa o nome dela, não é?
_ A Marissa é minha amiga de infância, ela sabe toda minha história, e sabe muito bem meu dedo podre pra homens. Ela não te odeia, ela só é um pouco protetiva.
_ Ela acha que eu vou te machucar? – perguntei.
_ Não. – aliviei-me. _ Ela tem certeza. – olhei-a e ela sorriu. _ Você que perguntou. – disse levantando as mãos se mostrando inocente.
_ Tudo bem, e você irá escuta-la? – perguntei.
_ Eu devo? – perguntou.
_ Provavelmente.
_ Você pelo menos é sincero, isso lhe torna mais confiável que os outros.
_ Você por acaso já teve muitos? – perguntei.
_ Dois. Um você já sabe a História.
_ E o outro?
_ Conheci assim como eu conheci você, na casa de strippers, ele me prometeu me tirar daquela vida, mas no final das contas eu percebi que ele estava mais interessado em uma escrava sexual que uma mulher. – resumiu.
_ Eu posso te garantir que não é essa minha intensão. – ela apenas sorriu em resposta. _ Você ainda vê o pai da sua filha? – perguntei. Demetria continuou em silêncio. Arrependi-me instantaneamente.
_ Sim. – respondeu.
_ Você ainda o ama? – Demetria hesitou.
_ Eu não o odeio, mesmo depois de tudo. – falou, não havia felicidade em suas palavras.
_ Se ele quisesse voltar, você voltaria?
_ Não. – respondeu sem ponderar. _ Eu não vou dar mais murro em ponta de faca, já cansei de me machucar.
_ Sem duvidas é o mais certo a se fazer. – concordou apenas com um aceno com a cabeça.
_ É aqui que eu fico. – disse, parando em um ponto de ônibus.
_ Pensei que íamos sair. – indaguei.
_ Eu não sei se você escutou bem a parte de que eu tenho uma filha. – contestou.
_ Ela não está com sua mãe? – perguntei.
_ Não, ela esta com uma vizinha minha, é uma idosa que ama crianças, mas isso não significa que eu vá explorar dela. – falou.
_ Mas...
_ Olha...
_ Não. – interrompi. _ Olha você... Eu quero conhecer sua filha. – falei, ela ficou calada.
_ Você o que?
_ Quero conhecer sua filha.  – repeti.
_ Olha, eu te contei toda minha vida, eu estou conversando com você, mas eu não irei te colocar na minha casa, nós acabamos de nos conhecer, eu não sei quem você realmente é. – falou.
_ Eu não sou nenhum ladrão, nem mesmo um tarado ou psicopata.
_ E quem pode me confirmar isso?
_ Você pode simplesmente confiar em mim.
_ Sem querer ofender, mas eu não costumo ter muita sorte nesse assunto, eu não posso confiar em você. – eu respirei frustrado.
_ Você pode ir a policia procurar minha ficha criminal, você verá que ela está limpinha. – falei.
_ O do meu patrão também está, e digamos que ele já derramou mais sangue do que tem no total de estoque de doação aos hospitais.
_ Seu senso de humor é bem questionável. – falei. Demetria riu.
_ Tudo bem, você tem vinte minutos para me levar onde você quer me levar e me fazer confiar em você. – propôs. _ Após esses vinte minutos nós veremos o que acontecerá.



Vinte minutos, era tudo ou nada. Minha cabeça procurava alguma coisa, algo... Preciso fazer algo.
Se eu estivesse em Utah eu a levaria em uma das suas praças ou talvez em um bar, quem sabe em um dos seus charmosos restaurantes, se fosse em Lewis eu a levaria a cabana de Lia, um restaurando chique até demais para a cidade, tinha até mesmo aparecido na TV uma vez, mas não, eu estava em Las Vegas, não conheço nada de Las Vegas e não ajuda nada o fato de ela já conhecer aqui.
Demetria me olhava com o olhar de vitória, era claro que ela estava se divertindo com isso, ela sabia que ia ganhar.
_ Você não faz ideia para onde me levar, não é? – perguntou. Confirmei. _ Quando você está disposto a gastar comigo? – perguntou.
_ Pensei que não fosse mulher de se importar com dinheiro.
_ Pensou errado, hoje estou afim do torrar a grana de um homem. – riu.
_ Você está abusando da minha amizade. – brinquei.
_ E você da minha boa vontade. – retrucou. _ Você pode me levar para o seu hotel se você quiser. – falou, eu hesitei. _ Eu não irei para cama com você, eu não sou assim. – deixou claro. _ Você tem cara de ser rico, aposto que seu hotel é um luxo. – concluiu.
_ Tem um casino lá dentro, acho que as lembranças não lhe farão bem.
_ Você tem intensão de jogar até ter que vender até a roupa do corpo? – perguntou.
_ Eles não deixam apostar dinheiro, só fichas. – respondi.
_ Você fala assim como se as fichas não fossem compradas com dinheiro. – deu de ombros.
_ Eu não sou muito chegado em jogos. – falei.
_ Seus minutos estão passando. – falou.

(...)

_ Bem conveniente. – disse Demetria, assim que chegamos ao hotel. _ Despedida de solteiro com o hotel na frente de uma casa de strippers.
_ Foi bem conveniente para mim. – Demetria riu.
_ Você é sempre assim tão bobo? – perguntou.
_ Se eu falar que sim, você vai confiar em mim? – ela apenas riu em resposta.
_ Você já foi ao topo desse hotel? – ela perguntou sorrindo, assim que passamos pela porta, ela não me olhava, estava olhando para o teto, que tinha sanca com imagens de anjos esculpidos em dourado. 
_ Não. – respondi sem entender o porquê da pergunta.
_ Eu fico impressionada com vocês, ricos. – disse como se ela estivesse se referindo a pessoas de outra espécie. _ Se hospedam em um hotel caríssimo e cheio de coisas lindas para se ver, mas mal saem do quarto.
_ E você por acaso já foi lá? – perguntei.
_ Sim, meu pai me levou lá, ele queria fazer minha festa de sweetsixteen* no lugar em que tivesse a melhor vista para toda Las Vegas. – falou. _ E de acordo com ele a vista deste hotel é incomparável. – eu podia ver o sorriso dela enquanto falava do pai.
_ E sua festa foi aqui? – perguntei.
_ Eu não sei como as coisas funcionam no seu mundo de fantasia, mas no meu, quando se é filha de uma babá e de um pai mecânico que gasta tudo o que ganha com jogos, não há como gastar vinte mil só para alugar um lugar para uma festa. – falou, apesar o fato ser triste, ela não parecia decepcionada, parecia até mesmo levar na brincadeira.
_ Isso foi horrível por parte do seu pai, lhe fazer visitar lugares para sua festa e depois não fazê-la.
_ Meu pai antes de tudo era um sonhador, ela tinha realmente esperança de ficar rico jogando, talvez ele pensasse que conseguiria me dar uma festa se ele tivesse um dia de sorte na mesa de jogo. – disse. _ Mas sabe de uma coisa? Eu, meus pais e meus três melhores amigos, sentados naquela lanchonete, empanturrados de batata frita e sanduiches, gargalhando enquanto tomávamos o nosso Sundae, é uma das melhores recordações da minha vida. Eu nunca precisei mais do que aquilo. – sorriu.
_ Eu acho que eu nunca vou lhe entender.  Você é realmente tão conformada com as coisas que te acontece? Você não se revolta pelas coisas que você não teve? – perguntei.
_ Ficar revoltada não vai me ajudar muito.
_ Ou você simplesmente resolveu esconder tudo?
_ É assim que você pretende me conquistar? – perguntou.
Para mim ficou obvio naquele momento, ela se esconde.

(...)

_ Wow. – o topo do hotel era simplesmente incrível. Era totalmente espelhado e com o sol já posto se podia ver todas as luzes de Las Vegas brilhando. O vidro da janela era perfeitamente cristalino, produzia a ilusão que não havia nada entre o espectador e a paisagem, que era capaz de dar vertigem até mesmo quem não tinha medo de altura. Não tinha muitas pessoas por lá, apenas um casal de adultos que estavam sentados um sofá de três lugares, de couro preto.
O piso era de mármore branco, de tão limpo chegava a brilhar. Um grande lustre de cristais iluminava bem no centro do salão, no canto direito havia um pequeno bar, em que se via varias qualidades de bebidas, alcoólicas ou não, maquinas de café, balinhas e biscoitos doce em vasilhames de vidro.
_ Sinto muito pela sua festa não ter sido feita aqui. – falei. _ Iria ser uma festa linda.
_ Não sinta. – pediu educadamente. _ Não tome a dor dos outros, não faz bem. – olhei-a, mas ela não pareceu perceber, ela olhava fixamente para frente, para o lado de fora.
_ Eu disse isso por...
_ Educação. – interrompeu-me. _ Eu lhe agradeço por isso. – ela ainda não olhava para mim. _ Eu e as meninas que trabalhamos na casa de strippers, em uma tentativa de divertir um pouco no trabalho costumamos observar os nossos clientes. – falou olhando para mim pela primeira vez desde que chegamos ao salão. _ Avaliamos como seria ele na vida pessoal. _ Na maioria das vezes eu falo que são fracassados, que provavelmente são péssimos de cama, que vivem bêbados, ou que são homens que se acham de mais, chatos e arrogantes. – riu fraco. _ Eu nunca avaliei um homem bem. –fez-se silêncio.
_ Posso saber qual é minha avaliação? – perguntei.
_ Mistério.
_ O que? Não quer me dizer? – perguntei sem entender.
_ Não, não é isso, você é um mistério. – explicou. _ Você não parece fracassado, nem mesmo arrogante, bêbado, e não parece ser um broxa. – falou. Eu gargalhei, e ela me acompanhou logo após. _ Você é um mistério, tem algo em você que o torna confiável, que o torna diferente, que me faz gostar de estar do seu lado, de conversar com você, de ter coragem de me abrir com você, mas há algo, algo que eu não sei explicar que me diz “afaste-se”. Você é muito perfeito.
_ Isso é um problema?
_ Sim. – respondeu e tornou a olhar para frente. _ Eu não acredito em perfeição. – falou.
_ Eu não sou perfeito. – falei.
_ Eu sei. – disse.
_ Você deveria enfrentar esse seu medo. – falei tocando em sua mão, ela pareceu bem surpresa com minha ação.
_ Eu não sei de que medo estais falando.
_ Do seu medo de se apaixonar.
_ Eu não tenho medo de me apaixonar – defendeu-se.
_ Então o que lhe impede de se apaixonar por mim agora, nesse momento? – perguntei. Demetria olhou para baixo. Quando tornou a olhar para mim ela parecia distraída, como se nem mesmo me visse em sua frente, tinha um sorriso fraco de iluminava seu rosto e certo brilho no olhar.
_ 6ª Sinfonia de Beethoven. – sussurrou. Eu nem mesmo tinha percebido, mas embutidas no teto havia caixas de som que tocavam não muito alto alguma música. _ Foi umas das musicas dançada pelas bailarinas no dia que meu pai me levou para ver o espetáculo. – disse e seu sorriso aumentou. _ 14 minutos de pura magia.

Peguei a mão direita de Demetria e pus em meu ombro esquerdo, ela me olhou como se tivesse acabado de acordar de um sonho, eu ainda segurava sua mão direita.
_ Eu não sei dançar balé. – falei. _ Mas sei dançar um pouco de valsa. – falei e comecei a guia-la pelo salão. _ Imagine que essa é a sua dança de Sweetsixteen. – falei, Demetria fechou os olhos e instantaneamente começou a sorrir. Ela parecia leve e feliz e eu me derreti mais ainda, eu provavelmente me odiaria pelo que eu estava fazendo, mas eu estava apaixonado por Demetria, não mais pela mulher sexy ou pelo prazer que ela poderia me dar, mas por Demetria em si, a cheia de azar, a que tem medo de se apaixonar, por aquela que agora com um sorriso no rosto imaginava algo que não teve, enquanto eu a guiava ao som de Beethoven. Eu a beijei, Demetria não se afastou, apenas se entregou, correspondendo aos meus movimentos, já não dançávamos, estávamos lá, apenas sentindo um ao outro, a música ainda tocava de fundo, mas só o beijo nos importava naquele momento. Assim que separamos os nossos lábios, segurei o rosto de Demetria, com cuidado para não machuca-la. _ Vamos brindar a uma boa vida. Deixe-se ir e liberte sua mente, deixe a batida dessa música ser seu destino. Não se prenda mais, bem aqui e agora é onde deveríamos estar. Faça parecer como a primeira vez.

*Sweetsixteen: É a festa de 16 anos para americanos e canadenses, que equivale a de 15 anos, aqui no Brasil. É a festa mais importante para as garotas.
CONTINUA

Bom galera, esse foi o capítulo de hoje, não foi o melhor da fic, mas espero que tenham gostado. Boas noticias, dia 16 entrarei de férias e isso significa de terei mais tempo para escrever, assim postarei mais rápido, e também voltarei a comentar nas fics, coisas que eu parei por motivos de tempo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss

Kika: Muito obrigada. Minha mãe me deu o sound nessa semana, isso que dizer que eu vou entrar mais cedo e terei mais chances de ficar bem perto da grade, então estou mais ansiosa ainda :D Eles realmente foram burros, mas fazer o que? Quem sabe eles resolvam voltar um dia, pelo menos para uma apresentação especial, sei lá, tipo, comemoração de sei lá quando anos de criação da banda... Eu não sei, espero que façam algo juntos no futuro... De nada, você mereceu o selinho... Muito obrigada por comentar. Bjsss
Shirley: Fico muito feliz em ler seu comentário, muito obrigada mesmo pela compreensão e pelo apoio. Hahahaha suas ideias são muito boas mesmo e não acredito que não tens boas ideias para suas próprias fics, aposto que se eu ler vou adorar, mande o link? Só terei tempo para ler quando entrar de férias, mas se já quiser mandar ;) Muito obrigada por comentar. Bjsss
Mayla: Agradeço muito por você ter tirado um tempinho para ler minha fic. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Yumi H e Rafa S: Olá, senti sua falta aqui no blog, se bem que eu também não estou mais tão presente no seu :\ desculpe-me. Muito obrigada pelo selinho e por comentar. Bjssss

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Selinho

Queria agradecer a Estela pelo selo, muito obrigada. 


Regras:
- Tem que passar a tag para 5 blogs;
- Repassar com o selinho (imagem);
- Colocar o link de quem criou e de quem passou;
- Assim que receber a tag, tem que repassa-lo no prazo de 1 semana;
- Avisar ao blog que tem tag para eles;
- Tem que criar 5 perguntas das quais os blogs escolhidos terão de responder;

Quem Criou: Lado Negro
Quem passou: Don't say goodbye

1-      Um casal que você goste sem ser Jemi, Niley/Nelena/Miam, Jelena.
Robsten, Dilmer (sem xingamentos por favor), Frazul, Pablochi, Everlark/Peennis (não pensem em merda por favor) e Carlesme
2-      Que género de livro gosta mais?
Ficção, romance e mistério.
3-      Cite 3 músicas de cantores diferentes que goste.
Coming Down – Five Finger Deth Punch, In Case – Demi Lovato, Numb – Linkin Park
4-      Qual a sua matéria favorita?
Filosofia e história.
5-      O que acha desses anónimos que fazem comentários maldosos?
Só pessoas que não tem o que fazer na vida fazem comentários maldosos, espero que os pais esqueçam de pagar a internet deles u.u

Minhas perguntas

1.       Um dia inesquecível.
2.       O que você jamais fazia?
3.       O que lhe faz ser especial? (Algo que você tem ou faz que lhe defina ou que lhe diferencie das pessoas que lhe rodeiam)
4.       Você se lembra de quando recebeu seu primeiro comentário do blog? Se sim, como você se sentiu?
5.       Qual foi a coisa mais estranha que você já fez na vida?


repasso para:

domingo, 1 de dezembro de 2013

5º Capítulo “Fly with me” – Entre o Céu e o Inferno


Venho informar que o capítulo anterior foi escrito com a ideia dada pela leitora Shirley Barros. Obrigada. 




Música Fly with me dos Jonas Brothers, sugestão da leitora Beatriz Carolina

Aos poucos Demetria foi abaixando a guarda, relaxando, e me dando a chance de conhecê-la um pouco melhor, não só a parte ruim, mas também a parte boa.
Quando mais ela falava, mas eu começava a admirá-la, não só pela sua clara beleza, ou por ela ter a capacidade de passar de mulher sexy para uma mulher bonita, mas também pelo fato de ser uma lutadora.
Nossas vidas são completamente diferentes, nós não vemos o mundo com os mesmo olhos.
Eu nasci em uma família estruturada, a única pessoa que me entreguei de corpo e alma nunca tinha me decepcionado, meus familiares eram todos saudáveis, meu trabalho era o que eu queria, meus problemas parem pó perto dos problemas dela, porém, mesmo assim, ela se mostra tão forte quanto eu, se eu passasse por ela na rua, jamais pensaria que ela tem uma história tão penosa.
Eu queria poder saber o que é viver a vida dela, queria saber o que é enfrentar as suas dificuldades, queria poder ver o mundo pelo seu ponto de vista. Parece algo bem retardado de ser querer, principalmente quando se lembra que a história é triste, mas eu queria poder entender seus medos e preocupações, queria poder entender de onde ela tira a força para continuar tão viva e iluminada, mesmo a com a escuridão lhe atormentando, eu queria poder saber o que eu devo fazer para que ela esqueça do passado e que acredite só mais uma vez.
_ Meu horário já deu, preciso ir trabalhar. – anunciou ela. Eu mal tinha visto o tempo passar.
Ela começou a se levantar da mesa.
_ Ei, espere. – pedi. _ Você sai a que horas? – perguntei. Ela sorriu tímida.
_ Pensei que você havia dito que desistiria de mim quanto lhe contasse minha história. – falou.
_ Acho que não foi o suficiente ainda. – falei, levantando-me também. Ela revirou os olhos.
_ Saio às seis.
_ Você me permitiria que eu lhe levasse para um jantar, como amigos. – deixei claro.
_ Não. – respondeu.
_ Não?
_ Eu tenho uma filha para criar.
_ Leve-a também, eu adoro crianças. – na verdade eu nunca tinha me relacionado com crianças, nem mesmo meu irmão mais novo, quando ele nasceu eu estava na pré-adolescência, eu poderia muito bem ter ajudado a cria-lo e a educa-lo, mas preferi deixa-lo para lá, eu tinha mais o que fazer da vida, nunca cuidei dele nem mesmo um dia em toda sua vida. Nem mesmo sei se um dia eu já tinha carregado um bebê no colo.
Demetria riu como se eu tivesse acabado de falar a maior besteira. Depois olhou para mim e tornou a ficar seria.
_ Você não estava brincando, não é? – perguntou.
_ Não, eu não estava. – respondi. Ela suspirou.
_ Olha, você é legal, você realmente me surpreendeu, mas...
_ Amizade. – lembrei-a, ela hesitou.
_ Isso não vai funcionar.
_ O que você tanto teme? – perguntei. _ Eu não sou igual aos outros.
_ Você mesmo disse que já decepcionou alguém que amava. O que te diferencia então? – perguntou.
Touché, no que eu era diferente? Demetria viveu rodeada por homens com vícios, em jogos, drogas, homens que a olhava apenas com segundas intenções, homens que a tratavam como objeto. Eu não queria Demetria só para ir para cama, pelo menos não nesse exato instante, não posso negar, as fantasias que me passam pela cabeça só de relembrar dos momentos naquela casa de stripper não são nada puras, mas eu queria conhece-la ainda mais, queria ajuda-la, queria poder fazê-la realmente feliz. Eu queria estar pra sempre com ela, estar do lado dela me fazia bem. É algo extranho nem mesmo com Rachel eu me sentia assim, eu tinha duvidas, o para sempre com ela não era algo que me deixava animado, mas com Demetria era outra coisa.
_ Nada. – respondi. Demetria pareceu surpresa com minha resposta, provavelmente ela esperava alguma promessa, ou que eu dissesse algo ao meu favor, mas eu fui sincero.
_ Eu menti quando disse que te achei chato desde o primeiro momento. – falou ela, após um tempo de silêncio. _ Você é legal, é bem melhor que eu esperava. – disse com um meio sorriso na cara.
_ Isso significa que você vai sair comigo hoje? – perguntei.
_ Isso significa que há uma possibilidade.
_ Eu estarei aqui as seis para te buscar. – insisti. Demetria riu e abaixou a cabeça. Eu estava indo rápido, mas eu não tinha o tempo a meu favor.
_ Eu tenho certeza que estarás. – disse ela, se afastando.
Eu não podia ver se ela estava feliz ou não, uma barreira tinha sido construída ao seu redor, ela tinha um claro medo de se entregar e eu estou consciente disso, mas uma parte de mim me dizia que de alguma maneira ela estava tentando deixar-me entrar em sua barreira. Eu não era um viciado em jogatina, nem mesmo um drogado, mas eu também machucaria seu coração. Eu não merecia a sua confiança, mas lá estava ela, atrás do balcão; amarrando o seu avental vermelho, com uma imagem um pouco brega ou infantil demais para meu gosto, – de uma xicara de café branca com uma carinha feliz, e com bracinhos, um deles estavam levantados e sua mão fazia um joinha para cima, chegava a ser cômico, de baixo tinha o dizer Cafeteria Lopes. – Ela me olhava, assim que retribuí seu olhar ela sorriu. Eu correspondi.

(...)

Eu não deveria estar fazendo isso, o tempo todo eu tentei me distrair, esquecer, eu poderia perder a hora, podia fingir que nada tinha acontecido, ia ser o melhor para ela, ia ser o melhor para mim, ia ser o melhor para Rachel. Eu já tinha ido longe demais, continuar por esse caminho era contra tudo aquilo que eu tinha sido criado para.
Não pense.
Não pense.
Lembre-se: Escute o diabinho.
Não pense.
Haja.


Cinco de cinquenta e três, lá estava eu, mais uma rua eu atravessava, duas lojas me separavam da lanchonete que Demetria trabalha, eu estava perto, mas ainda havia tempo para dar a volta e esquece-la.
Joseph, não pense.
Não pense.

Meus passos começaram a ser mais lentos, como se minha mente estivesse automaticamente tentando me fazer voltar a trás.

O lado de fora da cafeteria estava cheio de gente, na sua maioria adultos, casais, as cadeiras de madeira, o muro natural, as luzes da cidade que começavam a sobressair, a partir do momento que o sol ficava mais baixo no horizonte, fazia um clima um pouco chique e talvez até mesmo romântico, não era algo como os filmes, mas tinha um charme.
Entrei no bar tentando parecer normal, meu coração batia a mil por hora, eu estava louco para poder vê-la novamente e mais a adrenalina de saber que o que eu estava fazendo era errado não ajudava muito nesse momento.

A cafeteria não tinha mudado em nada, o que é obvio, a não ser o fato de agora ter muito mais pessoas, e de que o cheiro de café havia amenizado, dando espaço ao para o cheiro de assados. Um grupo de jovens reunidos em uma mesa fazia barulho um pouco exagerado...
Quando encontrei Demi, ela estava tirando os pratos e copos de uma mesa que havia acabado de desocupar, ela estava tão distraída que nem me percebeu, nem mesmo quando eu estava do seu lado, ela passou por mim como se eu fosse qualquer um.
Cheguei a pensar que ela tinha desistido de me dar uma oportunidade, mas assim que ela saiu da parte da cozinha, já sem nenhum prato ou copo na mão, parou de trás do balcão ela me olhou. Eu sorri medroso, se ela tornasse a me ignorar...
Espere... Foi o sinal que ela fez com a mão.
Meu sorriso aumentou instantaneamente.


_ Então, onde você quer que eu te leve? – perguntei, agora estávamos saindo da cafeteria, Demetria estava do meu lado, parecia um pouco cansada, mas ainda sim parecia feliz, não estava tão arredia a mim. Ela estava me deixando entrar.
_ Eu pensei que você iria me fazer uma surpresa. – disse e sorriu.
_ Bom, você conhece Las Vegas melhor que eu, eu realmente não faço ideia de onde te levar. – ri tímido. Demetria parou e olhou para mim.
_ Eu menti para você – falou. _ Na verdade, não foi uma mentira, eu só escondi um fato. – corrigiu-se. _ Eu conheço Utah. – falou. Eu respirei aliviado, sua pausa me sugeriu que ela escondia algo bem mais grave. _ Minha mãe nasceu lá, eu já fui lá quando eu era bem pequena, eu devia ter uns... Seis anos. – tornarmos a andar. _ Aparentemente a família da minha mãe queria fazer um casamente arranjado, ela não aceitou e fugiu, quando descobriram que minha mãe tinha se casado e tido uma filha eles meio que a deserdaram, e as coisas não ficaram muito melhor quando descobriram que meu pai era um viciado em jogatina e que eu me perdi na vida. – falou.
_ Você ainda tem tempo de se reencontrar. – falei.
_ Eu gosto disso em você. – falou, olhei para ela sem entender. _ Você já eu um homem, mas ainda tem um pouco da criança interior, o que acredita no amor, que acha que mudar de vida é algo fácil, que confia nas pessoas, não as juga na primeira impressão. – falou. _ Nós crescemos de maneira bem diferente e isso fica obvio quando eu observo você. – concluiu.
_ Eu posso te ensinar a ser assim como eu. – falei. _ Eu posso ser seu Peter Pan e você minha Wendy. – ela gargalhou.
_ Perdoe-me se estou a destruir sua infância, mas Peter Pan e Wendy não existem, são apenas parte de uma história para crianças. – falou.
_ Nós podemos então fazer esta história se tornar real. – falei.
_ Você só tem mais dois dias aqui, não faça promessas.
_ Eu não estou fazendo promessas. - paramos no sinal.
_ Dois dias é muito pouco tempo.
_ Então vamos para o tempo.
_ Isso é impossível.
_ O impossível é questão de opinião.
_ Isso não tem lógica.
_ Você tem medo. – falei. Ela não disse nada, ela sabia que eu estava certo. _ Nós já passamos muito tempo um longe do outro, mas agora nós estamos exatamente no lugar em que precisamos. Um do lado do outro. – ela sorriu.
_ Joseph...
_ Não. – falei interrompendo-a. _ Não me negue um sim. – aproximei-me mais dela, o sinal ficou verde para os pedestres, mas nós não nos mechemos um centímetro, nós estávamos apenas olhando um para outro, fixados. _ Apenas voe comigo.
CONTINUA

Por favor, não me matem, vocês não sabem o quanto eu estou mal por só estar postando agora, eu realmente não estou conseguindo conciliar meu horário, minha vida está meio desastrosa com essa confusão e isso está claramente influenciando negativamente o blog, eu não irei desativa-lo nem exclui-lo, mas é mais que obvio que agora as coisas serão assim, demorarei a postar, não porque eu goste, eu amo postar e ver as suas reações, seus comentários, ver o blog crescendo, amo poder ler a fic de vocês e comentar, mas realmente está difícil para mim, peço mil perdões.
Bjsss

Kika: Eu vi!! Perfeito!! Tipo quando eu vi pela primeira vez eu nem acreditei, é o clipe mais diferente dela, aí eu fiquei maltratando o replay hahahaha. Eu consegui e minha mãe também comprou o sound pra mim, eu tó tão feliz, ela disse até que ia comprar o meet, mas só que esgotou antes que pudéssemos comprar, mas ainda sim, eu tó muito feliz, mas posso esperar pelo dia. Eu realmente espero que ela faça um tour por aí, ela vai muito pouco a europa, eu tenho certeza que ela iria gostar de fazer shows por aí. Bjsss
Shirley Barros: Pois é, estou usando sua ideia mesmo, agradeço muito pela sugestão, sempre que você quiser dar ideias será muito bem vinda. :D Awn você me deixa muito feliz por isso, não sabe como fico feliz por fazer um capítulo onde você goste. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Estela: Concordo plenamente, muito obrigada pelo selinho. Muito obrigada por comentar. Bjsss
Duda Marques: Awn sua linda, você que é fofa, eu também amo suas fics. Awn você também conseguiu ingresso? Que legal! Eu vou no de BH. Muito obrigado por comentar. Bjsss
Lali: Tudo bem linda, eu também estou devendo comentários na sua fic na verdade estou devendo comentários em todas as fics que leio :\ , mas muito obrigada mesmo pelo carinho. Muito obrigada por comentar. BJsss